DIAS DEPOIS — Mia, eu não queria entrar em detalhes sobre... a sua ex-madrasta... A rosada chega sentiu um arrepio ao escutar aquelas últimas palavras. Primeiro porque odiava sequer pensar naquela mulher e segundo que sentiu algo na voz de Finn que não a agradou nenhum pouco. Ele sabia de seus sentimos para com a mulher. Sabia que não gostava de falar nela. E se estava começando o assunto mencionando aquela mulher, era porque era sério. — Mas eu soube que ela tem um filho. — Sim, Elliot. — E ele por acaso tem algum irmão? — Não que eu saiba. — Bem... – Pigarreou. – Ele tem. Um irmão gêmeo. — O que? – Arregalou os olhos. — Dois, na verdade. Liam e Mia trocaram um olhar; ela, completamente surpresa e ele um tanto confuso. O que tinha demais naquilo, apesar de surpreendente não via naquilo um problema tão sério assim. — Sua madrasta teve trigêmeos quando tinha uns quinze anos. Ela decidiu entregar eles ao orfanato e cada um foi criado por uma família. Elliot, pela famí
Mia não conseguia parar de pensar em quem poderia lhe fazer mal. Mesmo que não tivesse se resolvido com seu pai — e ela diz sobre as suas pendências —, ainda assim jamais pensaria nele. E agora que sabe sobre seu arrependimento e como ele se sente com tudo que ele fez com sua mãe, era mais um motivo para jamais colocar ele como culpado. Não ele. Mas sua madrasta... Tentou não pensar nela. Tentou não desconfiar dela. Mas ela tinha motivos. Pensando em tudo que escutou de seu pai, ela poderia ser uma suspeita. Seu pai nunca a amou, se casou apenas porque ela estava grávida e após anos juntos, ele a deixou. E ela poderia muito bem culpar a filha do homem que ela tinha uma obsessão por isso. Mesmo assim, mesmo que tivesse suas desconfianças e mesmo que tivesse todo o motivo para colocar ela como suspeita, ainda assim achou melhor não dizer uma palavra para o noivo. Ou para Finn. Tentaria descobrir por si mesma o que aquela mulher estaria fazendo agora que estava divorciada. Não acreditav
SEMANAS DEPOIS Mia sabia que aquilo era uma loucura. Sair sozinha não era a melhor forma de se proteger de seja quem for que estivesse querendo seu mal, mas ela não conseguiu simplesmente ficar em casa e esperar quando havia recebido a notícia de que sua irmãzinha havia nascido. Elliot havia ligado. Ele quem havia dado a notícia. E era agradecida. Havia sido um pedido dela para ele e Simon. Que assim que Elizabet nascesse, que eles contassem a ela. Tudo bem que ela ainda estava lidando com novos irmãos — ainda que não tivessem o mesmo sangue — e com aquele novo Archie, mas aquela menina era um recomeço para os O’Grady e também era um sonho se realizando; o sonho dela de ter uma irmãzinha. Não se lembrava quantas vezes havia dito à mãe que queria uma irmã, alguém para lhe fazer companhia, mas também para ela cuidar. Quem diria que um dia ela pensaria em ver o pai novamente sem nem ao menos pensar em tudo que a fez passar. É claro que ela ainda se lembrava do que ele fez, mas isso nã
— Vem vê-la de perto. Olhou para Elliot, que tinha um sorriso. E novamente, um sorriso familiar. Mas o que é que estava acontecendo com ela? Não era um sorriso parecido com a mãe dele — se é que podia chamar aquilo de mãe —, mas um que ela conhecia bem. O que estava acontecendo afinal? Por que sempre que o via — o que não era muito — sentia aquela estranheza no estômago? Mesmo assim, sorriu meio fraco, e se aproximou. — Ela é linda. E realmente era. A pequena tinha muito cabelo. Por demais. Em tons de loiro. Também, pudera, a mãe dela também era loira. Tinha os olhos idênticos de seu pai. E consequentemente o dela, a irmã. Tinha um nariz pequenininho, mas os olhos grandões. E estava desperta. E cheia de curiosidade. O olhar dela demonstrava que enquanto ela olhava para todos, ela devia se perguntar “quem eram essas pessoas?” — Se parece um pouco com você, Mia. Sentiu algo em seu peito. Será? Seu pai estaria certo? Isso queria dizer que ele ainda se lembrava de quando ela era pe
— Parabéns pela Elizabet. Ela é linda. – Sorriu. – E obrigada por me deixar... vir vê-la. E pegá-la no colo. — Você é a irmã mais velha dela. — Vai sempre vai poder vê-la, Mia. – Archie completou. — Não moramos assim tão longe. Duas horas apenas de carro. – Simon sorriu. – Quando quiser visitar, é só chegar. — Eu preciso ir. – Diz, se aproximando para entregar a irmã ao pai. Não soube exatamente o motivo de querer chegar mais perto dele, algo que ele evitou talvez para não querer chateá-la. – Estão me esperando. — Está dirigindo? — Sim, o meu noivo tinha algo importante no trabalho. Archie balançou a cabeça, compreendendo, antes de pegar a filha dos braços de sua outra filha, podendo tocá-la por um momento. Era a primeira vez em anos. Um toque suave. Um roçar de dedos em seu braço esquerdo. — Vai com cuidado. — Pode deixar. – Lhe sorriu, desviando os olhos para a acamada. – Eu te desejo uma ótima recuperação. — Obrigada. — Eu a acompanho até o carro. – Elliot diz, ou
O som do carro derrapando e em seguida o dele batendo violentamente fez com que Mia despertasse de forma assustada. Sua respiração estava irregular, seu corpo trêmulo, seus olhos faziam movimentos rápidos, e só pararam quando se acalmou um pouquinho. De repente, imagens começaram a passar em sua mente; ela dirigindo, um carro batendo contra o dela e então o acidente. Sentiu o medo dela mesma enquanto tentava desviar de seja quem fosse aquela pessoa que queria seu mal. Naquele momento seu coração batia de forma desenfreada, porque sentia um pouco daquele medo. Era como se estivesse realmente acontecido. Era como se tivesse passado por aquele tormento. Olhou ao redor, reconhecendo o lugar; estava sobre uma cama hospitalar em um quarto com paredes em um rosa clarinho. Estava em um hospital, processou rapidamente. E tão rápido quanto, encontrou um moreno muito bonito ao seu lado. Ele pegou em sua mão direita enquanto dizia: “ei, você acordou”. Ele parecia aliviado, feliz. A feição dele
Liam reagiu de tal forma, que até mesmo se afastou; ele havia se assustado com tal pergunta. Havia a achado estranha, mas não achou que ela estaria assim por não estar reconhecendo-o. E era horrível aquele sentimento de que sua noiva não o conhecia. E por estar chocado e a forma como reagiu fez com que Mia sentisse seu peito doer; a maneira como ele a olhava só piorava aquele sentimento doloroso em seu peito. E ela nem mesmo entendeu o porquê. E então ela o viu olhar para sua melhor amiga. — Amiga. A olhou finalmente, e percebeu o choque dela também; além da preocupação. — Você não o conhece? Ela negou. — Deveria? – O olhou, e percebeu que foi um erro, porque ele parecia estar sofrendo e isso a incomodou de tal forma que mais uma vez não compreendeu. — Sim. Ele... é alguém muito importante para você. – Pegou em sua mão, levantando-a um pouquinho. – Muito importante. Mia fitou o anel com esmeraldas cravejadas. Estava perfeito em seu dedo. E então se lembrou para o que olhava
— Estou... assustada. Mas... ele parece ser uma boa pessoa. Ele parece ser alguém muito importante para mim. Eu... sinto... de alguma forma. — Ele é ótimo com você. É um homem incrível. E te ama muito. — Me conte tudo. Desde o começo. – Pediu, quase que desesperada; a cada palavra, mais sentia-se curiosa; sentia a necessidade de saber de tudo. — Eu conto depois de o médico ver você. E de repente, como se ele soubesse que estavam falando dele, a porta se abre e um rapaz de jaleco que deveria ter a mesma idade que ela adentra o quarto, logo atrás, o moreno de antes. Seu noivo. O homem que a amava. Ele estava um tanto afastado com as mãos nos bolsos. Conseguia ver sua tristeza. Quase podia sentir. Mesmo que ele estivesse tão sério. Nunca viu alguém tão sério em toda sua vida; nem mesmo Connor tinha toda aquela seriedade. Como podia ver algo tão claro em uma pessoa que nem mesmo conhecia? Ou se lembrava de ter conhecido, no caso. — Seja bem-vinda de volta, senhorita Lafferty. – Se