POV de Bruce Sentado no sofá do quarto de Alysson, com um copo de uísque que eu nem tinha tocado, senti a pressão do mundo pesar sobre os meus ombros. Era um silêncio quase insuportável, quebrado apenas pelo som do vento lá fora, uivando como se fosse um lamento constante. Minha mente insistia em voltar para a carta de Melissa. Aquele pedaço de papel que queimava como fogo nas minhas mãos quando a li pela primeira vez.“Estou apaixonada por outro homem.” As palavras eram secas, cruéis, e mesmo que eu soubesse que aquela carta era forjada, fabricada para me manipular, a dor continuava sendo real. Não era sobre a autenticidade dela, mas sobre a possibilidade. Melissa nunca foi um mistério, mas foi um livro que eu nunca tentei ler por completo, e talvez essa carta fosse um reflexo de algo que eu nunca quis admitir.Agora, aqui estava eu, com Mary Jane em casa, minha sogra, ou talvez a única pessoa que me restava da família que construí com Melissa. Ela me olhava com aquela expressão que
POV de Alysson O vapor do banho envolvia o pequeno quarto do bebê, e eu brincava com Cris enquanto ele ria, chutando a água morna com entusiasmo. Ele era um raio de sol em meio a tantas nuvens pesadas, e aquele momento, mesmo que pequeno, me dava uma sensação de paz que eu raramente encontrava ultimamente.A porta rangeu, e eu olhei por cima do ombro para ver Mary Jane entrando com um sorriso cansado.— Aqui está o meu príncipe, todo cheio de charme! — ela disse, inclinando-se sobre a banheira e passando a mão pela cabecinha molhada de Cris. Ele gargalhou, jogando água para todo lado.— Estamos quase terminando. Ele é uma bênção, Mary Jane. Mesmo com tudo o que está acontecendo, Cris é luz.Ela suspirou, sentando-se na poltrona ao lado, e pegou uma toalha para ajudar a secar Cris quando eu o tirasse da banheira.— Sabe, Allysson, acabei de dizer algo a Dilan que pode mudar tudo.Minha atenção foi imediatamente capturada.— O que você disse?Ela hesitou por um momento, enrolando Cris
POV de Alysson O apartamento estava quieto. Pela primeira vez em dias, eu conseguia respirar fundo e mergulhar no trabalho sem interrupções. Os papéis do projeto do Complexo B estavam espalhados pela mesa, junto com anotações e diagramas. Era o tipo de foco que me dava prazer – uma distração necessária para a tempestade que parecia me cercar desde que entrei na vida dos Stain.Mary Jane tinha saído com Cris, levando John e Robert para o Central Park. Dilan aprovou a ideia, principalmente porque ele mesmo tinha uma reunião importante com Michael pela manhã. Quando ele saiu, reforçou a segurança com Debby, como sempre fazia. Mas, por algum motivo, eu me sentia inquieta.A manhã passou rápido, e o som da porta abrindo me fez levantar o olhar. Eu sorri, pensando que Dilan tinha voltado para almoçarmos juntos.— Dilan? — chamei, ajeitando os papéis.Mas quem entrou foi Michael.Meu corpo ficou tenso na mesma hora. Ele estava impecavelmente vestido, como sempre, mas o sorriso que ele exibi
POV de DilanSaí do apartamento de Michael com os passos rápidos, cada fibra do meu corpo tensa. O plano estava funcionando, mas a raiva e o desprezo que ele jogara contra mim ainda ecoavam na minha mente. Sabia que precisava manter a cabeça no lugar, mas o peso da situação com Allysson e as verdades que Michael parecia disposto a distorcer, me deixava um tanto inquieto. O furgão operacional estava estacionado próximo ao prédio do meu apartamento. Debby, sempre alerta, me esperava com a mesma expressão confiante de quem já tinha certeza do próximo movimento do adversário. Assim que entrei, ela me lançou um olhar firme: — E aí? — perguntou, ajustando o monitor com as imagens ao vivo do apartamento. — Ele mordeu a isca? — questionei, me sentando ao lado dela. Debby sorriu de canto, sem nem precisar pensar: — Michael é previsível. Vai querer ter certeza que você não voltou para o apartamento, depois e principalmente, vai tentar intimidar a Allysson.— E se ele não cair? — perguntei,
POV de Alysson As palavras dele, aquele embate de testosterona, a proteção, o carinho e o cuidado, me deixaram excitada. Eu não sei o que deu em mim, mas quando o clima entre Dilan e eu mudou, e ele aproximou seus lábios dos meus, aguardando eu autorizar ele avançar, me lembrei das palavras de Mary Jane, aprovando sei lá o que poderia acontecer entre nós dois. Mas, antes que pudesse dar essa autorização para o beijo, Dilan me pegou no colo, tentando desviar os olhos do meu colo desnudo pela blusa que Michael rasgou. Eu não entendi muito bem a intenção dele, mas estava paralisada pela excitação do momento e me deixei levar. Dilan me levou para o quarto dele. Eu nunca tinha entrado lá, mas também não consegui observar nada do ambiente. Estava obcecada pelos lábios dele se movendo. Eu sabia que ele estava dizendo alguma coisa, mas não conseguia prestar atenção no que era, apenas imaginando a cena do elevador, meses atrás, quando vendada, NM me levou pela primeira vez para o apartamen
POV de Alysson No domingo de manhã, Dilan mandou Robert para a piscina com uma moça que ele contratou pra ajudar Mary Jane e eu a cuidar do Cris nessa fase. Enquanto Lorena estava com as crianças na piscina, sob o olhar atento de Jones, Dilan fez uma reunião com meu pai, Mary Jane e eu. Avisou que Debby estaria chegando para nos visitar e explicar algumas coisas, mas antes que ela chegasse, ele queria preparar Mary Jane. E então ele nos contou tudo, da investigação que colocava Mary Jane sob suspeita no começo de tudo, que está investigando desde que foi para a Inglaterra durante seu luto, e questionou meu pai sobre o encontro com Sammuel. Meu pai me olhou assustado, e não respondeu. Dilan perdeu a paciência: — Quando Debby te recrutou para fazer a segurança da minha família, ela não sabia dessa sua intimidade com o inimigo. — Sabia sim, Sammuel foi namorado da minha filha. E ninguém me avisou que ele estava sob vigilância, suspeito de ser cúmplice. — Se te avisasse, você não ir
POV de DilanDebby entrou e se apresentou para Mary Jane. Finalmente, Jhon Allister conheceu a “chefe” pessoalmente. Depois de todas as amenidades, ela explicou mais ou menos o plano de Alysson, que ela incrementou. Durante todo esse tempo, eu só pensava o quanto entendi o porquê de Alysson me odiar tanto: ela teve que se sujeitar a dançar nua. Não era porque ela fosse uma safada. Não era porque ela gostava de dinheiro e não importava o que tivesse que fazer para conseguir! Ela apenas era uma boa filha, assim como muitos no complexo, que viram suas vidas se destruindo e decidiram tentar salvar o que restou da dignidade dos pais, mesmo que tivessem que engolir as suas próprias. Eu queria conversar com ela depois de saber disso, deixar bem explicado que eu não me importava de ela ter dançado nua, que eu a respeitava pelo que ela tentou fazer e que eu não era culpado daquilo tudo, caso ainda restasse alguma dúvida na cabeça dela, já que estávamos Debby e eu ali, deixando bem claro tod
POV de AlyssonO anúncio do que seria feito do complexo B na mídia foi um alvoroço. Dilan mandou descongelar o dinheiro e pagar todos os envolvidos. Debby colocou equipes de segurança atrás de Sammuel, com a certeza de que ele iria se entregar, e acabaria por ir no local onde Soraya estava, e o pai dele ia acabar voltando para o complexo A, se entregando que vendeu o povo do B. — As máscaras vão começar a cair depois disso, Alysson. Só senta e espera! Vocês mandaram muito bem, não contando a George que o irmão dele morreu com a cunhada. Ninguém no complexo sabe quem era o casal morto no terreno ao lado. Acreditam que foram desovados. Isso nos deixa com uma grande vantagem. Tudo estava indo muito bem. Três dias depois que o dinheiro foi descongelado, George voltou para sua casa no complexo A, lugar onde perdi minha virgindade. Debby me instruiu a ir até lá, eu mesma dar a notícia. Eu tinha escutas o tempo todo. Era como um broche que prendia em minha roupa. Nessa escuta tinha um lo