As moças começaram a entrar e Cristal vinha na frente. Ela estava maravilhosa e imensamente feliz. Ela me jogou um beijo e me mandou uma mensagem, onde eu tive que ler nos seus lábios:” Eu te amo, mãe!” Eu já tinha pouco mais de vinte e seis anos, mas continuava sensível e chorava por qualquer coisa. Fiquei secando as lágrimas como boba. A minha menina, completando quinze anos, parecia mentira! Adriana tentou ser gentil, puxando assunto com o meu marido: — Sua filha está muito linda, Alex! Não é à toa que o meu sobrinho Diogo está apaixonado por ela! — Ele que não se atreva!— Alex virou-se para responder alterado. Adriana se assustou e argumentou: — Mas ela já está debutando, Alex! — Isso não quer dizer nada!— Alex retrucou e virou-se novamente para o palco. Adriana ergueu as sobrancelhas surpresa e olhou para mim, sem graça. Eu sorri vitoriosa. Eu não queria que as nossas famílias se unissem mesmo! O problema estava no jeito como Cristal olhava para Diogo. Ela da
— Alex!— exclamei assustada. Alex me puxou pelo braço trazendo para perto dele. — O que faz atrás da minha mulher! Não sei como ainda ousa estar aqui, depois de tudo o que me fez, tio! Max começou a se justificar: — Alex, eu estava justamente me desculpando a esse respeito, eu não estava no meu estado normal! Eu nunca atiraria em ninguém, foi um acidente, eu estava obcecado pela Bella! Alex tinha os olhos cheios de lágrimas de ódio. — O senhor sequestrou a minha mulher, a mãe do meu filho! Deixou que eu acreditasse em barbaridades sobre ela, tentou me induzir a casar com Adriana para que o caminho ficasse livre para o senhor! Eu sei dos argumentos que o seu advogado usou para diminuir a sua pena, mas por mim, apodreceria na cadeia! Max retrucou a altura, também se achando magoado: — Por que tem tanto ódio de mim, Alex? Você mesmo aceitou o plano para causar ciúmes em Bella! Você fingia ter um caso com Adriana, no início, eu acreditava que deixa
Eu abracei o meu marido, soluçando. Ele foi paciente e esperou eu me acalmar antes de voltarmos para a festa. — Eu acho que a culpa é minha por todo esse seu sofrimento, Bella! Você teve que fazer faculdade, me deu três filhos em tão pouco tempo, cuidou da minha filha com tanta paciência, mas ninguém é de ferro, não é? Eu prometo que vou ser paciente com você, com o seu dono, seu cansaço! Não dá pra fazer tantas coisas ao mesmo tempo! Eu voltei abraçada com o Alex, estava mais calma. Eu tinha que aceitar, eu estava cansada demais! — Depois que passar essa festa, vamos cuidar melhor de você, meu amor!– Alex foi falando pelo caminho. Chegamos à nossa mesa e os olhares curiosos eram perceptíveis. Adriana olhava ao longe, curiosa e não era só ela, minha sogra se aproximou demonstrando preocupação. — Onde vocês estavam? Sumiram tanto tempo? Está tudo bem?— ela quis saber. — Sim, está tudo muito bem sim, mãe!— Alex respondeu impaciente, me abraçando e
Eu não sabia o que responder para Cristal, estava tão confusa com aquela novidade! — Cristal, você sabe que não vai ser fácil convencer o seu pai a aceitar esta novidade, não sabe? Ela baixou a cabeça sem responder. Eu me senti mal. — Mas eu vou tentar, porque eu nunca fui mulher de baixar a cabeça e chorar, e não vai ser agora que vou fazer isso! Cristal ergueu os olhos sorrindo. Ela tinha os mesmos olhos que o seu pai, por isso era tão fácil me ganhar. — Eu amo você!— ela disse me abraçando. Eu fiquei emocionada. Ai meu Deus, eu sempre fui boba mesmo! Comecei a falar em tom de brincadeira: — Eu vou lutar do seu lado, e que venham os inimigos, porque a Bella de anos atrás, está de volta, a menina rebelde que casou com o juiz Alex Andradas, não é qualquer coisa não! Cristal desatou a rir e completou: — E a mãe que caiu do céu, não é pouca coisa não!! — Isso, isso mesmo!— Eu me diverti. Saímos abraçadas pelo meio dos convidados, à pr
Eu esperei finalmente Alex ficar a sós para conversar com ele sobre aquele assunto delicado. Eu o abracei e senti o seu perfume. Ele me apertou nos seus braços e começou a falar ao meu ouvido: — Eu sinto falta do seu amor, dos seus carinhos! Acho que precisamos fazer uma viagem, uma segunda lua de mel, o que acha? Eu ergui os olhos sorrindo. — Não tivemos lua de mel, lembra? Eu fui sequestrada, e depois minha mãe estava internada com pneumonia! Alex suspirou sorrindo também. — É verdade! Ainda bem que a sua mãe veio morar conosco, ela sempre nos ajudou com as crianças! Eu fiz uma cara de desagrado. — O que foi? Não é verdade? Não foi bom que a sua mãe tivesse ficado conosco? — Ela está sempre lhe defendendo!— eu me queixei. — Talvez porque eu seja um bom genro!— Alex brincou. Mas eu falava sério e pensativa. — A verdade é que a dona Esther nunca conseguiu ser mãe para mim, passou do tempo, não sei, ela consegue ser até mãe para você
— Pai!!— Cristal quase desmaiou de susto. A menina soltou a mão do rapaz e eu me coloquei do seu lado, vendo que Alex estava bufando e parecia bem mais alto do que já era. — Calma Cristal, vamos resolver essa situação da melhor maneira!— eu disse, também aflita. — Resolver o quê? Do que você está falando, Bella!— Alex disse alterado, me intimando. — Resolver as coisas, ora!— eu disse sem graça, tremendo nas bases. O corajoso foi Diogo. — Senhor, me desculpe, eu quis falar com o senhor desde o isso! — É, foi!— eu disse assentindo com a cabeça, repetidas vezes, atrapalhada. Diogo suspirou impaciente e continuou: — Senhor, eu quero permissão para namorar sua filha. — Nunca!— Alex quase gritou. Ficamos os três boquiabertos. Ele ficou sem jeito e se justificou: — Cristal é muito jovem! Ainda não tem idade para namorar! — Eu posso esperar!— Diogo disse rapidamente. Alex olhou para ele incrédulo. — Quanto tempo eu tenho que esperar?
Giorgia olhou para o marido e respondeu: — A sua sogra nos proibiu de ficar perto de vocês. — O quê!– eu fiquei pasma. — İsso mesmo, ela disse que nós somos empregados e não devemos nos misturar com os patrões. Ela não deixou que sentássemos na sua mesa. — Eu não estou acreditando num absurdo desse!— eu disse andando na direção do palco. — Volte aqui menina! Deixa isso pra lá!— Giorgia veio falando atrás de mim. Eu ainda ouvi o Théo se queixar: — Eu não falei que era melhor ela não saber! Você é teimosa, Giorgia! Eu me voltei nervosa para retrucar: — Vocês são meus amigos, Théo! Eu estou planejando essa festa com a ajuda de vocês há meses e não vou deixar que uma pessoa que chegou às véspera, vir dar palpitou! Eu subi no palco e peguei o microfone das mãos do homem que fazia as chamadas. — Eu quero pedir encarecidamente que toquem mais uma vez a valsa. Os músicos se prontificaram imediatamente, então eu continuei: — Essa valsa é para u
— Sim, tia, a senhora mesmo! Eu sei que o juiz lhe ouve!— Diogo insistiu. — Me ouve?!— Adriana continuava incrédula. — A Cristal me contou tudo! Ela disse que a senhora quase impediu o casamento do pai dela com a atual esposa dele, que na época era babá. — Eu?!!— Adriana colocou a mão no peito, constrangida. — A Cristal me contou do sequestro e que não sabe como a senhora conseguiu se livrar da cadeia! Adriana se engasgou com a própria saliva. Diogo tentou ajudá-la com tapinhas nas costas. De longe, Max ficou curioso e veio ao encontro dos dois. — Está tudo bem?— ele quis saber. Adriana assentiu muitas vezes olhando assustada para o sobrinho. Max se afastou para trazer o filho, enquanto isso, ela implorou: — Diogo, não comente mais isso, principalmente com o seu pai, ou mesmo com o seu tio, pode ser muito perigoso reascender essa história novamente! Diogo riu vitorioso. — Claro, tia! A senhora vai me ajudar, não vai? Enquanto isso