— Então... – Mia começou após ficar sozinha com os gêmeos e Amelia. – Acho que vocês ainda não se cumprimentaram, certo? Thomy. Naty. Por que não começam? Um virou o rosto para um lado e o outro para o outro lado. — Eu sinto muito pelo que houve. – Amelia decidiu começar, chamando a atenção não só das crianças, mas de Mia também. – Eu não... fui uma boa pessoa. Eu tratei vocês mal, disse coisas horríveis, bati em um de vocês... – Fitou a moreninha. – Desculpe por isso, Natalie, eu realmente me arrependo. De verdade. Eu ainda tenho remorso disso. Eu me arrependi naquele mesmo dia. Eu me surpreendi comigo mesma quando eu bati em você, eu mesma não esperava isso de mim. Mas eu estava com raiva, com ciúmes e apavorada em perder o pai de vocês, e por isso acabei nem pedindo perdão. — Mia disse que é verdadeiro. — É sim, eu juro. – Se aproximou, e se aliviou quando a menina não se afastou, para então se abaixar diante dela. – Me perdoa pela bofetada. Natalie olhou para Mia e então se
Pegá-la de toalha depois do beijo que trocaram não havia sido algo que ele planejou. Jamais planejaria, principalmente quando tentava resistir a ela. Sim, estava sendo bem difícil. Não estava sabendo lidar com toda aquela mistura de sentimentos. Já fazia apenas uma semana e meia — mais especificamente dez dias — desde que a beijou — ou que eles trocaram um beijo, não importa como havia acontecido realmente — e ele não conseguia parar de pensar nele. Era como se estivesse revivendo aquele momento de novo e de novo toda noite. Despertava suado e excitado. Banho gelado nem sempre o ajudava, pois sua mente traíra não o deixava se esquecer do gosto dos lábios dela, ou de seu cheiro ou do calor que emanava dela, mesmo que estivessem com frio naquele dado momento. Seus olhos também não saíam de sua mente. Os esverdeados que pareciam duas pedras de esmeralda brilhavam naquela ocasião; pareciam cometas, assim como seu irmão vivia dizendo que acontecia quando ela olhava para ele. Mas era a prim
— É o tio Killian. — Isso ainda não acabou. – Apontou para Thomas antes de seguir em direção a porta, encontrando do outro lado, não seu irmão, como imaginou, mas Lillie. Não achou que a encontraria novamente depois de o Juiz ter ordenado que ela não se aproximasse das crianças até que uma audiência fosse marcada. E não faltava muito para que acontecesse. Kakashi havia conseguido aquela ordem de restrição, ainda que fosse até segunda ordem. E ele seria grato pela eternidade pelo que o homem estava fazendo. – O que você faz aqui? — Eu vim pessoalmente te entregar isso. Fitou o documento em suas mãos. — E o que exatamente é isso? — Os papéis de divórcio. Ele tentou pegar, mas ela o puxou de volta para si. — Há uma clausula aqui, muito importante. — E o que seria essa clausula? — Minha parte como sua esposa. Ele riu; não, praticamente gargalhou. — Como é? Você abandona o lar e acha que tem direito sobre alguma coisa? Seu marido é rico, e você quer mais? Não cansa de pensar s
— A gente só não quer que fique sozinho. Suspirou; era chantagem, e ainda assim, não sabia como dizer não. — Que nenhum dos dois fique sozinho. – Natalie completou. — E que se divirtam um pouquinho. — Vou cuidar bem deles. — Com cuidar, você diz entupir ambos de doce e coisas nada saudáveis? – Retrucou. — Ih! Só por um dia ou dois, que coisa mais chata, hein! O outro revirou os olhos. — Tudo bem. Mia se sentiu nervosa, mesmo que já tivesse aceitado aquele jantar. — Podem pegar suas coisas. As crianças sorriram e então correram em direção a sala. — Você está com um humor... — Meus filhos escondem coisas de mim e eu tenho que ficar feliz? Houve um momento de silêncio. — Bem..., se as crianças vão com você hoje, acho que deveria saber que Natalie pegou um resfriado. Ela está bem melhor, mas ainda espirra e tosse de vez enquando, então é melhor evitar que ela pegue sereno ou friagem. — Pode deixar, rosadinha. – Diz com um sorriso. – Vou cuidar bem da nossa garotinha.
A campainha tocou novamente e Mia se afastou para atender. Enquanto isso, continuou muito pensativo sobre o que estava acontecendo com ele. Era de enlouquecer qualquer um. Ele ainda tinha que lidar com o ser insuportável que havia chegado para transforma sua vida em um inferno, lidar com seus sentimentos odiosos por ela, e agora, com o beijo que havia trocado com a babá de seus filhos. Mais um motivo para deixá-lo pensativo sobre o que fazer. Seus filhos. Eles nunca o aceitaram com ninguém. Se confessasse seus sentimentos e aceitasse um relacionamento, iria acabar com aquele relacionamento lindo que eles tinham com Mia. E isso não seria justo. Em primeiro lugar, sempre os gêmeos. Esse era mais um motivo de mesmo aceitando os sentimentos por Mia — principalmente quando sabia que nada que fizesse isso iria mudar —, não poderia confessá-los, pelos bem dos gêmeos. Era difícil. Complicado. E ele não estava sabendo lidar. Por toda a sua vida, ele foi um moleque difícil; deixou seus pais d
Luna havia murmurado aquelas palavras. E como estava perto dela, acabou escutando. Claro que a achou louca. E a olhou com os olhos arregalados. Não acreditava que eram ciúmes. Acreditava apenas ser seu jeito difícil de sempre. O que era estranho, porque quando estavam apenas eles dois ou eles e os gêmeos, ele era tão diferente. Nunca havia pensado que todo aquele gênio dele quando a encontrava com Mattew, era por ciúmes. Na primeira vez, se constrangeu por conta da coincidência do encontro, e também por acharem que ele era seu namorado. Também havia o fato de que por algum motivo — que naquele momento ela não pensou no porquê — não queria que Liam pensasse que estava namorando. Ela não estava. E ele precisava saber disso. O porquê... Era por estar apaixonada. E só percebeu isso depois do beijo. Precisou de acontecer um beijo para ela perceber que tudo que estava sentindo, aquela estranheza toda, era por estar completamente apaixonada. Sempre havia sido lerda, mas teve de confessar,
De repente Liam percebeu que estava sendo covarde. Ele estava sendo completamente covarde. Estava mentindo, fingindo e se acovardando só por causa de um sentimento que é algo natural nas pessoas. Sim, elas sentem ciúmes. Todas, já sentiu isso alguma vez na vida. Já se apaixonou, já amou, já escondeu sentimentos com certeza, ainda que fosse bobagem esconder. Para que? Por que? Ainda que houvessem alguns motivos que ele achava justo, começava a achar que não era necessário. — Ele é apaixonado por você. Mia arregalou os olhos. — Você não percebeu? Sério? — É meu amigo. — Mas não é isso que ele sente por você. Houve um momento de silêncio; a rosada não conseguiu nem mesmo abrir a boca para dizer algo sobre o que escutou. — Qualquer um pode percebe seus sentimentos. Provavelmente até mesmo uma criança pode perceber que ele é apaixonado por você e quer ser mais que apenas seu amigo. Ele está tentando te conquistar. Não que o presente seja uma forma de te comprar, não acho que ele
Era irritante estar apaixonado e não poder ficar com a pessoa que gosta. Para Liam, era tão incomodo, que ele mal conseguia ficar em casa. Ele preferia ficar em qualquer lugar, mas não em sua própria casa, principalmente quando aquele ruivo continuava a aparecer para fazer companhia a Mia ou convidá-la para jantar, ou o que fosse. E ele não podia fazer nada para impedir. Provavelmente ela se sentia da mesma forma, ou talvez muito pior quando estavam os dois sozinhos. Ficavam estranhos um com o outro, mal conseguiam olhar nos olhos um do outro e isso após o segundo beijo que trocaram. Há apenas quase uma semana. Não havia se passado mais de cinco dias; exatamente quatro dias, doze horas, quarenta minutos e oito segundos. Sim, ele contou. Ele sabia exatamente qual havia sido a hora que a beijou e a hora que a viu seguir para o andar de cima, deixando-o sozinho na cozinha. Ele sabia também o motivo. E a compreendia. Deveria estar sendo tão difícil para ela quanto estava sendo para ele.