Bela DuboisAlguns dias se passaram.A convivência com Adam melhorou de água para o vinho depois da discussão na cozinha. Meu pé finalmente está ótimo. A pessoa que ele falou que consertaria a lâmpada nunca veio e ela continua com problema para ligar durante o dia e desligar a noite. E eu é que não vou cobrar que agilize. Minhas noites são bem mais tranquilas assim.Outra novidade é que eu vou sair novamente, dessa vez serei mais atenta. Além disso, ele me convenceu a levar um segurança. O cara vai seguir mais afastado para que eu tenha privacidade. Gaston. Não gosto muito da cara dele, mas não vou fazer caso ou posso irritar a fera e ele não permitir mais.Dessa vez, com o cartão do Adam, pego um táxi na porta da casa e já desço no calçadão da praia.Amo esse cenário.Com um livro debaixo do braço, estendo a canga que estava na minha mala e nunca tive a chance de usar. O guarda-sol totalmente necessário, pego em uma barraquinha, assim como a deliciosa água de coco.Mal posso acredita
Bela DuboisEntro na casa chateada com a ordem de Adam e a atitude do segurança.Tomo um banho rápido e vou para a cozinha.Entro na cozinha e abro armários e geladeira. Tem um monte de coisa, menos sinal de internet para eu procurar uma receita e seguir. O tablet era minha salvação.Por sorte encontro um livro de receitas em uma gaveta.Passo as páginas à procura de algo fácil.Vamos lá. Macarronada com queijo. Eu gosto e parece simples.Primeiro passo é ver se tem todos os ingredientes... Opa, não. Primeiro passo é colocar uma música. Música é necessário para tudo. Vamos de Bruno Mars. Coloco no celular, ainda bem que toca offline porque a internet aqui já era. Agora sim, conferir se tem tudo.Tem sim.— Então vamos ao primeiro passo da receita: derreta a manteiga em uma panela, ao fogo médio. — Vou recitando em voz alta tudo que faço. — Fogo médio.Depois de um estudo de cinco minutos rodando o negócio do fogão, que não sei como chama, acho que enfim achei o médio. Pelo menos acho
Adam SevenDebaixo do chuveiro, fico pensando em minha conversa com um amigo com o qual tenho um acordo. Ele me faz uma vez ao mês ir até Nova Yorque avaliar a produção de drogas deles. Foi a esse amigo que pedi que cuidasse dos policiais. Não vou matá-los, apenas quero que façam um passeio para fora e voltem ao Brasil sem pau. Meu amigo tem um hospital, onde pode fazer isso facilmente. Seu hospital é diferenciado.Geralmente não me meto em assuntos que não são meus, mas parece que isso mudou com a chegada de uma certa baixinha.Bela. Fico duro só de lembrar o quanto estive perto de beijar aqueles lábios ferinos. Mas não o fiz, ela é apenas uma criança curiosa e birrenta. Não posso deixar que chegue ameaçando meus empregados de demissão. Sinceramente, não esperava isso dela.Depois que saio do banho enrolado em uma toalha, vejo a aliança na mesa de cabeceira.Coloco apenas um moletom e desço, depois de colocar ela no bolso.Encontro Bela cantarolando e arrumando a mesa com uma comida
Bela DuboisDesde que Adam falou que mandou cortar os paus daqueles policiais que fico meio com um pé atrás de contar as coisas para ele. Tenho medo que faça algo parecido ou pior com alguém, mesmo ele tendo dito que aqueles homens eram criminosos e eu não sentindo nenhuma pena deles.Por isso, e só por isso, que não disse nada sobre o assédio do Gaston. Primeiro quero ter uma conversa séria com aquele cara. Vou deixar bem claro que não quero nada com ele. Vai que o idiota viu sinal onde não existia ou acha que sou uma mulher carente, afinal todos aqui sabem que meu casamento com Adam é só no papel.Adam...Segunda vez que quase rola um beijo.Se não fosse a chegada de Raoul eu nem sei o que aconteceria.A comida está pronta, mas volto a mexer na panela como se ainda precisasse fazer algo.Ouço Adam bufar e se aproximar do irmão, que já está escorado na bancada.— Hummm! Que cheiro gostoso. Cheguei na hora certa para experimentar a culinária da minha cunhada.— Não tem nada pra você a
É manhã.Saio da cama e encontro um cenário que não combina com o Rio: chuva. O clima anda bastante maluco, ontem mesmo estava um sol agressivo. Hoje está chovendo e abafado. Se estivesse friozinho ia ser perfeito.Adam está de pé em frente a parede de vidro, observando o cenário enquanto toma algo em uma caneca preta.Esse homem passou na fila da beleza tantas vezes que nem sendo atropelado por um caminhão ficaria feio.— Bom dia! — digo esfregando os braços. Não estou com frio, apenas incomodada com a atração que sinto quando o vejo. Parece que aumentou depois do episódio na cozinha.— Bom dia!Sem mais o que dizer, vou até a cozinha e pego algumas frutas. Tem um monte de coisa na mesa, mas não sei se tenho permissão para pegar e não quero perguntar.Ele se aproxima da cafeteira.— Quer café? — questiona.— Vou fazer.— Eu faço. Já estou aqui. — Apenas assinto, mas ele me chama e eu viro em sua direção. — Bela, pode se sentir em sua casa, tudo aqui é seu também, desde a comida até o
Adam SevenDepois que meu irmãozinho intrometido vai embora, vou até o porão, onde Bela insiste em ficar em um protesto bobo, mesmo depois que ofereci um quarto. Não bato na porta, e a encontro em um sono profundo, de barriga para baixo, com seu bumbum arrebitado para cima. Tentação da porra!O ar-condicionado deixou a temperatura muito baixa, mas a mulher está desmaiada demais para perceber. Puxo o edredom e a cubro, resistindo ao meu lado tarado que quer deslizar meus dedos por sua bunda redonda coberta pelo pijama de seda.Suspiro enquanto a observo.Parado, agachado perto desse colchão, é que percebo que essa história foi longe demais. É só uma menina. Não merece meus testes e brincadeiras. E convenhamos que nunca quis feri-la de verdade. Sou apenas um homem entediado com um brinquedo novo. Pensar assim me faz rir. Ninguém me enxerga com esses olhos. Adam Seven, a Fera. É assim que sou visto. Muitos já morreram pelas minhas mãos nuas ou pelo meu punhal favorito, é o meu método, me
Adam SevenChegando na plantação, encontro a merda. Por isso não estava conseguindo mais contato com meus homens. Os desgraçados que colocaram fogo voltaram e fizeram uma chacina. Não sobrou ninguém vivo.Vou precisar de reforços. Teria que ser muitos para abater meus homens dessa forma.Chamo Felipe e alguns dos homens de confiança da família. Até penso em chamar Raoul, mas nosso pai surtaria vendo o filho caçula em um ambiente de massacre. Melhor não arriscar, mesmo eu achando que juntando todos os Seven não dá o sangue frio do meu maninho.— É isso que você chama de lua de mel? — Felipe me provoca ao chegar. É raro vê-lo assim, vestido com camisa com estampas florais e bermuda. Isso só acontece quando precisa do disfarce turista.Estamos em uma pousada na cidade mais próxima da plantação, esperando e sondando. A pousada é minha, o disfarce perfeito para minhas visitas constantes a essa cidade, tem até um laboratório no subsolo.— Devia mesmo estar em outro lugar — respondo, fazendo
Bela DuboisFaz uma semana que Adam partiu para não sei onde e não voltou.Às vezes penso em ligar para ele ou mandar mensagens, mas acabo não fazendo. Se ele não me ligou para dizer que estava bem ou me perguntar se estou bem é porque não gosta desse tipo de coisa. Ele parece ser muito fechado. Ainda custo acreditar que o convenci a brincar na chuva como duas crianças.Passo os dias na biblioteca e me alimento do mesmo prato que ele me ensinou. Só vou aprender outro quando ele me ensinar. Eu quero aquele momento na cozinha, quero aquele momento na chuva. Faz tempo que não engano ninguém, se é que em algum momento enganei. Confesso, eu quero aquele fera.Estou muito entediada hoje, querendo muito que ele volte. O mais estranho é que posso sair e passear a qualquer momento, porém estou aqui, esperando por ele como um cão espera seu dono. Que merda! Nem mesmo tento ligar para Cinderela ou ir até ela escondido. Nem mesmo penso nisso. Só penso em um brutamonte marcado por cicatrizes sexys