XIX - PORTA SECRETA:
CAVALEIRO: Procuramos a donzela em perigo, jamais a encontramos. Nem nos vales, nem nas proximidades do reino e nem nas cidadelas. Às vezes imagino a suavidade da moça que amava os animais. [...]. Silêncio! Eu vi um vulto. Parece que foi uma criatura esquisita vindo por detrás de nós! Embanhem as espadas! Shhhh...
ESCUDEIRO: Pode ser uma mantícora, um dragão, um devorador de sombras...
CAVALEIRO: Vai vigiar ali atrás escudeiro...
ESCUDEIRO: Vamos pegar esse barco e remar.
CAVALEIRO: Mas você só viu um vulto.
ESCUDEIRO: E você pensou ser uma criatura das trevas?
CAVALEIRO: Ora tudo por causa de um javali.
ESCUDEIRO: Aqui está tudo escuro, só há uma clareira por causa do b
XX – O REINO DOS MORTOS CAVALEIRO: Altíssimo sonda-me nesta aurora. Tu és tão mais fundo quanto o perfeito abismo de escuridão da dor que me afronta. Mas tu me conheces bem. Tão bem quanto às profundezas dos oceanos, quanta a vasta terra onde pisam meus pés, quanto o grandioso céu que me rodeia. Há visões
XXI - O CASTELO EM RUÍNASCAVALEIRO: Parece que durmo em frente ao castelo em ruínas. Ele parece sombrio e ao mesmo tempo vindo de um conto de fadas. Ele é encantado por criaturas imaginárias. As gotas de orvalho parecem mais brilhantes ao redor de seu jardim, onde há um lago, denso que reflete tudo ao redor. Seria eu triunfante? Eu veria uma fada voando com graciosidade em pompas e circunstâncias?Com a espada e o escudo eu vou com o brasão de fogoE passo por milhas andantes envolto da cruzSonhando com as descobertas, com o sonhos não vividosCom os dragões que nunca existiramPeço ao Senhor dos senhoresQue me tire do perigo e que me envolva em suas mãos Meu coração se derrama e eu te peço
XXII - A DANÇA DA MORTEFANTASMA:Você e eu andamos juntos na mesma rodaOnde se formam as alianças de poderApós a morte não há milagre o suficiente Para lhe tirar das trevas para o aniquiladorEsta é a dança dos mortosBem de longe eles vêm.Bem de longe eles se vãoMe diga alto antes que tudo se feche.A morte é a passagem para o outro mundo Obscuro e cheio de trevasLá nada quase dá para se ver, mas é lá que um dia todos irãoEsquecer-se-iam de alguém?Por favor, não me deixe aquiA morte não esquece de ninguémNem de papas, nem de reis, nem de imperadoresE
XXIII – ANJOS E DEMÔNIOSCAVALEIRO: Onde estou? O mundo em ruínas parece tão desolado em profundo silêncio que nem pássaros aqui cantam. O homem nasce como flor, vive ao brilho do sol e ao da lua e sente as lágrimas celestiais que caem dos céus e murcha. Às vezes a inquietação, como um mar revoltado, vem e o engole e com a brisa do vento e o arrasta feito areia.DEMÔNIO: Está onde deveria estar, não se preocupe. Confia em mim e eu lhe apresento o verdadeiro paraíso. Lá você ficará longe de perigos e aflições. Você só precisa comer este fruto. Coma.ANJO: Espere. Saia de perto dele! O exército de anjos vem com a graça de Cristo para lhe proteger. Siga o desejo de seu coração e que ele seja a vontade divina.&
XXIV - O JARDIM DAS DELÍCIAS TERRENASFAUNO: Sinto o sabor da uva em minha língua, tão doce. Aproveitai e bendizei! Unidos somos poetas segurando o mesmo pomo da imortalidade [toca flauta com as ninfas ao redor].Ó Deus do Trovão, será que eu posso sentir o teu choro entre minhas mãos?Ou podes consumir os homens como as chamas?Aqui posso montar em unicórnios e dançar com as ninfasÓ, anjo dourado, que tu fizeste? Escutei tua voz?CAVALEIRO: Olá, boa vida para os demais. Estou encontrando o fantasma que me deixou por aqui e que parecia querer dominar o meu ser. Eu vejo a cruz e penso que ele queria desprezá-la. Quebrado o cálice da vida, tu entrarás no caminho da perdição, aquele que conduz às trevas.
XXV- A ILHA DAS FADASCAVALEIRO: Ora meu rapaz, que alegria!ESCUDEIRO: Te encontramos aqui!ALQUIMISTA: Aqui na ilha estou refugiado numa gruta com a tribo indígena guarani-kaiowá, uma esfera nativa. Eles me ajudam depois que sabem de minha história, depois de ter enfrentado o caos e bebido da fonte de sabedoria. Aqui posso voltar a entender a Ilha das Fadas, um lugar cujo espírito parece imortal. Somente os muitos especiais são capazes de enxergá-la, por isso criei um antídoto para ver além do que o mundo me propõe em torno de máscaras. São nas sombras da noite que ouço fábulas, sinto o cheiro de perfumes de plantas em um lugar com a atmosfera fantástica.Oh, como é belo ver tu de coração quebrantadoUm rei quer te proteger Mas
XXVI: DESCENDENTES DO SOLALQUIMISTA: E então, vocês estão sujos demais de barro e lama, por onde andaram? O índio não precisa me abandonar.CAVALEIRO: Você construiu uma casa para nós vermos o inverno na neve? Ela é sempre bem-vinda quando a luz do Criador está em nós, não é?ALQUIMISTA: Você sempre um tanto engraçado.CAVALEIRO: Eu vim aqui pelo chamado de um anjo. Confia que Deus que ele faz com a misericórdia. O dom se refugia e nos torna uma lembrança alegre. Eles vão se casar? Glória ao Pai, ao Filho ao Santo Espírito! E eu construirei minha morada ainda para eu morar num lugar belo, mesmo com todos os dias de angústia dessa ida para baixo. Parece que senti o fogo em mim, mas a temperatura do corpo estava normal.
XXVII: VISÕESMONGE: Lá fora está frio demais e neva belissimamente, mas nessas tantas há brigantes e podemos ser assaltados, por isso meu mosteiro me serve como refúgio.ALQUIMISTA: Os vitrais das catedrais góticas mostram como os planetas são criação de Deus e o espiral do universo é contemplado: O vitral conta uma história em forma de uma flor, é como se o pecador atingisse os céus entrando na Igreja. Ao olhar para a obra se percebe que o construtor tinha um dom encantador.MONGE: Antes de tudo peço que o alquimista conte um pouco sobre seu passado, já que somos amigos.ALQUIMISTA: Há anos atrás foi o meu batismo. Eu era uma criança curiosa e travessa, mas que se interessava pelo mun