Parte 1
Os fogos de artifício espocavam nos céus como se fossem novas estrelas a nascer.
O jovem buscava em algumas dessas estrelas os rostos de seus pais e avô. O exercício lhe trouxera uma lágrima aos olhos. A lembrança de ter matado o Labatut o oprimia.
De repente ele corou, no frio intenso da noite, ele sentiu um calor percorrer o seu corpo.
— Sei do você que precisa mano, é de um abraço.
Embora permanecesse imóvel, ele se sentiu melhor e também agradecido. O cheiro da pele da ladina o excitou de tal forma, que ele teve que se afastar dela.
— Que foi dessa vez, disse algo errado?
— Não, uh, quer dizer, não...
A voz chorosa de Ryan soou nos ouvidos de Penny e ela imaginou que ele ainda era sensível demais, provavelmente ele não estava preparado para matar um inimigo.
— Eu sei
Parte 1A criatura espreitava pelos corredores de pedra morta, até que chegou a uma sala com vários papéis esvoaçando rasurados, eram os cartazes de procurados dos Libertadores.O lobisomem os havia rasgado porque não faziam mais jus ao poder dos seus inimigos.— Meu general, o senhor está sendo convidado a participar da reunião extraordinária... Glup!O general atroz se virou arreganhando os longos e afiados caninos, mas percebendo quem o havia abordado, ele relaxou os ombros e depois sua face lupina. O subordinado se sentiu agradecido.— Capitão Berserker, as más notícias voam mais rápido que nossos mensageiros. O rei Fortrek cometeu um grave erro ao deixar o moleque escapar com o livro.O interlocutor fez cara de assombro, c
Parte 1Nada saíra como o planejado, lanças afiadíssimas estavam apontadas para todos eles.O conjurador estava amordaçado, Penny estava totalmente atada com correntes, o livro havia sido tirado das mãos de Ryan, e Jasmin algemada, tentava reportar a mensagem da coalizão transmitida pela Resistência.— Silencia-te, pois é anunciada a entrada do nosso adail.Se eu tivesse com minhas pistolas aqui, eu anunciaria sua queda...Tump, a porta contígua ao salão do trono se abriu para o sultão de Oásis. O homem vestia-se com tecidos finos, mas não usava nenhuma joia ou adereço de metal precioso.Seu cinto possuía uma bainha enlaçada, e embainhada nela, estava uma bela adaga de lâmina curvilínea como uma serpente, o cabo era de marfim.— Unfh, isso são horas de me amolar meu caro alfara
Parte 1Ryan e Index acharam a ordem estranha. Mas o jovem adorava explorar as cidades e vilas com o seu fiel amigo, sua desconfiança não vinha da ordem em si, mas pelo fato de ninguém o estar acompanhando, ao menos, o que não significava que deixava de estar sendo vigiado. Recebera ordens também para não portar armas pelas ruas.Depois de um farto desjejum, ele e Index saíram do castelo do sultão e atravessaram o pátio central envolta do portão real. O garoto reparou na destruição do estábulo real onde alguns homens trabalhavam na limpeza.Calumy pedia para que ele saísse sem o livro nessas ocasiões. Mas depois de alguma discussão, ambos concordaram que era mais seguro que estivesse com ele.— E então Ryan, o que você vai fazer?— Eu quero comer esfirras e cuscuz recheado.— Eu te ad
Parte 1O garoto abriu os olhos. Uma brisa fresca entrou pela janela, balançando as cortinas brancas. Ele ergueu-se da cama, sentou-se recostado a cabeceira.― Ah! A bela adormecida acordou.― Argh!Os olhos de Ryan se esbugalharam. Calumy estava sentado ao lado dele. Bebericando uma xícara de café com as pernas cruzadas.O jovem não percebeu a presença do servo de Zendar no recinto.― Calumy!― Sim, fiquei um dia e uma noite te vigiando. Seu quadro só se estabilizou no entardecer. Todos nós ficamos preocupados. A Jasmin chorou muito. E a bola de carne maldita ficou aqui esse tempo todo.O filho de Rynal olhou para os seus pés. O Guardião do Monstrumtelum roncava deitado na beirada da cama. O livro estava num criado-mudo ao lado.― Eu dormi por um dia inteiro?― Você apagou depois da luta.Depois o mago-espadachim abaixou
Parte 1O sol inclinava seus raios para as ruas de Oásis. O Sultanato acordou em contemplação naquele dia. Do castelo, ao invés da marcha de um exército de alfarazes, apenas um quinteto de personagens se deslocava.Todo o povo fez um extenso corredor das portas da sede do governo ao portal central.E todos os oasianos aplaudiam. A Companhia de Libertadores lutaria sozinha por um dia e uma noite contra o próprio rei dos monstros lá fora. Isso era uma demonstração de coragem nunca antes vista.E por onde passavam, as pessoas retiravam suas túnicas e casacas e as lançavam ao chão, como se fosse em honra a reis conquistadores. As mulheres jogavam flores e perfumes.Jasmin percebeu que Rachid, embora fosse um alfaraz, estava a pé assim como eles:— Onde está o seu cavalo ginete?— Se os meus amigos lutam a pé
Parte 1Enquanto Calumy tentava esganar Penny, a ladina dava língua ao conjurador. A turma do deixa disso se colocou entre os dois. Rachid nunca havia presenciado algo como aquilo.Se eu fosse o rei Fortrek, jamais nos levaria a sério.— Senhor conjurador, minha cara Penny, nosso inimigo está a nossa frente.— Se preocupa não oh da realeza, eu chuto o traseiro desse desgraçado depois.— Tenta a sorte sua inútil.Sem que precisassem dizer mais nada um ao outro, o quinteto tomou suas posições.Ryan e Rachid deram o combate inicial. Ambos se serviam de estocadas. Fortrek se desviava dos ataques de modo tão rápido que parecia se teleportar durante a sua defesa.Penny e a alquimista passaram a dar
Parte 1Meses depoisO Monstrumtelum é um artefacto mágico que purifica a monstruosidade nos seres animados, mas não a dos seres inanimados, e as registra nas páginas do livro através de magia rúnica. Codificado através de uma imagem. A magia rúnica pode ser ativada com emissão de energia mágica do usuário do livro.Isso provoca uma invocação. O monstro contido nas páginas do livro é materializado.A sua personalidade é igual a personalidade do mago. Sua permanência fora do livro depende do nível de experiência e poder de emissão de energia mágica do usuário.Caso o mago fique desacordado ou o monstro seja destruído, ele retorna ao livro. A única forma de destruir a invoc
Numa época de heroísmo e bravura, quando o tempo enxergava seus primeiros milênios, o deus Allifar criou uma raça não humana para desafiar os seus iguais. Devido a sua violência e loucura, suas crias foram chamadas de monstros. Os monstros passaram a atacar o continente de Bralia. Eles destruíam e pilhavam tudo em seu caminho. Os humanos não tiveram outra saída e iniciaram uma verdadeira cruzada contra os seus inimigos. Os combates logo passaram a violentas guerras. Sob a proteção do seu deus, todos os monstros conseguiam usar magia divina, àquela executada pela fé do mago. Cada dia mais os humanos enfraqueciam, o exército de monstros conhecido como Caterva marchava para a conquista da vitória. A desesperança começou a brota nos corações e mentes de muitos que presenciavam o horror da guerra. Mas em meio ao sofrimento e o medo, surgiu um grande guerreiro