Eu desci vestida num conjunto de short e camiseta de seda, estava elegante. As crianças ainda estavam na mesa. — Oi mamãe! — esse era o Antônio, com a sua vozinha doce. Eu fui beijar o seu rosto, depois eu fui ajeitar os cachinhos da minha princesinha. Júnior me olhou sério e curioso. — Você vai embora?— ele quis saber. Eu ergui os meus olhos surpresa, mas ele continuou: — É verdade, mamãe! Eu sei que só veio morar aqui por nossa causa, mas o papai não é mais o seu marido! Eu olhei para Cristal e ela abaixou a cabeça, entristecida. Eu fui falar com ela. — Me perdoe, mas eu preciso ir. — Não pode me levar dessa vez?— ela indagou chorosa. Eu segurei o choro e respondi: — O seu pai não me permitiu fazer isso, dessa vez, querida! Cristal assentiu compreensiva, e baixou a cabeça novamente. Eu suspirei colocando para fora toda a minha tristeza e lhe acariciei os cabelos. — Você sempre será minha filha, Cristal, você foi o conheço de tudo! Ela ergueu os ol
— José! Tire esses olhos dessa menina!— Mirtes cochichou incomodada. Andradas ficou sem jeito e segurou firme os talheres nas mãos. Aline não tinha pressa em servir a mesa. Ela olhava curiosa para Alex e vez ou outra para o pai dele. Giorgia chegou para ajudar e saiu levando a moça. Eu podia sentir o peso do sentimento de dor que o Alex nutria. Ele acreditava estar sendo traído por mim. Jantamos sem nos falar. Depois de um tempo, Andradas se levantou e arrastou a mulher que relutou em sair da mesa. — Por que eu tenho que sair também?— ela perguntou baixinho. — Venha Mirtes, os dois precisam conversar!— Andradas estava impaciente. Só então, quando ficamos a sós, é que o Alex puxou conversa comigo. — Já arrumou as suas coisas?— ele indagou sem olhar para mim. — Sim, está praticamente tudo pronto!— eu menti. Minha cama estava cheia de roupas jogadas. — E para onde você vai? Já sabe?— ele falava quase bufan
Alex foi para o bar e ficou lá sozinho, até tarde. Aline queria ir lá, mas Giorgia não deixou. — Ficou louca, menina? Deixe de ser assanhada! O juiz não é para o seu bico, não! Aline ficou irritada e se recolheu. Théo acompanhou Aline com o olhar e foi comentar com a esposa: — E pensar que essa aí vai ficar no fim de semana aqui, sem ninguém para lhe puxar as orelhas! Giorgia jogou o guardanapo na mesa, desabafando: — Nem me fale, Théo! Eu não gosto nem de pensar nisso! Essa menina vai dar muito trabalho ainda! Théo foi abraçar a esposa. — Mas nós temos que pensar no nosso filho, não é minha flor? Giorgia concordou e foi para o seu quarto, levando o marido. Eles usavam um quarto maior, que coubesse objetos de casal, mas pretendiam ir estendendo as folgas aos poucos para se adaptarem ao filho. Logo, eles teriam que dormir algumas noites separados. Giorgia pretendia dormir na sua casa todos os dias, mesmo que saísse depois de s
Eu me joguei na cama, me achando fraca, pensando que Alex se sentia um vencedor, que estava orgulhoso por me fazer ceder sempre ao seu charme, seu jogo perfeito de sedução. Mas, a história era bem diferente. Ele entrou no seu quarto despido e foi sentar no box do banheiro chorando como criança. Abraçado ainda com as suas roupas, Alex derramava o seu pranto. Ele se sentia impotente, diante daquela situação. Se sentia derrotado, porque não podia julgar, pois se fizesse o que desejava, ele seria severamente julgado. Quando o dia amanheceu, Alex já era outro, estava trocado, usava um terno azul marinho impecável, tinha os cabelos bem penteados e usava óculos escuros. Eu estranhei que ele estivesse já parado na porta com as mãos nos bolsos. Eu desci as escadas incrédula. Ele não me esperou para o café. — Bom dia!— Ele me cumprimentou e fez sinal para o Théo. O motorista saiu apressado atrás dele e Giorgia veio da cozinha, com jeito de menina l
Giorgia ficou nervosa com o marido e lhe deu um safanão no ombro. Ele segurava a porta do carro para mim e defendeu a cabeça, assustado. — De quem vocês estão falando?— eu quis saber. Eu sabia que não se tratava da Adriana, pois a mesma era uma mulher empoderada. — Estou esperando! — eu insisti. Giorgia começou a me empurrar para dentro do carro, enquanto dizia: — Não é ninguém importante, menina! Deixa que se alguém se atrever a besta com o seu marido, a gente acaba com a graça dela! Eu joguei minha bolsa no banco traseiro e voltei para tirar a história a limpo. — Vocês estão falando da Aline, não é?— eu já estava de braços cruzados. Giorgia olhou para o marido, alterada. — Viu o que você fez? Meteu minhocas na cabeça da menina! Eu suspirei resignada. — Vocês acham que ele vai se interessar por ela, assim como aconteceu comigo? Minha expressão era de medo, diante da incerteza deles. Giorgia me abraçou tão forte tentando me passar força. — Vai em paz
Maximiliano me abraçou carinhosamente. — Eu vou fazer o que eu puder por você, Bella! Eu me afastei e sorri. Eu me sentia protegida com ele. — Venha! Você precisa de colo! — ele disse sorrindo, me conduzindo pela mão. Maximiliano sentou-se na sua cadeira e me puxou pela cintura. — Pronto! — ele disse feliz. Eu acariciei seu rosto e lhe disse confusa: — Não sei se eu te mereço, Maximiliano! Você é tão especial! Acho que eu pensava em como o Alex conseguia facilmente ter o domínio do meu corpo, sempre que se aproximava de mim! Maximiliano me beijou calmamente e suas mãos apenas tocaram o meu pescoço. Eu sentia que ele ficava excitado, ainda mais eu estando no seu colo, mas ele não ousou me tocar, ainda bem, porque por incrível que pareça, eu pensava no Alex naquele momento. Como as suas mãos fortes me conheciam. Ufa! Se fosse o Alex ali, eu já estava entregue. O Alex tinha um fogo que podia acender o meu rapidamente. Eu fi
Rosana ficou confusa. — Você está querendo que eu lute pelo doutor Maximiliano? Mas Eduardo, ele namora a minha amiga! — E daí, Rosana? A Bella chegou depois de você e não se importou pelo fato de você estar ali, esperando uma chance com o meu pai! Você não acha que foi muito rápido? Bella foi oportunista! Rosana ficou confusa, se ajeitou descansando os cotovelos na mesa. — Ela não teve culpa. — Nem você! Houve um silêncio, até que Eduardo voltou a insistir. — Você precisa fazer alguma coisa para chamar a atenção dele! — Como? A Bella é fina, foi casada com um homem rico, como eu posso competir? Eduardo ficou sério, examinando Rosana, cuidadosamente. — Mude seu jeito, se arrume mais, todo homem gosta de mulher atraente. Por exemplo, os seus cabelos… Ele nem terminou de falar, Rosana passou as mãos nos cabelos presos de qualquer jeito e o interrompeu. — O que tem os meus cabelos? Eduardo arrastou a cadeira ficando mais próximo, e
Rosana estava misteriosa, eu a achei mais atraente, usava um batom brilhante nos lábios. — O que houve, Rosana? Você está estranha!— eu disse curiosa. Ela se acendeu. — Menina, deixa eu te falar. É assim, você está adormecida, aí alguém joga só um pouquinho de pólvora, pronto, você explode! Eu fiquei boquiaberta, chocada. Eu sorri e arrisquei um palpite: — O doutor Eduardo te beijou? — Não!— ela quase gritou. Eu achei graça. — Qual o problema, ele é livre! — E lindo!— Rosana completou. — Lindo? — E gostoso!— Rosana disse pensativa. Eu a instiguei, lhe puxando os braços, brincalhona. — Me conta logo, você deu uns pegas no doutor gato, não foi? Rosana ficou me olhando paralisada. — Você sabe quem eu amo!— ela disse. Eu me fechei, fiquei triste. — Assim você me deixa constrangida, parece que eu te roubei as chances com o Maximiliano! — Não Bella, claro que não! Eu só queria que você soubesse, que o que sinto por e