— Sente-se, por favor — pede, após fechar a porta.— Não. Serei rápida, pois quero descer para o setor dos desenvolvedores. Estou observando o comportamento dos superiores.— Mas eu mandei a senhorita sentar, por isso, sente-se.Nossa, ele é sempre tão dócil e gentil, né?Não sei como, mas isso me deixa com vontade de tacar o grampeador na cabeça dele.Merda, que pensamento é esse Noely? O Sr. Carter é seu chefe!— Nunca fique de pé quando for me informar de algo, isso irrita os meus nervos. E a terapia anda sendo cara demais para eu retroceder.— Desculpe-me, isso não vai mais acontecer.— Ótimo.Ele dá a volta na mesa, puxa a gaveta de baixo e serve-se de uma bebida alcoólica, ainda me oferece.Esse homem só vive à base de álcool?— Aceita?— Claro que não, já tomei o meu café.— É um remédio ótimo para suportar a vida.Fico quieta, esperando que ele finalmente foque a sua atenção em mim, para me ouvir. Ao fazer isso, eu vou direto no meu Excel e mostro para ele o progresso de uma s
Passo, sorrindo forçada para a secretária, que já está sentada atrás da sua mesa. Não sei, mas o meu santo não bateu com o dela de jeito nenhum.— Noely? — Ouço a voz do Sr. Breno, e olho para a sala de reuniões.Ele está sentado do outro lado da mesa, com o seu notebook aberto e com alguns papéis do lado.— Olá, Sr. Breno... não te vi hoje.— Cheguei mais tarde na empresa. Tudo bem? Queria te pedir desculpas por ontem.Ele se levanta e vem até mim, extremamente bonito, com os seus olhos verdes e porte atlético.— Não peça, não foi culpa do senhor.— Mesmo assim, sinto muito. Espero que possamos marcar outra ocasião juntos, claro, se o Carter não tiver feito a minha caveira para você.— E por que ele faria a sua caveira?— Nada... — Sorri estranho. — Somos irmãos, é normal um implicar com o outro. Sinto muito, de verdade.— Está tudo bem, eu quem sinto muito pelo que aconteceu, espero que a sua mãe esteja melhor.— Ela ficará, depressão é uma doença complicada.— Mas, tenha fé. Ela va
— Disse algo, Srta. Sartori?— Que estou faminta...Ele analisa o meu rosto, deixando-me sufocada com a sua beleza turca. Será que ele tem ideia de como é bonito? E de como essa beleza intimida as pobres e meras mulheres sem chances?— Mataremos a sua fome. — Pisca e aponta, para eu ir na frente.Eu vou e escolho a mesa mais próxima do ar-condicionado quente. Hoje o dia continua frio e chuvoso.— Está com frio?— Um pouco.— Vou pedir um vinho para aquecer.Ele faz sinal para o garçom bonito, que se aproxima da nossa mesa, olhando-me. Depois que o Sr. Carter faz o nosso pedido, eu fico seguindo o garçom com os olhos, só de curiosidade por ele ter me olhado tanto.— A Globo está perdendo uma ótima atriz.— O quê? — Fito-o.— A senhorita estava comendo o garçom pelos olhos, sem nem sequer disfarçar.— Eu não seria tão deselegante, só estava curiosa por ele estar me olhando tanto. Tem algo de erra
Carter BastosNo instante em que abro a porta do meu escritório, eu dou de cara com a Valentina, sentada bem em cima da mesa, com as pernas cruzadas.— Oi, amor, saudades da sua esposa?Eu trinco o maxilar e bato a porta.— O que faz no Brasil?— Eu vim cobrar o que você me deve.— Estou resolvendo as coisas com o seu pai.Valentina desce da mesa.— Eu quero os meus quatro milhões, chega de me enganar!— Eu já disse que não tenho essa quantia no momento, já leu as notícias do Brasil sobre a ELW? O que o meu pai fez com a empresa e com a nossa família? Estamos quase falidos!Ela respira fundo, vindo calma até mim.— Se não tivesse pedido o divórcio, você, o seu irmão e nem a sua mãe estariam nessa situação sozinhos.— Acabou, Valentina! Não envolva o nosso divórcio nisso. Sempre arruma um pretexto.— Só quero recuperar o nosso casamento feliz. Volte para mim
— O senhor ainda pergunta?! — exclama, de um jeito que eu nunca imaginei vê-la, já que é sempre tão prestativa, dócil e calminha. — E burra é a cretina da sua ex! Ou o senhor, por ter se relacionado com uma criatura tão doida como essa!— Noely... — pigarreio, mas vejo que ela já perdeu as estribeiras de tudo.— E eu sou a conselheira do senhor, não se esqueça de que estou aqui para fazer o meu trabalho! Por isso, também faça o seu papel de ser o meu chefe!— É claro. Eu posso falar?— Se for pedir desculpas, eu o desculpo e decreto que essa situação nunca aconteceu, agora, com licença.Sem me deixar me pronunciar, ela passa do meu lado, trombando de propósito no meu braço e afastando-se firmemente, com seus saltos fazendo um barulho forte no piso.Puta que pariu, meus olhos não desviam das suas curvas e a minha boca não se fecha, chocado e boquiaberto com essa mulher.Eu mereci? Eu mereci!Que droga, sinto muito pela Noely, foi muito errado o que eu fiz, ainda mais como o seu chefe.
Noely SartoriEntro no carro e saio da empresa ligando imediatamente para a Darla e avisando que os nossos planos mudaram. Quando conto, ela se mostra perplexa.— Eu não acredito nisso, o seu chefe gostosão chamou a gente para sair? Ai, socorro, eu não tenho roupa à altura dessa noite.— Não estou nada contente.— E posso saber por quê?— Porque não estou gostando de ter tanta intimidade com o meu chefe. Acho que já me meti muito na vida do Sr. Carter, sendo que entrei há pouco tempo na empresa.— Você mesma disse que ele só vai ficar três meses como CEO, acho que não tem nada a ver ser amiga dele e ter uma boa relação nesse meio tempo. Isso é ótimo.— Eu nunca tive isso com nenhum outro chefe! Eles sempre deixaram claro o meu lugar e... não sei. Na verdade, eu não te contei o que aconteceu hoje.— Pois me conte, eu sou curiosa e preciso de todos os fatos para julgar certo o babado.— Acho
Minhas bochechas ardem, fico desfalecida de vergonha, ao mesmo tempo que curiosa para ler os pensamentos do meu chefe.O que será que ele pensou?— Como sempre, deslumbrante, Noely... — Breno sussurra, ao fazer a mesma inspeção em mim, como o seu irmão. — Por favor, sentem-se e fiquem à vontade.— Obrigada.Sento-me quase ao lado do Sr. Carter. Ele se acomodou na ponta da mesa, Darla também ficou ao meu lado e o Sr. Breno na nossa frente. O espaço não é tão pequeno, mas deixa todos bem próximos.— Aqui é tão agradável — comento, admirando a decoração rústica do barzinho.— Vocês têm que provar os drinks da casa.— Eu só quero um whisky — Sr. Carter informa.Já eu e a minha prima aceitamos qualquer drink sugestionado pelo Sr. Breno.
Carter BastosEla é imprensada pelo meu corpo imponente e dez vezes mais alto. Não evito o prazer interno de provocá-la, além de implicar. Seu perfume adocicado me deixa obstinado.Noely também me enfrenta, sem desviar os olhos.— Sim, adoraria que repetisse.— Não vou. — Ela tenta passar por mim, mas não deixo.— Não vai?— O senhor poderia me dar licença?— Depois retornaremos a esse assunto, para eu entender melhor.— Não duvido que volte... — ouço-a murmurar, no momento em que abro espaço para a mesma sair.— Disse algo?— Sim, acho que quero dançar. — Sorri cinicamente e começa a caminhar para fora do barzinho.Fico na minha, pois realmente terei o momento perfeito para retornar ao assunto.Vamos juntos pela cal