— Papai, podemos fazer um brigadeiro? — No caso, eu vou fazer, não é mesmo? — Eu sou pequenininha, ué! E o outro riu, levando um susto ao encontrar praticamente toda a sua família na sala. — Pai? Killian? — E aí primo. Fitou Lucca, que estava do outro lado ao lado da esposa. — Estávamos esperando por você, irmãozinho. — Como entraram? — Pegamos a chave reserva debaixo do tapete. – Lucca quem respondeu. — Está tudo bem, filho? — Sim... – Levou um tempo para voltar a falar, por conta da surpresa, mas enquanto isso, seus filhos cumprimentavam os avós e os tios com um sorriso nos lábios. – Eu não... esperava por vocês, na verdade. Não avisaram nem nada. O único problema ali era o fato de estar toda a sua família diante de Mia. Ele sabia o quanto eles podiam ser complicados e um tanto intrometidos; e nesse caso, era seu irmão e seu primo, que adoravam se meter em sua vida. Já havia percebido que o irmão parecia querer que ele tivesse algo com a babá dos gêmeos; e esse era
— Oh, querida, não sabia que estava aqui. A rosada lhe sorriu. — Nós convidamos ela, vovó. — Nós íamos fazer um jantar para ela. – Natalie completou. — Fiz mal em fazer essa surpresa, então? — Claro que não, mãe. – Se apressou em dizer, principalmente porque não queria deixá-la triste; mas se pudesse, enforcaria seu irmão, que era o culpado de tudo aquilo. – Bom, eu vou tomar um banho. — E eu vou ajudar a Naty com o dela. — Tio Ita, preciso falar com o senhor. – Diz após a saída da irmã e da babá. — Se for dinheiro, esquece. Da última vez, você comprou tinta e quase deixou sua babá careca. Liam revirou os olhos enquanto Mia passava as mãos nos cabelos, agradecida por aquilo não ter realmente acontecido. — Tio Killian, não é dinheiro, e os cabelos da Mia voltaram ao normal e eu prometi não fazer nada parecido mais. – Revirou os olhos, o que fez com que Lucca achasse graça. — Então eu aceito ter uma conversa com você. E então o moreno seguiu para o andar de cima com o peq
— Papai, você não se esqueceu do meu brigadeiro, não é? — E tem como esquecer? Os outros riram enquanto a menina fazia um biquinho. — Eu faço. – Allison diz, já se levantando. — Se sobrar, você podia fazer cupcake amanhã, né, Mia? A rosada fitou o garotinho ao lado dela. — Mas você já está pensando na sobremesa de amanhã? — Nós fazemos um combinado todos os dias antes de eu ir para casa. – Respondeu ao pai de seu chefe. – Um deles sempre escolhem uma sobremesa para depois do almoço. Dia sim, um e dia sim, o outro. — Está explicado. – Sophie diz com um sorriso. — Isso quando não se empanturram de sorvete depois da aula. — O senhor não vai se esquecer disso nunca, né, pai? – Reclamou, fazendo os outros rirem. – Eu nem sei porque falei sobre isso. — Porque queria me denunciar. — Ah é, verdade. Mais risadas. — Você continua implicante, Thomas? — Eu nunca sou implicante, vovó. — Há os que descordam. – Liam retrucou, fazendo a família rir novamente. – Ele implica com ela o
Mia realmente estava muito surpresa por ver aquela mulher ali, na porta da casa de Liam, e mais que isso, para conversar com ela e não com o dono da residência. Escutar dela, que não estava ali pelo Kavanagh mais velho, e sim por ela, a babá que até pouco tempo ela odiava, era tão surpreendente, que por um momento não conseguiu dizer uma palavra. A frase “podemos conversar”, ainda repetiu várias vezes em sua mente, que tentava ajudá-la a assimilar o que estava acontecendo, e para não ser mal-educada ou fazê-la achar que não a escutaria, a chamou para seguirem até a sala, ainda se perguntando o que a ruiva poderia querer. Ela estava calma, até mesmo um pouco entristecida, e sentia que ela também estava um tanto envergonhada por estar ali, a poucos passos de si, sentada ao seu lado. Esperou pelo momento em que ela finalmente se pronunciaria. E durante aquele momento breve de silêncio, reparou melhor em Amelia Maher. Ela não parecia a mesma de antes, com aquele sorriso provocante nos lá
O som de uma moto ensurrecedora fez com que as mulheres — que já se despediam com um sorriso na porta de casa — parassem de fitar uma a outra. Elas desviaram os olhos no mesmo momento em que um rapaz — o dono de uma Kawasaki Ninja ZX-10R SE — parava do outro lado da rua, levando um dos pés ao asfalto afim de equilibar-se. Ele retirou o capacete, fitando a rosada com um sorriso ladino, e a ruiva viu o exato momento em que a nova amiga — que havia feito a pouco e que ainda estava um tanto surpresa por ela lhe perdoar por tudo — abrir um lindo sorriso antes de correr em direção ao rapaz de cabelos platinados e olhos em um violeta escuro que já se encontrava ao lado de sua moto. Eles se abraçaram — uma, duas vezes —, demonstrando naquele carinho o quanto haviam sentido falta um do outro. O rapaz beijou Mia no rosto, pegou em suas mãos, disse que ela estava linda e por todo aquele momento a ruiva apenas observava. — Eu não acredito que está aqui. — Eu não acredito que está trabalhando
— Não quer entrar e falar com ele? — Para que? Ele não vai me escutar. E depois do que eu fiz, nem eu me escutaria. – Sua voz embargou no final. – É melhor deixar a poeira abaixar. — Eu vou entregar a carta. — Obrigada. — Estou perdendo alguma coisa? Mia fitou o amigo, pensando seriamente se devia pedir a ele o que estava prestes a pedir, principalmente por perceber que a ruiva não estava nada bem para ir para casa sozinha. Sabia que ele seria um bom ouvinte — sempre havia sido na época da escola, e depois, e depois... — Poderia levar Amelia em casa? A ruiva arregalou os olhos. — O que? Não é necess... — Faço isso com todo o prazer. – A cortou com um sorriso malicioso. E a rosada revirou os olhos, puxando-o por um momento para longe da nova amiga. — Ela não precisa de você dando em cima dela até a casa dela. – Sussurrou. — Ora! – Bufou. – E pra que quer que eu a leve então? — Ela está tentando resolver a vida dela. Está triste por não conseguir o amor do homem que ela
— E-Ele não é meu namorado. – Suspirou. – Ele é um grande amigo que me protegia na época da escola. Ele viajou depois da faculdade e eu só o via raras as vezes quando ele deixava aquele mochilão idiota de lado e vinha me visitar. Ele está na cidade, mas por pouco tempo, e eu nem sabia, ele apareceu de surpresa. – Explicou rapidamente, quase que sem respirar direito, e o Kavanagh imediatamente percebeu que havia sido um idiota e que devia desculpas; por isso deu um longo suspiro, deixou as coisas que estavam em sua perna e em sua mão em cima da mesa de centro e só então se levantou. – Mas eu vou pedir para que ele... — Perdão. – A cortou. – Fui um imbecil. Imbecil é até pouco, ele pensou. — Ah, não, eu realmente estou em meu horário de trabalho e... — Os gêmeos não estão e você tem todo o direito de receber seus amigos. – Voltou a cortá-la, dirigindo um olhar mais calmo e todo seu arrependimento. – Eu estou com problemas... – Murmurou a última palavra, bagunçando os cabelos. – E a
Liam então se jogou no sofá, todo desajeitado, se encostando no encosto no instante em que escutou o som da porta de entrada se fechar. Seus olhos fixos naquela carta com um envelope cheio de glitter. Era a cara da ruiva. Era adorava aqueles glitters, claro que não deixaria de borrifar um pouco deles naquela carta. Suspirando, ele começou a abrir, retirando um papel um pouco grosso e rosa-clarinho de dentro, mas levou mais um tempo para ele desdobrar e então começar a ler. Acho que sabe de quem é isso, não é? Tem meu nome bem grande e com uma letra bem bonita e brilhosa no envelope. Bem, eu queria poder dizer que foi fácil escrever isso, mas não foi. E não porque eu tenho muito que pedir desculpas, mas porque eu sei que provavelmente eu nunca mais o verei. Provavelmente eu nem mesmo conseguirei lhe entregar pessoalmente, e tudo bem, eu mereço. Mas eu precisava escrever, afinal, vou fazer uma viagem um tanto longa, então acho que não ouvirá de mim por muito tempo, ou mesmo me verá pe