"Uma forte pontada se fez presente em minha cabeça, me fazendo sobressaltar rapidamente do lugar em que eu me encontrava deitada. Suspirei pesadamente, locomovendo minha mão sobre o colchão macio em que acordei naquela manhã chuvosa.
Me movimentei vagarosamente sobre o colchão, pôndo meus pés sobre o chão de madeira, ouvindo um leve ruído do assoalho assim que me levantei. Observei ao redor, lembrando-me perfeitamente daquela casa. Eu me lembrava daquele lugar, já havia sonhado com aquilo. Eu estava na mesma casa com a qual sonhei pela primeira vez, a mesma morada em que
Ao acordar novamente naquele lugar, mal conseguia me lembrar de como havia chegado até ali. Meu único desejo era poder me livrar da maldita dor de cabeça que percorreu até minhas pálpebras. Meus pulsos latejavam com a minha inútil tentativa de me mexer. Mordi meu lábio inferior ao sentir uma intensa fisgada na região dos meus recentes ferimentos.— Deveria ter aceitado minha ajuda quando lhe ofereci ontem a noite. — A mesma voz masculina se fez presente por ali, ecoando por entre as paredes. Brian se sentou na cadeira que encontrava-se de frente para a minha atual cela.— Já disse que não preciso da sua ajuda! — Disse firmemente, referindo-se aos meus machucados. Ele ajeitou rapidamente a sua postura quando um homem de aparentemente trinta anos adentrou sem nenhuma delicadeza o cômodo em que estávamos. Reparei que sua expressão também havia mu
Acordei sentindo um peso sobre a minha barriga. Busquei ignorar tal sensação, mas me sobressaltei levemente ao sentir uma mão tocandoo meu rosto. — Desculpa, não queria te assustar. — A garota sobre mim murmurou brincalhona. Um sorriso terno enfeitava os seus lábios. Suspirei pesadamente, esfregando suavemente minhas pálpebras. — Merda, não foi um sonho. — Comentei aliviada, observando novamente a garota sobre mim. Ela riu perante minhas palavras. — Não sabia que costumava sonhar comigo, amor. — Revirei os olhos com a ironia embutida em sua voz. Era uma idiota. Só podia ser. — Cala a boca, Verônica! — A empurrei suavemente para longe do meu corpo, ouvindo sua risada ao meu lado. — Nossa. Isso tudo são saudades da minha pessoa? — Ri com o quanto a minha melhor amiga conseguia ser uma idiota,
Poderia arriscar a dizer que não suportava mais acordar naquele maldito lugar. Era o quinto dia desde a última e estranha visita de Thomas à nossa cela. Mas as torturas não haviam parado. Dia após dia eles buscavam arrancar alguma informação útil de nós duas, porém sem obter qualquer êxito. A demora em achar alguma saída daquele lugar estavam fazendo-me enlouquecer aos poucos. Eu já não enxergava uma saída plausível diante daquele inferno. As marcas em meu corpo falavam por si mesmas. Cicatrizes de uma época que jamais seria esquecida.— Eliza, está me ouvindo? — Uma voz ecoou quase sem som perante aos meus ouvidos. Como um sussurro leve e calmo da brisa que costumava tocar nossos rostos. Como o sol brilhante e renascido que tocavam nossos corpos através de uma brecha presente na maldita cela em que estávamos apodr
"Lindos olhos esverdeados olhavam diretamente para mim, enquanto braços me esquentavam do frio que se encontrava naquela bela noite. Os cabelos daquela que me abraçava firmemente possuíam um tom de castanho escuro, com pequenas mexas rosas, caindo perfeitamente sobre suas costas. Sua pele extremamente alva apenas a tornavam mais bela. Parecia irreal tal beleza diante de mim.Aquela da qual o nome ainda me era desconhecido, pegou minha mão e beijou suavemente o dorso da mesma, olhando intensamente em meus olhos e se possível, despindo minha alma apenas com aquele olhar. Passei meus braços sobre seu ombro, juntando mais nossos corpos no processo. Ela sorriu em minha direção assim que juntei nossas testas, fechando meus olhos como consequência. Eu podia não fazer ideia de quem ela fosse, porém sua presença me fazia bem, como há m
E lá estava eu novamente, porém, aquele lugar era diferentedetodos os outros em que já estive em meus sonhos. Eu me encontrava em uma montanha que não seria capaz de afirmar o lugar com exatidão.Anevecaia livremente por ali, formando um belo caminho de gelo. Caminhei vagarosamente por aquela estranha montanha, até ouvir uma voz conhecida por mim:—Henry, o que faremos? — Segui aquela voz meio sussurrada, parando em frente à uma assustadora caverna. A escuridão predominava por ali, me sendo capaz apenas de ouvir suas vozes.Porém, apesar do medo que senti em relação a aquele lugar, entrei por e
O mundo pareceu sumir por alguns segundos.Após alguns minutos ainda observando aqueles belos olhos esverdeados, sobre o corpo da mesma garota que habitava em meus mais diversos sonhos, ouvi sua voz murmurar:— Não te ensinaram a olhar por onde anda, princesinha? — Suas feições eram puramente debochadas. Sua voz rouca veio carregada de sarcasmo.Nossos rostos estavam perigosamente perto, sendo capaz de sentir o ar gélido sair por sua boca. Por míseros segundos, me perdi lentamente no movimento que seus lábios fizeram ao pronunciar tais palavras.Porém, após sua fala, a garota que ainda permanecia sob mim, segurou fortemente em minha cintura, invertendo
Segui caminhando incansavelmente por aqueles imensos corredores. Estava procurando alguém que pudesse me esclarecer aonde eu poderia me esconder nem que fosse por instantes, já que eu não poderia ficar no terraço. Até que, repentinamente, avistei Allyson ao longe, andando despreocupadamente.Aumentei gradativamente o passo, tentando alcança-la.— Allyson! — Chamei-a enquanto ainda andava rapidamente em sua direção. Ela se assustou levemente ao ouvir minha voz, virando-se logo em seguida. Aumentei meus passos, até chegar ao seu lado. Começamos a caminhar lentamente por aqueles infinitos corredores, em silêncio.— Por acaso você conhece algum lugar aonde eu possa me esconder por tempo indeterminado? — Minha voz soou sarcás
O estranho homem de cabelos negros continuava me observando perturbado, pasmo. Seus olhos percorreram por todo o meu rosto e corpo, porém seu recente questionamento ainda habitava em um lugar extremamente oculto da minha mente, trazendo-me diversas lembranças em relação ao casal com o qual eu insistia em sonhar.— Sente-se. — O diretor ordenou após alguns segundos em silêncio, apontando para a cadeira ao lado daquela garota tão familiar aos meus olhos. Caminhei vagarosamente até lá, ordenando minhas pernas a se locomoverem conforme minha vontade, já que cada parte do meu corpo pareciam estar petrificadas, dificultando assim, minha recente locomoção.— O que ela faz aqui? — Indiquei na direção da garota que estava ao m