Eu fiquei pensativa, preocupada, mas no fundo não acreditava que o Alex pudesse simplesmente voltar a ser o garotão irresponsável de antes. Eu cruzei os braços e me sacudi, depois fui ajudar Giorgia a pôr a mesa, antes que as crianças acordassem. Quando estava tudo pronto, eu saí em direção a escada na intenção de acordar todo mundo, mas para minha surpresa, Alex descia as escadas com Antônio e Sophia. Eles estavam sonolentos e seguravam a mão do pai. Cristal, Filippo e Júnior viam logo atrás. Eles tinham uma expressão de confusão ou coisa assim. Deduzi que Alex tirou todos da cama, impaciente, antes que eu pensasse em fazê-lo. Ele queria provar para mim que podia se virar muito bem sozinho. Eu fiquei observando cada um deles se sentar no seu lugar, em silêncio, me olhando de rabo de olho. Eu suspirei e fui me sentar, não esperei o Alex ser gentil e puxar a cadeira para mim. Os meus sogros chegaram e também se sentaram. Só então o Alex
Eu não podia ouvir o que eles conversavam, mas podia jurar que falavam de mim. Juntei minhas mãos no meu colo e me encolhi, tentando encontrar forças para enfrentar os comentários maldosos da minha sogra. — É difícil, não é minha nora? Sei que está lutando para se igualar ao meu filho. İmagino que nunca deixou de ser a babá. Antes apenas cuidava da filha dele, agora cuida de mais três! Eu respirei fundo, deixei ela aproveitar bem, pois eu não tirava os olhos de Alex. — É, o Alex está cada vez mais bonito. Ele é muito elegante, não vai faltar mulheres a sua altura para lhe fisgar. Eu fechei os olhos segurando minha dor. Eu não podia viver com ele, mas também não imaginava como seria minha vida sem ele daqui pra frente. Alex era um príncipe mesmo. Ele jogava os cabelos para trás, enquanto falava com o pai e me lançava um olhar de vez em quando. Ele estava visivelmente magoado. Cristal saiu da água deixando Antônio e Sophia aos cuidados de Júnior e F
Cristal me analisou a expressão. — Está segura mesmo do que quer, Bella? Está disposta a tudo para realizar os seus objetivos ? Eu só assenti com a cabeça e ela continuou: — Então pode contar comigo! Estarei com você no que decidir, mesmo que suas escolhas não agradem o meu pai, eu vou respeitar a sua vontade e te apoiar sempre, assim como fez comigo! Nesse momento, as lágrimas rolaram pelo meu rosto. Não tive como evitar! Cristal se achegou mais e me abraçou com carinho. Eu fiquei calma, me sentindo acolhida. Voltamos para junto dos outros, eu tirei o meu camisão e entrei na piscina. Alex me olhou admirado. Cristal cochichou para mim: — Ele é doidinho por você, Bella! Olha o jeito dele te olhar. Daqui a pouco ele entra na água. Foi o que aconteceu. Eu entrei na água e as crianças se aproximaram, se perdurando em mim. Alex tirou a camiseta e veio na nossa direção. Antônio se agarrou nele e Sophia ficou junto a mim. Crista
Depois de muito tempo na piscina, Junior e Gabriel foram passear pelo jardim. Antônio já havia acordado e foi pra junto do pai. Eu fui ajudar Giorgia com o lanche da tarde. — Gi, você me ajuda a arrumar as coisas das crianças? Devem estar todas espalhadas no quarto deles. Giorgia achou graça, enquanto arrumava os lanches. — Eu faço isso num instante, menina! Leva esses sanduíches para eles que eu vou subir. Eu peguei os sucos de caixinhas na geladeira, coloquei na bandeja junto com os sanduíches e fui servir na área da piscina. Alex estava com Antônio e Sophia numa mesa, e levantou-se rapidamente para me ajudar. Servimos as crianças juntos, depois nos sentamos para observá-los comer. — Devia dar uma folga para Giorgia. Hoje era o dia dela ficar com o filho e interrompemos os seus planos!— eu disse sem tirar os das crianças. Alex concordou. — Vou dar-lhes folga logo que deixar vocês em casa. Ela fica amanhã descansando. Giorgia c
Nesse dia as crianças dormiram cedo e eu não quis acordá-la para jantar. — Elas estão exausta, mãe! Amanhã acordam mais cedo e tomam um café da manhã caprichado— eu dizia sentada de frente para a minha mãe na mesa da copa, saboreando a sopa que ela fez com tanto carinho. Ela suspirou preocupada. — Foram com muita sede ao pote, eu imagino! Aqui não há o conforto que tem lá com o pai. Eu sinto muito, não somos pobres, mas não dá para se comparar a vida que levam os Andradas! Eu tomei algumas colheradas da sopa de legumes mais gostosa do mundo. Ao menos nisso minha mãe era boa. — Eu sei o quanto é difícil para eles, mãe, mas neste momento, é necessário esse sacrifício. — Difícil é para quem ver eles passando por isso, filha!— Dona Esther insistiu. Eu suspirei impaciente. — Estamos incomodando aqui, mãe? Seja sincera, a senhora também está sentindo falta da mansão, do conforto de lá? — Não, claro que não! Eu nem vou, caso vocês forem! — Não!?— exc
A mesma pessoa, o dono do escritório, doutor Maximiliano Bonfim, falava ao telefone com o Alex. — Pronto, meritíssimo, seu desejo é uma ordem! Liguei para sua esposa, e vou lhe entrevistar hoje mesmo, depois do almoço, estou com a agenda apertada agora de manhã. — Me deixe a par de tudo, Max! Eu quero saber cada detalhe da entrevista! O homem riu malicioso do outro lado da linha. — Parece que essa moça é muito importante para o poderoso Juiz Alex Andradas! Aliás, o único Andradas que fugiu a regra da fama de mulherengo da família! Alex se incomodou com o comentário, apesar de Maximiliano e ele serem amigos de faculdade e trabalharem hoje, indiretamente. O escritório do colega manda advogados para representar seus clientes, onde Alex faz os julgamentos. — Meu amigo, não posso pagá-la bem ainda, pois é inexperiente e nem sei como vou poder aproveitá-la. Alex ficou agitado. — Não se preocupe com isso agora. Pague um salário de estagiária para a
Eu olhei o prédio espelhado e vi o nome enorme num painel iluminado “ Bonfim Advogados “. Estacionei meu carro no estacionamento ao lado e entrei na recepção. Tudo era de muito bom gosto. Duas recepcionistas estavam atrás de um balcão de mármore escuro. — Boa tarde! Eu vim para uma entrevista com o doutor Maximiliano — eu disse apresentando o meu documento de identidade. As moças se entreolharam e uma delas, a que segurava o meu documento, disse: — Não seria o doutor Eduardo? Ele é quem faz entrevista! — Quem me ligou foi o doutor Maximiliano!— eu insisti. Elas ficaram confusas e uma delas interfonou. — Doutor Eduardo, tem uma moça aqui de nome Isabella Schimidt para uma entrevista. Do outro lado, o rapaz questionou:” Não seria Andradas? A moça me olhou curiosa e fez a mesma pergunta: — Senhora, se chama Isabella Andradas? Eu pensei na minha mãe, na hora! Quantos Andradas devia ter no mundo? Eu tinha apresentado um documento com o nome de solteira. — Sim, Is
Eu segui o todo poderoso, doutor Bonfim! Entramos no elevador e eu senti o olhar discreto dele sobre mim. O ascensorista do elevador, já me tratou com mais simpatia me vendo ao lado do patrão. Ele sorriu e apertou o botão do segundo andar. Eu desci primeiro, então o doutor Maximiliano passou por mim e abriu a porta do seu escritório. A sala era tão maravilhosa quanto a do filho e também tinha uma janela que dava para a rua de frente para o prédio. A persiana estava fechada. Ele a abriu e eu pude ver muitos prédios comerciais ali perto. — Sente-se, senhora Andradas!— ele disse apontando para uma cadeira que ele mesmo afastou para eu sentar. Depois que ele sentou-se atrás da sua mesa, eu fiz questão de expor o que me incomodava. — Senhor, não precisa me chamar de senhora Andradas, esse é o meu antigo nome de casada, por favor, me chame de Bella! O homem ficou atrapalhado. — Ah, claro! Me desculpe, Bella. Acho que assim fica bem melhor! Pode me chamar de Maximiliano ou