Vivienne fecha os olhos, deixando-se envolver por aquela realidade que Dominic tão lindamente desenhava com suas palavras, uma visão cheia de carinho e promessas que pareciam acalmar seu coração. Naquele instante, mesmo com as lágrimas ainda deslizando por seu rosto, ela sente uma centelha de esperança surgir, aquecida pela segurança e pela força que encontrava nele, como se juntos pudessem enfrentar qualquer coisa.— Por favor, doutora, continue. — Vivienne orienta, sua voz ainda levemente trêmula, mas firme o suficiente para mostrar que havia encontrado um pouco de equilíbrio. Ela ergue o olhar para Estelle, deixando claro com a intensidade em seus olhos que estava pronta para ouvir o que mais precisava ser dito, mesmo que isso exigisse toda a sua força.— É fundamental que você siga um regime rigoroso de repouso, evitando qualquer esforço físico desnecessário. — Estelle explica, com um tom firme, mas acolhedor. — Por ora, isso inclui evitar relações sexuais, por aumentarem o risco
Vivienne alterna o olhar entre o monitor e Dominic, a perplexidade evidente em seus olhos, enquanto tenta processar o que está acontecendo. O som do coração do terceiro bebê continua ecoando pela sala, preenchendo o silêncio com um ritmo constante e cheio de vida. Sua respiração vacila e suas mãos começam a tremer, enquanto o peso da revelação se instala em seu peito. Vivienne busca respostas no olhar de Dominic, mas o que encontra é algo ainda mais poderoso, a emoção clara em seu rosto e o brilho nos olhos dele, que carrega um sentimento tão profundo que faz seu coração acelerar como nunca.— Eles são a melhor parte de nós, Enne. — Dominic murmura, sua voz suave, mas carregada de uma doçura que parecia envolver todo o momento. Ele segura o rosto dela com delicadeza, os polegares acariciando suavemente sua pele. — E você, pequena, você é o centro de tudo isso. Não consigo imaginar nada mais precioso do que você e esses pequenos que já transformaram a minha vida. Você e nossos filhos s
Após a ultrassonografia, Vivienne retorna para o quarto, com Dominic ao seu lado, como tem sido desde o momento em que ela deixou a UTI. Ele permanece próximo, atento a cada detalhe, oferecendo seu apoio constante, enquanto ela, ainda processando a emoção do exame, sente uma mistura de cansaço e felicidade tomar conta de si. A familiaridade do quarto traz uma sensação de conforto, mas agora o espaço parecia diferente, como se estivesse impregnado pela emoção do que haviam acabado de vivenciar.— Tenho novas sugestões de nomes para os nossos filhos! — Vivienne anuncia, os olhos brilhando de animação, enquanto um sorriso travesso já se forma em seus lábios. — Se forem meninos, pensei em Gaston Tartine, Hugo Quiche e Maurice Fondue. — Declara, observando Dominic arquear uma sobrancelha, fingindo estar incomodado com a proposta, o que só aumenta sua diversão. — E se forem meninas, que tal Élodie Madeleine, Margot Chantilly e Émile Brioche? — Completa, lutando para manter um tom sério, mas
Vivienne não consegue conter sua felicidade ao imaginar uma vida naquele lugar. A visão de seus filhos correndo livres pela terra, brincando entre as videiras e descobrindo a natureza ao redor enche seu coração de calor. Era como se pudesse reviver a alegria de sua própria infância, antes de ser mandada para escolas particulares, longe de casa e da simplicidade que tanto amava. A ideia de oferecer a eles um lar onde pudessem crescer rodeados por tranquilidade e amor faz seus olhos brilharem, enquanto um sorriso involuntário surge em seus lábios.— Está decidido, então. — Dominic declara, sua voz carregada de suavidade, mas também de uma firmeza que parecia prometer que nada poderia desviá-los daquele caminho. Ele se levanta lentamente, apenas para se ajoelhar diante dela, seu olhar fixo em Vivienne antes de abaixar os olhos para a pequena curva de sua barriga, embora pequena, já começa a mostrar os sinais da gravidez. Com uma delicadeza quase reverente, ele desliza as mãos pela blusa
Dominic franze a testa, seu olhar ficando ainda mais pensativo, enquanto tenta processar o que acabou de ouvir. Era estranho, quase incompreensível, o quanto a família de Vivienne parecia empenhada em apagar qualquer vestígio de sua existência. Não se tratava apenas de informações dispersas ou rastros apagados ao acaso, era como se eles tivessem trabalhado meticulosamente para garantir que ela fosse praticamente invisível. Mas por quê?A pergunta ressoava em sua mente, trazendo mais dúvidas do que respostas. Dominic sente o desconforto crescer, como se estivesse diante de um enigma que precisava ser resolvido, algo que parecia ser a chave para entender quem Vivienne realmente é e o que seu passado escondia.— É como se eles quisessem apagar qualquer conexão dela com o passado. — Dominic murmura, mais para si do que para Finn, sua voz carregada de inquietação, enquanto tenta organizar os pensamentos. — Não faz sentido alguém precisar de tanto anonimato sem um motivo muito sério. — Come
Vivienne Bettendorf desliza a mão pelo espelho embaçado da suíte do hotel Sofitel Le Grand Ducal, em Luxemburgo. Com os lábios entreabertos, ela observa seu acompanhante através do reflexo. Ele está no box, os movimentos lentos e provocantes enquanto seca os cabelos molhados. Cada gesto é um convite silencioso, cheio de intenções. Os músculos dele se destacam sob a pele úmida, e ela sente um arrepio percorrer sua espinha ao se lembrar de cada toque e suspiro que dividiram há pouco.O vapor do banho ainda envolve o ambiente, mas não o suficiente para ocultar o corpo dele, que brilha sob a luz suave do banheiro. Vivienne morde o lábio, incapaz de desviar o olhar, enquanto as lembranças do prazer recente inundam sua mente. Seu coração acelera, e ela ainda consegue sentir as mãos dele explorando sua pele, os gemidos abafados que escaparam de seus lábios.Ele percebe o olhar dela e, com um sorriso malicioso, ergue o rosto, os olhos cravados nela, carregados de luxúria. Sem pressa, ele se a
A viagem inesperada de Noah deixou Vivienne com um gosto amargo de frustração e decepção. Ele esteve com ela na noite passada, e nem se deu ao trabalho de avisar que partiria. A realidade de ser apenas mais uma mulher disponível para ele começou a corroê-la por dentro. E, enquanto as horas passavam, Vivienne se viu refletindo sobre tudo o que abriu mão. Ela se formou em finanças com louvor, aos vinte e quatro anos, sonhando em construir uma carreira sólida e promissora. Mas, em vez disso, se vê aprisionada ao papel de assistente do CEO da maior empresa de finanças do país, lidando com tarefas que não fazem jus à sua capacidade. — Onde estou errando? — Vivienne murmura, sentindo o incômodo crescer. Ela sabe que aceitou ser tratada dessa forma. Permitindo, ao longo do tempo, que ele invadisse sua vida e se apoderasse de seus sentimentos. Os dias passaram, e Vivienne manteve a rotina, esperando um contato de Noah que nunca chegava. Um mês depois, ela sentia-se à beira de um colapso, p
Vivienne desliza a mão pela curva das costas, próxima à base da coluna, sentindo a dor intensa onde o impacto a atingiu. O homem que ela acreditava ter algum espaço em seu coração, a observa de cima, o olhar frio e calculista, como se ela fosse um incômodo temporário, algo a ser descartado.— Por que está agindo assim, Noah? — Vivienne pergunta, a voz carregada de uma mistura de frustração e vulnerabilidade, cortando o silêncio sufocante que paira entre eles.Ele não responde de imediato. Uma risada curta, cheia de sarcasmo, escapa de seus lábios. Ele se inclina levemente sobre a mesa, mantendo os olhos fixos nela, o olhar pesado com um desprezo que ela nunca havia visto antes. Com um gesto desdenhoso, ele pressiona o botão do telefone e leva o aparelho à orelha sem desviar o olhar, sua presença imponente dominando o ambiente.— Na minha sala, agora! — Ele ordena com uma voz fria, autoritária, encerrando a chamada antes que qualquer resposta pudesse ser ouvida. Era como se qualquer re