A elite reunia-se em segredo, sempre no mesmo local, uma fortaleza escondida nas montanhas nebulosas. Do lado de fora, o mundo continuava a girar, alheio às sombras que conspiram para destruir tudo o que conhecíamos. Eu, Alaric, líder desta ordem silenciosa, sentia o peso da responsabilidade mais do que nunca enquanto olhava para o mapa em minha mesa, os olhos fixos nos pontos que marcavam nossas próximas missões.

A sala estava escura, iluminada apenas pelas tochas fixadas nas paredes de pedra. O silêncio foi quebrado ocasionalmente pelo crepitar do fogo. A fortaleza era nossa última linha de defesa, um bastião contra as forças que ameaçavam a estabilidade do reino. Enquanto meus olhos percorriam os pergaminhos e relatórios espalhados diante de mim, uma batida firme na porta anunciou a chegada de um mensageiro.

“Entre,” disse, minha voz ecoando pela câmara.

O jovem entrou, visivelmente nervoso. Suas mãos tremiam levemente enquanto me entregava um pergaminho lacrado com o selo real. Abri o lacre com cuidado, desenrolando o papel para revelar uma mensagem do rei. Havia uma urgência nas palavras, uma convocação para uma missão que não poderia ser ignorada.

A missão era clara: investigar rumores de uma nova ameaça emergente, algo que poderia desestabilizar o equilíbrio já frágil de nosso mundo. Minhas habilidades estratégicas seriam testadas, assim como minha liderança.

Saí da câmara e fui em direção ao salão principal, onde os outros membros da elite já se reuniam. Suas faces eram uma mistura de cansaço e determinação, cada um ciente do que estava em jogo. Estavam prontos para ouvir o próximo passo, confiando em mim para guiá-los através das incertezas.

“Recebemos novas ordens,” anunciei, segurando o pergaminho à vista de todos. “Há uma ameaça surgindo nas fronteiras do reino. Não temos todos os detalhes, mas sabemos que não podemos ignorar isso. Precisamos agir rapidamente e com precisão.”

Ninguém contestou minha decisão. Essa era a força da nossa elite: uma confiança inabalável uns nos outros e, mais importante, em mim. Eu sabia que teria que liderar com destreza, mas também precisava ser estratégico em nossas ações.

Decidi montar uma equipe para investigar os rumores e reunir mais informações. A escolha dos membros da equipe era crucial, pois não podíamos arriscar qualquer falha. Cada membro tinha suas próprias habilidades e especialidades, todos essenciais para a missão.

Escolhi Ethan, nosso mestre em rastreamento, cujas habilidades de detecção eram inigualáveis. Aria, nossa especialista em disfarces e infiltração, poderia se passar por qualquer um e se misturar com qualquer multidão. E finalmente, Kaden, nosso combatente mais feroz, cuja lealdade e força bruta seriam indispensáveis em caso de conflito direto.

“Partimos ao amanhecer,” finalizei, vendo os acenos de concordância dos escolhidos. “Preparem-se para qualquer coisa.”

Enquanto o grupo se dispersava para fazer seus preparativos, eu me retirei para meus aposentos. O peso da liderança nunca era mais pesado do que naqueles momentos de silêncio, quando a responsabilidade de tantas vidas repousava inteiramente sobre meus ombros. Mas eu havia escolhido esse caminho, e não me arrependia. Cada decisão que tomei, cada batalha que lutei, tudo me trouxe até aqui.

Na manhã seguinte, a névoa nas montanhas era densa, obscurecendo a vista da fortaleza enquanto partíamos. O silêncio da madrugada era perturbado apenas pelo som de nossos passos e o farfalhar das capas contra o vento. Seguíamos em direção ao desconhecido, preparados para enfrentar o que quer que estivesse à nossa espera.

A jornada foi longa e exaustiva, mas não podíamos nos permitir fraquejar. Cada um de nós sabia o que estava em jogo. Ao chegarmos à fronteira, as primeiras pistas começaram a surgir. Pegadas no solo, marcas de acampamentos abandonados recentemente, tudo indicava que algo grande estava em movimento.

Ethan liderava a investigação no terreno, seus olhos treinados captando detalhes que passariam despercebidos para a maioria. Aria se misturava com os habitantes locais, coletando informações e sussurros de tavernas e mercados. Kaden e eu mantínhamos a guarda, prontos para agir a qualquer momento.

Foi numa dessas investigações que Aria trouxe a primeira notícia alarmante. Havia rumores de uma figura misteriosa que comandava seguidores nas sombras, alguém que parecia ter um conhecimento profundo das forças místicas que até então considerávamos esquecidas. Algo grande estava por trás dessas movimentações, algo que poderíamos não ser capazes de enfrentar sozinhos.

Enquanto ponderava sobre essas informações, senti uma presença familiar. Uma figura que pensei nunca mais ver. Evelina. Ela emergiu da névoa, tão misteriosa quanto sempre fora, trazendo consigo uma sensação de inquietação e um mar de memórias do passado.

O choque inicial da sua aparição foi logo substituído por uma tensão palpável. Evelina, a mesma mulher que havia desaparecido anos atrás, sem deixar rastro. A mesma que conhecia os segredos da elite, e os meus segredos também. Agora, ela estava de volta, trazendo notícias de uma nova ameaça que poderia mudar tudo.

“Alaric,” sua voz era suave, mas carregada de urgência. “Precisamos conversar. Há muito em jogo.”

Olhei para ela, tentando decifrar suas intenções. Anos de desconfiança e perguntas não respondidas passaram por minha mente. No entanto, sabia que não poderia ignorar o que ela tinha a dizer. Evelina sempre teve uma habilidade única de prever o caos, e se ela estava aqui, significava que as coisas eram muito mais graves do que imaginávamos.

Assenti, gesticulando para que me seguisse de volta à nossa base improvisada. Havia muito a discutir, e o tempo estava contra nós. As sombras do passado e do presente se entrelaçavam, e a liderança exigia que eu encontrasse a luz no meio do caos.

Enquanto Evelina começava a falar, revelando partes de uma ameaça que só ela conhecia, percebi que nossa missão estava apenas começando. O verdadeiro teste de liderança e coragem estava à nossa frente, e não podíamos nos dar ao luxo de falhar.