— E então, o que pediram? – Sentou-se ao lado de Thomas, já que Natalie — como sempre — estava ao lado de Mia. — Ela não vai aparecer aqui, vai? — Não, Thomas, ela não vai aparecer por aqui. — Não gosto dela. — Querida, vamos nos concentrar nesse dia lindo? E Liam sentiu-se mais aliviado quando viu a menina dizer que queria uma porção de batata só para ela, em resposta as palavras da rosada. — Eu quero arroz com frango. — Acrescente a salada e eu deixo você se empanturrar com o sorvete. E o menino sorriu. — Sério? — Só hoje. – Enfatizou. — A Mia sempre nos leva na sorveteria depois da escola todos os dias. E a mulher arregalou os olhos. — Então, não faz sentido o senhor dizer “só hoje”. — Isso quer dizer que eu devo vetar o sorvete de hoje? — Droga, papai, o senhor não sabe brincar. O outro segurou uma risada enquanto sua filha ainda fitava o irmão de forma indignada; provavelmente por ele ter contado ao pai sobre o “passeio” deles. — Seu linguarudo! — Eu só esta
Enquanto seguia para a mansão do Kavanagh, Mia sentia que deveria dar a volta e seguir para a própria casa. Não que aquele dia não tivesse sido proveitoso, ou que tivesse acontecido algo que a deixasse constrangida, mas ainda assim, ela sentia que deveria mandar uma mensagem com qualquer desculpa e seguir direto para a própria casa mesmo que soubesse que escutaria o maior dos sermões dos pequeninos no dia seguinte; mas ainda assim não o fez. Ela não tinha coragem de fazer aquilo com as crianças, principalmente quando ambos estavam sendo tão carinhosos. Eles tinham um sorriso tão lindo no rosto, que ela se negava a deixá-los tristes. E esse era o único motivo de estar seguindo para a casa deles e do pai deles. Como começou isso? Bom, começou com um pedido extremamente fofo de Thomas. Ela não esperava; na verdade, se viesse de Natalie não seria nada surpreendente, já que vinha percebendo o quanto ela gostava de sua presença. E esse era mais um motivo de ter aceitado o convite do irmã
— Papai, podemos fazer um brigadeiro? — No caso, eu vou fazer, não é mesmo? — Eu sou pequenininha, ué! E o outro riu, levando um susto ao encontrar praticamente toda a sua família na sala. — Pai? Killian? — E aí primo. Fitou Lucca, que estava do outro lado ao lado da esposa. — Estávamos esperando por você, irmãozinho. — Como entraram? — Pegamos a chave reserva debaixo do tapete. – Lucca quem respondeu. — Está tudo bem, filho? — Sim... – Levou um tempo para voltar a falar, por conta da surpresa, mas enquanto isso, seus filhos cumprimentavam os avós e os tios com um sorriso nos lábios. – Eu não... esperava por vocês, na verdade. Não avisaram nem nada. O único problema ali era o fato de estar toda a sua família diante de Mia. Ele sabia o quanto eles podiam ser complicados e um tanto intrometidos; e nesse caso, era seu irmão e seu primo, que adoravam se meter em sua vida. Já havia percebido que o irmão parecia querer que ele tivesse algo com a babá dos gêmeos; e esse era
— Oh, querida, não sabia que estava aqui. A rosada lhe sorriu. — Nós convidamos ela, vovó. — Nós íamos fazer um jantar para ela. – Natalie completou. — Fiz mal em fazer essa surpresa, então? — Claro que não, mãe. – Se apressou em dizer, principalmente porque não queria deixá-la triste; mas se pudesse, enforcaria seu irmão, que era o culpado de tudo aquilo. – Bom, eu vou tomar um banho. — E eu vou ajudar a Naty com o dela. — Tio Ita, preciso falar com o senhor. – Diz após a saída da irmã e da babá. — Se for dinheiro, esquece. Da última vez, você comprou tinta e quase deixou sua babá careca. Liam revirou os olhos enquanto Mia passava as mãos nos cabelos, agradecida por aquilo não ter realmente acontecido. — Tio Killian, não é dinheiro, e os cabelos da Mia voltaram ao normal e eu prometi não fazer nada parecido mais. – Revirou os olhos, o que fez com que Lucca achasse graça. — Então eu aceito ter uma conversa com você. E então o moreno seguiu para o andar de cima com o peq
— Papai, você não se esqueceu do meu brigadeiro, não é? — E tem como esquecer? Os outros riram enquanto a menina fazia um biquinho. — Eu faço. – Allison diz, já se levantando. — Se sobrar, você podia fazer cupcake amanhã, né, Mia? A rosada fitou o garotinho ao lado dela. — Mas você já está pensando na sobremesa de amanhã? — Nós fazemos um combinado todos os dias antes de eu ir para casa. – Respondeu ao pai de seu chefe. – Um deles sempre escolhem uma sobremesa para depois do almoço. Dia sim, um e dia sim, o outro. — Está explicado. – Sophie diz com um sorriso. — Isso quando não se empanturram de sorvete depois da aula. — O senhor não vai se esquecer disso nunca, né, pai? – Reclamou, fazendo os outros rirem. – Eu nem sei porque falei sobre isso. — Porque queria me denunciar. — Ah é, verdade. Mais risadas. — Você continua implicante, Thomas? — Eu nunca sou implicante, vovó. — Há os que descordam. – Liam retrucou, fazendo a família rir novamente. – Ele implica com ela o
Mia realmente estava muito surpresa por ver aquela mulher ali, na porta da casa de Liam, e mais que isso, para conversar com ela e não com o dono da residência. Escutar dela, que não estava ali pelo Kavanagh mais velho, e sim por ela, a babá que até pouco tempo ela odiava, era tão surpreendente, que por um momento não conseguiu dizer uma palavra. A frase “podemos conversar”, ainda repetiu várias vezes em sua mente, que tentava ajudá-la a assimilar o que estava acontecendo, e para não ser mal-educada ou fazê-la achar que não a escutaria, a chamou para seguirem até a sala, ainda se perguntando o que a ruiva poderia querer. Ela estava calma, até mesmo um pouco entristecida, e sentia que ela também estava um tanto envergonhada por estar ali, a poucos passos de si, sentada ao seu lado. Esperou pelo momento em que ela finalmente se pronunciaria. E durante aquele momento breve de silêncio, reparou melhor em Amelia Maher. Ela não parecia a mesma de antes, com aquele sorriso provocante nos lá
O som de uma moto ensurrecedora fez com que as mulheres — que já se despediam com um sorriso na porta de casa — parassem de fitar uma a outra. Elas desviaram os olhos no mesmo momento em que um rapaz — o dono de uma Kawasaki Ninja ZX-10R SE — parava do outro lado da rua, levando um dos pés ao asfalto afim de equilibar-se. Ele retirou o capacete, fitando a rosada com um sorriso ladino, e a ruiva viu o exato momento em que a nova amiga — que havia feito a pouco e que ainda estava um tanto surpresa por ela lhe perdoar por tudo — abrir um lindo sorriso antes de correr em direção ao rapaz de cabelos platinados e olhos em um violeta escuro que já se encontrava ao lado de sua moto. Eles se abraçaram — uma, duas vezes —, demonstrando naquele carinho o quanto haviam sentido falta um do outro. O rapaz beijou Mia no rosto, pegou em suas mãos, disse que ela estava linda e por todo aquele momento a ruiva apenas observava. — Eu não acredito que está aqui. — Eu não acredito que está trabalhando
— Não quer entrar e falar com ele? — Para que? Ele não vai me escutar. E depois do que eu fiz, nem eu me escutaria. – Sua voz embargou no final. – É melhor deixar a poeira abaixar. — Eu vou entregar a carta. — Obrigada. — Estou perdendo alguma coisa? Mia fitou o amigo, pensando seriamente se devia pedir a ele o que estava prestes a pedir, principalmente por perceber que a ruiva não estava nada bem para ir para casa sozinha. Sabia que ele seria um bom ouvinte — sempre havia sido na época da escola, e depois, e depois... — Poderia levar Amelia em casa? A ruiva arregalou os olhos. — O que? Não é necess... — Faço isso com todo o prazer. – A cortou com um sorriso malicioso. E a rosada revirou os olhos, puxando-o por um momento para longe da nova amiga. — Ela não precisa de você dando em cima dela até a casa dela. – Sussurrou. — Ora! – Bufou. – E pra que quer que eu a leve então? — Ela está tentando resolver a vida dela. Está triste por não conseguir o amor do homem que ela