Tivemos uma manhã tão agradável, que eu me surpreendi. Aquele arrogante do meu patrão estava me tratando bem? Até com delicadeza? Estranhei e muito, mas depois me convenci de que era por causa da Soraya. Ele queria mostrar pra visita que era gentil comigo, aquele idiotä! Eu só mantive a farsa porque, virava e mexia, perdia a concentração nos dois, me lembrando das sensações que ele provocou em meu imaginário na noite anterior. Me obriguei a parar de pensar naquilo, ou então eu mesma acabaria acreditando que fodï a noite inteira com meu patrão que eu detestava! Mas também, quem mandava ele ser gostoso daquele jeito e ter aquela boca que era um convite a mocinhas como eu ter pensamentos sórdidos? Soraya me cutucou e novamente me forcei a prestar atenção, enquanto Dilan falava: — Preciso ir no escritório. Tenho alguns documentos pra assinar. Vou aproveitar e almoçar com o Michael, então vocês podem ficar à vontade, tudo bem? — Que horas Mary Jane vai trazer o Cris? — Amanhã de manhã,
POV de Dilan Quando cheguei no escritório, de surpresa por que não avisei ninguém, como Debby me orientou, percebi o carro de Michael em minha vaga. Folgado! Entrei e todos me cumprimentaram normalmente. Quando entrei em minha sala, Michael estava ao telefone, sentado em minha cadeira de costas pra porta. — Desliga e saí da minha cadeira. — Falei bravo. Michael virou a cadeira pra mim, desligando o aparelho sem nem dar tchau pro interlocutor, me olhando assustado e levantando de um salto. Sorri, toquei na mão dele e puxei para um abraço: — Tá devendo, pra estar tão assustado? — Claro que não. Só não sabia que você tinha voltado. Mas vou tirar minhas coisas daqui e voltar para minha sala agora mesmo...— Pare, Michael. Você está me representando durante meu luto, você pode usar minha sala. — Eu não quis sentar na mesa dela...— Tá tudo bem, cara. Pede pra sua secretária me trazer os documentos pra assinar, vim apenas para resolver algumas coisas e almoçar com você. Tenho coisas
POV de Dilan Quando cheguei em casa, Soraya ainda estava lá com ela. Não quis incomodar, então fui pro escritório, ligar para Debby. Antes liguei minhas câmeras que cobriam a piscina, o quarto do Cris e a do corredor do escritório. Tentei me convencer de que não queria ser pego de surpresa falando com Debby, mas não tirava os olhos do corpo de Allysson, e tendo memórias de beijar cada pedacinho dele na noite anterior. Droga, já tinha uma ereção se formando ali. Que mulher gostosa. Mas será que ela realmente não estava tentando me seduzir de propósito? Ela não sabia que era eu? Impossível, eu acho. Eu reconheço o cheiro dela! E minha voz? Ela não reconheceu minha voz? Meu telefone tocou. Olhei no visor e sorri com a coincidência: — Debby? Estava me preparando para te ligar. — Manda! — Se a sua vigilância está ativa, você sabe o que aconteceu ontem? — Não. Não vamos falar de sua vida pessoal e suas noites tórridas, Dilan. Preciso que me diga a impressão que teve no escritório. —
POV de Hillary Aquele jantar foi um caos. Dilan e eu discutimos o tempo todo, principalmente por ele insistir tanto em saber da minha noite, e eu deixar claro que não era da conta dele! Eu entrei na defensiva, essa é a verdade! Como eu iria explicar para o meu patrão que eu transei a noite inteira com um homem que eu nem vi a cara, imaginando que fosse ele? Pra mim, aquela noite tinha sido tão surreal, que nem eu me reconhecia! Soraya adorou tudo, só não o fato de eu não ter visto o homem e pego o telefone pra fazer repeteco. Mas Soraya não contava! Ela é doidinha e não tem o menor pudor com as coisas. No dia seguinte, quando Cris finalmente voltou, minha vida parecia que ficou completa de novo! Dilan ainda não o encarava e isso me incomodava muito. Mary Jane disse pra eu ter paciência e me desarmar com o pai do bebê que eu cuidava, mas eu não estava aguentando nada disso. E expressei minha opinião: — Mary Jane, ele precisa olhar para o menino. Precisa de um choque de realidade.
Depois que voltei ao trabalho, pude enfiar respirar. Essa decisão não foi muito aprovada por Debby, que achou que não dei muito tempo para o traidor agir e que seria mais difícil agora comigo por lá: — Eu preciso manter minha sanidade, Debby. Você não pode simplesmente me manter encarcerado com aquela menina o dia inteiro dentro de casa, principalmente com ela cuidando tão bem e tão carinhosamente do meu filho. Estou começando a nos ver como uma família! — E porque está lutando contra isso, Dilan? — Porque eu sou viúvo há quatro meses. Porque Cris não é filho dela, porque nem sabemos ao certo se ela não é uma infiltrada em minha casa para me sugestionar, e porque ela é uma criança! — Tudo isso são argumentos rasos, Dilan Stain! Você precisa pensar com mais clareza em sua vida sem Melissa daqui pra frente. — Vou fazer isso, Debby. Eu não me lembro de uma vida sem ela. Desde a adolescência somos nós dois contra o mundo, mas já aceitei que não tenho mais ela, e que não vai passar. E
POV de Dilan Nos próximos dias, até minha relação com Allysson ficou melhor. A gente não se engalfinhava mais o tempo todo. Comecei a perceber que, no fundo, o protecionismo dela com Cris era tão grande, que ela me reprovava por causa da minha atitude para com ele. A gente fazia um monte de coisas juntos, ela marcava vários passeios com ele e me incluía. E me peguei pensando naquela noite novamente. E na noite em que ela fingiu que ia sair e na agonia que eu senti. Eu precisava arranjar um jeito de contar pra ela, de a gente tentar se acertar, e eu não correr o risco de ela fazer aquilo de novo. Eu queria ter alguém que me ajudasse em como deveria agir. Eu não faço a menor idéia! Eu nunca pedi ninguém em namoro. Melissa e eu começamos a andar juntos, depois começamos a nos beijar. Eu falei com Mary Jane, garanti que não ia deixar ela virar estatística e tudo ficou bem. Como eu faria agora para mostrar meu interesse por uma menina muito mais nova do que eu, que era minha funcionária
Preparei tudo dessa vez, estava muito ansioso! Chamei o pessoal do prédio, disse que ela faria visitas regulares ao apartamento e não precisava se registrar. Deveria ser encaminhada para o elevador privativo, e em nenhuma hipótese, deveria saber quem era o dono do apartamento. Disse ao administrador do prédio que eu contava com a discrição dele e de toda a equipe. Na hora do almoço, pela primeira vez em minha vida, fui a um sexo shop. Eu queria encontrar uma maneira de vendar ela, que ficasse confortável. Nada como aquela blusa que amarrei em seus olhos a primeira vez. A atendente me mostrou uma infinidade de opções, e eu comprei todas. Também me apresentou preservativos saborizados, bolinhas tailandesas, vários brinquedos para “apimentar” a relação. Comprei tudo, pois sabia que Allysson era praticamente virgem e só teve duas experiências na vida. Quando a moça quis me mostrar coisas de BDSM, logo segurei a onde dela. Eu não gostava. Pra mim, achava que as mulheres brigaram muito
POV de Alysson Ja fazia duas semanas que eu estava indo para o apartamento. Era meu momento de loucura mais gostoso! As vezes, eu tinha curiosidade de saber se o senhor “NM”, como eu passei a chamar ele, era realmente como eu imaginava. Semana passada, depois da primeira rodada, ele perguntou se a gente podia conversar um pouco. Fiquei sentada na cama, encostada na cabeceira, com um tapa olho para dormir, todo acolchoado por dentro e com lacinhos estampados por fora. Achei fofo! Aquele homem era surpreendente: se permitia ser usado, e mesmo assim, parecia ser cuidadoso. Gentil, carinhoso. Eu nunca tive isso, mas não queria me envolver. Eu tinha medo de olhar pra ele e ver um branquelo do pau do grande e perder a magia. Eu ainda transava com ele todas as vezes pensando que era o Dilan. E meu patrão era tão arrogante e estúpido, que eu não permitia que o senhor Noite Maravilhosa, ou só NM, fosse carinhoso comigo. Porque não combinava, não era o jeito que eu imaginava o Dilan. Quando