Aquele seria um dia especial. Muito especial. E era por isso que estava se arrumando mais cedo do que de costume. Colocou uma jardineira cor-de-rosa por cima de uma blusa de mangas até os cotovelos em um tom mais claro e sapatenis jeans por mais que soubesse que poderia voltar com eles completamente marrons. Ainda assim, estava ansiosa demais para procurar outro calçado naquela manhã e por isso pegou sua bolsa que já estava com todos seus documentos, chaves e o celular e se dirigiu para o corredor de sua casa, tentando encontrar a chave do carro que estava dentro da bolsa. Haviam tantos papéis ali, que acabou se irritando um pouco, o que a fez puxar a chave com força ao encontrá-la e consequentemente deixando-a cair, vendo-a se arrastar até próximo a porta onde ela não adentrava a muito tempo. A única que ficava trancada e que só era aberta por uma de suas amigas que acompanhava a diarista para fazer a limpeza. Engoliu em seco por um momento, mudando de humor rapidamente, mais uma v
Quando deveria estar trabalhando, ali estava ele, observando — mais uma vez — a fotografia de ambos seus filhos, juntos e sorrindo. Não era a única fotografia que tinha deles em cima de sua mesa — havia mais uma — e ainda assim, era aquela que ele não conseguia deixar de observar, porque se lembrava de quando havia tira. Alguns meses depois que havia sido abandonado por aquela mulher. Seu irmão havia insistido naquela foto por seus sobrinhos estarem brigando a pouco por conta de um urso grande — muito maior até mesmo que ele — que haviam ganho de Lucca, puxando um braço cada um, quando de repente caíram em cima do bicho de pelúcia, de barriga para baixo, e no mesmo instante Killian tirou a foto, pegando o momento em que eles haviam dado uma risada gostosa e olhado para ele, o pai. Mesmo que não tivessem a mãe presente, ainda assim, eles eram felizes. Não pareciam sentir falta dela, nem mesmo perguntavam por ela, e isso de certa forma o deixava aliviado, bom, até o dia em que houve a
— Ah, eu soube que Thomas está começando a aceitar a Mia. — Ele gosta dela, mas não vai admitir tão cedo. – Diz ao amigo loiro. – Ele é teimoso. E tem o fato de que ele gosta de implicar com ela. – Completou dando uma risada, sendo acompanhado pelos amigos. — Soube que ela jantou com vocês ontem. — Ah, sério?! O Kavanagh suspirou ao ouvir a animação na voz do amigo loiro, que insistia que ele deveria se casar novamente. — Naty chamou, Killian insistiu, e ela ficou. – Explicou resumidamente. — Então foi um jantar em família. — Graças a Deus, não, Ryan! – Estremeceu só de imaginar, já dentro do elevador. – Meus pais não estavam, nem Lucca e a esposa, ou mesmo meus tios. — Mas Killian já é o bastante para deixar a irmã siamesa da minha esposa, corada até os fios dos cabelos. – Diz rindo. — Irmã siamesa? – Liam perguntou com um sorriso, achando graça do “apelido”. — Elas duas são um grude, só, desde bem pequenas, aí eu dei esse apelido carinhoso. Os outros dois riram. — Mia
Por um momento, Liam não soube o que dizer, ele nem mesmo esperava por aquele “encontro” inesperado, que acabou com a babá de seus filhos por cima de si. E então fitou os olhos esverdeados, e consequentemente ficou completamente hipnotizado. Ele podia ver os olhos dela brilharem de tal forma, que pareciam cometas. Era lindo. Mas o que o deixava desnorteado, era o cheiro dela, que adentrava suas narinas e impedia que ele pudesse se mover ou mesmo se pronunciar, como deveria, já que o corpo dela por cima do dele começava a fazê-lo ter pensamentos nada impróprios, principalmente quando sentia uma das mãos dela tocando seu peito, mesmo que por cima da camisa polo que vestia. E enquanto ele se encontrava totalmente impossibilitado de fazer qualquer ação por conta do cheiro inebriante da mulher de — ainda — cabelos azulados, Mia estava não estava em uma situação tão diferente. Na verdade, se sentia ainda pior, principalmente ao voltar a si e perceber a situação constrangedora em que estava
— Você fez o mesmo que eu! – Apontou, fazendo a mulher rir. — Eu fiz. E ela mereceu. — O que ela fez, Mia? — Ela falou mal da minha mãe, Naty. – Fitou os olhos verdes-oliva. – E disse que tiraria todo o amor que meu pai tinha por mim para sempre. Os pequenos trocaram um olhar por um momento. — E ela conseguiu. – Diz, sentindo-se um pouco triste. — Ele não te ama mais? — Vai saber? – Deu de ombros, fitando Thomas. – Nos afastamos. Ele preferiu acreditar nela, nas palavras dela... Ela o fez acreditar que havia sido a vítima. — A gente também tem medo de isso acontecer. — Algumas babás disseram que o papai iria nos abandonar como aquela mulher fez, até mesmo aquela ruiva. — Ruiva? — A prima do nosso padrinho. – Thomas explicou. — E se um dia o papai ficar com uma mulher como essa sua madrasta, Mia? — Eu tenho certeza de que ele não faria o mesmo que o meu pai. — Como você sabe? — Eu sei, porque ele não deixou vocês nem por um segundo depois que... — Aquela mulher foi e
Liam acreditava piamente que aquele “encontro” que teve com Mia havia sido apenas para deixá-lo mais incomodado com o que estava começando a sentir. E agora que tinha o cheiro dela impregnada em sua roupa, parecendo jamais deixar suas narinas, a maciez da pele dela em ambas suas mãos, já que havia tocado mesmo que sem querer, ele não sabia se conseguiria deixar de pensar em tudo que vinha pensando desde que a viu de biquíni. Era torturante, principalmente porque ele sabia que não era um desejo igual ao que sentir por Amelia ou qualquer uma das que já esteve com ele antes, era diferente. Muito diferente. Tanto, que era incômodo, mas apenas porque não estava disposto a se deixar levar por aqueles sentimentos que queimavam em seu peito. Era isso! Ele estava se apaixonando. Parecia que havia acontecido o que sua família vivia dizendo que um dia aconteceria, mas que ele não acreditava. Seu coração estava quebrado e ainda assim, batia. E ele estava de certa forma revoltado, porque não po
Luna quase não acreditava no que estava escutando, ou Savanna, ou mesmo qualquer um dos amigos que estavam presentes naquele jantar na casa dos Devlin — no caso, Noah e a esposa. Ela havia sido convidada pouco depois de finalizar o jantar dos Kavanagh. E surpreendentemente, as crianças convidaram para ela ficar, mas daquela vez, ela teve de negar aquele convite fofo, não sem explicar o porquê, claro. E era por ter adorado aquele dia com os pequeninos, principalmente com a evolução que teve com Thomas, que ela teve de contar aos amigos, deixando cada um deles — incluindo os padrinhos, que diziam sempre o quanto os pequenos eram amorosos apesar das peripécias — perplexos. E simplesmente porque — pelo menos os Maher — não esperavam que ele fossem aceitá-la assim, tão cedo. E ela os compreendia totalmente, claro, afinal, também não esperava. E ouvir o pequeno chamá-la por Mia havia sido a melhor parte do dia. Ela tinha um amor grandioso por aquelas crianças, tanto, que ela chegava a pens
— Eu um dia vou me acostumar com isso? — É claro que sim, Mia, é só questão de tempo. – Shay respondeu. – Ryan já está acostumado, fazem isso com ele desde quando eramos mais novos. — Ele está batizado, não se preocupe. — Depois que você conheceu o Liam, ficou muito engraçadinho. O ruivo apenas riu da reclamação do amigo loiro, diferente de Mia que ficou curiosa sobre aquela amizade tão bonita e que parecia vir da infância. — Vocês cresceram todos juntos? — Mais ou menos, prima. – Noah diz. — Eu e Liam nos conhecemos desde bebê. Conheci o Gaara aos três anos em uma das viagens que fiz com meu pai e ele conheceu ao Liam aos quatro, quando nossos pais se tornaram sócios, quase ao mesmo tempo, Noah entrou no grupo por sua mãe ser muito amiga da mãe do Connor, e por seu pai aceitar a sociedade que meu pai e o pai do Liam propôs. Aos seis, quase sete, conhecemos o Shay. – Ryan contou. – Desde então, fomos inseparáveis. — Acho bonita a amizade de vocês. — Igual a sua e a da sua ir