— A gente só não quer que fique sozinho. Suspirou; era chantagem, e ainda assim, não sabia como dizer não. — Que nenhum dos dois fique sozinho. – Natalie completou. — E que se divirtam um pouquinho. — Vou cuidar bem deles. — Com cuidar, você diz entupir ambos de doce e coisas nada saudáveis? – Retrucou. — Ih! Só por um dia ou dois, que coisa mais chata, hein! O outro revirou os olhos. — Tudo bem. Mia se sentiu nervosa, mesmo que já tivesse aceitado aquele jantar. — Podem pegar suas coisas. As crianças sorriram e então correram em direção a sala. — Você está com um humor... — Meus filhos escondem coisas de mim e eu tenho que ficar feliz? Houve um momento de silêncio. — Bem..., se as crianças vão com você hoje, acho que deveria saber que Natalie pegou um resfriado. Ela está bem melhor, mas ainda espirra e tosse de vez enquando, então é melhor evitar que ela pegue sereno ou friagem. — Pode deixar, rosadinha. – Diz com um sorriso. – Vou cuidar bem da nossa garotinha.
A campainha tocou novamente e Mia se afastou para atender. Enquanto isso, continuou muito pensativo sobre o que estava acontecendo com ele. Era de enlouquecer qualquer um. Ele ainda tinha que lidar com o ser insuportável que havia chegado para transforma sua vida em um inferno, lidar com seus sentimentos odiosos por ela, e agora, com o beijo que havia trocado com a babá de seus filhos. Mais um motivo para deixá-lo pensativo sobre o que fazer. Seus filhos. Eles nunca o aceitaram com ninguém. Se confessasse seus sentimentos e aceitasse um relacionamento, iria acabar com aquele relacionamento lindo que eles tinham com Mia. E isso não seria justo. Em primeiro lugar, sempre os gêmeos. Esse era mais um motivo de mesmo aceitando os sentimentos por Mia — principalmente quando sabia que nada que fizesse isso iria mudar —, não poderia confessá-los, pelos bem dos gêmeos. Era difícil. Complicado. E ele não estava sabendo lidar. Por toda a sua vida, ele foi um moleque difícil; deixou seus pais d
Luna havia murmurado aquelas palavras. E como estava perto dela, acabou escutando. Claro que a achou louca. E a olhou com os olhos arregalados. Não acreditava que eram ciúmes. Acreditava apenas ser seu jeito difícil de sempre. O que era estranho, porque quando estavam apenas eles dois ou eles e os gêmeos, ele era tão diferente. Nunca havia pensado que todo aquele gênio dele quando a encontrava com Mattew, era por ciúmes. Na primeira vez, se constrangeu por conta da coincidência do encontro, e também por acharem que ele era seu namorado. Também havia o fato de que por algum motivo — que naquele momento ela não pensou no porquê — não queria que Liam pensasse que estava namorando. Ela não estava. E ele precisava saber disso. O porquê... Era por estar apaixonada. E só percebeu isso depois do beijo. Precisou de acontecer um beijo para ela perceber que tudo que estava sentindo, aquela estranheza toda, era por estar completamente apaixonada. Sempre havia sido lerda, mas teve de confessar,
De repente Liam percebeu que estava sendo covarde. Ele estava sendo completamente covarde. Estava mentindo, fingindo e se acovardando só por causa de um sentimento que é algo natural nas pessoas. Sim, elas sentem ciúmes. Todas, já sentiu isso alguma vez na vida. Já se apaixonou, já amou, já escondeu sentimentos com certeza, ainda que fosse bobagem esconder. Para que? Por que? Ainda que houvessem alguns motivos que ele achava justo, começava a achar que não era necessário. — Ele é apaixonado por você. Mia arregalou os olhos. — Você não percebeu? Sério? — É meu amigo. — Mas não é isso que ele sente por você. Houve um momento de silêncio; a rosada não conseguiu nem mesmo abrir a boca para dizer algo sobre o que escutou. — Qualquer um pode percebe seus sentimentos. Provavelmente até mesmo uma criança pode perceber que ele é apaixonado por você e quer ser mais que apenas seu amigo. Ele está tentando te conquistar. Não que o presente seja uma forma de te comprar, não acho que ele
Era irritante estar apaixonado e não poder ficar com a pessoa que gosta. Para Liam, era tão incomodo, que ele mal conseguia ficar em casa. Ele preferia ficar em qualquer lugar, mas não em sua própria casa, principalmente quando aquele ruivo continuava a aparecer para fazer companhia a Mia ou convidá-la para jantar, ou o que fosse. E ele não podia fazer nada para impedir. Provavelmente ela se sentia da mesma forma, ou talvez muito pior quando estavam os dois sozinhos. Ficavam estranhos um com o outro, mal conseguiam olhar nos olhos um do outro e isso após o segundo beijo que trocaram. Há apenas quase uma semana. Não havia se passado mais de cinco dias; exatamente quatro dias, doze horas, quarenta minutos e oito segundos. Sim, ele contou. Ele sabia exatamente qual havia sido a hora que a beijou e a hora que a viu seguir para o andar de cima, deixando-o sozinho na cozinha. Ele sabia também o motivo. E a compreendia. Deveria estar sendo tão difícil para ela quanto estava sendo para ele.
— Você está inquieta. – Mattew comentou de repente, após vários e vários minutos em silêncio. – Aconteceu alguma coisa? Mia suspirou, pensativa. Se encontrava assim desde que Liam a beijou pela segunda vez, desde que decidiu que o melhor era ficarem longe um do outro, pelo bem de todos, em especial das crianças. Não conseguiria estar perto e não o beijar, estar perto e não poder abraçá-lo, não agora que ela sabia de seus sentimentos. Que ele a correspondia. Que ele a amava tanto quanto ela o amava. Não era forte o suficiente e ele muito menos; ele beijá-la após decidirem que o melhor era esquecer que tiveram aquela conversa, já dizia o quanto eram fracos. Fracos um pelo outro. Não conseguiriam deixar de se beijar se estivessem tão próximos. E esse foi o motivo de ambos se afastarem. Mas naquele dia, o motivo de estar pensativa era outro. Seus pensamentos estavam voltados em outra pessoa, ainda que Liam continuasse fazendo parte deles. O que a preocupava era Mattew. Não acha que esta
— Eu quero que seja feliz, Mia. Eu pensei que podia ser comigo, mas não é. E tudo bem. Se é do Kavanagh que você gosta, então seja feliz com ele. — É mais difícil do que imagina. – Sussurrou, abaixando o olhar. — Você está tornando as coisas difíceis. Ele também ama você. Ele a quer, então por que resistir? Você merece ser feliz, merece estar com quem ama. Ela sorriu fraco. — Eu me apaixonaria por você se já não estivesse apaixonada... — Por Liam Kavanagh. – Completou por ela. – E eu seria muito feliz se isso acontecesse, mas não é o caso. E tudo bem. Mia o abraçou de repente, e ele sorriu, abraçando-a de volta. — Eu sou a pessoa mais sortuda do mundo por ter você em minha vida. Lembra que eu já disse isso? — Sim. — É a mais pura verdade. E é por isso que eu prefiro ter você em minha vida como amiga do que não ter de jeito nenhum. Seus olhos se encontraram. — Prefiro ver você ser feliz com quem ama do que ver seus olhos verdes perder aquele brilho lindo que ele tem
— Mia? — Oi, querida? — Podemos fazer um pedido? — Qualquer um. – Levou a xícara de chá aos lábios. — Queremos que seja nossa mãe. – Dizem juntos, fazendo a rosada ser pega de surpresa; ela se engasgou com a bebida que tomava. Os gêmeos trocaram um olhar — arregalado, diga-se de passagem —, vendo a mulher a frente deles se levantar em uma rapidez, tentando se recuperar; ela tossia de forma exagerada e mal conseguia respirar. Eles só haviam tomado aquela decisão de falar abertamente, porque Alexis — prima deles — havia dito que era o melhor plano para tentar juntar os pais deles. Ela precisava saber que eles a queria na vida deles para sempre; como mãe, não como a melhor babá do mundo. E quando falaram com Amelia há dois dias atrás quando ela visitou Mia, ela concordou que era uma boa ideia. Se sua prima disse que era a melhor forma e tanto a ruiva quanto um de seus tios — no caso Lucca — concordaram, então eles acharam que não poderia dar errado. Certo? Agora eles começavam a