Mia passou em frente a faculdade onde estudava até algumas semanas atrás e então sentiu falta. Infelizmente teve de trancar o curso para poder pagar as contas. Já estava sendo muito difícil aceitar que seus amigos pagassem seu condomínio, não poderia aceitar que eles continuassem a pagar seu curso. Era muito agradecida, mas o melhor no momento era juntar todo o dinheiro que precisava para finalizar e então se tornar a médica que sempre sonhou em ser. Sabia que sua mãe estaria orgulhosa dela, lá de cima, ainda que tivesse saído de casa e feito sua vida sozinha com todos seus amigos apoiando-a. Suspirou longamente e então balançou a cabeça. Não ficaria remoendo aquilo. Não ficaria pensando em seu curso com tristeza, não quando tinha certeza de que voltaria a estudar e finalmente teria seu diploma. Acreditava fielmente naquilo e continuaria, ainda que tudo dissesse para que ela desistisse. E então se concentrou nas crianças, que cantavam juntos, e sorriu por vê-los animados naquele di
Mia colocou os cabelos morenos de Natalie para cima, prendendo-os com uma piranha em formato de borboleta com várias pedrinhas azuis nas asas, apenas para poder amarrar o biquini com mais facilidade. A pequenina havia escolhido um modelo com estampa hippie, que havia a deixada ainda mais fofa do que já era; as cores eram em roxo, branco, lilás, e rosa-pink — no qual aparecia em poucos desenhos da estampa. Deixou os cabelos medianos caírem como cascata em suas costas e então a virou, dizendo que ela estava muito linda, recebendo o mesmo elogio. O biquíni que estava vestindo era preto e branco, sendo que a parte de cima era estilo “triângulo”, mas que não deixava amostrar tanto seus seios e a parte de baixo havia tiras grossas nas quais amarravam as laterais, e ele havia sido escolhido pela criança a sua frente. Antes de seguir para casa após a sorveteria, havia passado em sua casa, deixando os pequenos observar tudo enquanto seguia para o andar de cima, afinal, precisava de algo para
— Perfeito, querida. – Diz sorrindo, vendo o sorriso nos lábios da garotinha. – Você deveria entrar em um campeonato. – Brincou. — Prefiro ser bailarina, Mia. E a mais velha sorriu mais abertamente. — Você será perfeita em qualquer coisa que escolher ser. – Se aproximou mais da beirada, onde não havia o degrau. — Diferente de você. – Bufou, fazendo a babá lhe fitar. — Ora, mas como você é cruel, Thomy. Está me jogando praga. E o menino a olhou de forma indignada. — Eu que deveria estar indignada. — Verdade, irmão. — Você deveria estar do meu lado... – Desviou os olhos da irmã para a babá a poucos passos de si. – E você, deveria fazer seu trabalho. Que é fazer tudo que eu mandar. — Não, acho que você confundiu tudo. Estou aqui para cuidar de você e da sua irmã, Thomy, meu chefe é o seu pai. – Gesticulou. — Dá no mesmo. – Deu de ombros, fazendo Mia segurar uma risada. – Olha, chega mais perto que você vai ver os desenhos no fundo da piscina. — O que tem? – Perguntou, ac
— Papai! Natalie foi a primeira a perceber a presença do moreno — de ambos os morenos. — Entra também. – Chamou. — Pai, essa maluca quase me afogou. — Isso não é verdade, Thomy. — E começou com as provocações. – Revirou os olhos. — Irmãozinho, estou achando que o problema é você. – Diz rindo, fazendo o irmão revirar os olhos mais uma vez. — Eu tenho provas! – Apontou para a irmã. – Naty, não é verdade? — Você quem empurrou ela, na verdade, o que houve com você foi um acidente. – Diz, encolhendo os ombros, e se afundando até próximo a boca. — Traidora! – Empinou o nariz e fitou o pai. – Não posso mais confiar nela, nem você, papai, essa babá maluca comeu o cérebro dela. E Killian gargalhou enquanto que o irmão mais novo ria balançando a cabeça. — Ei! – A menina reclamou. — Acredita que ela usou de chantagem comigo agorinha? Quase chorou e era tudo mentira! – Apontou para a babá. – Mentirosa! — Eu não menti, eu só fingi... – Encolheu os ombros, percebendo os olhares d
Mia achou que se sentiria extremamente envergonhada, que não sabia como se sentiria quando estivesse sentada na sala com os Kavanagh, incluindo a esposa de um deles, mas estava sendo mais divertido que imaginou que seria. E tudo graças a Allison Kavanagh, que a ajudava a se distrair, principalmente do olhar de seu chefe. A mulher de cabelos castanhos e olhos em um tom lindo de âmbar era divertida e a fazia se sentir bem mesmo no meio daqueles dois. E junto das crianças — até mesmo de Thomas —, a noite havia sido agradável. Haviam jantado na mais harmonia, ainda que o Kavanagh mais velho vez ou outra não só a chamasse de rosadinha, como também lhe fazia algumas indiretas nas quais não conseguia compreender bem, diferente de Liam, pela forma como estava sempre o brecando. Era um pouco confuso, e a fazia ficar muito curiosa, mas ainda assim havia decidido não perguntar e continuar naquela conversa interessante com a cunhada de seu chefe. Mas, mais que a atenção de Allison, havia também
— Thomas, querido, é tão difícil assim dizer que gosta da moça? — Sim, tia! — Eu realmente não entendo. E o pai do menino sorriu ao ouvir o comentário da cunhada. — Ela quase me afogou hoje, sabia? – Contou, demonstrando sua indignação. — Bom, você não pintou os cabelos dela de azul? — Está do lado dela? – Perguntou, incrédulo. — Thomas, menos. – O pai pediu. – Não seja tão implicante. A pouco você estava se divertindo com Mia e sua irmã na piscina. — Ninguém tirou foto, então não tem como provar. E os tios, a irmã e a prima riram enquanto Mia e Liam seguravam uma risada. — Garoto, a cada dia você está mais implicante. – O pai diz, de forma divertida, mas não mais que seu irmão mais velho, que estava adorando mais que tudo, ver a forma como a babá de seus sobrinhos era realmente encantadora. — Mia, eu imagino o que deve passar com Thomas. — Ele é um bom garoto, e eu me divirto com as implicâncias dele, Allison. — Então você é a primeira, as outras odiavam. – Killian que
Aquele seria um dia especial. Muito especial. E era por isso que estava se arrumando mais cedo do que de costume. Colocou uma jardineira cor-de-rosa por cima de uma blusa de mangas até os cotovelos em um tom mais claro e sapatenis jeans por mais que soubesse que poderia voltar com eles completamente marrons. Ainda assim, estava ansiosa demais para procurar outro calçado naquela manhã e por isso pegou sua bolsa que já estava com todos seus documentos, chaves e o celular e se dirigiu para o corredor de sua casa, tentando encontrar a chave do carro que estava dentro da bolsa. Haviam tantos papéis ali, que acabou se irritando um pouco, o que a fez puxar a chave com força ao encontrá-la e consequentemente deixando-a cair, vendo-a se arrastar até próximo a porta onde ela não adentrava a muito tempo. A única que ficava trancada e que só era aberta por uma de suas amigas que acompanhava a diarista para fazer a limpeza. Engoliu em seco por um momento, mudando de humor rapidamente, mais uma v
Quando deveria estar trabalhando, ali estava ele, observando — mais uma vez — a fotografia de ambos seus filhos, juntos e sorrindo. Não era a única fotografia que tinha deles em cima de sua mesa — havia mais uma — e ainda assim, era aquela que ele não conseguia deixar de observar, porque se lembrava de quando havia tira. Alguns meses depois que havia sido abandonado por aquela mulher. Seu irmão havia insistido naquela foto por seus sobrinhos estarem brigando a pouco por conta de um urso grande — muito maior até mesmo que ele — que haviam ganho de Lucca, puxando um braço cada um, quando de repente caíram em cima do bicho de pelúcia, de barriga para baixo, e no mesmo instante Killian tirou a foto, pegando o momento em que eles haviam dado uma risada gostosa e olhado para ele, o pai. Mesmo que não tivessem a mãe presente, ainda assim, eles eram felizes. Não pareciam sentir falta dela, nem mesmo perguntavam por ela, e isso de certa forma o deixava aliviado, bom, até o dia em que houve a