— Você está inquieta. – Mattew comentou de repente, após vários e vários minutos em silêncio. – Aconteceu alguma coisa? Mia suspirou, pensativa. Se encontrava assim desde que Liam a beijou pela segunda vez, desde que decidiu que o melhor era ficarem longe um do outro, pelo bem de todos, em especial das crianças. Não conseguiria estar perto e não o beijar, estar perto e não poder abraçá-lo, não agora que ela sabia de seus sentimentos. Que ele a correspondia. Que ele a amava tanto quanto ela o amava. Não era forte o suficiente e ele muito menos; ele beijá-la após decidirem que o melhor era esquecer que tiveram aquela conversa, já dizia o quanto eram fracos. Fracos um pelo outro. Não conseguiriam deixar de se beijar se estivessem tão próximos. E esse foi o motivo de ambos se afastarem. Mas naquele dia, o motivo de estar pensativa era outro. Seus pensamentos estavam voltados em outra pessoa, ainda que Liam continuasse fazendo parte deles. O que a preocupava era Mattew. Não acha que esta
— Eu quero que seja feliz, Mia. Eu pensei que podia ser comigo, mas não é. E tudo bem. Se é do Kavanagh que você gosta, então seja feliz com ele. — É mais difícil do que imagina. – Sussurrou, abaixando o olhar. — Você está tornando as coisas difíceis. Ele também ama você. Ele a quer, então por que resistir? Você merece ser feliz, merece estar com quem ama. Ela sorriu fraco. — Eu me apaixonaria por você se já não estivesse apaixonada... — Por Liam Kavanagh. – Completou por ela. – E eu seria muito feliz se isso acontecesse, mas não é o caso. E tudo bem. Mia o abraçou de repente, e ele sorriu, abraçando-a de volta. — Eu sou a pessoa mais sortuda do mundo por ter você em minha vida. Lembra que eu já disse isso? — Sim. — É a mais pura verdade. E é por isso que eu prefiro ter você em minha vida como amiga do que não ter de jeito nenhum. Seus olhos se encontraram. — Prefiro ver você ser feliz com quem ama do que ver seus olhos verdes perder aquele brilho lindo que ele tem
— Mia? — Oi, querida? — Podemos fazer um pedido? — Qualquer um. – Levou a xícara de chá aos lábios. — Queremos que seja nossa mãe. – Dizem juntos, fazendo a rosada ser pega de surpresa; ela se engasgou com a bebida que tomava. Os gêmeos trocaram um olhar — arregalado, diga-se de passagem —, vendo a mulher a frente deles se levantar em uma rapidez, tentando se recuperar; ela tossia de forma exagerada e mal conseguia respirar. Eles só haviam tomado aquela decisão de falar abertamente, porque Alexis — prima deles — havia dito que era o melhor plano para tentar juntar os pais deles. Ela precisava saber que eles a queria na vida deles para sempre; como mãe, não como a melhor babá do mundo. E quando falaram com Amelia há dois dias atrás quando ela visitou Mia, ela concordou que era uma boa ideia. Se sua prima disse que era a melhor forma e tanto a ruiva quanto um de seus tios — no caso Lucca — concordaram, então eles acharam que não poderia dar errado. Certo? Agora eles começavam a
Mia sentiu-se tão emocionada, que por um momento pensou em ficar abraçada a eles para sempre; sentindo o amor, o calor e o cheirinho de ambos. E por alguns minutos foi o que aconteceu; ela não queria largá-los. — Agora... – Se afastou, olhando em seus olhinhos. – O que acham de um banho? — Você estragou nosso momento, sabia? – Thomas reclamou, fazendo um biquinho. Mia gargalhou. — Quem se importa com banho? — Eu me importo, seu porquinho. Natalie quem gargalhou dessa vez. — Eu sou o mais cheiroso dessa casa. — Certo, certo. — Sou sim, e você não pode revirar os olhos para mim. É falta de educação. — Ora, eu tenho que te lembrar disso mais vezes. — Você só não me lembra porque está sempre no mundo da lua. Natalie voltou a gargalhar ao mesmo tempo em que Mia — sua oficialmente mãe — puxava Thomas para seus braços. — Isso é jeito de falar com a sua mãe? Hum? – Começou a lhe fazer cócegas, ouvindo sua gargalhada gostosa. – Isso é jeito de falar com sua mãe? – Repetiu.
Deveria se afastar, mas não conseguiu. Não foi forte. O que sentia por ele era intenso demais. Ainda mais intenso que ela mesma. Incontrolável. E era doloroso não poder estar com ele. E era esse o motivo de ter correspondido aquele beijo delicioso. Sentir-se quase sem ar e mesmo assim não querer afastá-lo. Liam roçou o nariz no dela, ainda de olhos fechados. Ambos com os olhos fechados, sentindo a pele e o cheiro um do outro. Alheios a qualquer som em volta deles. Totalmente concentrados na respiração um do outro. O coração de um batia de forma desenfreada enquanto que o do outro se encontrava leve desde que a beijou., Era como se precisasse disso outra vez para ter paz. Não havia mais nada que o impedisse de beijá-la, abraçá-la, dizer que a ama. E ele a amava profundamente. Como nunca amou alguém na vida. — Eu amo você. E o coração de Mia saltou ao escutar aquelas palavras. — Finalmente! O casal se afastou — mas não de todo —, se virando para fitar os “anjinhos” a poucos p
Liam pega Mia de surpresa, abraçando-a por trás; seus dentes e lábios cobrem os ombros da namorada com beijos ardentes. Ela fecha os olhos, se deixando levar ainda que soubesse que as crianças esperavam a ambos no andar debaixo. A intenção da rosada era tomar um banho rápido e seguir para a cozinha a fim de começar a fazer o desjejum, mas seu moreno teve outros planos quando adentrou seu banheiro pegando-a completamente nua. Beija Mia docemente, segurando seu queixo sem se importar com o tempo. Ele acaricia a barriga lisa com as pontas dos dedos, deslizando até a curva do pescoço, e então a segura junto dele enquanto todos os músculos do corpo belo e pequeno se contraem. Pelo espelho, podia ver os olhos cheio de luxuria do namorado, a provocação da parte dele quando roçou o membro já duro contra sua bunda. Os beijos molhados em seu pescoço lhe causavam um arrepio, as mãos ágeis lhe faziam suspirar e a penetração de surpresa a fez gemer baixinho. Cada penetração dele era profunda e
— Me dei ao luxo de ficar em casa hoje. – Respondeu à pergunta de á pouco. – Por que eu acho que está constrangida com a minha presença? — Não estou. – Mentiu, descaradamente. — Eu não sei fingir acreditar nessas palavras. Ela corou novamente. — Eu poderia ignorar, mas eu prefiro escutar da sua boca qual é o problema. — Não é um problema. – Retrucou rapidamente. – Só... não me acostumei... com isso. Nós. Juntos. É... quase um sonho. — Bom, se isso que aconteceu a pouco ou ontem à noite foi um sonho... — Isso não tem graça. – Diz, corada dos pés à cabeça enquanto via um sorriso divertido nos lábios do moreno. – Você se diverte. Se diverte as minhas custas. — Bem, é um pouco divertido. Ela desviou os olhos. — Meio que gosto de ver você corar. Seus olhos voltaram a se encontrar. — E por ser você o culpado disso. — Mamãe! A rosada praticamente pulou ao escutar Natalie, se afastando de o namorado rapidamente de si. — As crianças. Eu me esqueci delas. Liam riu, vendo-a
Mia não achou que um dia se sentiria tão feliz como se sentia. Completa. Mesmo com Samuel à espreita, ela não tinha medo de estar começando um relacionamento. Pelo menos não mais. Não tinha o porquê de temer o que estava por vir. Ela só precisava viver o presente e deixar as coisas acontecerem naturalmente. Não estava disposta a sacrificar aquele amor por medo do que Samuel poderia fazer. E sabia que ele tentaria algo. Ele havia prometido fazê-la viver no inferno. Ele prometeu não ir embora até que ela estivesse miserável. Se lembrava bem de quando havia escutado aquelas palavras. Havia sido apenas alguns dias antes de começar a namorar Liam. Ele havia aparecido no mercado por pura coincidência — reparem no deboche — e se não fosse por Liam, não sabia o que ele teria feito já que ele se aproximava com aquele olhar demoníaco nos olhos. Parecia até mesmo possuído. Ela só agradecia pelas crianças não estarem presentes na ocasião. Balançou a cabeça, se negando a pensar naquele miserável.