POV de Dilan— Como perdemos Alysson, Dilan. Você está louco? Estou com o monitor dela aqui parado na mesa dela. — Ligue as câmeras do seu apartamento, Debby. Enquanto disse isso, andei com as escutas de Alysson até a porta. — Está se mexendo. — Sou eu, indo para a porta. Me diga que você vai resolver isso, ou eu vou sair por essa porta atrás dela. — Alex, segure ele. Se precisar, dê um mata leão como eu te ensinei. — Você não se atreveria, Alex. — Desculpe, Dilan. Mas quem manda no casamento é a mulher. Debby fala e eu obedeço. — Estamos conversados, Dilan Stain. Desespero não vai nos levar a lugar nenhum. Se Alysson mesma quem tirou as escutas, não deve estar em perigo. — Claro que não está, meu amor. Ela até deixou um bilhete dizendo que foi se encontrar com o namorado. — Ca-ra-lho!!!!— O que foi? — Ela está em perigo. — Como assim, Debby? Ela só foi transar um pouco para desestressar, gente. Que aliás, Dilan, você pode levar ela direto pra casa porque minha mulher e e
POV de Alysson Quando cheguei na cobertura, a porta estava aberta para mim, como sempre. Sorri, entrei sem cerimônia e fui direto pra cômoda onde ficavam minhas máscaras. Não encontrei nenhuma, nem minhas flores ou os chocolates que NM costumava deixar pra mim. Dei de ombros para as outras coisas, decidimos no susto, não deu tempo de ele preparar! Mas a máscara, apesar de eu ter decidido que iria tirar, isso seria depois de fazermos amor. Então chamei em voz alta e ninguém me respondeu. Pensando que poderia ter chegado primeiro que ele, fui até as gavetas onde ele guardava as máscaras, e quando abri, estava vazia. Estranhei e fui abrir a outra gaveta, onde ele guardava os brinquedinhos, quando ouvi a chave girando: a porta foi trancada! Ele chegou? Eu não senti o perfume de Dilan, nem a presença marcante dele ou de NM, que sempre faziam meu corpo arrepiar e minhas calcinhas molhar. Pelo contrário, senti um arrepio na espinha do jeito ruim. Mas não queria me virar sem máscara, ent
POV de Alysson Meu couro cabeludo doía demais, estava me sentindo nos tempos das cavernas, sendo puxada pelos cabelos. Eu gritei e tentei me soltar, mas minha cabeça doía muito mais, e o nariz de Michael pingava sangue em mim. Estava apavorada. Ele ia me matar, eu tinha certeza. Ele me colocou sentada na mesinha de café, e colocou um vídeo pra eu ver. E lá estava ela. Soraya. Com a cabeça baixa, os braços algemados para atrás da cadeira. Os pés algemados. Sua cabeça estava baixa, seus longos cabelos loiros todo pra frente, estilo a Samara daquele filme horroroso e apavorante. Ela parecia imóvel demais pra mim e por um segundo, imaginei que estivesse morta, mas uma mão branca tocou na cabeça dela enquanto fazia o vídeo. Ouvi a voz doce e suave que Michael usava para Mary Jane e Cris. Desde a primeira vez que Michael me ameaçou, percebi que quando ele estava perto de Mary e o bebê, ele falava diferente, com outra voz, quase… carinhoso. No vídeo, ele usava essa voz e mandava So
POV de Alysson Michael saiu comigo do apartamento de braços dados, como se fôssemos namorados. Com a outra mão, ele fingia que estava olhando o celular, mas eu podia ver na tela que ele estava com a câmera mirada na cabeça do Cris. Entramos no carro e eu pensei em arrancar o celular das mãos dele quando ele começasse a dirigir, depois achei melhor esperar ele colocar em algum lugar e provocar um acidente. Podia sair muito machucada ou acabar morta como Melissa, mas ele não ia mais ameaçar meu pai ou meu sobrinho. Mas Michael não ligou o carro. Pelo contrário, me mandou abrir o porta luvas. Lá tinha um estojo que ele mandou eu pegar e abrir. E qual não foi minha surpresa quando vi quatro seringas dentro desse estojo, todas com uma bolinha colorida. — Você é enfermeira, vai saber se auto injetar. Preciso que você pegue a amarela e injete em sua veia do braço, por favor. — Eu não vou me drogar. — Essa droga é inofensiva. Apenas um calmante que vai te apagar por uma hora.
POV de Hillary Michael voltou a se levantar e foi para a janela novamente. Enquanto ele fazia seu relato, eu tentava me controlar para não interromper, dando graças a Deus que ele estava de costas pra mim, fitando o nada enquanto falava, ou perceberia minhas expressões cada vez mais chocadas. Ou será que ele estava fitando o escuro através da janela de vidro, vendo as cenas que me me falava, como um filme passando, de costas pra mim realmente para não ver minhas expressões? “Nós éramos um trio inseparável. Fui eu quem apresentei Dilan e Melissa. A gente era tudo criança e eu tinha uma paixonite por ela. Mas do jeito que Mary Jane falava, eu entendia que ela nunca deixaria a princesa dela namorar com um branco. Eles começaram a ficar e estava tudo bem, depois começaram a namorar e quando se casaram, brigaram para decidir de qual dos dois eu seria padrinho. Enquanto a gente crescia, Mary Jane tratava todos os três como filhos, muitas vezes encontrei no colo dela o que não encontrei
POV de Alysson — Você deve estar imaginando que enganamos Dilan esse tempo todo, não é? Tentei esconder o horror das minhas feições. Michael se virou muito rápido e eu estava chocada demais pra disfarçar. Mas ele chegou bem perto de mim e segurou meu queixo: — Não éramos monstros, Alysson. Nos apaixonamos. Eu amava Melissa mais que tudo em minha vida. E amava Dilan também. E Melissa a mesma coisa. — E vocês acharam que viver em um triângulo amoroso sem avisar o Dilan era o melhor pra todos? — Não consegui evitar expressar opinião. Depois que falei, me encolhi, achando que Michael fosse me bater. Mas ele me olhou com um olhar triste: — Esse segredo estava nos matando. A gente não queria ficar longe, também não queríamos enganar o Dilan. Ao mesmo tempo, não podíamos destruí-lo. Melissa era a visão da perfeição para ele. Quando ele soubesse o quanto vil nós dois fomos com ele, Dilan iria cair por terra. Era nossa obrigação proteger ele do que estava acontecendo. Muitas vezes
POV de Alysson — Estou vendo as dúvidas e não entendimento em sua fisionomia, Alysson. Não se sinta pouco inteligente. Melissa e eu levamos séculos pra entender também. Mas resumindo: os velhos começaram a brigar entre si e medir forças. Toda a confusão do Complexo B foi um efeito colateral. O velho mãe, como a gente chamava pra não se confundir, decidiu que mesmo o pai de Melissa podendo ser um pseudo genro dele, era tudo o que ele podia tirar do velho pai, então começou a confusão. — Pseudo? Você disse que o rapaz casou com a filha branca e sumiu, sendo encontrado anos depois no complexo. — O velho mãe queria usar a guerra no complexo B pra recuperar a filha. Ele queria nos usar para fomentar a confusão no complexo B, e fazer o pai de Melissa odiar tanto o próprio pai, que ficaria do lado dele. E ele ia promover o encontro de Melissa com o pai, para mostrar boa vontade. — Então, mesmo sabendo que Melissa podia ser neta dele, ele resolveu usar ela? O que deu errado? — M
POV de Alysson A compreensão tomou conta de mim, e eu nem precisava de explicação, mas Michael deu assim mesmo: — Eu sabia de uma casa noturna do A, muito boa. Frequentava de vez em quando e já tinha visto Soraya. Quando não consegui nada no B, fui relaxar na Blue e Soraya não estava naquele dia. Já fazia um bom tempo que eu não ia nesses lugares. Meio que eu tinha acabado de ficar viúvo também. Mas eu vi Sammuel lá, com uma galera, se despedindo do A. A família dele iria voltar no dia seguinte para o B. Ouvi eles conversando sobre isso. Dilan viu o vídeo muito rápido, o celular dele ficou destruído no acidente que matou Melissa, mas eu tenho salvo o vídeo que ele me enviou. Eu reconheceria o filho da puta que sequestrou Melissa em qualquer lugar. — Sammuel…— Sim. Consegui jogar com ele algum tempo, pensando que era a mando do velho pai. Ele me contou da prima que dançava na Blue,que era a melhor amiga da “nova mulher” do Dilan. Depois que comecei a sair com Soraya, queria saber c