Capítulo 7

Capítulo 7

No dia seguinte, com a firme decisão de mudar sua situação de moradia, Natan aproveita o horário do almoço para pesquisar anúncios de casas para alugar.

Enquanto saboreia sua refeição no refeitório da empresa, ele observa os anúncios no celular e realiza alguns cálculos mentais, ponderando sobre as finanças e avaliando as melhores escolhas para esse novo capítulo de sua vida.

— Vamos ver se tem algum lugar mais calmo... — diz para si mesmo enquanto digita.

Achou alguns locais interessantes, mas achou melhor entrar em contato direto com os corretores de cada site que visitou. Com o telefone em mãos, ele liga e explica suas necessidades e o desejo de encontrar uma casa ou apartamento para alugar perto do centro, mas também não descartou morar um pouco mais afastado em alguma chácara.

Enquanto finalizava a conversa com a última corretora, Natan não percebeu que estava sendo observado. Do outro lado do refeitório, Cíntia o fita com interesse crescente.

Ela não é habituada a fazer suas refeições no refeitório da empresa, mas, de repente, pareceu uma excelente ideia. O homem sentado em uma das mesas capturou sua atenção imediatamente.

— Uau... — ela murmura, sentindo a boca salivar pelo eletricista da empresa.

O uniforme dele não deixa dúvidas sobre sua função, e ele parece ser alguns anos mais jovem, talvez cinco ou seis, mas isso não importa para Cíntia. A única preocupação é que ela tem ciência de que seu salário é suprior ao dele. Contudo, como ela não busca nada além de diversão, isso não será um impedimento para seus planos.

Ela observa quando ele se levanta, inconscientemente abanando o pescoço, que parece estar em chamas de repente. Cada passo dele em direção à saída parece calculado, lembrando o movimento de um felino prestes a atacar sua presa. Ele aparenta ser um homem sério, mas Cíntia acredita que pode contornar essa situação.

Com um sorriso malicioso nos lábios, ela o observa sair. Assim que ele deixar o refeitório, planeja procurar no sistema da empresa para descobrir mais sobre ele. Trabalhando no RH há cinco anos, ela estranha não tê-lo visto antes. Pode ser que tenham contratado durante o fim de semana, já que a empresa opera 24 horas, ou talvez algum dos chefes o tenha indicado. Enfim, o importante é descobrir mais sobre esse homem atraente.

***

Natan entra na sala, sobe à mesa, encontra relatórios sobre as revisões elétricas que cada funcionário fez, e mergulha na análise minuciosa do trabalho de sua equipe.

No entanto, sua mente não permanece exclusivamente focada nas tarefas profissionais. Os pensamentos sobre a mãe de seu amigo, Clarice, ressurgem, e ele se pega divagando sobre detalhes que, talvez, preferisse não notar.

As pernas dela, em especial, se destacam em sua memória, um detalhe que persiste em sua mente, mesmo quando tenta se concentrar nas demandas da empresa, são tão bonitas quanto as da mulher mascarada da festa de domingo.

Com um suspiro, Natan busca retomar o foco total no trabalho. Em meio às suas obrigações, não consegue ignorar a preocupação que sente em relação a Clarice. O pensamento sobre seu estado de saúde o preocupa.

A ideia de visitá-la passa por sua mente, mas uma sensação de que seria indesejado impede que leve adiante essa consideração. Tenta voltar ao trabalho, mas a inquietação persiste, e ele se pega imaginando como será o reencontro com a CEO após o acidente, se acontecer.

Suspirando, pega o telefone e liga para Nikolas. Precisa saber como ela está.

***

Clarice, após se arrumar cuidadosamente para esconder os hematomas do acidente, desce a escada e se depara com o pai, que expressa preocupação em seu semblante. Oscar, com o cenho franzido, pergunta com apreensão:

— Onde vai, minha filha?

— Estou indo trabalhar.

Oscar franze o cenho e diz com preocupação:

— Filha, você acabou de sair do hospital, não deveria descansar mais um pouco?

Clarice sorri carinhosamente para o pai e responde:

— Pai, estou bem, e tenho assuntos importantes na empresa. Preciso garantir que tudo esteja em ordem.

Oscar suspira, compreendendo a teimosia da filha, e a abraça:

— Cuide-se, minha querida. Se precisar de algo, me avise.

Ela percebe a preocupação do pai e se aproxima, dando-lhe um carinhoso abraço.

— Não ficarei tantas horas como de costume, por isso estou indo após o almoço. Volto logo, o motorista irá me levar.

— Está bem, minha filha. Tente ter um bom dia de trabalho e volte logo.

Assim, Clarice parte para mais um dia na Corporation Alencar.

Enquanto isso, Oscar observa a filha afastar-se e murmura uma pequena prece para que ela esteja protegida.

***

Natan, sai do elevador no andar térreo e para ao ver Clarice andando em direção aos elevadores principais da entrada. Ele a observa de longe, sem perceber que sua expressão parece refletir preocupação.

Clarice, alheia à presença de Natan, caminha com passos firmes, embora seu rosto revele um cansaço sutil.

Natan hesita por um momento, questionando-se se deveria abordá-la ou não.

Decidindo agir, se aproxima antes que os elevadores se fechem, chamando a atenção dela.

— Senhora Alencar, como está se sentindo após o acidente? — pergunta ele, com uma expressão preocupada.

Clarice, fica surpresa com a abordagem, mesmo sem entender responde educadamente sem o olhar diretamente:

— Estou bem, obrigada. Apenas um pouco cansada. — responde ela, tentando transmitir tranquilidade.

Natan, ainda preocupado, decide oferecer ajuda.

— Fico feliz pela senhora.

— Se me der licença, estou um pouco atrasada.

— Claro... — disse saindo da frente.

Os dois se separam, cada um seguindo seu caminho, mas os pensamentos de Natan continuam voltados para a CEO. Com certeza está enlouquecendo, ela está deslumbrante apesar de estar um pouco abatida.

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