CAPÍTULO 4

Ela tinha marcado com ele mais tarde, na casa dela, mas não parara de pensar nele um só momento, desde que o deixara sozinho no quarto secreto, na noite anterior, o que estava tornando bastante difícil realizar os trabalhos do dia. Por isso, decidira tirar proveito do fato de que ele trabalhava em sua empresa e antecipar o reencontro. Pedira a Lily que o chamasse para ir à sua sala, como se precisasse realizar uma consulta contábil urgente.

"Bo-bom dia, se-nhorita Lavigne." Oliveira falou, entrando na sala, nervoso, e vendo a mulher sentada em sua cadeira, atrás da grande mesa de madeira escura. O vermelho da noite anterior tinha dado lugar a tons pastéis novamente, mas ela estava tão sexy quanto sempre, mesmo sem intenção ou qualquer esforço.

"Bom dia, Gabriel." Sorriu, quase de maneira tímida. "Tranca a porta, por favor."

Ele fez o que ela pediu, engolindo seco, ainda mais nervoso. Secou as mãos na calça, ajeitou os óculos, e andou até perto da mesa dela, olhando para o chão.

"Olha pra mim, Gabriel." Sorriu de novo, agora mais confiante, como se o nervosismo dele reavivasse a porção mais poderosa dela. "Você tá diferente." Observou, vendo que ele não usava um de seus característicos coletes de lã, mas apenas camisa branca e calça cinza sociais.

"Isso é ru-ruim?" Ele questionou. Na hora de se vestir, havia se lembrado de que ela lhe dissera que ele não ficava gostoso com o colete, por isso não tinha colocado um. Queria que ela o achasse gostoso, afinal de contas! Porém, agora estava inseguro sobre sua escolha, uma vez que o colete era um dos elementos que faziam dele o cara tímido, deslocado e desajeitado que ela tinha julgado perfeito para ser seu submisso.

"Eu ainda não tenho certeza sobre isso." Ela respondeu, sincera. Ele estava, sem sombra de dúvidas, mais bonito e ainda mais atraente, mas, por outro lado, se parecia um pouco menos com alguém que ela poderia manter sob seu controle. "Vem até aqui." Pediu, deixando para avaliar isso depois. Precisava dele e ele estava ali, parecendo pronto a fazer o que ela mandasse naquele momento.

Ela girou a enorme e confortável cadeira reclinável em que estava sentada, ficando de lado para a mesa, enquanto ele rodeava a mesma e parava em frente a ela. Os dois se olharam em silêncio por segundos, que, de tão estranhos para ambos, pareceram minutos intermináveis, até ela tomar a iniciativa de falar, como era esperado que fizesse. Ela era, afinal, a chefe dele na empresa, e a dominadora na relação que eles vinham experimentando.

"Eu te chamei aqui porque eu to tendo um dia bem difícil... e preciso urgentemente relaxar. E enquanto tem gente que relaxa fazendo exercícios na academia... ou recebendo uma massagem de um profissional... eu só relaxo realmente quando eu gozo. Quando eu tenho um orgasmo bem intenso, daqueles que a gente até pode conseguir sozinha, mas que merece ser compartilhado com alguém, sabe?" Sorriu, maliciosa. "O que você me diz, Gabriel? Você acha que pode me ajudar a... relaxar?" Terminou traçando uma linha, com as unhas, entre dois dos botões da camisa dele.

"Claro, Ra-... Se-senhorita Lavigne." Se corrigiu a tempo.

"Ótimo!" Ela afirmou, puxando-o para baixo, pela camisa, até ele ficar agachado na sua frente.

Mantendo o olhar firme no dele, Viviam abriu um pouco as pernas, ao mesmo tempo em que subia devagar a saia, revelando não usar nada por baixo dela, e relaxava, quase se deitando em sua cadeira. Ele respirou fundo e lambeu os lábios instintivamente, ao ver a intimidade dela exposta. Então voltou a olhar para o rosto dela, com semblante questionador, desejando saber quais eram seus planos, que tipo de brincadeira ele deveria ou poderia fazer.

"Eu quero que você sinta o meu gosto, Gabriel... que você prove a minha excitação, o meu prazer... que você me consuma, me saboreie... se delicie." O tom dela era sedutor e pausado, cheio de desejo e expectativa.

Quando ela terminou de falar, ele já havia se ajoelhado ainda mais perto dela, e tinha as mãos firmes em suas coxas, separando suas pernas e mergulhando no espaço entre elas. Avançou para ela como um miserável, um faminto, que recebe não um prato de comida qualquer, mas uma refeição preparada para o monarca, com os temperos mais raros e preciosos do reino.

"Isso, Gabriel." Ela o encorajou, ao sentir a língua dele percorrer toda a sua fenda. "Era assim mesmo que eu tava imaginando." Ofegou. "Exatamente assim!" Assegurou e gemeu.

Ele fez exatamente o que ela mandou. Lambeu, sugou, saciou a vontade de senti-la, se derramando e pulsando em sua boca, enquanto ficava cada vez mais molhada, por uma mistura da saliva quente dele com sua própria excitação, crescente e enlouquecedora, até ter o seu desejo satisfeito, e seu corpo tremer inteiro, sem controle.

"Uau." Foi o primeiro som que ela conseguiu emitir, ainda de olhos fechados, jogada na cadeira, com ele sentado sobre as próprias pernas à sua frente. "Quem diria que você seria tão bom nisso!" Completou, abrindo os olhos, devagar.

"Eu não s-sou nenhum idi-idiota, Viviam." Ele disse, se levantando. O tom ofendido da voz dele era tal que ela nem percebeu que tinha sido chamada pelo primeiro nome.

"Me desculpe, Gabriel. Eu não queria te ofender." Pediu, sincera. "Eu não te acho nenhum idiota... pelo contrário. Eu só achei que talvez, por você ter tido uma namorada só, eu fosse precisar dar umas dicas... ensinar algumas coisas. Mas você não precisa melhorar em nada! Ou você praticou bastante com essa sua namoradinha ou tem um dom natural... e eu apostaria nessa segunda hipótese, com toda certeza." Sorriu, maliciosa, enquanto ajeitava a saia e ficava reta na cadeira.

"Sei lá." Ele disse, passando a mão no cabelo e dando um risinho, que era um misto de tímido com vaidoso.

"É uma pena, mas eu tenho trabalho a fazer agora... e tenho certeza que você também, não é?" Comentou, simpática, colocando os olhos, então, na visível ereção dele. "Mas nossos planos pra mais tarde estão de pé." Lembrou, passando a mão pelo volume sob a calça.

"Ok. Até-té mais tarde." Ele disse, seguindo para a porta, com pressa de chegar ao banheiro e poder aliviar a pressão, agora que sabia que diversão para ele, com ela, somente haveria à noite. Ainda faltavam muitas horas!

"Gabriel, eu já ia me esquecendo." Ele se virou para ela. "Eu tive que dar folga pro Brad. Você vai ter que ir lá pra casa comigo. Eu vou sair às sete, ok? Do mesmo lugar onde você tinha combinado com ele."

"Ok."

Gabriel precisou resolver o próprio "problema" no banheiro, ou não conseguiria trabalhar. E pelo resto do dia ele teve vontade de fazer isso outras vezes, pois seu cérebro teimava em conjecturar Viviam e ele fazendo sexo em inúmeras posições, tocando um ao outro em todos os lugares, explorando não só o quarto secreto como outros lugares da casa dela e do escritório. Ele só se controlou porque queria guardar o tesão para quando estivesse realmente com ela, e não sozinho com as perversões que ela provocava na mente antes quase comportada dele.

Fora isso, uma outra coisa o estava impedindo de se concentrar no trabalho. Ele estava irritado com Samuel, e precisava achar um modo de tirar satisfações com ele, sem ser indiscreto sobre Viviam. O que tinha dado na cabeça de seu melhor amigo, de alguém que era quase seu irmão, para falar de seu passado a estranhos, mencionando detalhes como o fato de ele ter tido apenas uma namorada em toda a sua vida? Estava quase arrependido de ter trazido o jovem irlandês para ser seu assistente na Red Rave Jewelry Ltda.

Viviam não estava vivendo uma situação tão diferente. Embora ela fizesse aquele jogo com Gabriel em que ela mandava, ele obedecia, e o prazer era todo dela, isso era só uma encenação. Mesmo os dominadores gostam de dar prazer a seus dominados e, desde que ele saíra da sala, tudo em que ela conseguia pensar era em sentir o gosto dele de novo e, dessa vez, ir até o fim, para que ele explodisse em sua boca e ela pudesse provar não só da sua excitação, mas também do seu gozo.

Ambos contaram as horas e minutos para as sete e, quando chegou o horário marcado, se apresentaram no local combinado, na garagem do edifício da empresa, pontualmente. Ela apresentou a ele Dean Harvey, o chefe da segurança, que seria o responsável por levá-los até o prédio dela naquela noite, e os dois ocuparam o confortável banco de trás de um carro de luxo negro.

"Dean, você teve notícias do Jake?" Ela perguntou, quando ele já tinha dado a partida e saía do estacionamento.

"Ele tá bem. O Brad tá lá com ele e me disse que a febre baixou, e que até à escola ele tava querendo ir." Riu o rapaz, que usava a cabeça raspada e tinha mais cara de segurança que Brad, na opinião de Gabriel.

"A Lily tava muito preocupada. Mas, ao mesmo tempo, não quis ir pra casa... eu não entendi." Comentou a garota.

"Ela queria o Brad cuidando do filho... disse que ele nunca faz isso. Eu sei que ele faz, mas achei melhor nem discutir." Gabriel ouvia a conversa, juntando as informações, e concluindo que o novo marido da ex-mulher de Brad era Dean, e que a tal ex era a secretária de Viviam, Lily.

"Bom, o importante é que o Jake esteja bem." Falou Viviam, séria. "Me avisa pelo interfone quando chegarmos, ok?" Acrescentou, apertando um botão, sem esperar resposta, e fazendo com que uma divisória subisse entre a parte da frente e a de trás do carro, e elas ficassem sem qualquer comunicação.

Os vidros do carro eram todos escuros e, agora afastados do motorista por outro vidro fumê, Gabriel e Viviam estavam isolados do mundo.

"Essa parte do carro tem isolamento acústico também." Informou a executiva. "Não foi colocado por causa dos meus fetiches, e sim por questões de segurança... de sigilo de informações da empresa. Mas... por que não tirar proveito, não é?" Olhou para Gabriel, sugestivamente, e arranhou um pouco uma das coxas dele com as unhas.

Ele fez menção de abraçar e beijar Viviam, mas ela se afastou e fez sinal negativo com a cabeça, então ele recuou.

"Sabe, Gabriel? Você tem sido perfeito. Mesmo nunca tendo sido um sub, você tem feito tudo direitinho... tudo do jeitinho que eu gosto." Disse, abrindo o cinto dele. "Você merece ser recompensado, não acha?" Ele apenas mordeu o lábio e a observou abrir o botão de sua calça. "Só relaxa, Gabriel. É a minha vez de saborear o seu prazer... e eu quero ele todinho pra mim."

Ele levantou o quadril, para que ela pudesse baixar a calça dele, junto com a cueca boxer, e se recostou no banco do carro, apenas sentindo Viviam balançar o seu mundo, mais uma vez.

Era definitivamente uma ótima maneira de começar a noite, e ele esperava que viesse muito mais pela frente. Ele estava oficialmente dominado por um vício chamado Viviam Lavigne.

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