O dia seguinte foi pior. Minha mente insistia em me dizer que eu fui fraca, em ter simplesmente me deitado com o homem que havia matado minha irmã. Mas as opções que me era possíveis, era gritar aos quatro ventos o que havia acontecido e chamava a polícia ou simplesmente fazia o que fiz.
Eu tomei um banho de quase uma hora e ainda sentia como se estivesse rolado em todas as sujeiras que existe no mundo.
Não podia dizer que horas eram lá fora. Eu não conseguira dormir e muito menos ter forças para sair da cama. Gabriella, Juli e a própria Marta, vieram ao meu encontro milhares de vezes, com perguntas sobre a noite passada. Mas eu não as dizia nada. Parecia até que eu estava em estado de choque.
Já devia ter mais de vinte e quatro horas que eu estava acordada. Meu estomago urrava de fome, mas eu não tinha forças para sair da cama. Na verdade, eu nem queria sair.
— Chega!
A porta é aberta com força, mas eu nem me mexo.
— Levanta-se dessa cama, Maddie! — Era Marta.
Fico em silencio.
— Você precisa ir ao encontro de um cliente especial.
— Marta, eu não tenho forças para isso. — murmuro e resolvo me sentar.
Ela me olha de lado e suspira.
— O que aconteceu ontem? — ela se senta.
— Sexo.
— Tem que ter sido algo fora do comum, para que você esteja desse estado.
Eu queria poder confiar nela o suficiente, para lhe contar tudo. Mas ela não me passava uma energia muito boa, a ponto de isso acontecer.
— Que horas eu tenho de encontrar com esse tal cliente? — pergunto.
Marta fita-me.
— Às oito da noite. No apartamento dele. — diz. — Estou com o endereço. Tome um banho, coma alguma coisa e se arrume. Esteja bem elegante, pois o Sr. White merece.
Paraliso.
— Quem?
— White. Liam White. — ela se levanta — Você não pode ter esquecido do cara que pagou sessenta mil para dormir com você.
Sem falar mais nada, ela sai do quarto e me deixa mais uma vez sozinha.
Salto da cama e vou diretamente para o banheiro. Livro-me das roupas que usava e abro o chuveiro. Trato de tomar um banho rápido, porém perfumado. Depilo tudo o que há para ser depilado, enrolo-me na toalha e saio do banheiro. Depois de pegar a chave do cadeado e abrir o armário, pego um vestido preto e justo e visto-o, depois de vestir uma calcinha pequena e preta.
Acabo de me vestir e volto ao banheiro para fazer a maquiagem. Após preparar a pele, marco os olhos de preto e passo um batom na cor vinho.
Admiro-me por alguns segundos no espelho, quase esquecendo que estive na merda até alguns minutos atrás. Era completamente estranho como o fato de ver aquele homem, me deixou animada.
— Mad? Maddie?
— Sim? — me levanto e encaro Marta.
— O carro chegou.
— Ok.
Acompanho Marta para fora do quarto, ouvindo suas chatices de sempre.
— Preciso te lembrar das regras?
Reviro os olhos.
— Não.
— Ótimo. — ela abre a porta para mim. — Divirta-o. Deixe-o com vontade de mais.
— Pode deixar.
Ela me abraça rapidamente, dando me tempo apenas de fazer uma careta.
— Vá.
— Tchau.
Saio da casa e caminho até a calçada. Havia um carro preto e luxuoso parado ali. Ao lado dele, um homem alto, com terno e óculos escuros.
— Boa noite. — digo.
Ele não responde. Apenas abre a porta do carro e espera calmamente que eu entre. Assim faço.
[...]
A pequena viagem até o lugar onde eu deveria encontrar o Sr. White foi silenciosa e apreensiva. Aquele motorista não falava comigo e eu não tentava puxar assunto.
Quando o carro parou na frente de um prédio, eu olhei para fora.
— É aqui? — pergunto, esquecendo-me de que ele era mudo comigo.
— Desça. Fale para o homem no saguão o seu nome e ele dirá o andar.
Olho para a nuca dele e suspiro.
Ok.
Abro a porta e desço. O frio me atinge, fazendo-me com que me arrependa amargamente de ter esquecido um casaco.
Subo os três degraus que me distanciavam da entrada daquele luxuoso prédio. Era mais que óbvio, que aquele homem era multimilionário e não tinha problemas em esbanjar seu dinheiro.
— Boa noite, senhorita. Em que posso ajudá-la?
Olho para o homem de cabelos grisalhos atrás do balcão.
— Eu... — não sabia se devia ser direta. — Acho que Liam White está a minha espera.
— Sr. White? Como a senhorita se chama?
— hmmm... — brinco com o meu cabelo. — Tiffany.
Ele sorri.
— O apartamento dele é no décimo andar. Apartamento cento e dois.
— Obrigada.
Dou-lhe um sorriso e vou na direção dos elevadores. Os homens que me viam passando, viraram suas cabeças cheias de pensamentos impróprios, a fim de me comer com os olhos. Literalmente.
Aperto o botão de um dos elevadores e espero. Não demora para que ele desça e eu entre no mesmo. Ele era todo espelhado. Eu conseguia olhar meu visual de qualquer ângulo. Ajeito o meu liso e negro cabelo com as mãos e depois abaixo um pouco o vestido.
O elevador para e apita, informando que cheguei ao meu destino. Respiro fundo várias vezes, até encontrar a porta dele. Tinha uns três apartamentos naquele andar e o dele era o último do corredor.
Após mais uma respirada funda, aperto a campainha. Leva poucos segundos para que ele abra a porta, vestindo apenas uma calça de moletom cinza, que foi capaz de tirar todo o ar que preenchia meus pulmões.
— Olá, menina que não me diz seu nome verdadeiro.
Sorrio.
— Olá, Sr. White.
— Entra. Obedeço-o prontamente. O apartamento dele era maravilhoso. Enorme. E pelas escadas que eu podia ver, tinha segundo andar. Caminho pela sala, indo até a enorme estante. Havia várias fotos, com muitas pessoas diferentes. Tinha com um casal mais velho, que supostamente seriam seus pais. Tinha com quatro garotos. Um tinha cabelo colorido. — É a banda com quem você trabalha? — pergunto. — Como sabe que trabalho com uma banda? Viro-me e o encaro. Ele estava parado perto da porta, com os braços cruzados. — Tem uma menina lá... que pesquisou a sua vida. Mas eu não pedi! — me defendo. — Acredito em você. Balanço a bolsa em minha mão e suspiro. — Então... vamos começar? — Para que a pressa? Não vamos a lugar nenhum hoje. Nem amanhã. Sorrio. Vou passar a noite toda com ele. Gostei. — Vamos conversar. — diz. — Oi? — Vamos conversar. — repete e desgruda da par
Acordo sentindo uma respiração pesada no meu ouvido. Abro os olhos lentamente e vejo que estou no quarto de Liam. Não lembro de ter vindo para a cama. Lembro de beber vinho, comer pizza e assistir um filme de comédia. Como ele havia prometido. Agora vir para o quarto, não. Ele estava abraçado a mim de uma forma tão forte, que me faz pensar que qualquer coisa seria incapaz de nos desgrudar. Depois que lhe contei meu nome e o que havia acontecido, Liam não me fez pergunta alguma. Eu sentia que tinha sido precipitada em contar aquilo a ele tão rápido, mas meu coração estava em paz por ter finalmente falado sobre. Eu queria que fosse possível sair daquele abraço. Liam havia sido tão gentil comigo, que eu tinha planos de lhe fazer um café da manhã. Só para agradecer tal cavalheirismo. Mas ele não me soltava. O abraço dele era muito apertado. E bom. Depois de um tempo, eu desisto. Passo minha mão pelo seu braço e entrelaço meus dedos aos dele. Liam
— OLHA QUEM CHEGOU!Assusto-me com a barulhenta recepção de Gabriella. Ela e as outras meninas estavam limpando o salão.— Oi. — sorrio e aceno. — Querem ajuda?— Claro que não. Queremos informações.— Ahhh, Gabi, eu estou cansada.— Ele é mesmo quem a Ca disse ser?Ela parece não se importar com o que acabei de dizer.— É. E muito mais.Elas ficam eufóricas e falam entre si. Aproveito a deixa e escapo para o quarto. Estava quase chegando, quando a voz dela me faz parar.— Fez tudo certinho?Reviro os olhos.— Direitinho, Cíntia. Não há nada com o que se preocupar.— E ele te pagou?Franzo o cenho e me viro.— Que?— Ele pagou os seus serviços?— Não. Deve ter resolvido tudo com Marta. P
Eu observava de longe, enquanto Ryder falava com o filho. Nunca imaginei que veria esse tipo de coisa acontecer. Não atualmente.Quando percebo que o homem mandou que o garoto viesse até mim, termino de beber o drink em minha mão e deixo o copo de lado.Não sabia o que falar ou como agir com aquele menino tão inocente.Ele para na minha frente e eu lanço um sorriso encorajador.— Sou Ethan.Ele tinha uma voz rouca e fofa.— É um prazer conhecê-lo, Ethan. Podemos subir?— Já? — pergunta, assustado.Solto uma risada.— Não precisa se assustar. Só vamos sair daqui. Ir para um lugar silencioso.— Tu-tudo bem.Eu só conseguia achar graça daquilo.— Apenas me siga.Ethan pisca algumas vezes e assente.Caminho na direção da escada, capturando os olha
— Juro que estou muito surpreso de te encontrar por aqui. É do outro lado de onde você mora.— Eu sei. — viro-me para ele. — E pelo que me lembro, seu apartamento não é por aqui.Liam sorri.— Mas meu trabalho, é.Olho em volta. Com certeza um daqueles luxuosos prédios deveria ser onde ele trabalha.Liam estava usando terno e gravata. Uma cinza, que me lembrava muito um certo livro erótico. Eu conseguia imaginar nós dois em várias cenas daqueles livros. Acabo dando um sorriso, o que chama atenção dele.— Que foi? — Liam questiona.— Nada. Estava apenas pensando.— Por que não tomamos um café e você me conta seus pensamentos?— O café eu topo, mas é melhor eu manter meus pensamentos só comigo.Liam me encara e assente. Dou um passo à
— Ethan? O que faz aqui?Olho em volta, tentando ver se o pai dele estava por ali.— Precisamos conversar.— Eu sei, mas...— Agora, Maddie.— Ok! Vamos para o meu quarto.Caminho apressadamente no meio daquelas pessoas, indo na direção da escada. Para Ethan praticamente me obrigar a falar com ele, é porque o assunto deve ser sério.— O que aconteceu? — pergunto, assim que entro no quarto.— Meu pai.Ethan fecha a porta e começa a andar de um lado para o outro.— O que tem?— Ele descobriu tudo!— Tudo o que?— Você é burra ou se faz? SOBRE NÓS.Arregalo os olhos, diante daquele ser com cara inocente e atitude de homem idiota.— Ei! — o repreendo — Não é porque você está irritado que tem o direito de me insulta
— Só mais cinco minutos. — resmungo, virando para o outro lado.— Nem um minuto a mais. Acorda, Maddie.— Ah, Gabriella. — bufo. — O que quer?— Conversar.— Isso nós podemos fazer depois. Não na hora que estou dormindo.— Você não está mais dormindo.Bufo mais uma vez e me sento na cama.— Sobre o que quer falar? — ela sorri malicioso. — Não vou falar sobre ontem.— Ah Maddie, para. Você já me falou coisa pior.— Eu sei, mas ontem foi...Eu queria esconder dela o fato daquele cara ter me feito gozar. Ele não devia ter feito e eu não consegui me segurar o suficiente.— Horrível. — termino.Ela rola os olhos.— O loiro era lindo. Duvido que tenha sido horrível.— Mas foi! — exclamo.<
Talvez a música estivesse alta demais e eu ouvi errado. Ele não devia ter dito aquilo.— Como assim?— Simples. Vou até Marta, lhe faço uma oferta e pronto. Você não vai transar com mais ninguém além de mim.— Mas Liam... isso é por causa do Luke?— Não. Não é só por causa dele. É pelo jeito que te olham. — ele olha em volta. — Todos nessa sala te olham com desejo. Estão todos pensando em uma forma de pagar para ter você. E isso me deixa louco!Eu queria sorrir, mas não sabia como Liam ia se sentir.— Liam...— Que foi? Você não quer?— Eu? Por que eu não iria querer? — sorrio.— Não sei.— Só não quero que se arrependa depois.Liam coloca a mão no meu ombro, jogando meu cab