POV de Dilan Nos próximos dias, até minha relação com Allysson ficou melhor. A gente não se engalfinhava mais o tempo todo. Comecei a perceber que, no fundo, o protecionismo dela com Cris era tão grande, que ela me reprovava por causa da minha atitude para com ele. A gente fazia um monte de coisas juntos, ela marcava vários passeios com ele e me incluía. E me peguei pensando naquela noite novamente. E na noite em que ela fingiu que ia sair e na agonia que eu senti. Eu precisava arranjar um jeito de contar pra ela, de a gente tentar se acertar, e eu não correr o risco de ela fazer aquilo de novo. Eu queria ter alguém que me ajudasse em como deveria agir. Eu não faço a menor idéia! Eu nunca pedi ninguém em namoro. Melissa e eu começamos a andar juntos, depois começamos a nos beijar. Eu falei com Mary Jane, garanti que não ia deixar ela virar estatística e tudo ficou bem. Como eu faria agora para mostrar meu interesse por uma menina muito mais nova do que eu, que era minha funcionária
Preparei tudo dessa vez, estava muito ansioso! Chamei o pessoal do prédio, disse que ela faria visitas regulares ao apartamento e não precisava se registrar. Deveria ser encaminhada para o elevador privativo, e em nenhuma hipótese, deveria saber quem era o dono do apartamento. Disse ao administrador do prédio que eu contava com a discrição dele e de toda a equipe. Na hora do almoço, pela primeira vez em minha vida, fui a um sexo shop. Eu queria encontrar uma maneira de vendar ela, que ficasse confortável. Nada como aquela blusa que amarrei em seus olhos a primeira vez. A atendente me mostrou uma infinidade de opções, e eu comprei todas. Também me apresentou preservativos saborizados, bolinhas tailandesas, vários brinquedos para “apimentar” a relação. Comprei tudo, pois sabia que Allysson era praticamente virgem e só teve duas experiências na vida. Quando a moça quis me mostrar coisas de BDSM, logo segurei a onde dela. Eu não gostava. Pra mim, achava que as mulheres brigaram muito
POV de Alysson Ja fazia duas semanas que eu estava indo para o apartamento. Era meu momento de loucura mais gostoso! As vezes, eu tinha curiosidade de saber se o senhor “NM”, como eu passei a chamar ele, era realmente como eu imaginava. Semana passada, depois da primeira rodada, ele perguntou se a gente podia conversar um pouco. Fiquei sentada na cama, encostada na cabeceira, com um tapa olho para dormir, todo acolchoado por dentro e com lacinhos estampados por fora. Achei fofo! Aquele homem era surpreendente: se permitia ser usado, e mesmo assim, parecia ser cuidadoso. Gentil, carinhoso. Eu nunca tive isso, mas não queria me envolver. Eu tinha medo de olhar pra ele e ver um branquelo do pau do grande e perder a magia. Eu ainda transava com ele todas as vezes pensando que era o Dilan. E meu patrão era tão arrogante e estúpido, que eu não permitia que o senhor Noite Maravilhosa, ou só NM, fosse carinhoso comigo. Porque não combinava, não era o jeito que eu imaginava o Dilan. Quando
POV de Alysson No caminho para o hospital, tentei manter a calma para não assustar ainda mais Cristopher, que já estava incomodado com o calor e o desconforto. Dilan dirigia com uma expressão séria, mas seus olhos denunciavam a preocupação. — Ele vai ficar bem, né? — Dilan perguntou de repente, quebrando o silêncio tenso no carro. — Vai. — Respondi com mais firmeza do que realmente sentia. — Mas precisamos chegar rápido. Febre alta assim pode ser perigosa. Ao chegarmos, Dilan estacionou apressado enquanto eu corria para a emergência com Cris no colo, tentando acalmá-lo com palavras suaves. Assim que entramos, uma enfermeira se aproximou prontamente, vendo minha urgência. — Febre alta, 39 graus. Ele tem três meses! — Eu disse, mal conseguindo respirar. Ela acenou com a cabeça e nos guiou para um quarto de triagem. Em minutos, uma equipe médica começou a avaliar Cristopher. Perguntas rápidas vinham de todos os lados: — Há quanto tempo ele está com febre? — Notou outros sin
POV de Alysson Depois que o Cris ficou doente, parecia que minha relação com Dilan se estreitou de vez. Porque ele era mais presente para o Cris. Naquele final de semana inteiro, passamos dentro de casa, revezando entre a medicação e cuidados do nosso pequeno. Mary Jane e meu pai vieram no sábado almoçar conosco e mandar a gente dormir, pois não pregamos o olho. Eu tentei! Mas a todo momento ouvia o chorinho angustiado de Cris pela babá eletrônica e não consegui! Conversamos, já que Dilan parecia estar na mesma vibe que eu e Mary Jane desistiu e foi embora! Mesmo estando agoniada com o estado do Cris, não pude deixar de notar o comportamento defensivo que meu pai tinha com Mary Jane. Eu não estava acreditando que depois de tanto tempo, eles ainda não conseguiram se entender! Antes de me recolher ao quarto de Cris na noite de sábado, mandei uma mensagem para NM, que por incrível que pareça, não me chamou o dia inteiro. Será que ele ficou chateado por eu ter cancelado nosso encontr
POV de Alysson Eu escondi tudo de novo e saí do quarto angustiada. Entrei na sala e Dilan estava sentado no chão, encostado no sofá e os joelhos dobrados, com Cristopher apoiado neles. Ele fazia pequenas cócegas no bebê, que ria pra ele. Aí ele fazia ainda mais e ria gostoso para o bebê. Tentei não atrapalhar a interação dos dois. Cris não parecia o bebê enjoadinho do final de semana. Talvez os anestésicos próprios pra isso estivessem fazendo efeito nos dentinhos nascendo. E eu nunca vi Dilan tão a vontade, sorrindo tanto. Queria fazer minhas obrigações e me trancar no quarto, para ler a carta de explicação que Melissa deixou para Dilan e entender como uma mãe, que tinha aquela família linda, podia ter deixado tudo o que conquistou durante toda a vida, para um homem que eu nem imaginava quem era, e nada para o filho. Dilan levantou os olhos pra mim, e por um segundo, acho que vi ternura em seu olhar, mas logo ele fechou a cara e até tirou o sorriso que estava para o Cris. — Você
POV de AlyssonEstávamos no quarto do bebê, cercadas pela confusão que só um guarda-roupa desarrumado pode causar. Havia pilhas de roupas pequenas espalhadas pelo chão, cada peça carregando um pouco da história de Melissa. Eu me abaixei para dobrar uma das mantinhas azuis, enquanto Mary Jane, sentada na poltrona de amamentação, parecia perdida nos próprios pensamentos.Ela pegou uma peça minúscula, um macacão amarelo com bordados de ursinho, e passou os dedos pelos tecidos com tanta delicadeza que senti o peso da saudade em cada movimento. Acho que Mary Jane estava lembrando quando a filha escolheu todo o enxoval do Cris. Havia algo naquilo, no cheiro de talco e de tempo parado, que me dava coragem para tocar em assuntos que eu sabia serem espinhosos.— Mary Jane — comecei, escolhendo as palavras com cuidado. — Sobre a compra do Complexo B...Ela levantou os olhos, mas não parou de acariciar o macacão.— Já te disse, Allysson. Não sei nada disso. Esses negócios eram coisa do Dilan e d
POV de AlyssonPassei a semana inteira remoendo aquilo. Sabia que procurar Soraya no complexo se fazia urgente. Escondi todos os documentos que encontrei, assinados por Melissa em meu quarto. E a carta testamento que ela deixou para Dilan, carregava em minha mochila o tempo todo. Eu precisa soltar aquilo. Descarregar, conversar com alguém. Mary Jane já tinha me dito que não se envolvia nos negócios de Dilan e Melissa. Ela saberia pouca coisa. Mas Mary Jane tinha olhos de águia, e era muito verdadeira. Ela jamais iria encobrir qualquer coisa errada que a filha estivesse fazendo, e também não deixaria de notar se Melissa estivesse tendo um caso nos últimos 5 anos! A menos que Melissa mandasse a mãe para as incontáveis viagens que ela fazia, justamente para encobrir o seu caso sórdido! Minha cabeça estava explodindo. Precisava conversar com alguém, mas só conseguiria ir ao complexo no sábado. Dilan tinha voltado a trabalhar, e disse que me levaria pessoalmente para o complexo para fa