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Confrontando o Passado

Acordei em meio ao silêncio inquietante do acampamento. A morte de Evelina deixara uma ferida aberta em todos nós, uma ferida que se recusava a cicatrizar. No entanto, não havia tempo para lamentar. A ameaça da Ordem da Noite Eterna ainda pairava sobre nós, e tínhamos que continuar lutando.

Eu me arrumei rapidamente, vestindo minha armadura com movimentos automáticos. A responsabilidade de liderar a elite pesava ainda mais sobre meus ombros agora. Saí da tenda e fui ao encontro dos outros. Todos estavam lá, reunidos em torno da mesa de estratégia, onde os mapas e pergaminhos estavam espalhados. A expressão no rosto de cada um era uma mistura de dor e determinação.

"Temos que continuar," disse, quebrando o silêncio. "Evelina não sacrificou sua vida para que parássemos aqui. A Ordem ainda está lá fora, e temos que impedi-los."

Ethan assentiu, seus olhos escuros brilhando com uma resolução feroz. "Qual é o próximo passo?"

"Precisamos investigar a fundo os antigos segredos da Ordem," respondi, apontando para um mapa detalhado da região. "Há um lugar onde acredito que encontraremos respostas. A Fortaleza de Aetheria. Dizem que guarda segredos antigos sobre a magia primordial."

Aria franziu a testa. "Aetheria? Isso é um território perigoso. Está abandonado há séculos, e muitos dizem que é amaldiçoado."

"Não temos outra escolha," disse Kaden, sua voz firme. "Se há uma chance de encontrar respostas lá, temos que ir."

"Concordo," respondeu Aria, suspirando. "Vamos nos preparar então. Partimos ao amanhecer."

A viagem até Aetheria foi longa e exaustiva. Montanhas íngremes e florestas densas dificultavam nosso progresso, mas seguimos em frente com determinação. O silêncio era apenas interrompido pelo som de nossos passos e pelo canto distante dos pássaros. O clima estava cada vez mais sombrio à medida que nos aproximávamos da fortaleza.

Durante as noites ao redor da fogueira, relembrávamos Evelina, compartilhando histórias e memórias. Sentíamos sua ausência profundamente, mas sua memória nos dava forças para continuar. Cada um de nós enfrentava sua própria dor de maneira diferente, mas estávamos unidos em nosso propósito.

Certa noite, enquanto estávamos acampados em um pequeno vale, Kaden se aproximou de mim. Seus olhos refletiam as chamas da fogueira, cheios de uma intensidade que eu raramente via.

"Alaric, precisamos conversar," disse ele, sua voz baixa para não acordar os outros.

"Claro, Kaden. O que há?"

Ele hesitou por um momento antes de continuar. "Eu... eu me sinto culpado. Desde que Evelina morreu, sinto que deveria ter feito mais. Talvez pudesse ter impedido seu sacrifício."

Suspirei, entendendo seu sentimento. "Kaden, todos nós sentimos essa dor. Mas Evelina tomou sua decisão. Ela acreditava que era o único caminho. E devemos honrar isso, continuando a luta."

Ele assentiu, mas a culpa ainda estava presente em seu olhar. "Você acha que conseguiremos, Alaric? Que derrotaremos a Ordem?"

"Não tenho outra escolha a não ser acreditar nisso," respondi, a convicção firme em minha voz. "Evelina nos deu a chance de lutar. E lutaremos até o fim."

Na manhã seguinte, continuamos nossa jornada. A paisagem ao nosso redor mudava, tornando-se cada vez mais desolada e sombria. Era como se a própria terra estivesse refletindo a maldição que pairava sobre Aetheria. Finalmente, após dias de viagem, avistamos a silhueta imponente da fortaleza no horizonte.

Aetheria era uma visão impressionante, mesmo em seu estado de ruína. As torres altas e as muralhas desgastadas pelo tempo ainda mantinham uma aura de majestade antiga. No entanto, havia algo inquietante no ar, uma sensação de que estávamos sendo observados.

"Estamos aqui," disse Aria, sua voz carregada de apreensão. "Vamos explorar e descobrir o que pudermos."

Cautelosamente, nos aproximamos da entrada principal da fortaleza. As portas de madeira maciça estavam entreabertas, rangendo de maneira assustadora ao serem empurradas. Entramos em formação, com armas em punho, prontos para qualquer surpresa.

O interior de Aetheria era um labirinto de corredores escuros e câmaras vastas. Vasculhamos cada sala, buscando pistas e sinais dos segredos antigos que procurávamos. Finalmente, em uma das câmaras mais profundas, encontramos algo que chamou nossa atenção.

Era uma sala de rituais, cheia de símbolos arcanos esculpidos nas paredes e no chão. No centro, havia um pedestal de pedra, onde descansava um antigo livro de magia. Aproximamo-nos com cuidado, sentindo a energia pulsante que emanava do livro.

"Este deve ser o grimório que Lorcan mencionou," disse Ethan, seus olhos fixos no livro. "Pode conter os segredos que precisamos."

"Mas está protegido por uma magia antiga," observou Aria, examinando os símbolos ao redor. "Precisamos ser cautelosos ao tocar nele."

Com cuidado, começamos a estudar os símbolos e as inscrições. Evelina tinha nos ensinado muito sobre magia antiga, e utilizamos esse conhecimento para decifrar os enigmas que protegiam o livro. Após horas de trabalho árduo, finalmente conseguimos quebrar as proteções.

Aria abriu o livro com reverência, suas mãos tremendo levemente. As páginas estavam cheias de textos arcanos e diagramas complexos. "Isso... isso é incrível," murmurou, seus olhos brilhando de excitação e medo. "Este livro contém segredos sobre a magia primordial que nunca imaginei."

"Precisamos levar isso de volta ao acampamento," disse Kaden, a voz carregada de urgência. "Isso pode ser a chave para derrotar a Ordem."

Concordamos e começamos a nos preparar para partir. No entanto, no momento em que saímos da câmara, sentimos uma presença sinistra. Um grupo de figuras encapuzadas apareceu nas sombras, bloqueando nossa saída.

"Vocês não deveriam estar aqui," disse uma voz fria e ameaçadora. "Este lugar está sob a proteção da Ordem da Noite Eterna."

Preparei minha espada, sentindo a adrenalina correr por meu corpo. "E vamos sair daqui com este livro," declarei, com determinação. "Vocês não vão nos impedir."

O confronto foi inevitável. Lutamos com todas as nossas forças, as armas e a magia colidindo em um frenesi de luz e sombra. A batalha foi intensa, mas conseguimos prevalecer, derrotando os membros da Ordem e escapando da fortaleza com o grimório em mãos.

Enquanto nos afastávamos de Aetheria, havia uma sensação de triunfo, mas também de perigo iminente. Havíamos conseguido o que viemos buscar, mas sabíamos que a Ordem não desistiria tão facilmente. A luta estava longe de terminar.

De volta ao acampamento, começamos a estudar o grimório com mais profundidade. As informações que continha eram valiosas, revelando segredos sobre a Fonte Primordial e como manipulá-la. No entanto, a tarefa de usar essas informações seria arriscada e complexa.

"Há um ritual aqui," disse Aria, seus olhos correndo pelas páginas. "Um ritual que pode destruir a conexão da Ordem com a Fonte Primordial. Mas é incrivelmente perigoso."

"Mais perigoso que o sacrifício de Evelina?" perguntei, a voz tensa.

Aria assentiu lentamente. "Diferente. Requer um equilíbrio delicado entre vida e morte, luz e escuridão. Qualquer erro pode ser fatal."

"Então, precisamos nos preparar," disse Kaden, a determinação em sua voz. "Não podemos deixar que a Ordem complete seus planos."

Os dias seguintes foram dedicados a intensos preparativos. Cada membro da elite teve um papel crucial no ritual. Treinamos juntos, estudamos juntos, e fortalecemos nossos laços. Sentíamos a presença de Evelina em cada passo, como se ela estivesse nos guiando.

Durante uma dessas sessões de treinamento, Kaden e eu encontramos um momento para conversar. Estávamos praticando combate corpo a corpo, os sons de espadas ecoando ao nosso redor.

"Você acha que vamos conseguir?" perguntou ele, ofegante após uma sequência particularmente intensa.

"Temos que acreditar nisso," respondi, bloqueando um golpe e contra-atacando. "Cada um de nós tem um papel vital. E Evelina está conosco em espírito. Não vamos falhar."

Ele assentiu, seu rosto determinado. "Por Evelina," disse, e havia uma promessa em suas palavras.

Finalmente, o dia do ritual chegou. Estávamos prontos. Cada um de nós se posicionou em volta do círculo mágico, as mãos entrelaçadas, prontos para canalizar nossa energia.

"Vamos fazer isso juntos," disse, a voz firme. "Por Evelina. E por todos que dependem de nós."

Aria começou a entoar os cânticos antigos, sua voz ressoando com poder. A energia ao nosso redor começou a crescer, uma força palpável que pulsava em nossos ossos. Sentíamos a conexão entre nós, uma corrente de poder que nos unia.

O ritual atingiu seu clímax, e por um momento, por um instante, senti como se o mundo estivesse suspenso no limiar entre a luz e a escuridão. As palavras de Aria fluíam como um rio de poder, moldando a magia ao nosso redor conforme avançávamos no ritual.

Ao meu lado, Ethan canalizava sua energia com uma intensidade impressionante, os olhos fechados em concentração profunda. Seu domínio sobre a magia era uma lembrança constante de que estávamos lidando com forças que transcendiam nosso entendimento.

Kaden, com sua habilidade ímpar em conjurar defesas arcanas, mantinha nossa segurança garantida enquanto nos mantínhamos concentrados no propósito do ritual. Cada um de nós tinha uma responsabilidade crucial, e cada movimento era executado com uma precisão afiada.

Enquanto o poder se acumulava ao nosso redor, flashes de memória de Evelina inundavam minha mente. Seu sorriso determinado durante os momentos mais sombrios, seu entendimento profundo dos mistérios antigos que agora tentávamos desvendar. Era como se ela estivesse presente conosco, guiando nossos gestos e fortalecendo nossa resolução.

A tensão no ar era palpável quando finalmente chegamos ao clímax do ritual. Aria ergueu as mãos, os olhos brilhando com uma luz intensa, enquanto entoava as palavras finais do encantamento. O ar ao nosso redor pareceu vibrar, e por um momento fugaz, uma sensação de triunfo e alívio inundou meu ser.

Mas então, algo mudou. Uma escuridão repentina se abateu sobre nós, um frio gélido que penetrou até os ossos. A energia que tínhamos canalizado começou a se distorcer, como se algo estivesse tentando corrompê-la.

"O que está acontecendo?" perguntou Aria, sua voz trêmula.

Olhei ao redor e vi sombras se agitando ao nosso redor. Formas espectrais emergiram das profundezas da fortaleza, suas presenças sinistras enchendo o ar com uma aura de malevolência. E no centro de tudo, vi uma figura encapuzada, os olhos brilhando com uma luz perversa.

"A Ordem..." murmurou Kaden, a voz cheia de indignação. "Eles nos seguiram."

A batalha começou instantaneamente, nossos adversários surgindo das sombras com uma ferocidade implacável. A magia se desencadeou, trovões e relâmpagos rasgando o céu enquanto lutávamos pela nossa sobrevivência. Cada um de nós enfrentava seus próprios desafios, os poderes ocultos que tínhamos dominado agora sendo postos à prova contra inimigos determinados a nos destruir.

Eu lutei com uma intensidade que nunca antes havia conhecido, a dor da perda de Evelina se transformando em uma chama ardente de determinação. Cada golpe que desferi era uma homenagem à sua memória, cada feitiço que conjurei uma promessa de justiça para aqueles que caíram diante da ambição da Ordem.

Ao meu redor, vi meus companheiros de luta demonstrando uma coragem e habilidade que me enchiam de orgulho. Ethan canalizava chamas ardentes que consumiam nossos adversários, sua expressão séria e concentrada enquanto mantinha nossas defesas. Aria manipulava ventos cortantes que afastavam os atacantes, sua voz elevando-se em encantamentos antigos que ecoavam pelas paredes da fortaleza.

Kaden, com sua destreza em batalha e conhecimento arcano, mantinha a Ordem à distância, sua espada reluzindo com uma luz branca que repelia as trevas que ameaçavam nos engolir. Cada um de nós desempenhava seu papel com uma harmonia que só poderia ser alcançada pela confiança mútua e pelo vínculo profundo que compartilhávamos.

Mas, apesar de nossos esforços combinados, a batalha era intensa e brutal. A Ordem não dava trégua, sua determinação em proteger seus segredos e preservar seu poder sendo igualada apenas pela nossa própria vontade de triunfar. As horas pareciam se esticar indefinidamente, cada momento testando nossas habilidades e resistência até o limite.

Finalmente, quando a exaustão ameaçava nos dominar e parecia que não haveria fim para a luta, um último esforço conjunto foi feito. Aria canalizou uma explosão de energia que lançou nossos inimigos para trás, abrindo uma brecha temporária. Kaden aproveitou a oportunidade, desferindo golpes rápidos e precisos que incapacitaram os adversários mais próximos.

Com um esforço final, conseguimos afastar os remanescentes da Ordem, seus corpos desaparecendo nas sombras de onde vieram. O silêncio caiu sobre nós, interrompido apenas pela respiração pesada e ofegante dos sobreviventes. Olhamos uns para os outros, os rostos marcados pelo cansaço e pela dor, mas também pela gratidão e alívio por estarmos vivos.

"Isso não foi o esperado," murmurei, lutando para encontrar palavras adequadas para descrever a intensidade do confronto.

"Nunca é," respondeu Ethan, sua voz rouca. "Mas sobrevivemos. E isso é o que importa."

Nosso acampamento estava em ruínas, mas não havia tempo para descanso. Pegamos nossos pertences, incluindo o precioso grimório que agora continha não apenas promessas, mas também os perigos que enfrentávamos. O próximo passo era claro: usar o conhecimento que tínhamos ganhado para enfrentar a Ordem de uma vez por todas.

E assim, com corações pesados mas determinados, deixamos Aetheria para trás. Nosso caminho estava traçado, nosso destino entrelaçado com o daqueles que haviam nos precedido. A batalha pela Fonte Primordial estava longe de terminar, e estávamos prontos para enfrentar o que quer que viesse em nosso caminho.

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