09

Fael narrando

 

- É sério que a garota tá trabalhando lá mesmo? - Filipe fala.

 

- Ela tem que me pagar - Eu falo sentando na minha cadeira.

 

- Caralho Fael - Filipe fala - Tô achando tudo estranho.

 

- Não tem nada de estranho - Eu falo - Fala pro Guize me dar um relatório sobre a vida dela.

 

- Relatório? - Filipe pergunta.

 

- Tenho que saber quem eu estou colocando dentro da minha casa - Eu falo para ele.

 

- Tu tá doidão  - Ele fala.

 

- Estou nada - Ele diz - Fica de boa ai.

 

Já era quase meio dia quando volto para casa, chego na cozinha e encontro a dona Zélia.

 

- Cadê a garota? - Eu pergunto.

 

- Foi no mercado que eu pedi - Ela fala.

 

- Depois pede para ela arrumar meu quarto - Eu falo para ela.

 

- Ela já arrumou - Ela responde firme na sua resposta.

 

- Mas está bagunçado de novo - Eu falo e ela me olha - Manda ela lá, para isso que ela é paga. - A veia me olha torto.

 

- Fael oque você quer com essa menina? - Ela pergunta colocando a mão na cintura.

 

A velha até parecia gente.

 

- Fica de boa - Eu falo para ela - diz que eu mandei ela subir,  manda arrumar logo que ela chegar, tenho pavor de quarto bagunçado  - faço cara de brabo.

 

- Pode deixar menino - Dona Zélia.

 

Subo até o quarto e jogo algumas roupas no chão  deito o abajur e desarrumo a cama que estava toda arrumada , entro no banheiro e  tiro a roupa e entro no banho.

 

Fecho os olhos e a imagem de Juliana vem na minha cabeça, balanço a cabeça em sinal de negação para tirar ela dos meus pensamentos.

 

A garota era bonita mesmo e era diferente de qualquer outra aqui do morro, ela poderia ter me dado uma contra proposta e ter se oferecido para mim, isso seria melhor do que ficar limpando a casa, mas mesmo assim ela aceitou e nem sequer se ofereceu para mim, se fosse qualquer outra tinha se aproveitado da situação, tinha pagado a dívida com sexo e ainda iria querer tirar dinheiro meu.

 

Escuto passos pelo quarto e vejo que era ela, desligo o chuveiro, me seco e saio pelado, abro a porta do banheiro para o quarto, e vejo ela arrumando a cama e resmungando alguma coisa.

 

- Meu Deus - Ela fala assim que me vê  e fecha os olhos e se vira de costa  - Eu achei que estava vazio o quarto.

 

- Calma aí  - Eu falo - Oque Você está fazendo no meu quarto? - Pergunto com um tom de voz que deixou ela morta de vergonha.

 

- Dona Zélia falou que você pediu para arrumar ele que estava bagunçado  - Ela fala envergonhada.

 

- Dona Zélia deve estar louca - Eu falo - Eu sempre falei que essa velha era maluca, eu não pedi nada.

 

- Maluco aqui é você  - Ela fala - Você pode vestir uma roupa? - Ela diz brava.

 

- Calma aí garota  -Eu falo vestindo uma cueca e um calção  - Pode virar - Ela vira e me olha me fuzilando - Você deveria ter medo de fuzilar o dono do morro - Eu coloco o boné na cabeça 

 

- Seu aproveitador - Ela fala e continuava me encarando cheio de marra.

 

- Termina de limpar  - Eu falo para ela .

 

- Você fez toda essa bagunça de propósito não é? - Ela diz e eu encaro ela.

 

- De propósito para que? Para você me ver pelado? - Eu falo para ela - Vai dizer que isso não era o seu sonho?

 

- Você só pode estar drogado - Ela fala bufando - Você vai me deixar fazer o meu trabalho ou não? 

 

- E eu estou te atrapalhando por acaso? - Eu falo para ela - Não estou te agarrando - Eu falo - Ah não ser que você queira - Ela vem para cima de mim para me bater.

 

- Você e louco - Ela fala e eu seguro as suas mãos.

 

- Abaixa a marra - Eu falo segurando os seus braços  - Eu não quero te machucar.

 

- Covarde - Ela fala.

 

- Posso soltar? - Eu pergunto para ela.

 

- Me solta - Eu largo ela .

 

- Tenha um ótimo dia - Falo saindo do quarto e deixando ela lá.

 

Desço arrumando meu relógio quando meu rádio começa a tocar.

 

- Oque foi? - Eu pergunto.

 

- Tem uns comédia ai atrás da Juliana. Um entrou no Morro.

 

- Quem deixou Caralho?

 

- Passou pela nossa visão. - Mateus responde.

 

Eu saio de casa e vou direto para a boca .

 

- Algum sinal? - Eu pergunto.

 

- Não. - Mateus diz.

 

- Não deve mais está no morro  - Filipe fala. - Viu a movimentação e vazou.

 

- E aqueles comédias que estava na entrada do morro? - Eu pergunto.

 

- Vazaram. - Mateus responde.

 

- Quero todo mundo de olho, principalmente na Juliana. Entendeu?

 

- Sim chef - Mateus fala saindo.

 

- qual é? Tá preocupado de mais com a garota. É por causa do dinheiro mesmo?

 

- Não enche Filipe. Tu sabe muito bem que uma invasão aqui no morro ia chamar atenção da polícia e a gente não quer isso.

 

- Tô ligado. - Ele diz me olhando.

Leia este capítulo gratuitamente no aplicativo >

Capítulos relacionados

Último capítulo