Parte 1
Ryan e Index acharam a ordem estranha. Mas o jovem adorava explorar as cidades e vilas com o seu fiel amigo, sua desconfiança não vinha da ordem em si, mas pelo fato de ninguém o estar acompanhando, ao menos, o que não significava que deixava de estar sendo vigiado. Recebera ordens também para não portar armas pelas ruas.
Depois de um farto desjejum, ele e Index saíram do castelo do sultão e atravessaram o pátio central envolta do portão real. O garoto reparou na destruição do estábulo real onde alguns homens trabalhavam na limpeza.
Calumy pedia para que ele saísse sem o livro nessas ocasiões. Mas depois de alguma discussão, ambos concordaram que era mais seguro que estivesse com ele.
— E então Ryan, o que você vai fazer?
— Eu quero comer esfirras e cuscuz recheado.
— Eu te ad
Parte 1O garoto abriu os olhos. Uma brisa fresca entrou pela janela, balançando as cortinas brancas. Ele ergueu-se da cama, sentou-se recostado a cabeceira.― Ah! A bela adormecida acordou.― Argh!Os olhos de Ryan se esbugalharam. Calumy estava sentado ao lado dele. Bebericando uma xícara de café com as pernas cruzadas.O jovem não percebeu a presença do servo de Zendar no recinto.― Calumy!― Sim, fiquei um dia e uma noite te vigiando. Seu quadro só se estabilizou no entardecer. Todos nós ficamos preocupados. A Jasmin chorou muito. E a bola de carne maldita ficou aqui esse tempo todo.O filho de Rynal olhou para os seus pés. O Guardião do Monstrumtelum roncava deitado na beirada da cama. O livro estava num criado-mudo ao lado.― Eu dormi por um dia inteiro?― Você apagou depois da luta.Depois o mago-espadachim abaixou
Parte 1O sol inclinava seus raios para as ruas de Oásis. O Sultanato acordou em contemplação naquele dia. Do castelo, ao invés da marcha de um exército de alfarazes, apenas um quinteto de personagens se deslocava.Todo o povo fez um extenso corredor das portas da sede do governo ao portal central.E todos os oasianos aplaudiam. A Companhia de Libertadores lutaria sozinha por um dia e uma noite contra o próprio rei dos monstros lá fora. Isso era uma demonstração de coragem nunca antes vista.E por onde passavam, as pessoas retiravam suas túnicas e casacas e as lançavam ao chão, como se fosse em honra a reis conquistadores. As mulheres jogavam flores e perfumes.Jasmin percebeu que Rachid, embora fosse um alfaraz, estava a pé assim como eles:— Onde está o seu cavalo ginete?— Se os meus amigos lutam a pé
Parte 1Enquanto Calumy tentava esganar Penny, a ladina dava língua ao conjurador. A turma do deixa disso se colocou entre os dois. Rachid nunca havia presenciado algo como aquilo.Se eu fosse o rei Fortrek, jamais nos levaria a sério.— Senhor conjurador, minha cara Penny, nosso inimigo está a nossa frente.— Se preocupa não oh da realeza, eu chuto o traseiro desse desgraçado depois.— Tenta a sorte sua inútil.Sem que precisassem dizer mais nada um ao outro, o quinteto tomou suas posições.Ryan e Rachid deram o combate inicial. Ambos se serviam de estocadas. Fortrek se desviava dos ataques de modo tão rápido que parecia se teleportar durante a sua defesa.Penny e a alquimista passaram a dar
Parte 1Meses depoisO Monstrumtelum é um artefacto mágico que purifica a monstruosidade nos seres animados, mas não a dos seres inanimados, e as registra nas páginas do livro através de magia rúnica. Codificado através de uma imagem. A magia rúnica pode ser ativada com emissão de energia mágica do usuário do livro.Isso provoca uma invocação. O monstro contido nas páginas do livro é materializado.A sua personalidade é igual a personalidade do mago. Sua permanência fora do livro depende do nível de experiência e poder de emissão de energia mágica do usuário.Caso o mago fique desacordado ou o monstro seja destruído, ele retorna ao livro. A única forma de destruir a invoc
Numa época de heroísmo e bravura, quando o tempo enxergava seus primeiros milênios, o deus Allifar criou uma raça não humana para desafiar os seus iguais. Devido a sua violência e loucura, suas crias foram chamadas de monstros. Os monstros passaram a atacar o continente de Bralia. Eles destruíam e pilhavam tudo em seu caminho. Os humanos não tiveram outra saída e iniciaram uma verdadeira cruzada contra os seus inimigos. Os combates logo passaram a violentas guerras. Sob a proteção do seu deus, todos os monstros conseguiam usar magia divina, àquela executada pela fé do mago. Cada dia mais os humanos enfraqueciam, o exército de monstros conhecido como Caterva marchava para a conquista da vitória. A desesperança começou a brota nos corações e mentes de muitos que presenciavam o horror da guerra. Mas em meio ao sofrimento e o medo, surgiu um grande guerreiro
Parte 1Ryan apontou a mão direita para o alvo e se certificou de que não erraria. Depois firmou o pé direito no chão, pôs o esquerdo um pouco atrás e respirou fundo.Uma gota de suor escorreu pelo rosto de pele negra. A pedra estava a cerca de trinta metros de distância. Ele deixou a sua energia mágica fluir até a palma da mão. A energia formou feixes de luzes espirais, que vinham para o interior da palma.Logo os feixes se concentraram e formaram uma esfera de energia brilhante. Com um arremesso rápido, ele lançou a esfera de energia gritando a recitação:— Projétil de Luz.Ela provocou uma lufada de vento que lambeu os cabelos cacheados de Ryan. A esfera bamboleou em alta velocidade. Antes de chegar ao alvo, o garoto já festej
Parte 1Passada a rede de esgoto, para admiração de Ryan e Calumy, eles chegaram até o que podia se passar por uma cidade.A iluminação era feita a base de lampiões, o que concedia um clima sombrio e um tanto frio. Mas o odor forte do esgoto já havia passado. Centenas de pessoas estavam acampadas. O acampamento rebelde estava concentrado num bolsão revestido de mármore.— Esse é o nosso refúgio, a Cidade Subterrânea, ela foi construída na Primeira Grande Guerra para proteger os flandinos da Caterva. Agora serve a esse propósito uma vez mais.O espadachim retirou a mordaça de Calumy, e este aliviado sorveu o ar guloso.— Tenho que reconhecer a inteligência dos flandinos, mas não é um pouco pequeno pra tanta gente?— Não meu caro conjurador, este é apenas um dos vári
Parte 1Ryan tinha Index empoleirado no topo da cabeça. Derick e Dumas vasculhavam o alojamento em busca de um misterioso objeto.Quando ele foi finalmente encontrado, o mestre de armas deu um enorme sorriso.Para Calumy que também assistia a cena, não viu nada demais, entretanto ficou em silêncio. Ryan também parecia decepcionado.— Esta será a sua espada de treino.— Uma espada bastarda?Calumy não conteve a língua. Index voou em volta da espada que tinha cabo de madeira, uma guarda em formato de cruz e dois gumes. Ela tinha uma bainha de couro cru.— Não é uma espada comum, ela é uma lâmina de treinamento flandina.Dumas sorriu e a jogou para o garoto que a pegou no ar de modo desajeitado.— Mestre Derick, eu peço desculpas se estou sendo ousado, mas como essa espada irá me ajudar?