Capítulo 18Victor estava no escritório, analisando relatórios de segurança que Renan havia entregado pouco antes. As marcas encontradas no jardim na noite anterior não saíam de sua cabeça, e ele sabia que não podia mais depender apenas do sistema de segurança existente.— Preciso de reforços, Renan — disse Victor, sua voz firme. — Quero que contrate uma equipe extra. Gente de confiança. E não quero economizar nisso.Renan assentiu. — Já tenho alguns nomes em mente, senhor Castellani. Também sugeriria um especialista em segurança perimetral para inspecionar os sistemas da propriedade.Victor concordou com um aceno. — Faça isso imediatamente. Não podemos arriscar nada.Embora tentasse manter a fachada de controle absoluto, Victor sabia que a situação estava ficando cada vez mais perigosa. Ele não podia deixar que Amanda ou Sofia fossem expostas a qualquer ameaça. Mesmo assim, decidiu que era melhor manter Amanda sem saber de nada por enquanto. Saber que ela estava preocupada apenas c
Capítulo 19Victor estava em seu escritório desde cedo, revisando relatórios e tentando manter a fachada de controle que sempre exibia, mas sua mente estava inquieta. Ele sentia que a situação estava ficando fora de controle. O perigo parecia estar mais próximo do que nunca, e o peso de manter Amanda e Sofia protegidas começava a sufocá-lo.Pouco depois das nove da manhã, Renan entrou no escritório segurando um envelope branco sem remetente. Ele parecia tenso, e isso não passou despercebido por Victor.— O que é isso? — perguntou Victor, imediatamente atento.Renan colocou o envelope sobre a mesa com cuidado.— Foi deixado no portão principal há poucos minutos. Não sabemos quem o entregou. Estamos revisando as câmeras, mas, por enquanto, isso é tudo que temos.Victor pegou o envelope, e um calafrio percorreu sua espinha ao perceber que seu nome estava escrito à mão na frente. A caligrafia era descuidada, quase ameaçadora. Ele abriu o envelope com cuidado e puxou o conteúdo: várias fot
Capítulo 20Amanda já havia se acostumado à rotina de levar Sofia para a escola antes de retornar à mansão. Naquele dia, no entanto, algo estava diferente. O clima parecia mais leve, mas havia um tipo de expectativa no ar que ela não conseguia explicar.Depois de deixar Sofia na escola, Amanda voltou para a mansão. Ela estacionou o carro na entrada e subiu rapidamente os degraus da escadaria principal. Ao empurrar a pesada porta de entrada, ela deu de cara com Victor saindo às pressas, uma pasta de couro em mãos e o terno impecável como sempre.O impacto foi inevitável. Amanda tropeçou, quase perdendo o equilíbrio, mas Victor foi rápido o suficiente para segurá-la pela cintura. O toque dele era firme, e, por um instante, o tempo pareceu parar.— Amanda, você está bem? — perguntou ele, a voz grave, mas suave, enquanto a segurava perto de si.Amanda ergueu os olhos, ofegante, o rosto corado pela proximidade inesperada. — Eu... eu estou... Desculpe, não vi você saindo.Os olhos de Victo
Capítulo 21Sofia corria pela ampla sala da mansão Castellani, com um de seus brinquedos favoritos nas mãos, mas algo em sua expressão mostrava que ela não estava totalmente distraída com as brincadeiras. Nos últimos dias, a menina vinha observando os rostos sérios das pessoas ao seu redor, os olhares furtivos e os sussurros que nunca chegavam aos seus ouvidos.Amanda, que estava no sofá com alguns papéis da festa de aniversário, levantou os olhos e notou Sofia parada ao pé da escada. A pequena segurava o brinquedo junto ao peito e olhava para Amanda com uma expressão preocupada.— O que foi, Sofia? — perguntou Amanda, tentando soar tranquila.Sofia hesitou por um instante, mas depois caminhou até Amanda, arrastando os pés como se estivesse decidida a dizer algo importante. Ela subiu no sofá e sentou-se ao lado de Amanda, olhando para ela com aqueles olhos grandes e curiosos que pareciam enxergar tudo.— Amanda... tem algo errado?Amanda franziu o cenho, tentando entender a pergunta.
Capítulo 22Victor estava sentado na poltrona de couro em seu escritório, um copo de uísque na mão, enquanto Amanda permanecia de pé ao lado da janela. Ele sabia que precisava falar com ela, não apenas para compartilhar o que havia descoberto sobre Rodrigo. Amanda cruzou os braços, inclinando-se contra o batente da janela.— Você me chamou aqui, Victor. O que é tão importante que não pode esperar?Victor suspirou e deu um gole na bebida antes de começar.— É sobre Rodrigo. Acho que você merece saber o que aconteceu.Ela arqueou as sobrancelhas, surpresa pela menção.— O que tem Rodrigo?Victor hesitou por um momento, escolhendo as palavras com cuidado.— Ele perdeu tudo em um negócio que deu errado. Um investimento arriscado que não saiu como ele esperava.Amanda estreitou os olhos.— E qual é a sua relação com isso?Ele colocou o copo sobre a mesa e se levantou, caminhando até ela.— Rodrigo alega que foi culpa minha, mas não foi. Eu avisei a ele sobre os riscos. Ele não quis ouvir.
Capítulo 23Amanda estava sentada ao lado da cama de sua mãe, segurando sua mão frágil enquanto olhava para ela, lutando contra as lágrimas que ameaçavam cair. Victor estava próximo, sentado em uma poltrona, observando Amanda em silêncio. Ele sabia que qualquer palavra seria insuficiente diante da dor que ela estava enfrentando. Amanda estava quebrada por dentro, e ele sentia uma vontade crescente de protegê-la, mesmo sabendo que isso não era algo que ele pudesse consertar.— Ela está sofrendo? — Amanda perguntou de repente, a voz quase um sussurro.Victor se inclinou para frente, os braços apoiados nos joelhos. — Eu não sou médico, Amanda, mas acho que eles estão fazendo tudo para mantê-la confortável.Ela assentiu, mas sua expressão estava distante, como se estivesse travando uma batalha interna. — Eu só queria que ela não tivesse que passar por isso. Ela sempre foi tão forte, sabe? Sempre foi a pessoa que eu procurei quando as coisas ficavam difíceis. Agora... — A voz de Amanda f
Capítulo 24A manhã estava nublada, com uma fina neblina cobrindo a cidade, como se o próprio céu lamentasse a perda de Dona Marlene. O velório foi organizado em uma pequena capela da cidade, e desde as primeiras horas, amigos e vizinhos da família começaram a chegar para prestar suas últimas homenagens.Amanda estava de pé ao lado do caixão, seus olhos fixos no rosto sereno de sua mãe. Embora estivesse vestida de preto, seu semblante estava pálido, refletindo o cansaço e a dor que pareciam pesar sobre seus ombros. Victor permanecia próximo, atento a cada movimento, pronto para apoiá-la sempre que necessário.— Ela era uma mulher incrível — disse uma vizinha idosa ao se aproximar de Amanda, segurando suas mãos com firmeza. — Sempre tão generosa e acolhedora. Sua mãe vai fazer muita falta.Amanda forçou um sorriso fraco e agradeceu em voz baixa. — Obrigada por ter vindo.Os minutos se transformaram em horas enquanto mais pessoas chegavam para se despedir. Entre elas estava Ana Clara,
Capítulo 25Após o velório e o sepultamento de sua mãe, Dona Marlene, ela sentia que o peso das horas se acumulava sobre seus ombros, esmagando-a. Tudo o que queria era encontrar um pouco de paz, um momento em que pudesse respirar sem que a dor sufocasse cada inspiração.Victor estava sempre por perto. Desde o momento em que Dona Marlene havia partido, ele não a deixara sozinha. Amanda sabia que era sua maneira de oferecer apoio, mas parte dela temia que, se ele a soltasse, ela desmoronaria por completo.Quando a noite finalmente trouxe silêncio à casa, Amanda percebeu que não conseguiria permanecer no quarto de hóspedes da mansão Castellani. Sem pensar muito, ela caminhou até a biblioteca, o lugar onde sua mãe passava horas lendo. Cada estante repleta de livros parecia carregada de memórias boas, e Amanda desejava desesperadamente se conectar a elas, ainda que apenas por um momento.Sentada em uma poltrona de couro, abraçando as próprias pernas, Amanda deixou os olhos vagarem pelas p