Capítulo 02

Madelaine passou a mão em seus cabelos longos, virando um pouco na frente do espelho, vendo se o comprimento de seu vestido não estava muito curto.  Estava vestida pra se encontrar com Christopher, Thomas e a namorada do rapaz, Sarah. Brandon e Darla deveriam ir também. Ao menos era o que Christopher achava que ia acontecer. Seus amigos tinham fechado o restaurante predileto do príncipe para comemorarem sua defesa com uma festa surpresa, já que todos imaginavam que o momento da tarde seria algo mais formal e ele só iria dar as caras por conta da educação e etiqueta. A ideia partira dela e foi bem simples fazer com quem todos os amigos mais íntimos do príncipe topassem a ideia.

Quem o conhecia, sabia que ele era um cara simples, sem grandes ambições, se não fosse um príncipe herdeiro. Era o cara que gostava de cerveja e ver futebol, era quem Mady defendia com todas as forças quando via alguém falar mal por aí, como se ele não fosse nada além de impecável na frente de qualquer câmera ou meio midiático. O dia tinha começado com um grande holofote nele e respigava nas pessoas ao redor. Pela manhã, tinha acordado ansiosa para ir assistir a defesa de Christopher . Quando o viu subir no palanque e fazer a defesa de seu trabalho, não conseguia parar de sorrir. O loiro transparecia confiança, mas Madelaine , por todos os anos de amizade, sabia que ele estava nervoso, ao nota-lo limpar a mão, que provavelmente estava suada, na calça que usava. Após Christopher  encerrar sua apresentação de defesa, mesmo ela não entendendo muito de economia, sabia que ele tinha sido excelente em seus argumentos, quase não cabia em si de orgulho quando todos o aplaudiram pela incrível apresentação de seu melhor amigo. Era mais um momento da vida dele que ela acompanhava, pois seu vínculo tinha sido formado na infância. Ficou pouco tempo na “festinha” que a Imperatriz tinha preparado Como a moça tinha ajudado na organização, sabia que todas aquelas pessoas não deveriam estar ali. Sabia também que os bons costumes audrelianos impediriam qualquer pessoa de expulsar os convidados que não foram chamados, mas isso seria uma grande falta de educação, principalmente vindo da família real.

Agora, conferência seu batom vinho e a maquiagem com bastante iluminador, do jeito que gostava, para irem se divertir naquela noite. Não esqueceu de passar seu hidratante preferido, obviamente combinado com o perfume, antes de sair de seu espaçoso quarto, que estava uma grande bagunça por ela ter demorado horrores para enfim escolher uma roupa legal para a festinha que prometia ser ótima!

Ouviu o som de uma buzina e sabia que Christopher  tinha chegado para busca-lá. Ele havia mandando uma mensagem para Madelaine , avisando a moça de sua ida até a casa dela. A jovem pegou sua bolsa e telefone, saindo rapidamente de seu quarto e indo em direção as escadas. Sua casa tinha sido projetada por um amigo de seu pai, em estilo norte americano, saindo um pouco do tradicionalismo. Seus irmãos, Brandon e Eva, tinham ido ao cinema ver algum filme de terror que Madelaine  provavelmente odiaria, pois o rapaz precisava cumprir sua parte numa aposta que tinha feito com a irmã caçula e seus pais estavam em um evento beneficente naquela noite. O pai de Mady era um líder comunitário que ascendeu na carreira política, o que o levou a ser chamado para participar do Conselho que acompanhava o Imperador Marcus.

Quando seu pai entrou na política, além do status social de sua família ter mudado, o econômico também mudou, com sua mãe saindo do emprego de professora em uma pequena cresceu e tendo condições de cuidar dos três filhos diretamente em casa. Eles ficaram conhecidos na região pelo bom trabalho do pai e hoje, tinham uma condição financeira confortável. Tanto ela quanto o irmão estudavam na mesma universidade que Christopher, a melhor do império é uma das mais renomadas da Europa. Mady tinha ralado para conseguir sua vaga no curso de letras, porque herdou não só os cabelos cor de cobre de sua mãe, mas o gosto pela leitura e a vontade de trabalhar com livros foi alimentada por todo o acesso que teve desde a infância. Ela escrevia livros para plataformas de fãs para fãs quando era adolescente, com todos os membros da banda McFly sendo o alvo de suas peripécias românticas, dos onze anos até os dezesseis, coisa que ela negaria até a morte, mesmo que o HD de seu computador ter guardado as fanfics.

Ao abrir a porta, viu Christopher montado sobre sua moto, um modelo esportivo que Madelaine  nunca lembrava como se chamava,mesmo ele já tendo explicado inúmeras vezes. Era preta com laranja, as cores favoritas do rapaz. A moça o viu retirando o capacete, passando a mão no cabelo loiro. Madelaine  sabia que tinha ouvido a buzina certa de seu quarto. Olhou para seu vestido rodado. Aquilo não daria certo. Ela trancou a porta, guardando suas chaves na bolsa e caminhando em direção à seu melhor amigo. Suas sandálias baixas faziam um barulho suave nas pedras de mármore que formavam um caminho até a rua.

— Hey, Chris! —  cumprimentou Madelaine, abraçando Christopher meio de lado, por ele estar na moto esportiva. O cheiro da colônia dele era forte, algo com um toque de frescor e sândalo, numa combinação muito boa. —  Como vai meu novo economista favorito?

— Oi, Mady!  —  Disse ele sorrindo e estendendo um capacete em sua direção. —  Já estamos um pouco atrasados. Thomas já ligou enchendo a porra do meu saco. Ele disse pra irmos pro Bombs. Uma boa notícia. Dia da liberdade! —  Ele riu em comemoração, o que a fez se sentir alegre também. Dia da liberdade era o código que eles usavam quando o jovem não estava sendo seguido ou vigiado pelos seguranças da família. Mesmo que protegido de longe, Christopher  não gostava de ser vigiado.

— Maravilhosa, então vamos logo!  —  Mady vidrou com a notícia e colocou o capacete. Era bem comum andar de moto com Christopher. Mesmo depois das mães de ambos quase morrerem do coração quando o jovem começou a colecionar veículos e a insistir de pilotar quando fez 18 anos. Mady teve um pouco de medo no início, mas Christopher não era nenhum louco, mesmo gostando de correr. A ruiva segurou nos ombros de Christopher e subiu na rabeta, ajeitando - se sobre a moto. Acabava ficando um pouco inclinada sobre Christopher por conta do design inteligente do transporte. Seu vestido subiu drasticamente, deixando as coxas de Madelaine  a mostra.

— Posso ir? - Perguntou o loiro, após recolocar o capacete e enfiando a chave na ignição de novo.

— Ahn… acho que eu vou trocar de roupa. - Disse Madelaine , ouvindo sua voz abafada por causa da pressão nos ouvidos e de sua viseira, que já estava abaixada. - Esse vestido está muito curto... - E ficaria mais por causa do vento quando estivessem em movimento. Madelaine  viu Christopher  virar um pouco a cabeça, olhando sua perna, onde o vestido deixava um pouco mais da metade da coxa de Mady descoberta. O rapaz colocou a mão sobre a pele dela, fazendo a moça arregalar os olhos, coisa que ele não viu, claro. As pontas dos dedos dele puxaram um pouco o tecido verde claro, entretanto o pano não foi tão longe por simplesmente não ter mais pano.

— Não está tão curto assim.  Nós vamos chegar logo. —  Ele virou-se pra frente e girou a chave na ignição, ligando a moto e fazendo o motor roncar debaixo deles. Não tinha achado que ela estava tão descoberta assim. Estavam atrasados e Christopher  estava com fome. Madelaine estava estranhamente paralisada. Aquele toque tinha sido tão despretensioso  e .. estranho.

Christopher  girou o punho, acelerando a motociclieta. Madelaine apenas colocou as mãos na cintura do loiro. Não sabia porque, mas não queria abraçar ele, como sempre fazia quando estava em sua garupa. O rapaz baixou a viseira de seu capacete, suspirando e puxando os braços da ruiva para seu redor, fazendo-a abraça-lo e se inclinar sobre ele.

— Bem forte,Mady —  ordenou como já fizera tantas outras vezes. —  Se não, você pode cair.

Christopher saiu com a motocicleta, fazendo Madelaine aperta-lo um pouco. A saída sempre era a parte mais chata. Encostou a cabeça no ombro do loiro, sentindo ele acelerar e seguir um caminho que era comum pra eles. A moça queria que sua cabeça, como em outras vezes que aproveitara a viagem, reaprendesse o caminho que sempre faziam, mas o caminho no qual estava pensando era algo novo e totalmente ou quase totalmente desconhecido para ela.

Estava pensando no caminho que os dedos de seu melhor amigo havia traçado em sua pele.

O que era completamente estranho para ela , por não ter pensando nisso em outros momentos. O que estava acontecendo ali?

Os braços de Madelaine  estavam firmes ao redor de Christopher , mas estranhamente, ele sabia que ela não estava muito atenta. Não conseguia ver pelo retrovisor seu rosto, apenas o cabelo longo voar com a velocidade. O caminho ao Bombs foi bem rápido. Aquele era um trajeto que o loiro poderia fazer de olhos fechados, se não houvesse nenhum outro veículo nas ruas. As mesas do lado de fora do restaurante estavam todas ocupadas, mas a moça sabia que seus amigos só reservaram a parte de dentro, para que Christopher  não desconfiasse. O loiro parou em frente ao restaurante, fazendo com que algumas pessoas olhassem, tanto pelo barulho que o motor quanto por causa do modelo, um lançamento para poucos. Parou também para que Madelaine  descesse da moto e ele estacionasse. Não era algo que precisavam combinar, era hábito. Ela tomou cuidado para não “pagar calcinha”, ao descer, passando as mãos pela barra de seu vestido para deixá-lo alinhado. Christopher  levou a moto até o meio fio, estacionando e desligando o veículo. Desceu e viu Mady arrumar a franjinha sobre a testa com a pontas dos dedos, esperando-o.

O vento da noite de outono fazia o cabelo longo e acobreado de Madelaine  esvoaçar, fazendo-a rir sozinha. Ela não percebia, mas esses faziam parte dos momentos favoritos de Christopher ao observar a ruiva, quando Mady era ela mesma.

— Vamos entrar? O pessoal deve estar esperando a gente lá dentro.

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