O comandante cavalgou em até que as primeiras luzes do sol surgissem, quando finalmente chegou no vilarejo viu toda a destruição ao redor.Casas incendiadas, tavernas e corpos espalhados, John desceu do cavalo e caminhou pelo lugar coberto em cinzas, ele olhou para corpos pequenos e grandes carbonizados e teve que se controlar para não se transformar, seu coração estava pesado com toda a dor daquela cena de horror.Enquanto caminhava ouviu um barulho, puxou de imediato sua espada e se voltou para a figura que se aproximava.A lâmina pressionava a garganta de King, que o encarava perplexo.Ele levantou as mãos em sinal de rendição, John o encarou e lentamente baixou sua espada a recolocando na bainha.— Pensei ter dito para não me seguir King. — exclamou John.King respirou fundo então olhou ao redor, para todo o horror diante deles.— Quem faria isso? — se perguntou King, em seguida tossiu violentamente.John deu as costas a ele e continuou caminhando, observando tudo ao redor, não ha
Helena arregalou os olhos.Sempre acreditou que não houvesse caçadores na ilha do corvo.— Pensei que não houvesse caçadores na ilha.— disse a Mary.— Quando Kael o Conquistador encontrou a Ilha ela já era habitada, os caçadores viviam aqui, Kael e seus aliados os derrotaram e mataram, todos, ou assim pensamos, Noah sempre disse que a ilha era grande demais para que nenhum deles tenha conseguido sobreviver, aparentemente ele estava certo.Muitas perguntas pairavam na mente de Helena, contudo ela as guardou para si.Mary ficou algum tempo falando, Helena percebeu que a mulher parecia sentir falta de companhia feminina, pela quantidade de coisas das quais ela falava, contou-lhe que sua casa era no alto de uma montanha, isolada porque Noah acreditava ser mais seguro, e isso se mostrou certo.Helena a ouviu em silêncio, enquanto ela dizia que ele havia saído para caçar, voltaria apenas no dia seguinte, estava rastreando um animal grande.— Como ele sabia serem caçadores? Poderiam ser qualq
— Precisa retornar ao castelo. Lina. — disse-lhe Leon.Eram as primeiras horas da manhã, estava uma manhã gélida e todos desmontavam o acampamento para seguirem para a fortaleza Eiras.Lina o encarou, então disse categórica.— Vou com você.Leon bufou, então desviou o olhar para seu próprio cavalo. — Estou indo para uma fortaleza conhecida por ser inexpugnável, não será um passeio Lina, e eu preciso que você esteja segura. Ela o olhou, e suavemente se aproximou dele sentindo toda a preocupação dele em sua voz e seus olhos, então tocou seu rosto com ternura. — Não tenha medo Leon, mas eu preciso ir. Ele segurou suas mãos e indagou:— Por quê? Ela suspirou então percebeu que teria que explicar de modo que ele entendesse.— Meus instintos de Oriska me dizem para estar aqui, eu tentar ir embora é como nadar contra a correnteza, é difícil e doloroso, é exatamente aqui que devo estar.Lina sentia toda a energia negativa, toda a tristeza e caos emanando deles, e ela era como uma luz que
— É melhor se sentar um pouco, querida. — sugeriu Mary, e Helena olhou nos olhos suaves e ternos dela, parecia uma boa pessoa, Mary estava cuidando dela a cerca de dois dias.Sua perna ainda doía, contudo, já conseguia caminhar e precisava partir para as montanhas atrás de Astaria imediatamente.Se o que Mary e Noah que já havia retornado de sua caçada falava era realmente real, que havia caçadores Minkovi na ilha, quanto antes encontrasse a velha Banshee, mais rápido poderia retornar para o comandante e Ayla.Mesmo que o comandante estivesse distante, e possivelmente perdido para ela, não o abandonaria e se uma guerra estava vindo. — Mary, estarei em dívida com vocês, por terem cuidado de mim, para sempre. — disse-lhe.Mary se voltou para ela, seus cabelos estavam com uma única trança que se alongava por suas costas, ela estava mais radiante naquela manhã, ficava assim perto de Noah.O homem a olhou e Helena viu preocupação em seus olhos.— É muito perigoso nas montanhas, para uma m
Helena olhou para a trilha que seguia para a região montanhosa, segurou sua trouxa e continuou caminhando, cada passo seu era cuidadoso, a área parecia perigosa, conforme subia o ar gelado atingia seu rosto, a fazendo tremer de modo descontrolado, continuou subindo pela trilha pelo, o que pareceram horas seguidas, cada vez mais alto.Helena arfou e olhou para o horizonte, a imagem de toda a ilha do corvo se estendendo a sua frente, floresta quase congelada, profundas e enormes, cidades e vilarejos, o vento estava forte o suficiente para ela ter que manter seus pés firmes no chão gelado e escorregadio, apesar do nome montanhas de gelo, não completamente cobertas de gelo.A princesa subiu pela trilha até que não tivesse mais o apoio da luz do sol, quando apenas a luz da lua iluminava seu caminho se viu obrigada a parar, seu ferimento embora estivesse se curando começou a latejar, ela se curvou com as mãos nos joelhos e respirou fundo, o ar da noite estava ainda mais intenso que o do dia
John jogou a água do rio em seu rosto, novamente suas mãos estavam sujas de sangue.Ele as olhou, trêmulas e frias.Fechou os olhos.Em sua mente ouviu os gritos daquele macho, abraçando o corpo ensanguentado de sua esposa, John deixou sua espada de prata cair ao chão, com o desenho de Helena.Então olhou para a casa, quando entrou esperou encontra Helena, seu cheiro estava por toda a parte, contudo não havia nenhum sinal dela, ele olhou para uma cesta de panos manchados de sangue, curativos percebeu ao ver um pote com remédio.Era o sangue dela, e John percebeu a terrível verdade, da qual não quis aceitar de imediato.Aquelas pessoas deviam ter cuidado dela.Quando o comandante se virou para sair da casa paralisou ao ouvir um choro.Ele se voltou para o bebê sentado na cama, quando seu olhar negro se cruzou com os olhos verdes do bebê John se sentiu tonto, sua mão foi para sua espada involuntariamente, e sentiu cada parte sua implorando para que avançasse e matasse aquele bebê.Uma ce
Henry olhou para a enorme fortaleza.Os guerreiros estavam atrás deles, esperando a lua cheia no céu, que surgiria em minutos, Henry havia esperado alguns dias para que a primeira lua do mês surgisse e lhes desse a chance de derrubar os portões com mais rapidez, não queria fazer um cerco.Ele olhou para Derek ao seu lado, ele mantinha o olhar firme a frente, contudo, percebeu que Henry o observava e o olhou de volta.Havia uma melancolia em seu olhar naquela noite, e Henry entendia a razão.Após meses lutando contra vários clãs, nem sempre com a lua cheia que os permitia se transformar, carregando em seu coração ainda a dor da perda de seu pai, agora estavam diante da fortaleza de seu assassino, tudo acabaria naquela noite.Henry voltou seu olhar para o céu, um segundo depois a lua surgiu e ele sentiu a besta dentro de si, tentando se libertar, em toda a sua fúria e esplendor, seus dentes se alongando monstruosamente, suas garras surgindo, todo o seu corpo se remodelando em uma criatu
Os gritos de Henry eram o som mais doloroso que Leon já ouviu, ele não conseguiu gritar, sua dor o paralisou enquanto via Derek cair ao chão, Leon olhou para o atirador e correu com o escudo nas mãos em direção ao corpo de Eiras, que segurava o arco, em seguida o decapitou com o escudo, com tanta força e ódio que o sangue espirrou em seu rosto, e aquilo não era o suficiente, nunca seria, a dor em seu coração não poderia ser apagada.Henry correu a tempo de segurar a cabeça de seu irmão em seu colo, as lágrimas descendo profusamente, sua mente não conseguia processar o que estava vendo, seu irmão morrendo em seus braços.Não houve tempo de falar nada, apenas se olharam enquanto a vida se esvaía de seu corpo, e Henry segurava sua cabeça, Derek morreu olhando para o rosto de seu irmão mais velho, e não havia medo em seus olhos, apenas tristeza.Ele gritou, berrando toda a sua dor para o mundo, queria morrer também.Ele sacudiu seu corpo, tocou em seu rosto com seus olhos abertos e vazios