— Seja bem-vinda a sua casa! Mia riria, se não tivesse ficado tão constrangida pela forma como Natalie havia falado aquelas palavras. Ela sentiu os olhos do Kavanagh mais velho sobre si apenas por um momento, ouvindo-o pigarrear antes de se afastar um pouco dela, já que estavam tão próximos quando adentraram a casa, com os gêmeos a frente. E por falar nos pequenos, eles tinham um sorriso lindo nos lábios, e pareciam realmente felizes e animados com a estadia dela ali pelos próximos dias. E apesar de sentir-se um pouco envergonhada, principalmente porque se lembrou das palavras da melhor amiga sobre ela acabar se apaixonando ainda mais por Liam se começasse a morar ali, se sentiu feliz por ver aqueles pequenos tão felizes. Eles mereciam. Depois de terem sido abandonados por Lillie, eles mereciam toda a felicidade do mundo, e se ela estava proporcionando um pouco daquela felicidade, então ela não se arrependia nenhum pouco de ter aceitado aquela loucura que veio da mente daquelas duas
Mia suspirou longamente, despertando de um sono muito bom. Ela estava quentinha, e ainda assim, não havia cobertor sobre ela; mesmo assim, ela sentia-se bem daquele jeito. Ela virou a cabeça, estranhando por não sentir abaixo dela seu travesseiro macio de sempre; e então abriu os olhos, devagar, se assustando no instante em que percebeu onde dormia, e pior, perceber os olhos negros sobre ela. Seu coração deu um pulo e ela acabou se jogando para fora daquele sofá, fazendo o Kavanagh se mexer um tanto surpreso por conta do som de algo caindo no chão, já que ela havia esbarrado em um balde — no qual havia pipoca na noite passada ao pular para longe dele. Ela não queria acreditar. Mas seus olhos não mentiam. Havia dormido com a cabeça apoiada em um dos ombros de seu chefe. E só se sentia mais envergonhada porque ele havia aberto os olhos pouco antes de ela fazer todo aquele “show” e acabar sentada sobre um tapete felpudo do quartinho de Thomas. Seu coração parecia que ia saltar por sua
A campainha tocou e cada um deles se virou para trás. A rosada se disponibilizou a atender e então, curiosos do jeito que eram, os gêmeos a seguiram — não muito depois que ela chegou ao corredor. Liam balançou a cabeça e continuou a comer do pão assado que a rosada havia feito para ele também. Ele vinha comendo toda manhã desde que ela começou a fazê-los, e tinha de confessar que era delicioso. Ela cozinhava muito bem. Mia abriu a porta e encontrou seu melhor amigo com um sorriso enorme nos lábios. — Olá, algodão doce. Ela correspondeu ao sorriso dele, abraçando-o. — O que faz aqui? — Bom dia, querido, como você está hoje? Ah, eu estou a mil maravilhas. Não poderia estar melhor, rosada. Ela riu, balançando a cabeça. — Cadê sua educação, hein? — Olha, não me provoca. Ele então abriu um novo sorriso e a abraçou de novo, beijando-a no rosto, encontrando duas crianças com uma feição nada felizes a poucos passos dele. Ele tinha certeza de que se aqueles pequenos tivessem pode
— E se ele quiser levar a Mia, papai? — É, ela é nossa! – A menina completou após o irmão, surpreendendo a rosada e ao pai de ambos. – Você não vai, não é? — Eu não vou para lugar algum, querida. – Se apressa em dizer. — Bem que eu tentei convencê-la, mas ela me deu um pé na bunda. — Isso, fala assim na frente das crianças. – Brigou. — Foi mal. — Idiota. Liam revirou os olhos diante daquela cena. — Então... – Bateu as mãos uma na outra. – Eu mando cartões postais. — Espera. Você se despediu do seu pai? E da Luna? — Não se preocupe, eu escolhi me despedi primeiro do meu algodão doce. – Diz, apenas para provocar um pouquinho o Kavanagh; estava adorando vê-lo com ciúmes. – Minha melhor amiga, primeiro beijo... — Cala a boca, Oliver. – Corou da cabeça aos pés, e o outro riu, fitando a Liam mais uma vez, que havia percebido o jogo do rapaz. — Vocês já se beijaram? A rosada fitou Natalie, não podendo ver a feição nada feliz de Thomas. — Querida, ignore meu amigo. — Tínha
— Ele não é mesmo seu namorado? A mulher corou com a pergunta de Natalie. — Não! Não mesmo, só amigo. — E você beijou mesmo ele? — Thomas! – Liam acabou não conseguindo deixar de repreendê-lo. O menino cruzou os braços e fez um bico. — Eu vou na festa e volto para uma pizza. — Pizza. – Os olhos de Natalie brilharam. — Podemos assistir a um filme? E então o quase casal trocou um olhar, desviando os olhos um do outro rapidamente, se lembrando do que havia acontecido na noite passada. — Um filme. – Gesticulou. – E na sala. E depois, cada um em sua devida cama. — Por que disse cada um em sua devi... — Thomas, Naty, hora do banho. – Liam resolveu intervir rapidamente. – Vocês vão fazer um passeio com Mia. — Eba! — Vai também, pai? — Eu não posso, filho, mas vou chegar para a pizza. E o menino sorriu, antes de se lembrar de algo importante. — Não vai se encontrar com aquela bruxa, vai? E enquanto Mia tocava os cabelos, tentando não olhar para qualquer outro lugar que n
— Eu não faria isso. – Seus olhos voltam a se encontrar. – Colocar uma mulher na vida dos meus filhos sem saber se ela é capaz de ser uma mãe para eles. Colocar alguém de baixo do mesmo teto deles, sem saber se eles aprovam ou não. — Por isso nunca disse nada sobre Amelia? — E porque eu sabia que eles tinham implicância com ela. – Bufou. – Não era em uma implicância, na verdade, mas eu só vim descobrir isso depois. — Você não teve culpa. Eles não disseram a você que havia um motivo maior. Você tinha motivos para acreditar que era implicância, eles viviam implicando com todas as mulheres que você apresentava. O outro teve de concordar. — É por isso que eu não quero cometer o mesmo erro, sabe. E foi a vez de Mia em balançar a cabeça, compreendendo-o. — Se meu pai tivesse sido um terço do que você é para os gêmeos, eu teria sido muito feliz. Mesmo com a morte da minha mãe. Houve um momento curto de silêncio, até o Kavanagh tomar coragem para se aproximar um pouco mais, tocando
Mia não conseguia parar de pensar em sua mãe. Por algum motivo, as palavras de Liam não a deixavam. Ele havia dito que ela poderia contar com ela, que se ela precisasse, poderia pedir por sua ajuda, e naquele momento, ela não conseguia parar de pensar que talvez ele pudesse ajudá-la mais que qualquer um. Não que seus amigos não fosse ajudá-la se pedisse, mas não queria que eles se preocupassem mais do que viviam se preocupando com ela. Estava chegando uma data muito importante e havia um motivo para eles se preocuparem. Ela, por exemplo, tentava não pensar naquela data. Estava sempre focando-se em outras coisas. E dava certo. E era esse o motivo de estar tão pensativa com relação a sua amada mãe. Precisava saber mais sobre aquela história que Ivy Kavanagh contou. Por que ela se afastou de todos depois que se casou? Por que ela nunca falou sobre suas amigas da época da escola? Por que ela mudou tanto depois que conheceu seu pai? Mia não conseguia compreender. Sua mãe parecia ser f
— Linda, não é, papai? Liam pigarreou ao escutar a filha; e novamente Mia estava corando. — Pode dizer, a gente também achou. – Thomas completou, sorrindo. — Hum. – Pigarreou. — Ele achou você muito linda, Mia. — Thomas. O menino segurou uma risada ao perceber que o pai havia ficado constrangido. — Então... – Pigarreou. – Você chegou cedo. — Ah, eu... me esqueci... – Se obrigou a fitar os olhos verdes ao invés do corpo dela. – Me esqueci de um documento importante. Vim buscar, já que não tinha quem vir no meu lugar. — Então ainda fica como combinado. — Certo. Eu os busco nos meus pais às 19h30min. – Olhou no relógio. – A festa não é as 18h? Faltam quinze minutos. — Eu já estou finalizando aqui. – Andou até o banheiro afim de colocar um batom nude com brilho. — Vocês dois, já pegam suas coisas para não atrasarem a Mia. — Papai, sabe o que estava lembrando aqui? — Hum? – Fitou ao seu garotinho. — Nosso aniversário está chegando. — Verdade. — A Mia bem que podia