A primeira coisa que Mia fez ao descobrir que sua melhor amiga havia entrado em trabalho de parto, foi pegar as chaves do carro e correr para o hospital. Havia acabado de ser dispensada pelo Kavanagh quando finalmente pegou em seu celular e encontrou a mensagem de sua melhor amiga. Na verdade, mensagens e todas em áudios. Ela estava revoltada por não ter visto aquelas mensagens, a xingava, a chamava por cretina em quase todas as mensagens, gritava, principalmente em meio as contrações, o que divertia um pouco a rosada; nem mesmo na hora do parto a amiga deixava de ser doidinha. Connor implorava para ela deixar ele tentar falar com a amiga dela, mas ela respondia totalmente revoltada. E a rosada riu, claro. Adorava seus amigos. Pelo tempo que aquelas mensagens haviam sido enviadas, provavelmente o bebê já havia nascido ou estava prestes a nascer, e a rosada tinha certeza de que se já tivesse nascido sua melhor amiga iria lhe encher até a última geração. O sonho dela era ter não só o
— Me dá esse garoto. — Eu acabei de pegar. – Fugiu do amigo. — Não importa, me dá ele logo. — Não! — Algodão doce, você sabe com quem está lidando, não sabe? — Claro que sei. Estou lidando com alguém que sumiu no mundo e deixou apenas uma carta explicando às melhores amigas sua decisão. — Você é rancorosa. Os amigos voltam a rir. — Ela e minha esposa se dão muito bem por se parecerem tanto. — Obrigada, marido. Ele riu. — Acredita que é a segunda vez que ela joga isso na minha cara hoje? — Deveria ter acontecido mil vezes. — Outra rancorosa. – Diz, olhando para a loirinha. — Cara, eu adorei você. – Ryan comentou, rindo. — Talvez porque vocês têm o mesmo humor. – Shay diz, fazendo os amigos rirem. – Não são irmãos, não? — Por falar em irmãos... – Fitou o Maher. – Cara, que gata que é aquela sua irmã, hein! — Oliver! – Mia o repreendeu. — O que? Ela é gata. Muito gostosa. — Ah, não, não acredito que estou escutando isso. Mais risadas. — Por favor, Aurie, me diz que
Thomas e Natalie estavam tão ansiosos que a primeira coisa que fizeram naquele dia foi acordar bem cedinho, mesmo que não tivessem aula para poderem interceptar Mia. Ela com certeza levaria um susto e se impressionaria por eles terem acordado sozinhos, e isso era mais um motivo para divertimento do garotinho. Ele adorava assustar sua babá preferida, principalmente quando ela acabava reagindo e corria atrás dele para lhe fazer cócegas. Se negava a admitir para ela, mas gostava, sim. Mas aquele era um dia especial. Infelizmente a parte um de seu plano havia sido impedido de ser concretizado no dia anterior, pois além de seu pai ter passado o dia todo em casa, Mia passaria o dia com a melhor amiga que ganhou neném; um pedido especial dela para Liam, que acabou não conseguindo negar. E o pequeno teve de admitir que odiou ter que adiar seus planos porque a esposa do seu tio Connor implorou pela companhia de Mia. Ainda assim, ele não demonstrou que havia ficado emburrado. Era apenas um di
— Levanta os braços. – Thomas diz. — Mia? Você está bem? – Natalie pergunta, preocupada. — Tenta respirar. – Liam pediu. – Eu vou pegar uma água. — Eu... estou bem. – Começou a melhorar. – Engasguei. — A gente quase mata ela de novo. Natalie riu do murmúrio do irmãozinho. — Mas estou bem. – Pegou a água das mãos do Kavanagh mais velho. – Obrigada. Fui pega de surpresa apenas. — A ideia é incrível, né? Engasgou de emoção? Liam segurou uma risada, principalmente porque o garotinho a poucos passos dele não parecia estar sendo irônico; na verdade, parecia estar sendo bem sincero. — Por que não se senta? Assim, podemos falar melhor disso. — Falar melhor? Papai, é só ela aceitar. — Querida, ela não é obrigada a dormir aqui. – Fitou a rosada. – Mas seria muito mais prático, tenho de confessar. – Diz, ainda que soubesse que isso significaria que ficaria mais tempo ao lado dela e que dessa forma não conseguiria empurrar todos aqueles sentimentos que começava a sentir por ela para
Mia havia decidido chegar mais cedo por três motivos; primeiro porque sabia que aquele espaço onde seria a apresentação das crianças estaria lotado e seus amigos queriam uma boa vaga para estacionarem o carro, segundo porque queria jogar na cara do pequenino — o que a divertiria muito — que havia cumprido com sua promessa e terceiro porque queria ver as crianças antes da apresentação. Mas infelizmente só deu para fazer as duas primeiras coisas, pois a terceira percebeu ser impossível, já que havia percebido algumas bailarinas já prontas atrás de uma cortina vermelha. Então ela decidiu procurar pelo lugar dela; as crianças haviam dito que seria bem na frente, então tentou procurar por seu nome. E o que encontrou foi “Sr. Kavanagh” e ao lado “Sra. Kavanagh”. Não estranhou, até não encontrar o nome do pai dos gêmeos. E por um momento ficou fitando aquele “Sra. Kavanagh” por bastante tempo; tanto, que nem mesmo sabia o motivo disso. Precisava encontrar sua cadeira rapidamente e sentar p
De repente o “casal” foi interrompido por mais seja o que fosse — incluindo a troca de olhar — quando as cortinas se abriram e os pais atrás deles começaram a aplaudir. As garotinhas com tutu adentravam com um lindo sorriso nos lábios; entre elas, Natalie, que balançou a mão ao ver a babá preferida dela, que correspondeu, claro, ao carinho da pequena. Ela era encantadora, e ninguém poderia dizer o contrário. Mia tinha suas duas preferidas lá em cima: Natalie, Isabella e Charllote MacCarthy. Elas estavam incrivelmente encantadoras enquanto faziam a coreografia como haviam ensaiado por todos aqueles dias anteriores. E era incrível como eram perfeitas; o que não devia ser surpreendente, já que elas faziam aula desde os três anos de idade. Por quase meia hora, houve uma apresentação linda na qual foi finalizada com uma abertura na qual a rosada se lembrava bem de como fazia quando era mais nova. E mesmo fazendo exercícios todo final de semana, ela não sabia se ainda conseguia fazer como
— Seja bem-vinda a sua casa! Mia riria, se não tivesse ficado tão constrangida pela forma como Natalie havia falado aquelas palavras. Ela sentiu os olhos do Kavanagh mais velho sobre si apenas por um momento, ouvindo-o pigarrear antes de se afastar um pouco dela, já que estavam tão próximos quando adentraram a casa, com os gêmeos a frente. E por falar nos pequenos, eles tinham um sorriso lindo nos lábios, e pareciam realmente felizes e animados com a estadia dela ali pelos próximos dias. E apesar de sentir-se um pouco envergonhada, principalmente porque se lembrou das palavras da melhor amiga sobre ela acabar se apaixonando ainda mais por Liam se começasse a morar ali, se sentiu feliz por ver aqueles pequenos tão felizes. Eles mereciam. Depois de terem sido abandonados por Lillie, eles mereciam toda a felicidade do mundo, e se ela estava proporcionando um pouco daquela felicidade, então ela não se arrependia nenhum pouco de ter aceitado aquela loucura que veio da mente daquelas duas
Mia suspirou longamente, despertando de um sono muito bom. Ela estava quentinha, e ainda assim, não havia cobertor sobre ela; mesmo assim, ela sentia-se bem daquele jeito. Ela virou a cabeça, estranhando por não sentir abaixo dela seu travesseiro macio de sempre; e então abriu os olhos, devagar, se assustando no instante em que percebeu onde dormia, e pior, perceber os olhos negros sobre ela. Seu coração deu um pulo e ela acabou se jogando para fora daquele sofá, fazendo o Kavanagh se mexer um tanto surpreso por conta do som de algo caindo no chão, já que ela havia esbarrado em um balde — no qual havia pipoca na noite passada ao pular para longe dele. Ela não queria acreditar. Mas seus olhos não mentiam. Havia dormido com a cabeça apoiada em um dos ombros de seu chefe. E só se sentia mais envergonhada porque ele havia aberto os olhos pouco antes de ela fazer todo aquele “show” e acabar sentada sobre um tapete felpudo do quartinho de Thomas. Seu coração parecia que ia saltar por sua