Dois meses antes...Elliot LancasterEstou me direcionando a sede da máfia em meu veículo caro, nada mais e nada menos que a melhor limusine de toda Itália. Gosto de luxo e não os poupo em me dar, levo uma vida de conforto, grandeza e esplendor. Eu sou poderoso. Podendo e fazendo tudo que me agrada.Infelizmente quase todos que estão a minha volta são incompetentes, não tendo paixão por ter uma vida mafiosa. Batalhei pelo que possuo hoje, me tornando cada dia um homem mais frio e sanguinário, porém, respeitado. Uma das coisas que não suporto e não admito são os devedores, principalmente os que tentam passar a perna em mim, achando que todo meu império vive de caridade. Não perdoo quem tenta me enganar. Ninguém brinca com um Lancaster e fica vivo para contar história. Olho em volta, impaciente. Nego dispor de paciência com trânsito, e hoje as ruas de Milão estão um inferno. Não tenho costume de abrir os vidros do carro, tendo ar-condicionado no mesmo, porém hoje, senti necessidade de
Manuela RicciFaz exatamente um mês que não pude voltar a vender os meus doces. Leonardo acabou ficando doente e depois de três semanas enfermo, ele está melhor. Não vejo a hora de chegar o meu aniversário e conseguir um bom emprego. Só assim poderei ir para bem longe daqui. Sei que o meu irmão ficou doente devido às condições em que vivemos. Toda frieza desse quarto úmido não está fazendo bem a ele.Durante os últimos dias, aquele desconhecido sempre estava presente em meus pensamentos e o meu coração se aquecia toda a vez que me lembrava do dono dos olhos azuis mais brilhantes que já havia visto. Sei que era da vontade do meu pai, que eu me cassasse com o homem que jamais vi na vida, e agradeço por eles jamais terem nos procurado, dessa forma eu irei seguir a voz do meu coração.— Não! Não! Nãooooo...Meus pensamentos foram interrompidos assim que ouvi o choro sofrido do meu irmãozinho, me levanto num pulo, indo até a sua cama. Sinto um aperto profundo no meu peito ao ver lágrimas d
Alguns minutos antes...MANUELAEstou fiz porque hoje completei dezenove anos, mas como sempre, o único que me parabenizou foi o meu irmão. Tanto eu, como Léo tinha tomado banho e estávamos prontos para dormir, embora o barulho vindo da casa tivesse ultrapassado as paredes e chegado até o cômodo em que estávamos. Leonardo já estava acomodado na velha cama em que dormia, não muito diferente da minha, já que antes era um beliche de madeira que Francesca acabou mandando separar. Embora o colchão esteja num estado caótico nos causado vários tipos de desconforto, agradecemos por não ter que dormir no chão, já que ela sempre diz que o não tem dinheiro. No entanto, os dois hoje, pelo visto, esqueceram a situação em que vivemos, já que estão dando uma festinha em particular.— Manu!Volto a realidade no instante em que ouço a voz do meu irmão.— Eu estou com fome.Já estava esquecendo de pegar um copo de leite para ele. Pois era a única coisa que tinha para lhe oferecer. Amanhã pretendo volt
MANUELA Medo! Pânico! Desespero! Um misto de sensações ruins se fez presentes. Meu coração parecia estar batendo na garganta, e esta parecia estar seca e poderia facilmente ser considerada com uma lixa. Senti um grande alívio quando aquele desconhecido surgiu e nocauteou aquele homem ruim, porém, no momento que levantei a cabeça, meus olhos ficaram cravados no homem a minha frente, no mesmo instante que ele parou de se mover e suas orbitas azuis me encaravam intensamente. Ele tinha uma expressão totalmente indecifrável, seus olhos insondáveis, não piscavam e continuavam a me observar e eu podia sentir a vibração magnética que vinha dele, fazendo todo o meu corpo estremecer e no momento que ele moveu uma de suas mãos e retirou o capuz, meus batimentos cardíacos dispararam terrivelmente, como se meu coração fosse saltar para fora do meu peito. Minha garganta fechou-se como se tivesse um nó gigantesco que me impedia de respirar.“Por que ele está aqui?”Dúvidas e mais dúvidas martelavam
MANUELAMeus olhos ficaram direcionados para a janela do automóvel, continuo sem conseguir desviar os olhos daquela direção. Embora já seja noite, o tráfego de veículos era intenso, havia carros por todos os lados, como se ninguém dormisse nessa cidade. Depois do engarrafamento que durou quase uns dez minutos, não fizemos mais nenhuma parada até chegarmos à frente de um grande portão e não demorou muito para que ele fosse aberto. Assim que o veículo parou, um barulho sutil ecoou, indicando que a porta estava aberta. Assim que saímos do carro, meus olhos ficaram fixos na mansão luxuosa. Para ser mais clara; um palacete belíssimo, e com várias janelas majestosas. Ele caminhou em direção à entrada principal e no momento que ia me mover, senti um calafrio percorrer a minha espinha e um forte incômodo pairou sobre mim. Fiquei totalmente imóvel, era como se algo de ruim fosse acontecer, meu coração estava agitado e minha respiração tornou-se pesada. Eu não sei o que estava acontecendo comig
MANUELAAcordamos logo nas primeiras horas da manhã. Ao contrário de ontem à noite, encontramos alguns funcionários e havia uma mesa posta que parecia um verdadeiro banquete. Meu irmão chegou a chorar, pois desde a morte do nossos pais não tínhamos tantas coisas para comer no café da manhã. Depois que terminamos, Lancaster avisou que era chegada hora de partir. Já dentro do veículo, o homem passou todo o caminho ao telefone e este só encerrou a ligação quando chegamos em uma pista particular. Saímos do automóvel e tinha um jatinho pronto para decolar. Voltei a realidade quando ele falou comigo.— Vamos Manuela, para seu novo lar. Estremeço com suas palavras e sinto um calafrio travessar o meu corpo. Leo estava eufórico, e não parava de falar, no momento seguinte adentramos a aeronave e nos acomodamos. Elliot se sentou numa poltrona ao lado da nossa. Decolamos e enquanto meu irmão mantinha sua atenção na janela, fiquei olhando para o homem ao meu lado, definitivamente ele era o homem
Semanas depois...MANUELAA manhã está linda, olho através da varanda toda a movimentação no jardim, estava tudo ficando tão lindo, o sol brilhava majestoso, sorrindo para mim. Como num piscar de olhos, o dia que vem sendo tão esperado por todos, enfim chegou. Ao longo dos últimos dias muita coisa aconteceu, acabamos visitando o colégio, o qual meu irmão irá amanhã, já que deixamos para que ele fosse após o casamento.Dona Eleonor tem me tratado como uma filha e apesar de uma hora ou outra ver as mudanças de personalidade de Elliot, onde o vi por diversas vezes furioso ao sair soltando do escritório e indo direto para o confronto e ao retornar me deparei com ele com as roupas sujas de sangue, me deixando estarrecida e preocupada, achando que ele havia sido atingindo. Em relação a mim, ele sempre tem se mostrado muito carinhoso, pois segundo suas palavras, sou a acalmaria que ele tanto precisava. Voltamos a nós beijar e confesso que estava ansiando pelos seus toques.Ontem quando fui a
MANUELADepois que nos despedimos de todos, acabamos trocando de roupa. Já estávamos no carro, uma limusine luxuosa. Nunca tinha andado numa dessas antes. O veículo continua em movimento, não sei ao certo onde estávamos indo, só que voltaríamos dentro de três dias. Meu olhar foi de encontro ao anel de casamento ornando meu dedo e vários pensamentos se fizeram presentes. Fiquei tão distraída, que quando voltei ao meu estado de lucidez, o carro parou e a porta foi destravada. Os seguranças do Elliot se posicionaram e um deles abriu a porta do meu lado, logo meu esposo veio e me fez sair da limusine, olhei para a imagem a minha frente. A fachada anuncia o nome do hotel estampado entre duas estrelas. Era enorme, todo iluminado, Elliot pega em minha mão e me conduz em direção as belas portas de vidro do lugar e quando entramos, deparo-me com um lobby magnífico, fico encantada com tudo a minha volta. Para onde se olhar, é extremamente luxuoso, mas, sem exageros e conforme andamos, algumas p