A mulher olhou para Ethan, que dormia calmamente ao seu lado. O homem estava inclinado em sua direção, e talvez a estivesse tocando antes dela acordar. Blair analisou os traços perfeitamente detalhados de Ethan, tentando concentrar sua atenção em algo além do pesadelo. No entanto, aquela ideia piorou seu estado.Ela olhou para as mãos dele, depois olhou para as suas. Ambas estavam limpas após o banho que tomaram juntos, mas, de alguma forma, pareciam estar sujas. A sensação que Blair tinha era de que havia acabado de cometer um assassinato.Ela levantou-se da cama e vestiu a camiseta masculina que estava jogada sobre a mesinha de apoio, pois estava nua. Blair caminhou para fora do quarto e sequer olhou para trás. As lembranças do sonho ruim ainda rastejavam por sua mente enquanto ela caminhava pelo extenso corredor, que tinha as paredes de vidro e vista para as palmeiras do lado externo.Blair, por um segundo, perdeu-se dentro da mansão. Ethan havia lhe mostrado todos os cômodos, poré
O dia amanheceu lindamente. O mar estava calmo, as ondas quebravam com sutileza e produziam sons relaxantes. O sol estava raiando em pleno esplendor, iluminando toda a ilha. Os coqueiros e palmeiras balançavam conforme o vento lento soprava.Naquele início de manhã, Ethan estava no banheiro da suíte principal. O ambiente era amplo, mais do que seria necessário em qualquer casa. Havia uma parede de vidro que permitia que as pessoas tomassem banho enquanto desfrutavam da vista para o mar de Malibu. O banheiro era aberto para o quarto, não existindo divisão entre os cômodos. O piso era branco, acetinado, tão claro que refletia os raios de sol.Ethan estava em frente a bancada de mármore da pia. Em sua mão havia uma lâmina com a qual ele barbeava sua mandíbula espumada. O homem vestia apenas uma toalha envolta na cintura após o banho. Uma mão estava apoiada sobre o mármore enquanto a outra, com maestria, guiava a lâmina.Ele estava concentrado em seu trabalho quando Blair surgiu na suíte.
O encaixe entre as reações era perfeito, tanto que eles mal podiam entender o quanto se completavam. Mas não precisavam entender, pois o entendimento eram os gemidos de satisfação que faziam o cérebro parar de pensar.Ela fechou os dedos ao redor dos fios de cabelo dele quando Ethan desceu os lábios para sua garganta, lambendo e beijando toda a extensão de pele aquecida.- "Aqui?" O homem perguntou, e Blair foi capaz apenas de negar com a cabeça.Ethan continuou descendo por seu corpo com beijos molhados. Suas mãos também desceram em direção ao meio das pernas dela. O homem absorvia para si os gemidos baixos, todos combinados com a sinfonia que o oceano tocava.- "Aqui?" Ele voltou a questionar.A mulher gemeu com a proximidade dele onde ela realmente o queria. Sua reação foi proporcional ao momento em que Ethan deslizou os dedos em sua intimidade. O toque era extremamente cuidadoso, pouco parecido com as coisas que Banks fazia. O dedo médio estimulava o ponto sensível dela, circuland
Ainda naquele dia, o carro de luxo foi estacionado em frente ao departamento de polícia sem preâmbulos. Era final de dia, e o sol se punha atrás dos arranha-céus de Las Vegas com graciosidade.Blair desceu do carro, levando consigo sua bolsa, e adentrou o prédio. Ela passou pela recepção, deixando um sorriso educado para a recepcionista. E enquanto a ruiva caminhava pelo corredor, era reconhecida pelas pessoas que ali trabalhavam. Sua beleza era um atrativo, mas sua presença, por si só, causava interesse.A ruiva bateu duas vezes contra a porta do inspetor Spencer quando a alcançou.- "Entre" ela o ouviu autorizar, e então entrou.Blair caminhou para dentro da sala desorganizada. Haviam sempre alguns papéis sobre a mesa, outros jogados no chão, e muitos dentro dos armários. Spencer era bom no que fazia, mas a única bagunça que ele dava-se ao trabalho de organizar era a que os criminosos faziam pela cidade.- "Me diga que tem boas notícias" Spencer pediu, recostando-se em sua cadeira p
Spencer, pela primeira vez desde o início da conversa, virou-se para Blair. Ela estava a poucos passos atrás de sua cadeira, minguada como se tivesse diminuído vários centímetros nos últimos minutos. Os olhos da mulher estavam marejados com lágrimas de raiva, os braços envoltos no próprio corpo, os lábios comprimidos e a postura ereta.- "Eu sabia que você se envolveria com ele. Eu sabia que ele confiaria em você. Eu sabia que você conquistaria ele. Eu simplesmente sabia"- "Você sabia ou contava com isso?" Colton argumentou.- "Eu sabia que Blair não teria o mesmo destino que as agentes. Na pior das hipóteses, Ethan pensaria que ela era uma oportunista"- "E todas as conversas que você teve com Banks?" Colton prosseguiu.- "Eu queria que ele permanecesse focado em mim, não em Blair" Spencer respondeu, ainda mantendo os olhos na ruiva.Blair estava surpresa demais para conseguir dizer algo. Tudo que sua mente conseguia reproduzir eram imagens de Ethan. O sorriso dele, as manias, o ros
As luzes de Nova Iorque eram conhecidas pelo mundo todo. A cidade desperta, com pessoas agitadas e onde nunca, nunca paravam. Era um lugar famoso por tudo que mostrava, mas poucas pessoas sabiam o que Nova Iorque escondia. Poucos conheciam as sombras da cidade mais iluminada do mundo.As sombras estavam nos subúrbios, nas zonas isoladas que sequer o sol alcançava. Onde as ruas eram lamacentas, os prédios eram abandonados e as pessoas choravam sem esperança.Em uma região pouco movimentada, onde o asfalto terminava e as ruas de terra começavam, havia um galpão abandonado. Era uma construção não terminada, com tijolos à vista e pilares ruídos pela metade. O cheiro do galpão era de insalubridade. A poeira havia dominado os quatro cantos do ambiente, e tudo que estava ali era abandonado. Haviam caixotes nos extremos do galpão, cobertos por uma lona escura e suja.Spencer Davis estava no galpão, sentado em uma cadeira quase tão velha quanto a que tinha em seu escritório. Atrás do homem, o
Ethan, vendo que aquela conversa havia chegado ao fim, deu as costas para o inspetor. Ele chegou a olhar de relance para Colton, decidindo que, deveras, não gostava do homem. Banks fez um sinal sutil com o dedo indicador e os seguranças voltaram para o carro.- "Mas, de qualquer forma, esconda melhor os rastros das suas agentes quando decidir colocar uma no meu encalço" ele murmurou antes de adentrar a porta que seu motorista mantinha aberta.O primeiro carro fez uma manobra sutil dentro do galpão e deslizou para fora, seguido pelo segundo. E então, só então, Colton se aproximou de Spencer. Os agentes observaram os carros se afastarem naquele dia mal humorado, sabendo que tinham feito algo grande. Fosse bom ou ruim, era algo grande.- "Você acha que ele ficou feliz com esta conversa?" Colton questionou.Spencer tomou uma longa respiração. Dentre todas as conversas com Banks, aquela era a única em que ele desejou que Banks não saísse insatisfeito.- "Eu não sei. Porque se Banks está fe
"Hoje eu não tenho uma declaração a fazer, apenas um agradecimento" ele começou.Todos ao redor do salão estavam em silêncio sepulcral. Não prestar atenção nas palavras de Banks seria como pecar contra Deus. Isso incluía Blair, que chegou a prender a respiração com medo de perder alguma parte do discurso.- "Eu gostaria de agradecer George Banks. Ele me ensinou que grandes coisas exigem grandes esforços. Este edifício não é o primeiro, ou o último, que eu vejo ser levantado através do meu trabalho. E quando eu faço grandes coisas, sei que estou atraindo grandes responsabilidades. Mas esta é a maldição de ser um gênio; eu sempre sei o que precisa ser feito" Ethan fez uma breve pausa, e as pessoas estavam em um silêncio tão agudo que podia-se ouvir a respiração totalmente compassada de Banks através do microfone.- "E quanto mais eu cresço, mais pessoas querem estar ao meu redor. E, acreditem, elas me amam. Essas pessoas me amam porque o amor realmente significa nada para elas. É apena