Alguns minutos antes...
MANUELAEstou fiz porque hoje completei dezenove anos, mas como sempre, o único que me parabenizou foi o meu irmão. Tanto eu, como Léo tinha tomado banho e estávamos prontos para dormir, embora o barulho vindo da casa tivesse ultrapassado as paredes e chegado até o cômodo em que estávamos. Leonardo já estava acomodado na velha cama em que dormia, não muito diferente da minha, já que antes era um beliche de madeira que Francesca acabou mandando separar. Embora o colchão esteja num estado caótico nos causado vários tipos de desconforto, agradecemos por não ter que dormir no chão, já que ela sempre diz que o não tem dinheiro. No entanto, os dois hoje, pelo visto, esqueceram a situação em que vivemos, já que estão dando uma festinha em particular.— Manu!Volto a realidade no instante em que ouço a voz do meu irmão.— Eu estou com fome.Já estava esquecendo de pegar um copo de leite para ele. Pois era a única coisa que tinha para lhe oferecer. Amanhã pretendo voltar as ruas e trabalhar, pois acabei gastando tudo que tinha nos últimos dias. Num pulo, me levanto e com passos apressados, deixei o ambiente, passando pelo corredor, já dava para ouvir as vozes que vinham da sala e ao chegar nela, além do casal, havia mais dois homens que nunca tinha visto na vida. Os quatros estavam acomodados nas cadeiras ao redor da mesa e estavam jogando o que parecia ser pôquer, passei na velocidade de um raio e no instante seguinte já estava com o copo cheio de leite, saindo da cozinha. Quando passei pela sala novamente, meu olhar foi de encontro ao homem que mantinha seus olhos esverdeados fixos em minha direção, senti como se eu estivesse nua tamanha a intensidade de seu olhar sobre mim, o que me causou uma forte inquietação. Desviei o olhar e tratei de sair o quanto antes dali.Quando cheguei ao quarto, fechei a porta, embora esta estava tão velha e não tinha chave, mas estava um tanto aliviada por Francesca e Enrico estarem em casa. Depois que Leonardo terminou, acabei me deitando, fiquei divagando em meus pensamentos, meu irmão já estava dormindo e acabei me deixando ser vencida pelo sono. Minutos depois...Comecei a me remexer inquieta, de repente, senti um calafrio me envolvendo por inteira e um peso esmagador me deixando sem fôlego. Um cheiro forte de álcool invadiu minhas narinas, fazendo-me despertar, e nesse momento, totalmente alerta, o pânico tomou conta de mim e o ruído que escapou da minha boca foi abafado pela mão grande e suada. Com os olhos muito abertos em meio à penumbra, senti minha garganta praticamente se fechando, pois, o nó que havia se formado, estava impedindo até a minha saliva de descer. Eu podia ouvir meu coração batendo forte e meu sangue pulsando freneticamente, comecei a me debater e estremeci de forma violenta ao ouvir a voz do homem que parecia carregada de desejo.— Fique caladinha. Será tão gostoso que se tornará a minha putinha — grunhiu e arfando como um animal, ele escancarou as minhas pernas com força, deslizando uma de suas mãos pela minha coxa direita.Sabendo qual seria o destino de sua mão diabólica, eu comecei a espernear, tentando desesperadamente tirá-lo de cima de mim, porém, o brutamonte era muito forte. De repente meu coração errou uma batida quando uma voz fraca ressoou no ambiente.— Manu!Silêncio! Medo... Era tudo o que eu sentia naquele momento ao pensar que algo pudesse acontecer com o meu irmão. ElliotCom a baixa temperatura, ajeito o meu sobretudo colocando o capuz sobre a minha cabeça e sigo em direção a porta.Comecei a ficar inquieto à medida que ia me aproximando da entrada principal, dei ordens para que os homens que estavam nos dois veículos ficassem em prontidão. Quando paro em frente à casa, ouço um barulho vindo do lado de dentro, uma melodia ecoava no espaço, olhei para a campainha a minha frente e meu dedo foi de encontro ao botão. Se fosse em outra situação, esta porta nesse momento, estaria no chão. Minha memória traz à tona as caçadas que participei, fazendo meu sangue correr veloz pelo meu sistema, trazendo um calor bem-vindo nesse momento. Todavia, as lembranças desaparecem num estalar de dedos, quando a mulher abre a porta e se mostra incrédula. Ela, que até então tinha os olhos arregalados, com o medo brilhando dentro do par de olhos castanhos, exclama:— Você!Meus olhos rapidamente fizeram uma varredura pelo ambiente através da mulher, e ao contrário da parte externa, o ambiente tinha uma mobília velha, assim como tudo que está visível aos meus olhos estavam em péssimo estado e pelo dinheiro que vínhamos mandando a anos Manuela, era para estar vivendo feito uma princesa. Olho novamente para a mulher que parecia assustada diante da imagem a sua frente.— Não vai me convidar a entrar, Francesca? — pergunto de forma irônica eantes que esta viesse a responder, o som de vários gritos ecoou no espaço.— Socorro! Ajudem a minha irmã.O desconforto sentindo instantes atrás se intensificou e feito uma bala prestes a atingir o alvo, passei numa velocidade derrubando a mulher que logo caiu no chão. Seguindo aquele clamor, cheguei ao corredor. Gritos de desespero ecoaram como facas afiadas naquele ambiente. Saí correndo em direção à porta e assim que cheguei em frente a ela, a abrir bruscamente. A imagem que vi na minha frente fez todo o meu corpo estremecer como se tivesse levado uma descarga elétrica de 220W. Meu sangue esquentou e todo o meu ser ficou em chamas. Pela primeira vez em minha vida, senti um grande vazio dentro de mim.— Eu irei arrancar todos os órgãos internos desse infeliz com as minhas próprias mãos — proferi sentindo o ódio inflamando dentro de mim.Ele saiu de cima de Manuela, enquanto eu, me movi em uma velocidade que mais parecia um raio e avancei para cima do maldito, ao mesmo tempo ele levantou sua mão, atingindo o rosto do garoto que caiu no chão a certa distância devido a força do impacto. Uma gama de sensações totalmente desconhecidas pairou sobre mim ao ver o sangue escorrendo pelos cantos de sua boa.Sou um demônio assumido, sim, porém, uma lei que jamais pode ser violada em nossa organização é nunca, em hipótese alguma, machucar uma criança. O ódio me dominou e naquele momento já não tinha mais domínio sobre o meu corpo. Sem consegui controlar, deixei que a força totalmente sobrenatural se apoderasse do meu ser e da minha alma. Minha mandíbula se contraiu, meus olhos ardiam como se estivessem em chamas ao sentir o infeliz, que num movimento rápido e preciso, conseguiu desferir um golpe certeiro com seu pé em minha barriga. Fechei minha mão em punho e com um soco que vinha de baixo para cima, fiz com que o infeliz desse, dois passos para trás com a força do impacto. Minhas mãos se moviam freneticamente como se ganhassem vida própria deferindo uma sequência de golpes no rosto do desgraçado. Por uma fração de segundo, meus olhos se desviaram e ficaram fixos no garoto que mesmo após um golpe cruel que havia levado, se levantou e foi de encontro a irmã e os dois permaneceram abraçados, e deste modo não dava para ver o rosto dela. Foi nesse exato momento que descobri a minha verdadeira força. O desgraçado aproveitou da minha distração e acertou um golpe no meu tórax com uma força que não achei que fosse capaz. Meu peito chegou a queimar pelo golpe. Nessa hora, fechei novamente minha mão e com um soco pesado e duro como aço, atingi seu peito, o fazendo sair voando contra tudo que estava atrás dele, até que seu corpo bateu na parede e foi de encontro ao chão. Em passos largos, caminhei em direção à cama. Não conseguia entender o que estava acontecendo comigo. Nunca em toda a minha vida havia me sentido dessa forma, porém, quando ela levantou a cabeça, algo dentro de mim era semelhante a um vulcão em erupção. Meus órgãos internos dispararam trabalhando intensamente, meu corpo estava tão quente que parecia uma fornalha, fazendo todos os meus demônios se manifestarem de um jeito que nunca tinha sentido antes. Pareciam estar em festa ao se deparar com a imagem de um anjo em forma humana, um anjo capaz de deixá-los descontrolados e ao mesmo tempo, acalmá-los.MANUELA Medo! Pânico! Desespero! Um misto de sensações ruins se fez presentes. Meu coração parecia estar batendo na garganta, e esta parecia estar seca e poderia facilmente ser considerada com uma lixa. Senti um grande alívio quando aquele desconhecido surgiu e nocauteou aquele homem ruim, porém, no momento que levantei a cabeça, meus olhos ficaram cravados no homem a minha frente, no mesmo instante que ele parou de se mover e suas orbitas azuis me encaravam intensamente. Ele tinha uma expressão totalmente indecifrável, seus olhos insondáveis, não piscavam e continuavam a me observar e eu podia sentir a vibração magnética que vinha dele, fazendo todo o meu corpo estremecer e no momento que ele moveu uma de suas mãos e retirou o capuz, meus batimentos cardíacos dispararam terrivelmente, como se meu coração fosse saltar para fora do meu peito. Minha garganta fechou-se como se tivesse um nó gigantesco que me impedia de respirar.“Por que ele está aqui?”Dúvidas e mais dúvidas martelavam
MANUELAMeus olhos ficaram direcionados para a janela do automóvel, continuo sem conseguir desviar os olhos daquela direção. Embora já seja noite, o tráfego de veículos era intenso, havia carros por todos os lados, como se ninguém dormisse nessa cidade. Depois do engarrafamento que durou quase uns dez minutos, não fizemos mais nenhuma parada até chegarmos à frente de um grande portão e não demorou muito para que ele fosse aberto. Assim que o veículo parou, um barulho sutil ecoou, indicando que a porta estava aberta. Assim que saímos do carro, meus olhos ficaram fixos na mansão luxuosa. Para ser mais clara; um palacete belíssimo, e com várias janelas majestosas. Ele caminhou em direção à entrada principal e no momento que ia me mover, senti um calafrio percorrer a minha espinha e um forte incômodo pairou sobre mim. Fiquei totalmente imóvel, era como se algo de ruim fosse acontecer, meu coração estava agitado e minha respiração tornou-se pesada. Eu não sei o que estava acontecendo comig
MANUELAAcordamos logo nas primeiras horas da manhã. Ao contrário de ontem à noite, encontramos alguns funcionários e havia uma mesa posta que parecia um verdadeiro banquete. Meu irmão chegou a chorar, pois desde a morte do nossos pais não tínhamos tantas coisas para comer no café da manhã. Depois que terminamos, Lancaster avisou que era chegada hora de partir. Já dentro do veículo, o homem passou todo o caminho ao telefone e este só encerrou a ligação quando chegamos em uma pista particular. Saímos do automóvel e tinha um jatinho pronto para decolar. Voltei a realidade quando ele falou comigo.— Vamos Manuela, para seu novo lar. Estremeço com suas palavras e sinto um calafrio travessar o meu corpo. Leo estava eufórico, e não parava de falar, no momento seguinte adentramos a aeronave e nos acomodamos. Elliot se sentou numa poltrona ao lado da nossa. Decolamos e enquanto meu irmão mantinha sua atenção na janela, fiquei olhando para o homem ao meu lado, definitivamente ele era o homem
Semanas depois...MANUELAA manhã está linda, olho através da varanda toda a movimentação no jardim, estava tudo ficando tão lindo, o sol brilhava majestoso, sorrindo para mim. Como num piscar de olhos, o dia que vem sendo tão esperado por todos, enfim chegou. Ao longo dos últimos dias muita coisa aconteceu, acabamos visitando o colégio, o qual meu irmão irá amanhã, já que deixamos para que ele fosse após o casamento.Dona Eleonor tem me tratado como uma filha e apesar de uma hora ou outra ver as mudanças de personalidade de Elliot, onde o vi por diversas vezes furioso ao sair soltando do escritório e indo direto para o confronto e ao retornar me deparei com ele com as roupas sujas de sangue, me deixando estarrecida e preocupada, achando que ele havia sido atingindo. Em relação a mim, ele sempre tem se mostrado muito carinhoso, pois segundo suas palavras, sou a acalmaria que ele tanto precisava. Voltamos a nós beijar e confesso que estava ansiando pelos seus toques.Ontem quando fui a
MANUELADepois que nos despedimos de todos, acabamos trocando de roupa. Já estávamos no carro, uma limusine luxuosa. Nunca tinha andado numa dessas antes. O veículo continua em movimento, não sei ao certo onde estávamos indo, só que voltaríamos dentro de três dias. Meu olhar foi de encontro ao anel de casamento ornando meu dedo e vários pensamentos se fizeram presentes. Fiquei tão distraída, que quando voltei ao meu estado de lucidez, o carro parou e a porta foi destravada. Os seguranças do Elliot se posicionaram e um deles abriu a porta do meu lado, logo meu esposo veio e me fez sair da limusine, olhei para a imagem a minha frente. A fachada anuncia o nome do hotel estampado entre duas estrelas. Era enorme, todo iluminado, Elliot pega em minha mão e me conduz em direção as belas portas de vidro do lugar e quando entramos, deparo-me com um lobby magnífico, fico encantada com tudo a minha volta. Para onde se olhar, é extremamente luxuoso, mas, sem exageros e conforme andamos, algumas p
ELLIOTJá tive os mais variados tipos de mulheres à minha disposição, única e exclusivamente para meu deleite, mas não esperava que aquela que sempre vi como uma fedelha, fosse a única capaz de me proporcionar um prazer jamais sentindo antes. Meus olhos estreitam-se enquanto observa Manuela, que está dormindo como um anjo, eles percorrem seu corpo delicioso, ela é linda demais e quando me olhou com seus olhos azuis arregalados e assustados, sabia que a princípio teria que ir com calma, nunca pensei que algum dia, antes de ter alguma filha, viesse a me preocupar com uma mulher que não fosse a minha mãe, mas ela é diferente de todas que já conheci, era como se o meu corpo pertencesse ao dela. A cada toque sentia que seu corpo correspondia como se reconhecesse o seu dono. Quando a cabeça volumosa do meu pau entrou em contato com a sua pequena fenda, tentei manter todo o meu autocontrole para não introduzir toda a longa extensão do meu membro dentro dela de uma vez, dei tempo para que se
Dois meses antes...Elliot LancasterEstou me direcionando a sede da máfia em meu veículo caro, nada mais e nada menos que a melhor limusine de toda Itália. Gosto de luxo e não os poupo em me dar, levo uma vida de conforto, grandeza e esplendor. Eu sou poderoso. Podendo e fazendo tudo que me agrada.Infelizmente quase todos que estão a minha volta são incompetentes, não tendo paixão por ter uma vida mafiosa. Batalhei pelo que possuo hoje, me tornando cada dia um homem mais frio e sanguinário, porém, respeitado. Uma das coisas que não suporto e não admito são os devedores, principalmente os que tentam passar a perna em mim, achando que todo meu império vive de caridade. Não perdoo quem tenta me enganar. Ninguém brinca com um Lancaster e fica vivo para contar história. Olho em volta, impaciente. Nego dispor de paciência com trânsito, e hoje as ruas de Milão estão um inferno. Não tenho costume de abrir os vidros do carro, tendo ar-condicionado no mesmo, porém hoje, senti necessidade de
Manuela RicciFaz exatamente um mês que não pude voltar a vender os meus doces. Leonardo acabou ficando doente e depois de três semanas enfermo, ele está melhor. Não vejo a hora de chegar o meu aniversário e conseguir um bom emprego. Só assim poderei ir para bem longe daqui. Sei que o meu irmão ficou doente devido às condições em que vivemos. Toda frieza desse quarto úmido não está fazendo bem a ele.Durante os últimos dias, aquele desconhecido sempre estava presente em meus pensamentos e o meu coração se aquecia toda a vez que me lembrava do dono dos olhos azuis mais brilhantes que já havia visto. Sei que era da vontade do meu pai, que eu me cassasse com o homem que jamais vi na vida, e agradeço por eles jamais terem nos procurado, dessa forma eu irei seguir a voz do meu coração.— Não! Não! Nãooooo...Meus pensamentos foram interrompidos assim que ouvi o choro sofrido do meu irmãozinho, me levanto num pulo, indo até a sua cama. Sinto um aperto profundo no meu peito ao ver lágrimas d