Nem Tudo é Conto de Fadas

Eu estava sem reação, sem saber o que dizer ou fazer, com isso noto que meu primo ainda não tinha me notado ali, eu torço para que ele não me note ainda, não sei bem o que conversar com ele depois daquela vez em que transamos em minha casa, eu nunca mais vi meu primo nem falei com o mesmo, e ultimamente as coisas entre eu,Victor e Gustavo estavam mais intensas.

Minha sorte dura pouco, pois em seguida meu primo me vê e começa a se aproximar de mim e dos gêmeos, eu respiro fundo, nervosa e bebo um gole grande do coquetel que Victor me ofereceu, enquanto fingia não ter visto meu primo e muito menos que ele se aproximava, com isso, escuto:

__Lorena?

Eu então engulo a seco o líquido em minha boca e volto minha atenção para meu primo fingindo somente nota lo agora, e digo:

__Gabriel?

Ele sorri-me, de uma forma sedutora e fala:

__É ótimo te ver aqui.

Eu não retribuo o ar sedutor, mas, sorrio amigável para ele e digo:

__Tu conhece o dono da festa?

Victor e Gustavo se entreolham e logo Victor fala:

__Vamos dançar um pouco, aproveitar a pista de dança.

Eu sinto a mão de Victor em meu braço, o mesmo me puxa com ele de forma suave que logo me faz acompanha lo, para fora dali, digo em sussurro para ele:

__Falei algo de errado?

Notei que Victor havia me puxado com ele, literalmente do nada, na verdade, foi após eu ter perguntado ao meu primo se ele conhecia o anfitrião da festa, e Victor me puxou com ele antes mesmo que meu primo pudesse me conceder alguma resposta sobre isso.

Victor nota minha confusão, e uma pontada de desconfiança, de que eu tenho sobre pensar que nem ele, e nem Gustavo, querem que eu saiba quem é o anfitrião do local, ele fala:

__Você parecia um pouco desconfortável.

O que não deixava de ser verdade, pois, a chegada de meu primo me lembrou do que fizemos naquele dia que ele me ajudou em casa, o banho que tomamos juntos, e isso me deixou um pouco desconfortável no momento, já que nesses últimos dias meu interesse entre Victor e Gustavo se estreitou mais, digo:

__Ele é meu primo. Como vocês se conhecem?

Victor olha me e ainda com sua mão em meu braço, ele move sua mão escorregando ela para minha mão, de forma sutil ele segura minha mão, e me puxa para perto, grudando meu corpo no seu, e começa a se embalar no ritmo da música, que notei somente agora ser lenta, ele sussurra no pé de meu ouvido:

__Já faz um tempo que eu o conheço ele, Gabriel, me ajuda em algumas coisas.

Isso notavelmente não explica nada com nada, mas mesmo assim assinto em concordância para ele, como se eu entendesse o que o mesmo queria falar com aquelas palavras, mas, na verdade, em minha mente, minha pergunta é… em que o Gabriel ajudava ele?

Pois, de acordo com o que meu tio me falou, meu primo não era uma pessoa que fosse considerado responsável. Será que Victor, também é assim?

Com isso sinto a mão de Victor pousar em minha cintura e de uma forma sutil me trazer para mais perto dele, colando nossos corpos, aquela aproximação me deixa corada, eu quero estar perto dele, manter meu corpo ao seu naquela dança, mas, ao mesmo tempo, me sinto tímida quanto a isso.

Meus olhos cruzam com o seu, ele tem um olhar mais voraz e sedutor do que Gustavo, e estranhamente me atraia mais, seria possível isso? Eu me sentir atraída por eles dois?

A dança se passa lenta Victor fala:

__Tens jeito para dançar, temos uma ótima sintonia não acha?

Eu arrisco, motivada pelo momento resolvo provoca lo, sorrio de canto, eu sabia o que ele queria dizer com“ ótima sintonia” digo em um sorriso um pouco mais provocativo, em meio a dança eu sussurro no pé do ouvido dele:

__Poderia arriscar dizer uma sintonia perfeita, se você não fosse tão galinha.

Eu não conseguia me reconhecer naquela atitude e após ter sussurrado ao pé de seu ouvido, eu decido parar de dançar e faço feição de me afastar de Victor, mas, sinto sua mão em torno de minha cintura ficar firme e me manter perto dele, olho em seu olhos um pouco surpresa e noto seu olhar carregado de charme pousando sobre o meu, ele então fala:

__Não vais sair agora que está ficando mais divertido não é?

Eu sabia exatamente o que ele estava falando, e um sorriso provocador em meu rosto surge novamente, uma oarte de mim se pergunta, o que estou fazendo? E a outra parte está apenas atraída por Victor e seu charme, sinto nossos rostos se aproximarem mais, a distância entre nós dois cessar, e nossas testas encostarem uma na outra, o clima entre nós dois é quase palpável, a distância de nossos lábios passou a diminuir mais, um estava em busca dos lábios alheios, como um anseio, uma sede, porém lentamente buscávamos um beijo um do outro, meus lábios humidos encostam nos lábios macios dele, até que escutamos:

__Parece que vocês estão aproveitando bem a festa não é?

Eu sabia identificar aquela voz, em qualquer situação, é Guto… eu sinto uma culpa avassaladora recair sobre mim, me consumir de forma dolorosa, e me afasto de Victor no mesmo momento, olho para Gustavo ele me lança um olhar frio e olha para Victor ele fala:

__Sério mesmo? Já não está cansado de tentar conquistar as mulheres que me atraem? Não somos mais crianças Victor.

Ele fala frio e áspero de uma forma que nunca vi ele falar antes, com isso ele se retira eu iria atrás dele, mas Victor me puxa pelo braço antes que eu pudesse dar início aos meus movimentos, ele fala-me em tom baixo, que somente eu pudesse escutar:

__Fica aqui, eu resolvo isso.

Ele então foi atrás de Guto, me sentia aflita, e culpada, com isso para mim a festa acabaria de chegar ao fim, eu então olho ao meu redor e noto alguns olhares extras, outros olhares avaliadores e alguns curiosos, eu parecia ter chamado a atenção demais e me sentia muito constrangida por isso.

Saio dali indo para dentro da casa, aflita e culpada, após chegar na sala principal onde tinha algumas pessoas se flertado, outros se beijando e uns até deitados no sofá branco da enorme e elegante sala de luxo, eu olho para cima, e no corrimão de aluminio do andar de cima vejo os gêmeos, Victor e Gustavo eles pareciam irritados um com o outro e isso só serve para me sentir pior, eu causei isso, quando os dois olham para mim, meu olhar é de surpresa e como se eles tivessem me pego no flagra, eu estava olhando para eles aflita e culpada, não pensei que eles olhariam para baixo para a sala e me vissem, com isso Gustavo sai dali incomodado, certamente meu semblante agora é de pura tristeza, uma festa que tinha tudo para ser boa, eu simplesmente estraguei tudo, com isso Victor acompanhou a ação de Gustavo com os olhos e olha para mim eu então sussurro entre meus lábios uma única palavra:

__Desculpa.

Com isso eu saio da festa, caminho para o Hall e saio dali, não me sentia bem ali, e considerando que não conhecia o anfitrião provavelmente eu estava de penetra lá.

Somente agora na rua, após fechar a porta e caminhar alguns passos para longe da mansão eu consigo me permitir chorar, algumas lagrimas caem em silêncio em meu rosto, nas quais em protesto eu as limpo, enquanto caminho, eu me sentia uma pessoa ruim, analisava a situação em minha mente, o encontro com Gustavo de tarde, e provavelmente o motivo da festa é para eu e ele estar junto, não eu grudada com seu irmão, eu me sentia um monstro, como tudo isso ocorreu?

Logo sinto uma mão em meu braço, eu paro de andar pensando que era um assalto… será mesmo? Só para piorar!

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