Rosana estava misteriosa, eu a achei mais atraente, usava um batom brilhante nos lábios. — O que houve, Rosana? Você está estranha!— eu disse curiosa. Ela se acendeu. — Menina, deixa eu te falar. É assim, você está adormecida, aí alguém joga só um pouquinho de pólvora, pronto, você explode! Eu fiquei boquiaberta, chocada. Eu sorri e arrisquei um palpite: — O doutor Eduardo te beijou? — Não!— ela quase gritou. Eu achei graça. — Qual o problema, ele é livre! — E lindo!— Rosana completou. — Lindo? — E gostoso!— Rosana disse pensativa. Eu a instiguei, lhe puxando os braços, brincalhona. — Me conta logo, você deu uns pegas no doutor gato, não foi? Rosana ficou me olhando paralisada. — Você sabe quem eu amo!— ela disse. Eu me fechei, fiquei triste. — Assim você me deixa constrangida, parece que eu te roubei as chances com o Maximiliano! — Não Bella, claro que não! Eu só queria que você soubesse, que o que sinto por e
Eu engoli em seco e os meus olhos encheram-se de lágrimas. — Você não o faria, se tivesse a chance? Eu preciso dele, Rosana! Eu estou perdida! Eu quero recomeçar a minha vida, andar por lugares onde me podaram, entende? Se não fosse o Maximiliano, eu estaria presa naquela mansão até agora! Eu seria apenas a babá dos meus filhos! Rosana estava confusa e fora de si. — Peraí, deixa ver se eu entendi. Você está usando o homem que eu amo? Está me dizendo que eu não tenho chance com ele porque você precisa dele? É isso mesmo! Eu também falava sem pensar. — Você beijou o filho dele! Como acha que ele vai encarar isso? — Está me ameaçando? — Rosana estava estranha. Eu fiquei um tempo olhando para aquela que se dizia minha amiga. — Eu entendi, Rosana. Você precisa romper comigo para lutar pelo Maximiliano. Ela ficou sem graça e abaixou a cabeça. Eu respirei fundo desanimada. Ficamos ali um tempo sem se falar até que chegou a minha hora. Eu leva
Eu corri os olhos pela sala e me surpreendi. Não parecia a mesma casa. A decoração estava totalmente mudada. — O que fez aqui? — Tinha que ficar com a cara do Antenor! — ela teve coragem de me dizer. Eu me virei irritada. — Por que? Dona Esther ficou sem jeito. — Essa casa é minha, eu a herdei, eu sou a viúva! Eu andei até a bancada da cozinha que a separava da sala e fui irônica ao me virar. — Eu concordo que seja a viúva, mas o que herdou foi uma dívida, que eu paguei muito caro. Agora a casa é minha, dona Esther e as coisas aqui vão funcionar do meu jeito! Minha mãe não me reconhecia. — O que você quer dizer com isso? Vai me colocar para fora daqui? Eu respondi com outra pergunta: — Seu namorado não quis te levar com ele? — Ele foi para casa do filho! — E o Marcello não te quer lá? Dona Esther ficou sem jeito. — Eu nunca aprovei o seu namoro com ele, por isso não gosta muito de mim! Eu passei para o lado
Alex descia do carro, trazendo consigo algumas sacolas pequenas. Eram minhas coisas. Eu baixei a cabeça, entristecida, enquanto a minha mãe correu arrastando a sua mala, parecia ansiosa para ir rumo ao luxo. Filippo surgiu afobado no corredor de quartos. — Tem tantas coisas assim para levar?— eu brinquei. — Eu consegui arrumar tudo sozinho, Bella!— ele disse sorrindo. Ele saiu arrastando suas coisas e parou na porta para falar comigo. — Eu não quero mais sair da mansão, Bella. A não ser que a Cristal venha junto! Eu sorri resignada. Alex entrou na sala e parou para me olhar. — Onde posso colocar essas coisas? Posso colocar no sofá? Eu suspirei antes de responder: — Sim pode, claro, obrigada! Alex saiu e voltou com o resto das minhas coisas. Eu fui acompanhá-lo até a porta e espiei para ver minha mãe e Filippo, dentro do carro. Eles estavam contentes. — O Théo não pôde vir?— indaguei sem nenhum propósito, pelo
Rosana virou-se sorridente. Era seu amado chefe chegando, gentilmente, para lhe cumprimentar. — Boa noite, Rosana!— ele disse-lhe beijando a face, suavemente. Maximiliano sentou-se ao lado de Rosana, examinando cuidadosamente cada detalhe do seu rosto, valorizado pela maquiagem suave. Ele parecia estar vendo-a pela primeira vez. — Não pensei que fosse tão vaidosa!— ele disse olhando a joia delicada na orelha da moça. Eduardo observava tudo com satisfação. — Você está bebendo o que?— Maximiliano quis saber. Rosana estava tão admirada com tudo o que estava acontecendo que sorriu olhando para Eduardo, esperando que ele dissesse alguma coisa. Ele entendeu. — Chegamos agora, mas Rosana me disse que adora vinho branco! Rosana olhou surpresa para Eduardo. — É, eu gosto? Isso, eu gosto muito, muito mesmo! Maximiliano chamou o garçom, já conhecido, e fez o pedido. — Vamos tomar juntos! Um bom vinho chardonnay cai sempre bem!
O segurança da casa de Maximiliano, Lucas, correu para ajudar. — Ela está passando mal, patrão? — Não, Lucas, ela só bebeu demais! Os dois saíram colocando Rosana para dentro de casa e a deixaram no quarto de Maximiliano. Lucas ficou olhando para Rosana, que não falava coisa com coisa e comentou: — Fez bem em arrumar outra, patrão! Aquela outra lá, é chave de cadeia! Mulher do seu amigo juiz, é roubada! Apesar de Lucas trabalhar há muitos anos com Maximiliano, desde o tempo em que era casado e Eduardo era adolescente, ele ficou irritado com o comentário do rapaz. — Eu não tenho medo do Alex! Ele pode usar a sua autoridade como juiz, mas eu tenho a lei a meu favor! Lucas ergueu as sobrancelhas quando percebeu que falou demais e pediu licença, deixando o patrão pensativo. Maximiliano pensava em voz alta: — Alex, meu amigo, você nunca precisou lutar por ninguém na sua vida, não é? As mulheres se apaixonam facilmente por você! Maximiliano meneou a cabeça, vendo qu
— Não vai jantar, senhor?— Aline indagou curiosa. Alex riu achando graça. — Nossa, quantas perguntas! Ele riu gostoso, estava descontraído. — Eu vou indo, minha família! Ele saiu e começou os cochichos na mesa. — Ele está muito feliz, você não acha? Será que tem rabo de saia aí?— Mirtes falava ao marido. Andradas ficou pensativo. Olhava para Aline cuidadosamente. — Você acha que tem haver com a babá?— ela insistiu curiosa. — Talvez — Andradas fixou o olhar nas pernas da moça que saíra rebolando. — O papai não está nem aí para mamãe, não é Cristal. — Júnior também ficou intrigado. Cristal cobriu a boca com a mão para responder: — Tem alguma coisa errada aí, Júnior! — Tem haver com a Aline? Os olhos de Cristal brilharam de raiva. — Com essa ele não fica! Sophia ficou curiosa. — O que vocês estão fofocando? Também quero saber! Enquanto isso, Alex entrava no seu carro. Ele olhou para o banco traseiro e sor
Alex se surpreendeu. — O quê? Do que está falando, Adriana? Até a Lívia ficou boquiaberta. — Calma meritíssima! Não se humilhe tanto! Adriana teve um surto. — Eu paguei um preço alto para tê-lo, Alex! Eu fiz tudo o que ele pediu, eu senti nojo, mas eu queria você! Lívia segurou o braço de Adriana porque ela gesticulava muito na direção do rosto do Alex. — Fica calma, doutora! Pelo amor de Deus, se controla! Não fala mais nada! Adriana chorava como criança abraçada a Lívia, e desabafava a sua dor. — Eu fiz tudo por ele, essa babá não fez nada! Ela só o despreza, e ele não vê, Lívia! Alex ficou chocado, confuso, sem entender bem do que Adriana falava, mas sabia que se tratava, de um trauma, de uma dor muito grande. — Acho melhor eu ir embora!— ele disse levantando-se. — Tudo bem, eu vou ligar para o marido dela. O traste tem que servir para alguma coisa! Alex discordou alterado. — Por que tem que ligar para ele? Não estão separados? O meu tio não serve