Madelaine estava fazendo sua melhor cara de paisagem, demorando como quem não queria nada demais, mesmo sabendo que o restaurante estava cheio com os amigos do príncipe e a festa toda pronta para recebê-lo.
— Vamos! — Christopher foi andando na frente e Madelaine fez questão de atrasar o passo, para que ele abrisse a porta. Mesmo seu amigo sendo sempre um verdadeiro príncipe quando se tratava de gentilezas, ela queira que ele tivesse a surpresa genuína. — Sabe... — Começou ele,tirando o capacete, colocando a mão na maçaneta da porta. — Eu estou morrendo de vontade de irm-— SURPRESAAAAAAAA!!! — Gritaram todos os amigos de Christopher , jogando confete e glitter nele e consequentemente em Madelaine , que vinha logo atrás. Thomas, Sarah, Brandon, Tina, Taylor e até mesmo Kurt, seu antigo segurança, estava lá. O rapaz viu vários deles com celulares nas mãos, para registrarem o momento de sua chegada. Vários assobios e salva de palmas também soavam no local, por conta da alegria por Chris ter tido essa importante conquista.— Parabéns, Mano! — Disse Thomas Scottfield, seu melhor amigo, vindo abraçar o loiro. Tinham quase a mesma altura, porém o cabelo espetado de Thomas o deixava mais alto. Estava vestido totalmente de preto, quase como Christopher , que só distinguia-se de Thomas pela jaqueta verde estilo militar. A família do rapaz trabalhava no ramo da advocacia em Carmelius, capital do Império , área que Thomas também trilhava. Ele e Christopher tinham se conhecido na época de creche, como gostavam de dizer. Eram totalmente opostos de personalidade, mas de alguma forma, sempre deram certo juntos. A família de Tom era influente no Império e o pai dele, um amigo íntimo dos monarcas, que participavam das mesmas festas e ciclos sociais. Foi fácil para os meninos ficarem próximos por conta de terem o mesmo desgosto: ficar de roupa social enquanto queriam sair pelos jardins reais para subirem em árvores.— Vocês fizeram tudo isso pelas minhas costas?! — Ralhou o loiro com um sorriso, fazendo uma pequena covinha aparecer em sua bochecha. — Nossa... Obrigado pessoal! — Christopher viu os olhos castanhos escuros de Thomas brilharem com uma iluminação diferente da que permeia o ambiente. Os olhos do próprio príncipe analisaram o lugar, percebendo que estavam presentes também pessoas de sua turma e alguns colegas que fez na Universidade. Ele olhou para Madelaine, que observara sua reação. — Você também sabia de tudo, não é, Mady? Essas coisas são a sua cara.A moça assentiu, balançando um pouco a cabeça, tentando tirar parte do glitter de seu cabelo ruivo, que já não precisava de muito para aparecer. Ela gostava de fazer surpresas para os amigos, mas não era a mais adepta quando se tratava de comemorações.— Claro que sabia! Fiquei com a parte mais difícil, convencer o senhor Bartolomeu em ceder o espaço — afirmou, referindo-se ao dono do restaurante. Mesmo sendo para a festa surpresa do Príncipe Imperial, Bartolomeu, proprietário do estabelecimento colocou várias regras por causa dos jovens. Só após Madelaine prometer que não seria nada no estilo sexo, drogas e rock roll que ele alugou o espaço, cobrando um preço bem salgado, só porque sabia que os jovens tinham condições de pagar e devido principalmente por quem era o homenageado. Eles sempre iam ao Bombs e claro que as visitas do príncipe renderem algum bom dinheiro para o dono, que não tinha vergonha de atrelar a imagem de Christopher a seu restaurante.— Eu e Sarah tivemos a ideia. Falamos com todo mundo e estamos aqui — comentou Thomas como se fosse algo óbvio, revirando os olhos, mas ainda assim dando um meio sorriso. Na parede estava escrito “Cuida bem do nosso dinheiro, senhor Economista”, com cédulas de dólares, onde no centro se via o rosto de Christopher . O Bombs não estava como sempre. Suas mesas estavam dispostas de uma forma circular, com uma tela de karaokê enorme no centro. A iluminação estava era feita por uma bola estilo anos 80, que dava um ar alegre ao lugar. Bem a cara de Christopher, que apesar de ser um cara discreto se comparado a outros príncipes europeus, gostava de se divertir.— Scottfield, você não vai ganhar a minha glória — reclamou Tina , a loira de cabelos longos e olhos azuis, namorada de Brandon, aparecendo logo atrás de Thomas para cumprimentar Christopher. — Eu que bolei a decoração, não esqueça! — Completou com um olhar afiado para o advogado, já que era uma desing de interiores, antes de abraçar Christopher. — Parabéns, Chris! Estamos todos felizes pela sua graduação! Eu já passei pela sabatina da banca de orientação e não foi fácil, mas nada como uma conquista nossa, não é?Brandon apareceu logo após Tina, tirando mais uma foto de Christopher com um flash cegante, com uma de suas câmeras. O irmão de Mady tinha a fotografia como hobby e sempre registrava os momentos da turma, tendo uma câmera em mãos para ‘’paralisar a arte eternamente’’, como gostava de dizer. Além disso, tinha se formado em Relações Internacionais no ano anterior e trabalhava na área de diplomacia no governo.Antes de ir para lá, ele deve ter deixado a irmã deles em casa, já que a mesma ainda era uma adolescente e seus pais, um tanto rígidos quando o assunto era bebidas.— Parabéns, cara! Mesmo sendo artista, tive que passar por essa fase péssima. Fica pior, agora vem a pós-graduação! — debochou, fazendo os presentes rirem.— Vamos guardar essas coisas e sentar — Interrompeu Taylor, referindo-se aos capacetes que Madelaine e o príncipe seguravam. Mesmo jovem, o rapaz já era o principal nome de sucessão na cadeira de Conselheiro Imperial para Christopher, assim como o tio dele era para o Imperador Marcus. Junto de Brandon, irmão de Madelaine, Taylor Reed havia se formado em relações internacionais. Era conhecido por ser um gênio de estratégia e por ser próximo de Brandon, acabou entrando no ciclo de amigos íntimos de Chris.— Os outros também querem te cumprimentar — Taylor apertou a mão de Christopher e depois o puxou para um abraço com direito a tapinhas nas costas. — Esperamos que você se divirta essa noite! Parabéns, meu irmão!Christopher foi, como um bom anfitrião, cumprimentar os outros, recebendo mais elogios e abraços. Estava radiante como Madelaine não via há algum tempo. A pressão que o final da graduação colocou nele era visível para todos e ela sabia que ele precisava de um momento como aquele. Depois de deixar seu capacete em uma das mesas, onde estavam as outras coisas pessoais, a garota aproveitou para ir até o banheiro, onde encontrou Sarah, namorada de Thomas, retocando os lábios com um gloss cintilante.— Sarah, oi! - Cumprimentou Madelaine , sendo gentil. A verdade era que achava a estudante de medicina meio… estranha. A garota possuía castanhos e olhos verdes esmeralda, com a pele clara e era centímetros mais alta do que Madeleine. Ela passou a andar com eles após o início do namoro com Thomas, há quase dois anos. Mesmo com todo esse tempo de convivência em um nível social, tinha impressão de que Sarah não gostava dela, mesmo que agisse com simpatia quando via Mady. Talvez fosse porque mesmo estando no mesmo grupo, não tinham feito grandes laços de amizade. Ou tinha outra coisa a mais que Mady ainda não sabia, mas iria saber.— Ah, é você! — Respondeu para Madelaine pelo reflexo do espelho, olhando disfarçadamente como a recém-chegada estava vestida. Não tinha mais tantas meninas como convidadas, mas a expressão de tédio que Sarah direcionou para Mady foi bem estranha.— Christopher já chegou? — Perguntou Sarah, arrumando as alças de seu vestido rosé no pescoço, deixando mais o decote em evidência. Madelaine assentiu, agora ao lado dela, enquanto retirava seu batom de dentro da bolsa pequenina que levava, para aplicar uma nova camada.— Que pergunta idiota, não foi? — Disse Sarah retoricamente e o rolar de olhos que ela deu foi teatral. — Se você chegou, é óbvio que ele também.Madelaine franziu um pouco as sobrancelhas, enquanto girava o bastão de seu batom.— Sim, nós viemos juntos. Eu fiquei de atrasar ele, lembra? — Perguntou Madelaine, passando o batom enquanto Sarah a olhava de lado, já que estavam lado a lado no balcão da pia do banheiro. Era o que tinham combinado no grupo feito por Thomas, há duas semanas.— Sim, foi o que eu quis dizer. — Ela sorriu um pouco, mas era um sorriso que não chegava aos olhos. — Vou indo, preciso parabenizar o Chris — Disse, saindo, jogando os cabelos sobre o ombro e rebolando mais do que precisava, na opinião de Mady. Quando abriu a porta, Sarah quase esbarrou em Tina, cunhada e amiga de Madelaine.— Opa, cuidado aí, Sarah! — pediu Tina ao passar pela porta, esta que Sarah fechou ao passar, deixando as amigas sozinhas, sem sequer responder — eu não sei como um cara tão divertido aguenta namorar uma garota chata como essa!— Tina! Ela vai ouvir!— Que ouça, não é nenhuma mentira!Não era, mas Mady sabia que não tinha nada a ver com aquilo, mesmo que ela tratasse o pessoal com certo desdém em alguns momentos. — Enfim, você está linda demais com esse vestido! Eu falei que seria uma boa compra! — Disse Tina convencida, abraçando a amiga pelos ombros. Tina era amiga de Mady há algum tempo e como nos clichês românticos dos livros que Mady adorava ler, sua melhor amiga evoluiu para cunhada e claro que foi Madelaine que serviu de cupido pra ea e Brandon, quando se conheceram na época do ensino médio. Foi nessa época que Tina veio para a capital com sua família de mudança, por causa do emprego de seu pai, que era gastrônomo e iria dirigir um restaurante com uma estrela Michelin lá. Já a loira de cabelos longos era uma design de interiores que amava moda e mesmo às vezes preferindo um estilo mais sexy e casual, era muito doce, o que conquistou o coração de Brandon, irmão mais velho de Madelaine. — Linda tá você com esses sapatos! — elogiou a amiga e foi sincera. T
Não era, mas Mady sabia que não tinha nada a ver com aquilo, mesmo que ela tratasse o pessoal com certo desdém em alguns momentos. — Enfim, você está linda demais com esse vestido! Eu falei que seria uma boa compra! — Disse Tina convencida, abraçando a amiga pelos ombros. Tina era amiga de Mady há algum tempo e como nos clichês românticos dos livros que Mady adorava ler, sua melhor amiga evoluiu para cunhada e claro que foi Madelaine que serviu de cupido pra ea e Brandon, quando se conheceram na época do ensino médio. Foi nessa época que Tina veio para a capital com sua família de mudança, por causa do emprego de seu pai, que era gastrônomo e iria dirigir um restaurante com uma estrela Michelin lá. Já a loira de cabelos longos era uma design de interiores que amava moda e mesmo às vezes preferindo um estilo mais sexy e casual, era muito doce, o que conquistou o coração de Brandon, irmão mais velho de Madelaine. — Linda tá você com esses sapatos! — elogiou a amiga e foi sincera. T
— Fiquei muito feliz quando o vi aqui. — Disse Christopher para Kurt, seu antigo sensei. Estavam sentados sozinhos, parte dos convidados já estava indo embora. O karaokê já tinha sido desligado e o restante do pessoal estava terminando os trabalhos.— Claro que eu não perderia algo assim, Christopher -sama. - Disse o outro. Kurt tinha trabalhado para a família real, era professor de karatê de Christopher . Durante toda a infância e adolescência do príncipe, tinha treinado o jovem, algo que só acabou quando o mais velho casou. Christopher treinava com outro mestre, David Samone.— Você sabe que não precisa me chamar assim. - Lembrou Christopher . Já estava um pouco alterado, mas ainda bem consciente. Kurt sorriu.— É um hábito que demora a morrer. Kareni não veio por causa que teve que ficar com Ayla que está resfriada, mas mandou parabéns. - Falou referindo-se a sua esposa e filha.— Ayla está bem? - Perguntou Christopher , olhando a feição de seu antigo mestre com atenção. A f
Brandon deixou Tina no apartamento que morava com o pai no centro da cidade e após, os irmãos Carter fizeram um caminho rápido e silencioso até sua casa. Madelaine subiu rapidamente as escadas para não acordar seus pais e Eva. Desejou boa noite ao seu irmão e entrou em seu quarto. Tirou suas sandálias baixas e desceu o zíper de seu vestido, porque tinha dançado mais do que achava que faria e estava suada, mesmo com a noite dando sinais de tempo mais frio, precisava tomar um banho para dormir. Talvez debaixo d'água seus pensamentos ficassem mais claros. Christopher estava muito estranho. Antes de tirar suas lingeries, certificou-se de fechar e travar as janelas de seu quarto. Chris tinha entrado por sua janela na semana anterior na madrugada. Enquanto entrava debaixo do chuveiro, mesmo com a certeza de que agora, diferente do dia em que eles dormiram juntos, o príncipe estava escoltado, era melhor previnir um susto do que remediar, como fez antes. Madelaine dormia, mas a vibração d
Christopher rolou em sua cama, tirando o travesseiro do rosto de seda. Mais uma noite ruim de sono, não importava quantos malditos fios egípcios tivessem seus lençóis, tem momentos que a cabeça de um homem é sua maior inimiga e a principal aliada da insônia. Essa coisa de arrumar uma noiva estava mexendo com sua sanidade. Também, não era para menos, porque acabou abrindo sua boca grande demais e falou uma besteira enorme para sua mãe.— Como a Senhora não sabe se eu tô com alguém? Nunca perguntou, fica só imaginando o que quer… — questionou-a, erguendo uma das sobrancelhas e dando a entender que estava namorando.Sua mãe quase deu pulinhos no lugar, dizendo um simples, “tudo bem”. Ela tinha virado o corredor e saiu gritando por Marcus, fazendo os empregados correrem para encontrar o Imperador pela grande casa real. O clima entre ele e sua mãe tinha sido completamente diferente na noite anterior. Se soubesse que ela iria reagir assim, talvez tivesse dito algo do tipo há algum tempo.
Madelaine caminhava pelo departamento de Letras com calma. Trocava um aceno ou outro com algum colega ou amiga. Estava próxima de terminar seu curso, então conhecia muitos estudantes que frequentavam as dependências. Muitos como ela, que cursavam letras, começaram por serem apaixonados por livros. Era comum que os alunos lotassem as aulas sobre estudos literários, escrita criativa, análise de clássicos e outras que conversavam com essa parte do programa de estudos. O sonho de Mady era dar aulas, quando começou a faculdade, mas agora, ela se sentia super impulsionada a tentar vagas em editoras, para ajudar na disseminação da leitura pelo reino. A jovem até pretendia estudar como caso um livro que foi sucesso de vendas na área do infantojuventil. Precisava só conseguir um orientador, mas sabia que talvez tivesse a resposta da senhora Gomez em breve. — Madelaine! — Chamou uma voz conhecida, fazendo a moça virar seu corpo em direção à garota. Quem estava chamando era Minzy, uma coleg
As costas de Christopher eram mais rígidas do que pedra. Ele tentava ao máximo se concentrar no trânsito que estava um pouco agitado por conta do horário. Tinha parecido fácil pensar em como falar com Madelaine sobre seu plano de fingirem estarem juntos e ela aceitar se casar com ele para valer, mas quando ele a viu, não conseguiu disfarçar um nervosismo que não sabia que iria sentir. Por isso estava tão calado. Com ela na garupa de sua moto, iam em direção a um dos parques da capital. Pela manhã, tinha dado ordens de prepararem um almoço para eles comerem juntos e solicitou que entregassem os quitutes lá. Tinha pedido também que a área onde iriam comer fosse isolada, uma das regalias de ser o príncipe herdeiro do império.Não sabia como aquela conversa iria acontecer e era algo completamente restrito a sua vida e a dela. Seria uma catástrofe se alguém ouvisse e outra aida maior se fosse flagrado o momento de Mady tirar suas bolas com as unhas, opção que o príncipe ainda não havia d
— Uma cerimônia, você assumiria o título de princesa e viveríamos juntos. Também teríamos que seguir o contrato nupcial. Existem várias cláusulas e algumas são passíveis de mudança. Resumindo, com tudo que tem direito.Ela ainda estava pasma com esse pedido. Jamais tinha imaginado algo assim, porque sempre sonhou com um amor tranquilo. Ele desenhou como se estivesse contando um roteiro de um dos muitos livros de romance natalinos que Mady lia quando chegava em dezembro. — Em todos os anos que somos amigos, eu sequer…— Pensou no meu título ou quem eu era — Completou ele o pensamento dela. — Mas é quem eu sou. — Christopher afirmou, porque ele poderia ter qualquer defeito, menos nojo de sua posição privilegiada. — O seu melhor amigo e o herdeiro real são a mesma pessoa. Nunca houve uma dissociação. — Tem certeza de que você não está cometendo um erro? Eu não tenho cacife para isso, Chris. Gosto de pintar as minhas unhas uma de cada cor e só ouço Lana Del Rey, isso não tem senti