Ethan fora seguro por Sorion.
— Eles não estão aí. – O moreno falou puxando o loiro enquanto algumas pessoas chegavam ao local enquanto a casa era consumida pelas chamas.
— Algum deles estaria do lado de fora e não partiriam sem que todos saíssem da casa. – Storm falou enquanto se escondiam em uma rua mais escura.
— Boyce é muito pequeno. – Ethan falou massageando as têmporas em sinal de preocupação.
— Vamos. – Sorion apontou para o corpo de um soldado caído no caminho. – Eles não estão longe e precisam de nós.
Feyre corria escutando os passos de Tiana logo atrá
— Não comece. – Taramir respondeu ríspido e a loira mordeu o lábio em desgosto, o albino se virou para uma empregada que estava ao lado de Simonis . – Leve-as à sala de banho e providencie roupas limpas para as damas.— Espera! – Simonis gritou enquanto Tiana a encarava. – Vai tratar essas duas escravas como damas? Você só pode estar louco. Isso é inaceitável.Taramir caminhou calmamente até parar na frente da mulher que lhe sorriu.— Aconselho a dar sua opinião quando alguém a pedir. – Falou baixo fazendo com que a loira baixasse o olhar, Taramir encarou a escrava ao lado da loira. – Sou eu quem manda, ninguém mais. Providencie banho, roupas e
O grito permaneceu preso na garganta da loira e a dor veio profunda, a mão esquerda tateou sem sucesso enquanto escutava Feyre se debater, parecia brigar com alguém.Não importava.Os joelhos cederam e por fim o grito de horror veio, o chão frio a abraçou enquanto a dor parecia cruzar o corpo como uma flecha, os olhos verdes focaram no braço direito enquanto Taramir a encarava curioso com cada reação, ela queria matá-lo, fechou o punho e outra dor veio enquanto o cérebro não conseguia a resposta da mão.Feyre se debatia contra o guarda que a segurava com força. Taramir fez um movimento com a cabeça e a morena fora solta correndo para o lado de Tiana, a pele reagiu ao sangue pegajoso do ch&
Taramir sempre teve tudo o que queria, até o que não queria era dele e Simonis era a prova disso. Ele nunca a quis, mas a princesinha dos nobres fora designada a ele e era quase uma obrigação que se casassem, depois do banho de sangue ocorrido na casa de Severus o próprio Alejandro o aconselhou a se casar com a loira e ele o fez, Simonis contou sobre como os senhores foram mortos por Ethan e Feyre, mas o albino não acreditou muito que a morena de olhos claros pudesse matar a senhora Mariana com uma espada, mas tudo bem o próprio Alejandro acreditou.— Feyre solicita a sua presença. – Um guarda parou a porta do quarto fazendo com que Simonis levantasse o olhar.— A escrava passará a dar ordens no General? – Perguntou em tom zombeteiro, mas a mágoa prese
A espada que o loiro trazia abriu a barriga de um guarda e Ethan sorriu ao vê-lo tentar segurar as próprias tripas, um outro jogou a espada no chão quando Storm o olhou, mas não havia rendição, não haviam qualquer um que pudesse se arrepender e ele sabia que aqueles homens jurariam fidelidade a Hades se fossem para poupar sua vida, não conheciam de honra, não conheciam sobre proteger pessoas que amam de verdade.— Onde elas estão? – Storm perguntou com raiva, os olhos escuros analisavam toda e qualquer expressão, todos os barulhos, os olhares.— Estão nas ruínas, existe uma passagem que leva pra lá, Taramir as levou. – O de cabelos castanhos respondeu e Storm suspirou cravando a espada no peito do homem.<
O corpo de Tiana estava estendido no chão e Storm tinha total consciência de onde ela estava, planejava levar aquela luta para mais distante, mesmo na morte cuidaria da loira, mas o ódio parecia falar mais alto que o bom senso e o sentia em cada célula de seu corpo. O primeiro homem parecia uma criança segurando uma espada de madeira, mal conseguia erguê-la na altura de seu próprio quadril, o Storm o chutou no estômago e ele pareceu não saber como respirar enquanto estava caído no chão, o segundo foi rápido e socou o rosto de Storm, o moreno caiu para o lado e sorriu o encarando. Não se importava em morrer, abraçaria a morte e levaria mais almas consigo e sorriria ao encontrar Tiana onde quer que ela estivesse esperando por ele. O gosto do sangue preencheu sua boca com a mesma velocidade que ele girou no chão agarrando a
Feyre não ousou abrir os olhos, a dor na lateral do corpo praticamente não existia mais e isso lhe dava quase a certeza de que havia morrido. Sorion aparecera enquanto Ethan e Taramir se enfrentavam e logo depois tudo escureceu, certo. Havia mesmo morrido e a morte não era nada como as pessoas falavam. Não era fria ou quente, era morna. Não havia nenhuma luz no fim de tudo, só havia escuridão e solidão. O calor morno que sentia ao seu lado pareceu se mover e ela continuou quieta, alguns barulhos se misturavam e ela ainda parecia não ter acordado completamente para a nova vida, ou a morte.— Mama. – Ela quase riu de si mesma, Boyce estava bem e acreditava que seu amor por Ethan os uniria na morte, se ele não estava com ela ali era porque de alguma forma estava vivo e tudo bem, valia a pena viver
Tiana olhava para o horizonte enquanto o céu se coloria de laranja em tons claros e quentes. O telhado da casa era solitário, mas não era silencioso. Podia escutar Feyre ensinando Boyce a falar algo relacionado a Ethan, o menino insistia em chamá-lo de Loba dandara o que saía mais ou menos como um idioma na voz do bebê e o Collins sempre acabava irritado enquanto Sorion ria, na verdade quem ensinava o pequeno a chamar o pai assim era Vanessa, mas o loiro nem desconfiava. A Santoro suspirou deixando que o ar saísse devagar de seus pulmões. O braço, ou pedaço que sobrara dele, estava completamente cicatrizado mas ainda sentia pontadas doloridas que se espalhavam até os ombros, Soraya falava que era apenas seu cérebro se acostumando com a falta de um membro, Feyre sempre procurava conversar com si e mesmo com seu silêncio a morena ainda
O inverno de Sandara não passava de uma estação marcada no calendário, em nada seu clima mudava. O calor constante castigava os mais pobres pela falta de recursos ou mesmo de água e a cidade fedia. Uma mistura de mijo, suor, fezes, sangue e putrefação. Os corpos resultantes da guerra ainda que fossem jogados em campos fora da cidade ainda deixavam o rastro de fedor que o vento insistia em trazer e com isso as doenças também assolavam o lugar. As crianças tinham barrigas maiores que as cabeças, ainda que não comessem quase nada e os adultos tinham feridas que se espalharam pelo corpo, isso era mais comum nos pedintes das ruas e nos escravos, o saneamento não existia e os excrementos corriam pela cidade em pequenas valas que passavam nos cantos das ruas.— As pessoas estão morrendo. &ndash