— Não quer entrar e falar com ele? — Para que? Ele não vai me escutar. E depois do que eu fiz, nem eu me escutaria. – Sua voz embargou no final. – É melhor deixar a poeira abaixar. — Eu vou entregar a carta. — Obrigada. — Estou perdendo alguma coisa? Mia fitou o amigo, pensando seriamente se devia pedir a ele o que estava prestes a pedir, principalmente por perceber que a ruiva não estava nada bem para ir para casa sozinha. Sabia que ele seria um bom ouvinte — sempre havia sido na época da escola, e depois, e depois... — Poderia levar Amelia em casa? A ruiva arregalou os olhos. — O que? Não é necess... — Faço isso com todo o prazer. – A cortou com um sorriso malicioso. E a rosada revirou os olhos, puxando-o por um momento para longe da nova amiga. — Ela não precisa de você dando em cima dela até a casa dela. – Sussurrou. — Ora! – Bufou. – E pra que quer que eu a leve então? — Ela está tentando resolver a vida dela. Está triste por não conseguir o amor do homem que ela
— E-Ele não é meu namorado. – Suspirou. – Ele é um grande amigo que me protegia na época da escola. Ele viajou depois da faculdade e eu só o via raras as vezes quando ele deixava aquele mochilão idiota de lado e vinha me visitar. Ele está na cidade, mas por pouco tempo, e eu nem sabia, ele apareceu de surpresa. – Explicou rapidamente, quase que sem respirar direito, e o Kavanagh imediatamente percebeu que havia sido um idiota e que devia desculpas; por isso deu um longo suspiro, deixou as coisas que estavam em sua perna e em sua mão em cima da mesa de centro e só então se levantou. – Mas eu vou pedir para que ele... — Perdão. – A cortou. – Fui um imbecil. Imbecil é até pouco, ele pensou. — Ah, não, eu realmente estou em meu horário de trabalho e... — Os gêmeos não estão e você tem todo o direito de receber seus amigos. – Voltou a cortá-la, dirigindo um olhar mais calmo e todo seu arrependimento. – Eu estou com problemas... – Murmurou a última palavra, bagunçando os cabelos. – E a
Liam então se jogou no sofá, todo desajeitado, se encostando no encosto no instante em que escutou o som da porta de entrada se fechar. Seus olhos fixos naquela carta com um envelope cheio de glitter. Era a cara da ruiva. Era adorava aqueles glitters, claro que não deixaria de borrifar um pouco deles naquela carta. Suspirando, ele começou a abrir, retirando um papel um pouco grosso e rosa-clarinho de dentro, mas levou mais um tempo para ele desdobrar e então começar a ler. Acho que sabe de quem é isso, não é? Tem meu nome bem grande e com uma letra bem bonita e brilhosa no envelope. Bem, eu queria poder dizer que foi fácil escrever isso, mas não foi. E não porque eu tenho muito que pedir desculpas, mas porque eu sei que provavelmente eu nunca mais o verei. Provavelmente eu nem mesmo conseguirei lhe entregar pessoalmente, e tudo bem, eu mereço. Mas eu precisava escrever, afinal, vou fazer uma viagem um tanto longa, então acho que não ouvirá de mim por muito tempo, ou mesmo me verá pe
A primeira coisa que Mia fez ao descobrir que sua melhor amiga havia entrado em trabalho de parto, foi pegar as chaves do carro e correr para o hospital. Havia acabado de ser dispensada pelo Kavanagh quando finalmente pegou em seu celular e encontrou a mensagem de sua melhor amiga. Na verdade, mensagens e todas em áudios. Ela estava revoltada por não ter visto aquelas mensagens, a xingava, a chamava por cretina em quase todas as mensagens, gritava, principalmente em meio as contrações, o que divertia um pouco a rosada; nem mesmo na hora do parto a amiga deixava de ser doidinha. Connor implorava para ela deixar ele tentar falar com a amiga dela, mas ela respondia totalmente revoltada. E a rosada riu, claro. Adorava seus amigos. Pelo tempo que aquelas mensagens haviam sido enviadas, provavelmente o bebê já havia nascido ou estava prestes a nascer, e a rosada tinha certeza de que se já tivesse nascido sua melhor amiga iria lhe encher até a última geração. O sonho dela era ter não só o
— Me dá esse garoto. — Eu acabei de pegar. – Fugiu do amigo. — Não importa, me dá ele logo. — Não! — Algodão doce, você sabe com quem está lidando, não sabe? — Claro que sei. Estou lidando com alguém que sumiu no mundo e deixou apenas uma carta explicando às melhores amigas sua decisão. — Você é rancorosa. Os amigos voltam a rir. — Ela e minha esposa se dão muito bem por se parecerem tanto. — Obrigada, marido. Ele riu. — Acredita que é a segunda vez que ela joga isso na minha cara hoje? — Deveria ter acontecido mil vezes. — Outra rancorosa. – Diz, olhando para a loirinha. — Cara, eu adorei você. – Ryan comentou, rindo. — Talvez porque vocês têm o mesmo humor. – Shay diz, fazendo os amigos rirem. – Não são irmãos, não? — Por falar em irmãos... – Fitou o Maher. – Cara, que gata que é aquela sua irmã, hein! — Oliver! – Mia o repreendeu. — O que? Ela é gata. Muito gostosa. — Ah, não, não acredito que estou escutando isso. Mais risadas. — Por favor, Aurie, me diz que
Thomas e Natalie estavam tão ansiosos que a primeira coisa que fizeram naquele dia foi acordar bem cedinho, mesmo que não tivessem aula para poderem interceptar Mia. Ela com certeza levaria um susto e se impressionaria por eles terem acordado sozinhos, e isso era mais um motivo para divertimento do garotinho. Ele adorava assustar sua babá preferida, principalmente quando ela acabava reagindo e corria atrás dele para lhe fazer cócegas. Se negava a admitir para ela, mas gostava, sim. Mas aquele era um dia especial. Infelizmente a parte um de seu plano havia sido impedido de ser concretizado no dia anterior, pois além de seu pai ter passado o dia todo em casa, Mia passaria o dia com a melhor amiga que ganhou neném; um pedido especial dela para Liam, que acabou não conseguindo negar. E o pequeno teve de admitir que odiou ter que adiar seus planos porque a esposa do seu tio Connor implorou pela companhia de Mia. Ainda assim, ele não demonstrou que havia ficado emburrado. Era apenas um di
— Levanta os braços. – Thomas diz. — Mia? Você está bem? – Natalie pergunta, preocupada. — Tenta respirar. – Liam pediu. – Eu vou pegar uma água. — Eu... estou bem. – Começou a melhorar. – Engasguei. — A gente quase mata ela de novo. Natalie riu do murmúrio do irmãozinho. — Mas estou bem. – Pegou a água das mãos do Kavanagh mais velho. – Obrigada. Fui pega de surpresa apenas. — A ideia é incrível, né? Engasgou de emoção? Liam segurou uma risada, principalmente porque o garotinho a poucos passos dele não parecia estar sendo irônico; na verdade, parecia estar sendo bem sincero. — Por que não se senta? Assim, podemos falar melhor disso. — Falar melhor? Papai, é só ela aceitar. — Querida, ela não é obrigada a dormir aqui. – Fitou a rosada. – Mas seria muito mais prático, tenho de confessar. – Diz, ainda que soubesse que isso significaria que ficaria mais tempo ao lado dela e que dessa forma não conseguiria empurrar todos aqueles sentimentos que começava a sentir por ela para
Mia havia decidido chegar mais cedo por três motivos; primeiro porque sabia que aquele espaço onde seria a apresentação das crianças estaria lotado e seus amigos queriam uma boa vaga para estacionarem o carro, segundo porque queria jogar na cara do pequenino — o que a divertiria muito — que havia cumprido com sua promessa e terceiro porque queria ver as crianças antes da apresentação. Mas infelizmente só deu para fazer as duas primeiras coisas, pois a terceira percebeu ser impossível, já que havia percebido algumas bailarinas já prontas atrás de uma cortina vermelha. Então ela decidiu procurar pelo lugar dela; as crianças haviam dito que seria bem na frente, então tentou procurar por seu nome. E o que encontrou foi “Sr. Kavanagh” e ao lado “Sra. Kavanagh”. Não estranhou, até não encontrar o nome do pai dos gêmeos. E por um momento ficou fitando aquele “Sra. Kavanagh” por bastante tempo; tanto, que nem mesmo sabia o motivo disso. Precisava encontrar sua cadeira rapidamente e sentar p