O comandante não queria perder tempo com King e suas reclamações, mesmo que a razão de sua visita já fosse conhecida por ele.John parou seu cavalo e King caminhou até ele, sua expressão era terrível, havia profundas olheiras abaixo de seus olhos, que estavam opacos.Quando King se aproximou John não desceu do cavalo, apenas o encarou: — Está partindo? Preciso muito de uma audiência particular, comandante.— O que você precisa de nada me importa, adeus.O comandante quase jogou seu cavalo em cima de King, que não desistiu, derrubou um de seus guardas do cavalo e montou, seguindo atrás de John, como se sua vida dependesse disso.O comandante ouviu o barulho do cavalo de King atrás dele e o ignorou por vários minutos, até que chegaram a longa estrada que os guiaria para o norte, King conseguiu alcança-lo e John o ignorou por horas seguidas, contudo King não desistiu.Quando o comandante teve que parar para que o cavalo se alimentasse Tibérius aproveitou sua chance.Ele se ajoelhou na f
Helena olhou para seus mantimentos que estavam quase no fim, segundo o mapa de Thomas havia um vilarejo chamado Ronan, a poucos metros de onde estava, descansaria um pouco e se dirigia para comprar algum suprimento para o restante da viagem.Três dias haviam se passado desde que partiu do castelo, seus pensamentos pairavam entre seu bebê e o comandante. Ela desceu de seu cavalo perto de um rio, deixou que o animal matasse sua sede e se sentou para consumir seu último pão, apesar de estar sem fome, comeu, porque estava no fim do dia e não havia comido absolutamente nada, suas forças já diminuíam.Helena se sentou na sombra de uma árvore e enquanto comia percebeu que seus seios estavam inchados, aquilo a fez chorar intensamente.Sentia o leite materno descer, e aquela situação apenas reforçava o quanto Ayla precisava dela...E o quanto ela precisava de Ayla, por mais que amasse John Chase, sentia que ele ficaria bem sem ela, talvez até desejasse a distância, Helena se lembrou de sua cu
— Não vai comer sacerdotisa?Evy olhou para Dimitri enquanto ele bebia todo o vinho que havia comprado na aldeia por onde passaram, ela olhou para o pão velho que ele lhe oferecia e se sentiu enjoada.— Poderia ter comprado alguma carne, ao invés desse vinho barato. — ela resmungou.Estavam acampados no meio da floresta, o fogo da fogueira a aquecia, ainda assim ela puxou mais a manta que haviam arranjado na aldeia, contudo ela sentia precisar de um banho, seria difícil se lavar no rio com ele por perto, esperaria até que chegassem a outro vilarejo, esperava que Dimitri mudasse de ideia, sobre ir ao porto...Ela olhou para Dimitri, que estava deitado de modo relaxado, dormir no chão da floresta parecia não incomodá-lo, e não se importava em ter alguma manta, deixando que Evy ficasse com a única que compraram, ele lhe lançou um olhar cínico e retrucou:— Se usasse joias mais valiosas poderíamos comprar toda a carne que desejasse, receio que o templo não paga bem as sacerdotisas, é por i
Helena sentia o sangue escorrer de seu ferimento, seu coração acelerou, e os homens que haviam atacado o vilarejo Dinar, ela olhou-lhes, caminhando lentamente em sua direção, estavam tão confiantes de sua morte que o mais alto parou para repor sua água, enquanto o outro que a havia ferido na perna continuou seguindo em sua direção, com olhos sanguinários.Helena não conseguia acreditar haver escapado do incêndio na taverna para morrer ali, nas mãos daqueles homens, apenas homens.O homem que não possuí barba e parecia ser mais jovem se inclinou e a puxou pelos cabelos, arrastando seu corpo para longe da água, enquanto ela gritava.Ele a jogou com violência no chão pedregoso e se agachou, seu rosto a centímetros do dela, enquanto a segurava pelos cabelos.— Sua beleza é extraordinária, contudo, pessoas como você não deveria existir, está poluindo o mundo dos humanos.Ele a acertou um tapa, que imediatamente a fez ficar tonta.Então suas mãos se fecharam em torno de sua garganta.Seu ar
Lina caminhou pelo acampamento e sentiu toda a energia de todos aqueles machos a puxando, cada um deles perto de seu limite, sentindo-se sozinhos e perdidos, eram muitos dias conquistando de volta os territórios tomados do clã Taylor, cada um deles tinha seus motivos para seguirem Henry, sua lealdade era preciosa, observou, porque embora se sentissem em seu interior, exaustos e tristes nenhum deles hesitava em seguir Henry, agora que última barreira para chegar na fortaleza de Eiras havia sido destruída.Lina se sentou na beira do fogo, onde o clã de feiticeiras conversava com outros lobos, o supremo comandante as havia enviado para ajudar o exército de Henry, Lina pensou em como estaria a princesa, as últimas notícias que recebera do castelo Chase havia sido que seu bebê havia nascido.Lina lamentou não estar ao seu lado, contudo, não queria retornar aquele castelo, onde viveu o pior.Ela estremeceu ao experimentar involuntariamente lampejos das coisas terríveis que passou, das mãos
Lina seguiu Leon até sua barraca, quando entrou viu ser um espaço pequeno, porém organizado.Carecia de objetos pessoais, tendo apenas uma bacia com água fria, uma cama improvisada no chão e duas mantas dobradas, Leon entrou e pareceu constrangido.— A cama não é tão macia, mas vai ficar mais quente aqui, do que lá fora. — disse-lhe.Ela olhou-lhe, na barraca não havia luz suficiente, apenas duas velas em um canto isolado, a luz da lua era fraca ali dentro, contudo ainda era possível ver o rosto dele.Seus olhos eram tão claros, pensou ela.Pareciam estrelas.— Você já comeu algo?Ela assentiu.Ele esfregou as mãos parecendo nervoso então disse: — Estarei aqui fora, então não se preocupe, meu sono é leve se precisar de mim.Ele lhe entregou a manta e estava saindo da barraca quando ela se deu conta do que estava acontecendo.Ela caminhou até ele puxou sua mão.— Fique aqui, Leon, apenas fique aqui comigo. — sussurrou-lhe.Leon imaginou que talvez seu coração parasse, batia tão rápido
O comandante ainda sentia o cheiro de sangue em suas mãos, não importava quantas vezes lavava suas mãos o cheiro de sangue daquele jovem estava impregnado nele, John fechou os olhos e as imagens dele mesmo por cima do jovem, o golpeando no rosto repetidamente...John arfou ao perceber como as palavras dele haviam despertado em si uma besta sem controle, ele estava disposto a matar aquele jovem, por suas palavras ofensivas, e ele não era assim.John não podia ser como seu pai, pensou.— Melhor comer.Ele abriu os olhos e viu King o oferecendo um pedaço de carne, a noite estava ventando bastante e estavam partindo do vilarejo.John o encarou.King que o estava seguindo desde o castelo o havia impedido de matar o garoto. — Pode comer, estou sem fome.O comandante se voltou para o seu cavalo, antes de subir disse para King:— Pare de me seguir.King o segurou pelo braço, John se voltou para ele ficando possesso com sua ousadia de toca-lo.— Se eu não tivesse aparecido naquele beco, certa
O comandante cavalgou em até que as primeiras luzes do sol surgissem, quando finalmente chegou no vilarejo viu toda a destruição ao redor.Casas incendiadas, tavernas e corpos espalhados, John desceu do cavalo e caminhou pelo lugar coberto em cinzas, ele olhou para corpos pequenos e grandes carbonizados e teve que se controlar para não se transformar, seu coração estava pesado com toda a dor daquela cena de horror.Enquanto caminhava ouviu um barulho, puxou de imediato sua espada e se voltou para a figura que se aproximava.A lâmina pressionava a garganta de King, que o encarava perplexo.Ele levantou as mãos em sinal de rendição, John o encarou e lentamente baixou sua espada a recolocando na bainha.— Pensei ter dito para não me seguir King. — exclamou John.King respirou fundo então olhou ao redor, para todo o horror diante deles.— Quem faria isso? — se perguntou King, em seguida tossiu violentamente.John deu as costas a ele e continuou caminhando, observando tudo ao redor, não ha