NÓS TRÊS

Até que escutamos:

__Nossa, casal de filmes? Sério?

Com isso nossa atenção é roubada bruscamente por uma terceira pessoa, é o irmão de Gustavo, Victor, ele aponta para sua moto, onde havia uma loira ali, parecia uma mulher safada e sem escrúpulos vestia, um short mínimo e uma blusa regata minúscula de barriga de fora e um decote exagerado, considerando que ele tem um enorme par de seio e pele bronzeada.

Minha atenção após passar pela mesma, logo se volta para Victor, irmão de Gustavo, o mesmo fala:

__Então, vamos?

Devolvo um olhar confuso para ele e para Gustavo e digo:

__Achei que a festa seria mais tarde.

Victor fala:

__E será… so estou chamando você para sair, comigo e com a...-Ele fala confuso- Débora?

A loira que seria a tal Débora, fala irritada:

__Manuela gato!

Eu seguro meu riso, a voz dela é terrivel, Victor revira seu olho azul, com isso digo:

__Tudo bem...-Olho para Gustavo que parecia estar incomodado com a situação- né?

Pergunto-lhe, e o mesmo fala:

__Claro.

Com isso logo me acomodo em minha bicicleta para começar a pedalar, mas, escuto Victor:

__Eu te dou carona Lorena, sobe aqui.

Manuela olha irritada para ele e fala:

__E eu?

Ele fala para ela:

__Você disse que queria carona para ir até à casa de sucos, não estamos longe, está logo ali.

Ele aponta para o local onde está a casa de sucos, e ela sai da moto dele irritada e empurra ele, o que não causa efeito algum sobre ele, que em seguida volta seu olhar para mim e me convida para subir em sua moto, eu digo:

__É que a bicicleta é minha mesma, não é alugada, então...

Victor me interrompe em seu tom carregado de charme e calma:

__Meu irmão esta com uma bicicleta alugada, ele pode usar a sua, claro… se você quiser.

Olho para Gustavo, ele respira fundo e leva a bicicleta alugada para junto das outras, e vai até mim e me pergunta se pode pegar, olho para Guto ele estava incomodado, e eu digo:

__Na verdade… aceito a carona do Guto.

Falo pensativa, ou seja, ele me carregaria na bicicleta, sorrio para ele, um sorriso sincero, eu notei que ele estava incomodado e ficaria chateado se eu escolhesse o irmão dele, então para preza pela nossa amizade e o que mais ela poderia se transformar, eu escolhi o Guto, e tanto ele quanto Victor ficam com uma expressão de surpresos pela minha atitude repentina, e eu digo:

__Relaxa rapazes, nossa parece que viram um fantasma.

Rio da cara deles, e com isso espero Gustavo pegar a minha bicicleta, ele sorri e monta em minha bicicleta eu me acomodo na frente, na parte de ferro, e digo para ele:

__Cuidado as pedras do caminho, eu não quero ficar com a bunda toda dolorida.

Ele ri e fala:

__Sim senhorita.

Victor comenta um pouco sério:

__Se você fosse de moto, não teria esse problema.

Retruco com Victor:

__Mas, meu amigo ficaria chateado comigo, e eu gosto de prezar minhas amizades.

Ele fica sem palavras, em seu olhar irritado tinha um certo brilho a mais envolvido, seus olhos fixam nos meus por um tempo, ele sorri de canto e coloca seu capacete, sobe na moto e fala para Gustavo:

__Espero você lá.

Gustavo assente, agora com um olhar suave e tranquilo, como antes, em seguida Victor dá partida na moto e parte dali, Gustavo olha para mim e fala:

__Você é única.

Eu sorrio para ele, era um elogio bonito, logo digo:

__Só estou escolhendo fazer o que é certo.

Com isso ele fala:

__Então se segure.

E com isso ele começa a pedalar e eu quase caio, rio muito e me agarro no guidom da bicicleta também, pois minha bicicleta não tem bagageiro, Gustavo ri de mim, e eu queria dar um tapa nele, mas, não poderia me soltar.

MOMENTOS DEPOIS...

Chegamos no tal lugar que os irmãos haviam combinado, era na Praia do Lami, tinha poucas pessoas, já que chegamos de noite, no início da noite, bem no final do pôr do sol, pegamos o final dela, e eu desço da bicicleta e corro para a beirada da praia, aquele pôr do sol era divino, pego meu celular da bolsa e tiro uma foto, e fico parada admirada, tinha mais alguém sentado na areia olhando para o pôr do sol, mas, eu não me atentei para ver quem era, simplesmente aquele pôr do sol era perfeito, as avaliações que os outros viajantes faziam do local não eram mentiras, é real.

Fico em silêncio, me sentindo renovada por minutos, até que escuto:

__É divino não é?

Olho para o chão e vejo Victor de calças jeans e sem camisa, ao seu lado estava sua blusa e jaqueta de couro e sapatos, eu não havia percebido que ele era a pessoa que estava sentada ali, logo escuto a voz de Guto, ele fala:

__Eu e meu irmão sempre gosta de vir aqui para assistir o pôr do sol, nos deixa...

Victor responde:

__Recarregados.

Após olhar de um para outro acompanhando suas falas, eu olho para o que restou do pôr do sol e comento:

__Concordo.

Sinto os olhares deles dois recair sobre mim, mas naquele momento, eu realmente não me importo, estava plena e me sentia flutuando.

Em seguida me sento no chão de areia, e do meu lado direito esta Victor e do lado esquerdo Gustavo, estávamos em silêncio por um tempo, nós três na mesma sintonia, calma e paz. Quem quebra o silêncio é Victor:

__Então você trabalha com meu irmão?

Sem olhar para ele responde automaticamente:

__Sim.

Em seguida sinto que Gustavo olha para Victor, e vice, e versa, mas, quando eu vou olhar para conferir, eles olham para a água, eu digo:

__Está tudo bem? Olha se eu tiver atrapalhando eu...- me levanto.

A mão de Victor me puxa por um lado e a de Gustavo do outro em unissimo som ambos dizem:

__Não vai.

Eu paro agachada, parada, pois como eu estava me levantando, nem consegui concluir meu ato, e me sento digo:

__Tudo bem, aliás, eu tenho que me arrumar né?

Victor fala:

__Não se preocupe com isso.

Eu olho para ele e digo:

__Se a festa não tiver exigências então ok, mesmo assim preciso de um banho.

Gustavo fala:

__Passamos em meu apartamento no caminho.

Olho para ele e retruco:

__E usar a mesma calcinha e sutiã? Eu não porca não guri.

Eles dois caem na risada, ele ria de minha irritação, Victor fala:

__relaxa no caminho compramos algo.

Eu ainda irritada digo:

__Eu tô pobre ainda, para sair gastando tchê!

Gustavo não conseguia falar mais nada e so ria nesse momento, e Victor fala:

__Nós compramos para você.

Digo irritada:

__Primeiro: sou pobre, não mendiga, ninguém precisa me comprar as coisas, eu tenho em casa, segundo: é intimidade demais sair comprando lagerie para mim, não sei qual o tipo de garotas vocês saem conhecendo, mas, eu não sou assim.

Victor olha me e fala:

__Isso é fato, você diferente, única.

Fico parada e calada olhando para ele, o mesmo fala:

__Eu te deixo em sua casa então quando estiveres pronta me liga eu te busco.

Ele me estende sua mão para que eu entregue meu celular para ele por o número de contato dele.

Assim eu faço, coloco meu número em seu celular, ficamos mais um tempo sentados, nós três admirando o que restava do pôs do sol. Até que eu sou a primeira a me reerguer, e olho para Victor digo:

__Acho que posso ir de bicicleta para casa, mas vou te ligar para me buscar.

Gustavo fala:

__Você sabe o caminho para voltar para sua casa.

Eu paro, penso e simplesmente digo:

__não.

Ou seja, eu teria que incomodar um deles para me levar, o que me tornava dependente de um deles naquele momento, eu particularmente não gostava de me sentir dependente de uma situação ou pessoa, sempre fui uma pessoa muito independente, me acostumei com isso.

Logo eu respiro fundo e digo:

__Ok.

Por fim só me resta aceitar a carona, olho para Guto e digo:

__Guto cuida da minha bicicleta ok?

Ele sorri e fala:

__Pode deixar.

Victor comenta com um tom cômico:

__Você gosta mesmo dessa bicicleta hein?

Olho para ele e digo:

__É o meu único meio de transporte aqui.

Ele fala:

__Eu posso te dar carona mais vezes.

Digo sincera e direta:

__Não gosto de me sentir dependente de alguém, para algo que eu gosto de ter minha liberdade e independência de fazer.

Porém, eu devia reconhecer que naquele momento eu estava necessitando de ajuda, e não tenho muitas escolhas.

Victor olha me, seu olhar tinha um certo ar de admiração e Gustavo carrega em seu olhar um ar curioso e interessado. Notando isso comento em um tom de brincadeira:

__Nossa, parece que vocês dois estão vendo uma alienígena.

Ambos riem e Victor, toma a frente se levanta e logo se prepara para me levar de moto para a minha casa.

MOMENTOS DEPOIS

Eu estava pronta, arrumada, banho tomado, salto preto, vestido vermelho justo ao corpo, maquiagem impecável e cabelo solto, meus cachos caiam em cascatas, então ligo para Victor, e peço para ele vir me buscar.

Eu pego minha bolsa, e espero Victor aparecer, depois de 30 minutos lutando contra o volume de meus cachos, escuto alguém bater na porta de minha casa, eu já imagino quem seja, então vou até à porta e a abro, assim que abro, Victor está ali, ele fica um bom tempo me observando desde o alto de minha cabeça até meus pés, eu sabia que ele estava me comendo com os olhos e gosto.

Sorrio de leve para ele após notar seu flerte sobre mim, retribuo, sem nem mesmo notar, foi um ato automático de minha parte para ele, Victor me fazia sentir borboletas no estômago, uma sensação diferente do que eu sentia quando eu estava com Gustavo.

Victor fala em um tom sincero, sem charme, que eu não havia escutado ele usar antes:

__Você está linda Lore.

Eu gostei de escutar ele sendo sincero comigo, e digo:

__Vic… posso te pedir uma coisa?

Nossas olhares se encontram agora e pousam um no outro, eu continuo ao notar que aquilo significa um sim:

__Seja sempre sincero comigo ok? Não me trate como você trata essas suas “amigas”.

Ele fala:

__As vezes a verdade dói.

Retruco no tom de conversa que estamos tendo:

__Errado, o engano, a mentira dói mais, faz mais estragos e maiores.

Ele fica pensativo e assente, com isso ele me oferece seu braço para que eu encaixe o meu e assim faço, tranco a porta de meu apartamento e saio, com isso ele fala:

__O que Gustavo falou, quando pedisse isso para ele?

Eu fico sem jeito, pois, era errado sentir algo mais forte pelo Victor sendo que eu passei a semana flertando o irmão dele? Respondo:

__Eu não pedi isso para ele...

Victor olha me pergunta me:

__Porque?

Seu olhar busca o meu de um forma ardente, que se eu ousasse retribuir, eu o beijaria ali mesmo, eu sentia algo intenso entre nós dois, uma conexão estranha e gostosa, e eu desvio meu olhar do seu digo:

__Não foi necessário ainda.

Com isso eu puxo ele comigo, para começar a sair dali logo, antes que o clima ficasse mais intenso e algo acabasse dando errado ali.

Vamos para a sua moto e eu paro de andar de repente, preocupada com o fato de eu ter me esquecido de algo como isso, ele viria de moto e eu estava de vestido justo e curto, digo:

__Eita droga...

Ele ri e tira sua jaqueta de couro e me alcança, enquanto fala:

__Toma, coloca amarrada na tua cintura e a parte das costas para a frente, vai te ajudar.

Eu assinto e digo:

__Obrigada, aliás você deve fazer isso com todas né?

Ele se aproxima de mim e sussurra no pé de meu ouvido:

__Na verdade as outras não chegam aos seus pés.

Eu reviro o olho e olho para ele, nossos rostos estavam centímetros um do outro, os pelos de minha pele arrepiam, mas, não me deixo levar pelo olhar lindo e azul dele, e seu semblante charmoso, seus lábio bem desenhados, eu digo:

__Essa frase é muito clichê, do tipo que se encontra em figurinha de chiclete Vic.

Respiro fundo, sem desgrudar meus olhos dos dele e pego a jaqueta do mesmo, amarro ela em minha cintura da forma como ele me orientou e viro me para a moto, meu corpo estava quente e em arrepios, ele sabia mexer comigo de uma forma que nem Gustavo sabia, seria porque Victor sabia ser charmoso? Eu não sabia responder, mas, ele me provocava de uma forma mais intensa.

Ele sobe na moto, e liga a mesma, ele olha me convidando me para subir na moto, em seguida eu subo e logo seguro em seu quadril, minhas mãos constatam que seu quadril é firme e duro, ao mesmo tempo que mesmo minha mão por sobre sua blusa sente a definição de seu músculo, eu fico sem palavras, mas, agradeço mentalmente por estar sentada atrás dele na moto, assim ele não está vendo minha expressão facial de admirada e gostando do que eu estava tocando, o caso seu quadril definido.

Não tarda muito para chegarmos na festa, o local parecia uma mansão de filme Norte americano, as estrelas deixavam o local muito mais atrativo, a música que soava o local, e as luzes coloridas, davam a impressão que eu estou numa casa de alguém muito bem financeiramente, vejo muitas mulheres de vestidos lindos, decotados e outros curtos, cor prata, dourado entre outros.

Eu me sentia mal vestida ali, e as mulheres olhavam para mim e para Victor, seus olhares eram de pouco amigas, o local é lindo, paredes brancas, o primeiro comodo que entramos é na sala onde tem um hall de entrada de chão de tabua corrida e um pequena escada de dois degraus, sem corrimão com isso descemos e na sala tinha um coquetel logo a direita perto da parede a luzes ali ficavam em tons de azul, havia pelo menos dez pessoas desconhecidas ali, umas no sofá outras na volta da mesa do coquetel, mas a pista de dança ainda não era ali, e mais ao fundo, do lado esquerdo havia uma escada de corrimão de vidro e que levaria para o andar acima.

Olhando para cima eu vejo Gustavo, ele estava escorado no parapeito do corredor de cima observando a festa, eu olho para ele, o mesmo me vê e sorri, então ele sai dali e começa a descer a escada, Victor estava ao meu lado, e fala:

__A melhor parte esta perto da piscina, tem a pista de dança lá na rua.

Ele vê Gustavo se aproximando e logo vai até à mesa de bebidas, coquiteis e pega dois, Gustavo se aproxima de mim e me cumprimenta com um beijo no rosto e me segura de leve pela minha cintura ele fala:

__Estou feliz que você veio.

Ele bebia algo e uma taça bem elegante, eu digo:

__Só por causa minha?

Meus olhos apontam para a secretária do CEO, digo:

__Aliás você já viu esse CEO alguma vez? Todo tempo que estivemos lá ele não colocou o nariz para fora da sala, parece até aqueles chefes metidos, nem conheço ele, mas, já odeio.

Escuto uma risada pequena, e noto que Victor estava atrás de mim ele me alcança um coquetel enquanto ele bebe outro, ele fala:

__Você já odeia é?

Gustavo sorri enquanto bebe, digo:

__Uma pessoa que não se apresenta aos seus colegas de trabalho, principalmente sendo o líder, não parece ser tão legal, penso que um líder cuida de sua equipe, e não apenas dá ordens.

Sinto novamente aquela sensação deles dois se entreolhando e eu olho para eles, logo eles param de se entre olhar, isso começava me soar estranho.

Ao olhar ao redor digo:

__De quem é essa casa? Tipo eu estou de penetra aqui, não me sinto tão a vontade assim.

Com isso tanto Victor quanto Gustavo ficam em silêncio, e minha atenção foi roubada quando vejo entrar pela porta dos fundos, onde estaria a piscina e a pista de dança, vejo entrar por ali meu primo, sim,… eu vejo Gabriel entrar por ali.

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