Bela DuboisDesde que Adam falou que mandou cortar os paus daqueles policiais que fico meio com um pé atrás de contar as coisas para ele. Tenho medo que faça algo parecido ou pior com alguém, mesmo ele tendo dito que aqueles homens eram criminosos e eu não sentindo nenhuma pena deles.Por isso, e só por isso, que não disse nada sobre o assédio do Gaston. Primeiro quero ter uma conversa séria com aquele cara. Vou deixar bem claro que não quero nada com ele. Vai que o idiota viu sinal onde não existia ou acha que sou uma mulher carente, afinal todos aqui sabem que meu casamento com Adam é só no papel.Adam...Segunda vez que quase rola um beijo.Se não fosse a chegada de Raoul eu nem sei o que aconteceria.A comida está pronta, mas volto a mexer na panela como se ainda precisasse fazer algo.Ouço Adam bufar e se aproximar do irmão, que já está escorado na bancada.— Hummm! Que cheiro gostoso. Cheguei na hora certa para experimentar a culinária da minha cunhada.— Não tem nada pra você a
É manhã.Saio da cama e encontro um cenário que não combina com o Rio: chuva. O clima anda bastante maluco, ontem mesmo estava um sol agressivo. Hoje está chovendo e abafado. Se estivesse friozinho ia ser perfeito.Adam está de pé em frente a parede de vidro, observando o cenário enquanto toma algo em uma caneca preta.Esse homem passou na fila da beleza tantas vezes que nem sendo atropelado por um caminhão ficaria feio.— Bom dia! — digo esfregando os braços. Não estou com frio, apenas incomodada com a atração que sinto quando o vejo. Parece que aumentou depois do episódio na cozinha.— Bom dia!Sem mais o que dizer, vou até a cozinha e pego algumas frutas. Tem um monte de coisa na mesa, mas não sei se tenho permissão para pegar e não quero perguntar.Ele se aproxima da cafeteira.— Quer café? — questiona.— Vou fazer.— Eu faço. Já estou aqui. — Apenas assinto, mas ele me chama e eu viro em sua direção. — Bela, pode se sentir em sua casa, tudo aqui é seu também, desde a comida até o
Adam SevenDepois que meu irmãozinho intrometido vai embora, vou até o porão, onde Bela insiste em ficar em um protesto bobo, mesmo depois que ofereci um quarto. Não bato na porta, e a encontro em um sono profundo, de barriga para baixo, com seu bumbum arrebitado para cima. Tentação da porra!O ar-condicionado deixou a temperatura muito baixa, mas a mulher está desmaiada demais para perceber. Puxo o edredom e a cubro, resistindo ao meu lado tarado que quer deslizar meus dedos por sua bunda redonda coberta pelo pijama de seda.Suspiro enquanto a observo.Parado, agachado perto desse colchão, é que percebo que essa história foi longe demais. É só uma menina. Não merece meus testes e brincadeiras. E convenhamos que nunca quis feri-la de verdade. Sou apenas um homem entediado com um brinquedo novo. Pensar assim me faz rir. Ninguém me enxerga com esses olhos. Adam Seven, a Fera. É assim que sou visto. Muitos já morreram pelas minhas mãos nuas ou pelo meu punhal favorito, é o meu método, me
Adam SevenChegando na plantação, encontro a merda. Por isso não estava conseguindo mais contato com meus homens. Os desgraçados que colocaram fogo voltaram e fizeram uma chacina. Não sobrou ninguém vivo.Vou precisar de reforços. Teria que ser muitos para abater meus homens dessa forma.Chamo Felipe e alguns dos homens de confiança da família. Até penso em chamar Raoul, mas nosso pai surtaria vendo o filho caçula em um ambiente de massacre. Melhor não arriscar, mesmo eu achando que juntando todos os Seven não dá o sangue frio do meu maninho.— É isso que você chama de lua de mel? — Felipe me provoca ao chegar. É raro vê-lo assim, vestido com camisa com estampas florais e bermuda. Isso só acontece quando precisa do disfarce turista.Estamos em uma pousada na cidade mais próxima da plantação, esperando e sondando. A pousada é minha, o disfarce perfeito para minhas visitas constantes a essa cidade, tem até um laboratório no subsolo.— Devia mesmo estar em outro lugar — respondo, fazendo
Bela DuboisFaz uma semana que Adam partiu para não sei onde e não voltou.Às vezes penso em ligar para ele ou mandar mensagens, mas acabo não fazendo. Se ele não me ligou para dizer que estava bem ou me perguntar se estou bem é porque não gosta desse tipo de coisa. Ele parece ser muito fechado. Ainda custo acreditar que o convenci a brincar na chuva como duas crianças.Passo os dias na biblioteca e me alimento do mesmo prato que ele me ensinou. Só vou aprender outro quando ele me ensinar. Eu quero aquele momento na cozinha, quero aquele momento na chuva. Faz tempo que não engano ninguém, se é que em algum momento enganei. Confesso, eu quero aquele fera.Estou muito entediada hoje, querendo muito que ele volte. O mais estranho é que posso sair e passear a qualquer momento, porém estou aqui, esperando por ele como um cão espera seu dono. Que merda! Nem mesmo tento ligar para Cinderela ou ir até ela escondido. Nem mesmo penso nisso. Só penso em um brutamonte marcado por cicatrizes sexys
Bela DuboisMal passo pela porta e dou de cara com um psicopata adolescente. Raoul.Deve ter vindo visitar Adam outra vez.— Que pressa é essa, cunhada? Indo matar ou salvar alguém? — ele olha na direção da minha mão, onde seguro o abridor de cartas.— Se eu disser que vou matar, vai tentar me impedir?Ele sorri, o que deixa seu rosto assustador de um jeito sexy. Esse rapaz me lembra muito o ator que fez o filme It, a coisa. Se eu o encontrasse sozinha a noite, certamente correria desesperadamente na direção oposta.— De jeito nenhum. Posso assistir? — sua resposta não me surpreende.— Não sei se confio em você. — Estamos parados na porta da biblioteca, tendo essa discursão maluca.— Deveria. — Ele aponta a “arma” na minha mão. — E se o alvo for um segurança com a cara sangrando, lamento dizer que já fugiu. Se quiser, posso pegar ele e te entregar.— O que vai querer em troca? — questiono desconfiada.— Que você seja a minha segunda... Espera, segunda não, esse lugar é da Cinderela. Q
Adam SevenUma semana sem movimento nenhum. Uma longa semana em que até as pequenas discussões com Bela me fazia falta.— Um boquete pelo seu pensamento. — Uma voz feminina sussurra em meu ouvido. Nem preciso me virar, reconheço a voz da recepcionista da pousada. Já nos divertimos bastante, mas hoje não vejo graça em nada que ela me oferecer.— Penso na minha esposa — respondo. — Por isso, é melhor que não pague.— Nossa! — Ela dá a volta no sofá e senta na mesa de centro, ainda usa o uniforme cinza. — Eu ouvi falar sobre isso, mas não acreditei. Não imaginei que fosse sério.Nem eu.— Pois é.— Desculpa. O senhor sabe que mais importante que sexo é o meu trabalho. Só fiz a proposta porque não está de aliança.Olho para o meu dedo.— Tenho que resolver isso.Antes que ela comente algo mais, um hospede toca o sino no balcão e ela sai rebolando para atender.Talvez eu deva começar a usar aliança.Durante esses dias eu pensei várias vezes em ligar para Bela, mas sabia que ouvir a voz del
GASTONTrabalhar com os Seven sempre foi uma tortura. Mafiosos cheios de regras. Não faça nada contra inocentes. Essa é que mais me irrita. Quem são eles para definir quem é inocente ou não? Só não cai fora nesses cinco anos por causa do status. O nome Seven abre portas... e abre pernas. Quantas mulheres comi por ser segurança de Adam Seven. Algumas deslumbradas, outras com fome de chegar até um Seven e outras porque forcei mesmo, ninguém me diz não.Foi esse status que me fez dizer não quando um boliviano me procurou em nome de um tal Pajaro, para me oferecer um cargo bem melhor na família dele em troca de informações sobre os Seven. Eu disse não, obrigado, mas guardei o cartão que ofereceram para o caso de eu mudar de ideia.Quando volto para a mansão, vou na sala de segurança passar o tempo até receber ordens do chefe. Foi a melhor coisa que fiz. Uma gostosa estava na sala da mansão apenas de calcinha e sutiã.— Para de olhar, cara. É fria. Mulher do chefe. — Um sem noção se coloca