Os dias passaram e Alice parecia reviver a velha rotina na Lancaster. O ambiente familiar da empresa a fazia sentir-se mais à vontade, e suas amigas amaram a ideia de tê-la por perto novamente. Elas tinham tempo para fofocar e jogar conversa fora nos intervalos, tornando os dias mais agradáveis. Victor também estava em uma semana de satisfação, com os negócios fluindo bem e sem grandes problemas.Na sexta-feira, Alice decidiu visitar seus pais. Precisava desse respiro, do carinho familiar e das conversas tranquilas à mesa. A casa dos pais sempre a acolhia com a sensação de lar, onde ela podia relaxar e se afastar um pouco das tensões do trabalho. O final de semana passou rápido, e no domingo à noite, ela retornou para sua casa, já se preparando mentalmente para a semana intensa que teria pela frente.Na semana seguinte, Alice voltava a estar estava dividida entre suas obrigações na Lancaster e na VIVA. Pela manhã, esteve resolvendo pendências e alinhando estratégias com a equipe. Assi
Os dias seguintes foram marcados pelo silêncio. Nenhuma mensagem. Nenhuma ligação. Nenhuma troca de olhares nos corredores da empresa.Alice seguiu sua rotina como se nada tivesse acontecido, mas sentia o peso da ausência de Valentina de uma forma que a irritava. Durante as reuniões, evitava qualquer contato visual. Nos momentos em que precisavam falar algo uma para a outra, usavam apenas o essencial, em um tom profissional e seco. Mas, quando a noite chegava, Alice não conseguia impedir sua mente de reviver aquele momento decisivo no apartamento. O olhar dela, as palavras carregadas de significado, a forma como ela simplesmente recuou.E Valentina…Ela tentava ignorar a sensação incômoda que a acompanhava desde aquela noite. A rejeição a corroía de um jeito que ela não queria admitir. Sempre fora uma mulher segura, determinada, acostumada a ter o controle. Mas Alice mexia com algo dentro dela que desafiava essa certeza. No escritório, quando ninguém via, Valentina se pegava observand
O salão estava iluminado com um brilho dourado, refletindo nos vidros finos das taças de espumante que circulavam entre os convidados. A noite prometia ser um sucesso, e Valentina sentia a glória daquele momento enquanto subia ao palco para dar início ao evento. Com um sorriso de gratidão, ela segurou o microfone e deixou sua voz preencher o ambiente: — Boa noite a todos. Hoje, apresentamos não apenas uma linha de cosméticos, mas uma experiência que vai despertar os seus sentidos, onde cada detalhe foi pensado para realçar a essência de quem somos. Bem-vindos à VIVA Intensive! O murmúrio de aprovação se espalhou, e então as luzes se suavizaram, dando espaço para o espetáculo. Primeiro, surgiu uma modelo com o batom Pimenta em destaque na sua mão, em seguida ela surgiu passando o batom sutilmente nos lábios. A modelo estava vestida em tons quentes, com um olhar misterioso. Ela caminhava lentamente pelo palco, como se explorasse um novo mundo, seus gestos teatrais transmitindo intens
Rique e Alice saíram do evento acompanhados. Valentina ficou de longe observando eles partindo animados, enquanto ela se encontrava perdida. Os dois seguiam em um curto trajeto ao carro, onde ele teria que aproveitar o tempo estrategicamente até a casa dela. — Gostou da noite? — Rique quebrou o silêncio, a voz rouca, mas carregada de curiosidade. Alice virou o rosto para ele, curvando-se em um sorriso sutil. — Foi incrível, ainda bem que saiu tudo como o planejado. Ele ficou feliz, mantendo os olhos na estrada. — Sabe o que mais me chamou a atenção nesse evento? — Não, o quê? — Ela estava um tanto curiosa. — Foi você. Alice riu, incrédula, mas satisfeita com o elogio. — Você não perde uma chance, não é? — Não quando te vejo. Te acho bem interessante.— Desse jeito você me deixa sem graça. O olhar que ele lançou quando parou o carro em frente à casa dela, foi intenso. Outro breve silêncio se instalou entre eles. — Alice, eu gostaria de te conhecer melhor. Amanhã, você ace
Alice foi convidada a entrar novamente na sala de Victor sentindo um leve frio na barriga. O CEO estava recostado em sua cadeira, com um sorriso enigmático nos lábios, como se já antecipasse o desfecho daquela conversa. — Alice, Alice... — Ele balançou a cabeça, apreciando o momento. — Você realmente me surpreendeu. Se saiu melhor do que eu esperava. Ela ficou surpresa, sem entender do que ele estava falando. — Obrigada, eu acho. Mas o que exatamente quer dizer com isso? Victor entrelaçou os dedos sobre a mesa, inclinando-se para frente. — Quero dizer que você jogou bem as suas cartas. O evento foi um sucesso, claro, mas há algo ainda mais interessante acontecendo... — Ele fez uma pausa intencional, observando-a com olhar afiado. — Meu cunhado, Rique. Ele parece bastante interessado em você. Alice piscou, sentindo o coração acelerar. — E isso... é um problema? Victor riu, um riso baixo e carregado de significado. — Pelo contrário. É uma oportunidade. Uma tacada de mestre, com
Os dias passaram, e Rique continuava a viajar para Veneza especialmente para se encontrar com Alice. A conexão entre os dois se fortalecia a cada encontro, em meio às conversas que se estendiam até tarde da noite, demonstrando que algo estava ficando mais sério do que esperava. Ela ainda lutava contra seus sentimentos, mas não conseguia negar que gostava da presença dele, ele a fazia esquecer dos problemas e a fazia sentir especial. Enquanto isso, Alice e Valentina se distanciaram ainda mais. A tensão entre elas era palpável, e os olhares que trocavam eram carregados de ressentimento e desconfiança. Elas sabiam que algo havia mudado, mas não conseguiam compreender completamente o motivo de não conseguirem ser as mesmas. Porém, nenhuma deu um passo para retroceder. Valentina continuava imponente e estrategista e Alice ignorava sua existência, lhe provocando. Para resolver a situação, Carlito tinha um plano em mente. E foi almoçar com Valentina para discutir assuntos do semestre, est
O sol da manhã ainda tímido refletia nos vidros espelhados do prédio da VIVA, iluminando a fachada. Valentina estacionou seu carro com precisão, os saltos altos ecoando no silêncio do estacionamento. Era o momento em que podia respirar fundo, organizar os pensamentos e planejar cada movimento. Enquanto caminhava em direção ao escritório, ajustou o blazer impecavelmente cortado sobre os ombros. Sua postura ereta transmitia uma aura de autoridade que poucos ousavam desafiar. Ao entrar em sua sala, ela deixou a bolsa de couro sobre a mesa e chamou Gaby, com um tom de voz que não admitia demoras. — Gaby, preciso que publique uma vaga para assistente pessoal — disse, sem tirar os olhos dos documentos que já começava a organizar. A jovem, que estava prestes a sair para buscar um café, parou e virou-se para a chefe com um sorriso tímido. — E se fosse eu? — perguntou Gaby, com uma voz suave, mas cheia de determinação. Valentina ergueu os olhos lentamente, arqueando a sobrancelha em um g
O ronco suave do motor ecoava na estrada, cortando o silêncio da tarde ensolarada. Valentina estava com as mãos no volante e o olhar estava fixo na rodovia, porém havia um leve sorriso nos lábios. O sol se derramava sobre os campos ao redor, pintando a paisagem com tons dourados e alaranjados. No banco do passageiro, encontrava-se Alice olhando distraída a paisagem que passava velozmente pela janela, seu semblante carregado de pensamentos. Os dias que antecederam foram uma correria, mas agora, dentro do carro, o tempo parecia se esticar, como se o universo estivesse dando uma chance para tentar resolver o que havia ficado pendente com Valentina.— Eu ainda não acredito que vamos de carro para Milão — Alice quebrou o silêncio, cruzando os braços.— Queria que fôssemos de quê? — Valentina perguntou, lançando um olhar rápido para ela, antes de voltar a encarar a estrada. — Isso tiraria toda a graça da viagem. Assim temos tempo para... nos conectar e relaxar. Precisamos nos conectar, rela