Mia despertou no horário de sempre naquele dia, mesmo que não estivesse em sua própria casa. Quando Liam pediu para que ficasse por ali na noite passada, agradeceu mentalmente por ter levado duas peças de roupas a mais em sua mochila, ainda que nenhuma delas fosse de dormir. Natalie insistido em dormir com ela, e mesmo que Thomas tivesse deitado ao lado delas, alguma coisa lhe dizia que ele só dormiria quando finalmente o pai chegasse, então não se surpreendeu ao despertar e não o encontrar ao lado dela e da irmã. Deixou o quarto após vestir-se mais adequadamente e seguiu para a cozinha afim de fazer um café-da-manhã caprichado para os pequenos; montou quatro pães com queijo-brie, presunto e orégano, colocando para assar enquanto preparava um suco de laranja e colocava sobre a mesa junto de quatro copos de vidro, o leite quente e o achocolatado que as crianças tanto gostavam; preparou waffles, porque sabia que seu chefe gostava e ligou a cafeteira para preparar o café; organizou a mes
— Um dia eu vou entender esse amor e ódio que tem por ela. — Quem disse que amo? — Ele ama, mas é teimoso e não vai confessar. — De que lado está, hein? – Reclamou com a irmã, que riu. — Bom... – Se levantou. – Tenham um bom dia para vocês. — Podia ficar mais um pouco. — Eu não posso mesmo, filho, mas amanhã é sábado, então passaremos o dia todo juntos. — E na segunda... – Ambos tentam lembrá-lo. — Na segunda passaremos toda a manhã no parque aquático. — Oh, então eu venho trabalhar só mais tarde? — Não! O “casal” fita aos gêmeos. — Você também vai, dã. — Oi? – Quase não acreditou ao escutar aquelas palavras. — Prometeu que sairíamos todos juntos novamente. – Natalie a lembrou. — Você não escuta o que fala? — Thomas. — Papai, ela prometeu. — Ela não disse quando iria cumprir. — Quem decidi isso somos nós, ora. – Diz em murmurou, se mostrando emburrado. — Tudo bem, tudo bem. – Decidiu aceitar aquilo de uma vez. – Eu vou. — É bom mesmo. O Kavanagh balançou a ca
— Nós estamos de saída. — E daí? – Se sentou no sofá, cruzando as pernas. — O senhor Kavanagh não disse nada sobre deixar estranhos... — Querida, a estranha aqui é você. – A cortou de forma grosseira. – Eu sou praticamente da família. — Não é não! – Daisuke exclamou. – Você é só a prima do meu padrinho, mais nada. — Thomas, é muito bom ver você... – Desviou os olhos para a garotinha ao lado dele. – E você também, Naty. — O que você faz aqui? – Perguntou de forma rude. — O papai está trabalhando. – Natalie completou após o irmão. — Ele vai me encontrar aqui, queridos. As duas crianças não gostaram nada daquela revelação, tanto, que mal conseguiram dizer uma palavra no momento seguinte. Mia percebeu o quão entristecidos — pelo menos um deles, já que o outro começava a sentir-se irritado — estavam e por isso se prontificou em tirá-los daquela casa o mais depressa possível. — Vamos deixar que o pai de vocês cuidem dela, não é? — Ah, e ele vai. Apenas a rosada percebeu o tom
— Abaixa seu tom. — Que se dane o meu tom! – Exclamou. – Você pode ser uma Maher, a sobrinha de pessoas muito importantes desse país, mas nem por isso tem o direito de vir aqui, tentar colocar os filhos contra o pai, ser maldosa com ambas as crianças, e pior, bater nelas. Eu posso ser só a babá... – Se aproximou, ficando face a face com a ruiva. – Mas não vai encostar em Natalie e pensar que vou deixar isso impune. — Ah é? E o que fará? Mia trincou os dentes, fechando as mãos em punho. — Eu sou a namorada do pai deles. – Frisou a palavra “namorada” – Serei a próxima senhora Kavanagh, e estarei comandando essa casa em alguns meses e então, as duas primeiras coisas que farei no instante em que isso acontecer, vai ser te demitir e colocar essas pestes em um colégio interno na suíça. E então Mia, que já estava com o sangue fervendo, só percebeu que havia levado a mão em direção ao rosto branco da ruiva, quando a ouviu arfar e gemer de dor. Não se arrependeu, mesmo que soubesse que po
— Será que pode me dizer o que veio fazer aqui, Amelia? – Sua voz se exaltou, mesmo que ele tentasse não fazê-lo. – Havia um combinado entre nós e novamente você o quebrou. — Liam... — Quem você pensa que é para bater na minha filha? Ela tremia, mas não desviava os olhos dele nem por um segundo. — Você perdeu a noção ou o que? – Trincou os dentes após o término da frase. – Você não tem direito algum de tocá-la, não é sua mãe, não é nada dela. — Me desculpe. – Murmurou apenas. Ele a soltou, mesmo que quisesse muito era devolver a bofetada, mas ele não o faria, afinal, não era homem de bater em mulher, mesmo que ela mereça. — Eu me irritei e acabei... — Se descontrolando um pouquinho. – Mia diz, surpreendendo a ruiva. – Mas ela já estava de saída. — Ela disse que vai se casar com você, pai. – Novamente Thomas chamou sua atenção. – Disse que vai se casar com você e nos mandar para um internato. O Kavanagh franziu o cenho, se irritando mais do que já se encontrava. — El
Liam não havia pensado no problema que seria — mas apenas para ele — quando seus filhos exigiram a presença da babá deles naquele passeio em “família”. No dia em que houve o “convite”, as crianças estavam tão alegres, felizes e brincalhonas — no caso de Thomas, que havia ameaçado a rosada —, que ele não pensou no que veria e no que acabaria por passar tendo a Lafferty perto dele por mais de uma hora, e pior, apenas de biquíni. Estava feliz por seus filhos estarem tão alegres, estava aliviado por ver os dois aceitando melhor a babá, principalmente porque seu garotinho sabia ser difícil quando queria, e por isso não pensou direito — na verdade, não “pensou” de jeito nenhum —, e por isso não se importou quando ele foi feito a mulher que acabava com a mente dele todos os dias, sem nem mesmo saber disso. Mas foi só a ver se aproximar devagar com a parte de cima do biquíni — preto, sendo que as amarras tinham algumas bolinhas vermelhas — a mostra, com uma saída de banho — estilo saia, e na
Enquanto descansava um pouco sentado debaixo de um guarda-sol, Liam pensava no quanto ambos seus filhos haviam mudado da água para o vinho desde que Sakura havia entrado na vida deles; Thomas ainda mais que a irmã. Ele realmente havia se preocupado quando decidiu contratar a prima dos Devlin, e já tinha uma ideia do que seu garotinho — marrento — seria capaz de fazer para colocar a mulher para fora de sua vida, e por isso estava tão surpreso por vê-lo aceitá-la. Claro que houve um processo para que isso acontecesse; ela precisou de tempo e de bastante jeitinho para que finalmente o conquistasse. E Ela conseguiu. Claro que ele ainda adorava implicar com ela, e estava sempre rindo às custas da rosada, mas ainda assim, já havia um carinho muito grande ali. Se disse que não se preocupava com a forma como ambos seus filhos pareciam ter se apegado a babá deles, seria uma grande mentira. Ele sabia que eles sofreriam caso ela se afastasse, sofreriam caso ele fizesse uma esteira e acabasse a
A rosada pigarreou. — O que? Eu estou sendo sincero. E Liam suspirou, já imaginando o que estava por vir. — Ela não foi convidada. – A fitou, sério. — O que ela está fazendo aqui, papai? – Questionou, nada feliz por ver a tal Freya ali; principalmente porque havia percebido — junto ao irmão — que os pais estavam tendo um momento interessante até aquela mulher atrapalhar. — Ela veio aproveitar o parque, Naty. – Gesticulou. — Eu venho aqui quase todo final de semana. – Diz com um sorriso. — Já não gosto mais desse parque. — Thomas. – Repreendeu. — O que acham de irmos almoçar? – Mia chamou, querendo evitar que houvesse uma cena como a de algumas semanas atrás. — Posso me juntar a vocês? — Não! – Os gêmeos responderam juntos. — Mia, poderia ir na frente com os gêmeos? – Pediu, já se levantando, vendo ela fazer o mesmo. – Eu já me junto a vocês. — Claro. – Fitou os pequenos. – Vamos lá? Escolhemos as porções e os acompanhamentos enquanto seu pai conversa com a amiga dele.