Depois de muito tempo na piscina, Junior e Gabriel foram passear pelo jardim. Antônio já havia acordado e foi pra junto do pai. Eu fui ajudar Giorgia com o lanche da tarde. — Gi, você me ajuda a arrumar as coisas das crianças? Devem estar todas espalhadas no quarto deles. Giorgia achou graça, enquanto arrumava os lanches. — Eu faço isso num instante, menina! Leva esses sanduíches para eles que eu vou subir. Eu peguei os sucos de caixinhas na geladeira, coloquei na bandeja junto com os sanduíches e fui servir na área da piscina. Alex estava com Antônio e Sophia numa mesa, e levantou-se rapidamente para me ajudar. Servimos as crianças juntos, depois nos sentamos para observá-los comer. — Devia dar uma folga para Giorgia. Hoje era o dia dela ficar com o filho e interrompemos os seus planos!— eu disse sem tirar os das crianças. Alex concordou. — Vou dar-lhes folga logo que deixar vocês em casa. Ela fica amanhã descansando. Giorgia c
Nesse dia as crianças dormiram cedo e eu não quis acordá-la para jantar. — Elas estão exausta, mãe! Amanhã acordam mais cedo e tomam um café da manhã caprichado— eu dizia sentada de frente para a minha mãe na mesa da copa, saboreando a sopa que ela fez com tanto carinho. Ela suspirou preocupada. — Foram com muita sede ao pote, eu imagino! Aqui não há o conforto que tem lá com o pai. Eu sinto muito, não somos pobres, mas não dá para se comparar a vida que levam os Andradas! Eu tomei algumas colheradas da sopa de legumes mais gostosa do mundo. Ao menos nisso minha mãe era boa. — Eu sei o quanto é difícil para eles, mãe, mas neste momento, é necessário esse sacrifício. — Difícil é para quem ver eles passando por isso, filha!— Dona Esther insistiu. Eu suspirei impaciente. — Estamos incomodando aqui, mãe? Seja sincera, a senhora também está sentindo falta da mansão, do conforto de lá? — Não, claro que não! Eu nem vou, caso vocês forem! — Não!?— exc
A mesma pessoa, o dono do escritório, doutor Maximiliano Bonfim, falava ao telefone com o Alex. — Pronto, meritíssimo, seu desejo é uma ordem! Liguei para sua esposa, e vou lhe entrevistar hoje mesmo, depois do almoço, estou com a agenda apertada agora de manhã. — Me deixe a par de tudo, Max! Eu quero saber cada detalhe da entrevista! O homem riu malicioso do outro lado da linha. — Parece que essa moça é muito importante para o poderoso Juiz Alex Andradas! Aliás, o único Andradas que fugiu a regra da fama de mulherengo da família! Alex se incomodou com o comentário, apesar de Maximiliano e ele serem amigos de faculdade e trabalharem hoje, indiretamente. O escritório do colega manda advogados para representar seus clientes, onde Alex faz os julgamentos. — Meu amigo, não posso pagá-la bem ainda, pois é inexperiente e nem sei como vou poder aproveitá-la. Alex ficou agitado. — Não se preocupe com isso agora. Pague um salário de estagiária para a
Eu olhei o prédio espelhado e vi o nome enorme num painel iluminado “ Bonfim Advogados “. Estacionei meu carro no estacionamento ao lado e entrei na recepção. Tudo era de muito bom gosto. Duas recepcionistas estavam atrás de um balcão de mármore escuro. — Boa tarde! Eu vim para uma entrevista com o doutor Maximiliano — eu disse apresentando o meu documento de identidade. As moças se entreolharam e uma delas, a que segurava o meu documento, disse: — Não seria o doutor Eduardo? Ele é quem faz entrevista! — Quem me ligou foi o doutor Maximiliano!— eu insisti. Elas ficaram confusas e uma delas interfonou. — Doutor Eduardo, tem uma moça aqui de nome Isabella Schimidt para uma entrevista. Do outro lado, o rapaz questionou:” Não seria Andradas? A moça me olhou curiosa e fez a mesma pergunta: — Senhora, se chama Isabella Andradas? Eu pensei na minha mãe, na hora! Quantos Andradas devia ter no mundo? Eu tinha apresentado um documento com o nome de solteira. — Sim, Is
Eu segui o todo poderoso, doutor Bonfim! Entramos no elevador e eu senti o olhar discreto dele sobre mim. O ascensorista do elevador, já me tratou com mais simpatia me vendo ao lado do patrão. Ele sorriu e apertou o botão do segundo andar. Eu desci primeiro, então o doutor Maximiliano passou por mim e abriu a porta do seu escritório. A sala era tão maravilhosa quanto a do filho e também tinha uma janela que dava para a rua de frente para o prédio. A persiana estava fechada. Ele a abriu e eu pude ver muitos prédios comerciais ali perto. — Sente-se, senhora Andradas!— ele disse apontando para uma cadeira que ele mesmo afastou para eu sentar. Depois que ele sentou-se atrás da sua mesa, eu fiz questão de expor o que me incomodava. — Senhor, não precisa me chamar de senhora Andradas, esse é o meu antigo nome de casada, por favor, me chame de Bella! O homem ficou atrapalhado. — Ah, claro! Me desculpe, Bella. Acho que assim fica bem melhor! Pode me chamar de Maximiliano ou
Rosana se ajeitou na sua cadeira e virou-se para a tela do seu computador. — Veja, doutora, aqui está a relação dos nossos clientes! Eu apertei os olhos surpresa. Eram muitos, mas muitos mesmo! — Ele é muito bom, não é?— Eu falava do patrão. — Ele é o melhor!— Rosana respondeu virando-se deslumbrada. Eu quase perguntei se ela era apaixonada por ele, mas ainda era cedo para essas intimidades. Rosana tinha por volta de vinte cinco anos, quase a minha idade. — Você não concorda?— ela quis saber. — Claro!— eu respondi examinando o olhar emocionado da moça. Ela voltou a ficar de frente para a tela e virou a página. — São muitos, doutora! Eu ficaria o dia inteiro aqui lhe mostrando. Eu olhei para o total de clientes cadastrados e sorri. — Eu percebi, querida! Está tudo bem, teremos muito tempo. Rosana virou-se animada. — Você começa amanhã?— ela quis saber. — Acho que sim!— eu disse sem jeito, apertando a alça da minha
Eu me afastei rapidamente. O perfume era muito bom! — Senhora! Eu já havia saído da frente dele como um raio e paralisei. — Espere! Eu respirei ofegante. Meu Deus, eu temia que ele decidisse não me contratar mais. Eu me virei devagar, com os olhos azuis assustados. Eduardo sorriu e simplesmente disse: — Até amanhã! Eu também sorri, tirei um peso de cima de mim e dei a volta nos calcanhares, seguindo para fora do prédio. Do lado de fora, tinha um sol maravilhoso, contrastando com o frio do ar condicionado lá de dentro. Eu peguei meu carro no estacionamento e voltei animada para casa. Já entrei em casa comunicando a novidade. — Consegui família! Eu consegui um emprego! As crianças estavam todas reunidas no sofá e correram para me abraçar. Minha mãe me olhava de braços cruzados, encostada na bancada que separava a sala de estar da sala de jantar. Depois de ser cercada de beijos e abraços pelas crianças, eu
Eu sobressaltei. — O quê! Marcello levantou-se ficando bem próximo de mim. — Isso mesmo, Bella! Já esperamos muito! É a nossa chance! Casa comigo, ou eu vou desistir de você para sempre! Eu fiquei em pânico. — Mas Marcello, você é muito importante para mim, para o meu recomeço! — Então, Bella, casa comigo! Eu também preciso de você, eu te esperei a minha vida toda! Eu meneei a cabeça impaciente. Marcello insistiu: — Eu posso te ajudar a acomodar as crianças e não vai mais precisar do seu ex! — Não sabe o que está dizendo!— Eu dei um passo para trás, os olhos lacrimejando. Marcello avançou, me segurando os braços, ofegante. — As coisas são simples, Bella, nós é que complicamos! Aceita a minha proposta, por favor! — Marcello!!— eu supliquei. Ele me beijou, me surpreendo. Eu não tive reação, mas ele se afastou animado. — Seremos uma família feliz, Bella! Nosso amor é verdadeiro! Não vê que temos tudo para dar certo? Eu n