— Uma cerimônia, você assumiria o título de princesa e viveríamos juntos. Também teríamos que seguir o contrato nupcial. Existem várias cláusulas e algumas são passíveis de mudança. Resumindo, com tudo que tem direito.Ela ainda estava pasma com esse pedido. Jamais tinha imaginado algo assim, porque sempre sonhou com um amor tranquilo. Ele desenhou como se estivesse contando um roteiro de um dos muitos livros de romance natalinos que Mady lia quando chegava em dezembro. — Em todos os anos que somos amigos, eu sequer…— Pensou no meu título ou quem eu era — Completou ele o pensamento dela. — Mas é quem eu sou. — Christopher afirmou, porque ele poderia ter qualquer defeito, menos nojo de sua posição privilegiada. — O seu melhor amigo e o herdeiro real são a mesma pessoa. Nunca houve uma dissociação. — Tem certeza de que você não está cometendo um erro? Eu não tenho cacife para isso, Chris. Gosto de pintar as minhas unhas uma de cada cor e só ouço Lana Del Rey, isso não tem senti
Depois de conversar mais com Christopher, Madelaine foi deixada em casa pelo rapaz e desceu da moto sem ao menos se despedir. A ficha estava realmente caindo, porque seus pés foram mais trôpegos do que de costume até a entrada de casa. Encaixou a chave na fechadura no automático e teve de olhar sobre o ombro para garantir que havia mesmo fechado a porta. Não estava em seu juízo perfeito, ou talvez, fosse seu juízo perfeito que estivesse em alerta para o almoço que teve e o choque ainda reverberava por seu corpo.Seu melhor amigo tinha pedido a moça em casamento e ainda por cima ela se tornaria princesa. A situação parecia tanto com os livros românticos que ela lia que seria algo cômico, se não fosse trágico. Nos livros, as mocinhas apaixonadas tinham duas opções viáveis: aceitar e tentar viver o seu “felizes para sempre” e “ou deixarem de lado para que o destino desse um jeito de colocá-las na frente de sua má escolha, que no caso, era não aceitar o pedido e quem sabe, nos finais abe
— Madelaine? Aconteceu alguma coisa? – Perguntou Christopher, surpreso por ela ter ligado. Fazia dias que não se falavam, sua amizade era assim, mas depois do almoço no parque e do pedido, tinha decidido dar espaço para ela. Acabou percebendo que talvez tivesse feito uma besteira, mas não conseguiu voltar atrás. Chris até tentou pegar o celular algumas vezes e mandar uma mensagem pedindo para que ela esquecesse tudo o que ele lhe pedira, mas o príncipe não conseguiu.Simplesmente não podia. — Estou indo aí! — Ela sabia que ele estava em casa, aos sábados a família Imperial almoçava junta quando o Imperador estava no Audrelix. – Pode ser?— Quer que eu vá buscá-la? – Perguntou o rapaz, pronto para se levantar, fazendo o tatuador parar de tocar em sua barriga. Estava vendo onde o desenho de sua tatuagem iria ficar em um estúdio de tatuagem montado em sua casa.— Não, eu... estou chegando já. – A voz dela estava séria e o maxilar dele estava tenso, sabendo que a conversa que teriam se
Ao ouvirem a porta fechar com um clique delicado, Madelaine e Christopher nem precisaram olhar para trás para verem que a Imperatriz tinha chegado. Os passos dela, mesmo suaves, eram audíveis, mas sua voz era o que tomava o recinto:— O que vocês estão fazendo ajoelhados? — Ela andava rápido e parecia um furacão. Ela caminhou até o marido e este pegou em sua mão, em sinal para que ela se acalmasse. – Estou esperando alguém dizer alguma coisa! — A Imperatriz os observou no por mais uns instantes e viu o anel que era dela brilhar na mão de Mady, além que ela não demorou pra entender aquele gesto dos jovens. — Vocês não.. não!— Vamos sair! – Disse Marcus, apertando a mão de sua esposa. – Iremos até a casa dos Carter. Acho que estes jovens devem ter a mesma conversa para todos nós.Era com Madelaine com quem Christopher estava todo esse tempo? A ruiva pensou, vendo suas mãos unidas no chão. Tinha visto aquela garota crescer e frequentar sua casa, mas não tinha nenhuma inclinação par
Madelaine sempre soube que dinheiro movia o mundo numa velocidade que ela não conhecia, mas teve essa certeza de forma inquestionável ao se dar conta de que isso dependia de quanto dinheiro estava disponível para tal. Estava noiva do Príncipe Imperial de Audelix há exatamente 14 dias e no mesmo dia que noivou, soube que se casaria 15 dias depois. Estava tudo uma loucura sem tamanho, já que seria o casamento do ano pelo circuito europeu de monarcas e o casamento do século no Império. Após o Imperador aceitar seu noivado e uma conversa a portas fechadas de seu pai, Christopher e Marcus, ela entrou realmente de cabeça no papel de noiva. As perguntas de sua mãe e da Imperatriz a bombardearam e ela, mesmo nunca tendo feito uma aula de teatro sequer, pensou com amargura que poderia ser contratada por algum diretor de cinema famoso por sua incrível atuação, ao responder todas as perguntas como se ela e Christopher fossem realmente namorados. Depois, jantaram todos juntos e o clima não po
— A gente vai poder se ver agora? Queria te falar uma coisa. — Perguntou Madelaine para Christopher em uma ligação. Ela tinha acabado de se despedir de Tina na última prova do vestido e seu casamento seria amanhã. Só conseguiu ficar sozinha com o loiro uma vez em 2 semanas. Precisava da presença dele pra não ter que fingir nada pra ninguém. Não sabia bem até onde poderia suportar aquelas circunstâncias, mas estava conseguindo.— Eu estou no estúdio de tatuagem aqui do castelo.. — Ele não precisou dizer que estava no palácio. Era o dia de fazer o símbolo real na pele dele e Madelaine estaria presente como uma boa noiva. Na verdade, Christopher disse que ficaria bem diante dos pais dele se ela estivesse lá durante o processo de tatuar.E claro que foi arranjado na agenda da “Noiva Imperial”.— OK. Eu vou até aí. — Ela desligou o celular, que estava sempre por perto. Estava se acostumando com partes do palácio que não conhecia tão bem assim, mesmo tendo corrido parte de sua infância e
Christopher e Madelaine chegaram até a garagem, onde uma longa fila de carros e motos estavam. Um dos seguranças tinha aprontado a moto do loiro perto da saída, onde o casal subiu e saíram do palácio real. O jovem disse a sua noiva que ela o apertasse bem, já que teria que sair em alta velocidade por causa dos curiosos e da imprensa. O portão foi aberto e eles passaram pelas pessoas com facilidade, chamando atenção por causa do barulho que a motocicleta fazia. Aquela sensação de liberdade que tinha quando saíam em alta velocidade fez seu estômago se acalmar e todas as borboletas que tinha lá dentro, darem uma pausa. Sequer se importou com o frio em sua pele ocasionado pelo vento ou precisar apertar Chris quando ele tinha a necessidade de fazer alguma curva ou diminuia a velocidade. Apenas deixou o queixo bem pertinho do ombro e viu os prédios passarem como um borrão, lavando seus olhos e sua cabeça de turbilhão constante que estava por lá.Madelaine não estava reconhecendo o local on
— É só que eu … — Ela não se conteve e acabou deixando escapar algumas lágrimas. A m*****a de sua ansiedade sempre dava as caras pelos olhos. — Nunca achei que faria algo assim, uma loucura como essa — Ela se referia ao casamento e a mudança súbita de rotina. — Se não estivesse apaixonada por alguém… eu… estou cansada e com dúvidas se… vou conseguir. — Ela estava soluçando um choro preso que não pode chorar na frente de ninguém. — Mas eu também... amo você. Isso tem que bastar para que a gente consiga fazer dar certo, não é?Christopher limpou seu rosto com os dedos e o vinco em sua testa deixava claro que ele odiava vê-la chorar.— Eu também tenho dúvidas e estou cansado, na verdade, exausto e não sei se vou conseguir também. E diferente de você, não posso desistir. Madelaine entendia aquilo muito bem. Chegaria um momento em que todo o império de Audelix estaria sobre os ombros dele e ela seria o seu encosto. Era por isso que estava ali. — Aprendi a honrar minha palavra com você. —