— Você é que vai ficar maior, se não parar de comer. – Tomou o brigadeiro dela. — Papai, o Thomy me chamou de gorda. — Fofinha. Gorda é exagero. — Thomas. – O pai o repreendeu. — É só uma brincadeira. — Você gostaria que a brincadeira fosse com você? O menino cruzou os braços e fez um biquinho. — Querida, você está linda, não liga para essas coisas. — Eu só disse isso porque suas bochechas estão enormes. — Papai! – A menina reclamou e o pai rapidamente reagiu. — Thomas! — Querido, você só está piorando as coisas. – Mia diz com todo o carinho do mundo. – Naty, eu tenho certeza de que ele está brincando. Ele só quer implicar como sempre. — Desculpa, maninha, não quis dizer que está gorda. Eu só queria que você parasse de comer e deixasse o brigadeiro só pra mim. Mia segurou uma risada. — É de chocolate amargo, é mais gostoso. – Se explicou com um sorriso amarelo. — Não vou dar nenhum pouco pra você, por ter sido mal com sua irmãzinha. – Tomou a pequena panela dele e
Oliver jamais imaginou que chegaria na casa do Kavanagh e já levaria um sermão de mil horas e muito menos que sua melhor amiga — seu algodão doce — pegaria em suas orelhas. Ela estava revoltada. Indignada. E ao invés de sua garota fazer alguma coisa, ela não fez nada. Não, é mentira. Ela riu. Era inacreditável, mas aconteceu. Era por isso que Mia e Amelia se davam bem, elas tinham o mesmo jeitinho de resolver as coisas. E Luna, ao invés de ajudar — o que ele jamais esperou isso dela — botava mais fogo na lenha. Foi difícil explicar e mais ainda fazer ela compreender os motivos de não ter dito uma palavra sobre ele ser pai. E ela tia. Tia e madrinha. O sufoco passou quando ela foi chamada para ser madrinha. Os olhos dela brilharam, ela ficou muito feliz e ele se livrou de apanhar mais um pouco. Ufa! Passou vergonha, mas pelo menos podia respirar. Ele sabia que ela ficaria indignada, mas do jeito que ficou, ele não esperava. Até compreender que ela ficou sabendo pelo Kavanagh. O cham
— Então... – Mia começou após ficar sozinha com os gêmeos e Amelia. – Acho que vocês ainda não se cumprimentaram, certo? Thomy. Naty. Por que não começam? Um virou o rosto para um lado e o outro para o outro lado. — Eu sinto muito pelo que houve. – Amelia decidiu começar, chamando a atenção não só das crianças, mas de Mia também. – Eu não... fui uma boa pessoa. Eu tratei vocês mal, disse coisas horríveis, bati em um de vocês... – Fitou a moreninha. – Desculpe por isso, Natalie, eu realmente me arrependo. De verdade. Eu ainda tenho remorso disso. Eu me arrependi naquele mesmo dia. Eu me surpreendi comigo mesma quando eu bati em você, eu mesma não esperava isso de mim. Mas eu estava com raiva, com ciúmes e apavorada em perder o pai de vocês, e por isso acabei nem pedindo perdão. — Mia disse que é verdadeiro. — É sim, eu juro. – Se aproximou, e se aliviou quando a menina não se afastou, para então se abaixar diante dela. – Me perdoa pela bofetada. Natalie olhou para Mia e então se
Pegá-la de toalha depois do beijo que trocaram não havia sido algo que ele planejou. Jamais planejaria, principalmente quando tentava resistir a ela. Sim, estava sendo bem difícil. Não estava sabendo lidar com toda aquela mistura de sentimentos. Já fazia apenas uma semana e meia — mais especificamente dez dias — desde que a beijou — ou que eles trocaram um beijo, não importa como havia acontecido realmente — e ele não conseguia parar de pensar nele. Era como se estivesse revivendo aquele momento de novo e de novo toda noite. Despertava suado e excitado. Banho gelado nem sempre o ajudava, pois sua mente traíra não o deixava se esquecer do gosto dos lábios dela, ou de seu cheiro ou do calor que emanava dela, mesmo que estivessem com frio naquele dado momento. Seus olhos também não saíam de sua mente. Os esverdeados que pareciam duas pedras de esmeralda brilhavam naquela ocasião; pareciam cometas, assim como seu irmão vivia dizendo que acontecia quando ela olhava para ele. Mas era a prim
— É o tio Killian. — Isso ainda não acabou. – Apontou para Thomas antes de seguir em direção a porta, encontrando do outro lado, não seu irmão, como imaginou, mas Lillie. Não achou que a encontraria novamente depois de o Juiz ter ordenado que ela não se aproximasse das crianças até que uma audiência fosse marcada. E não faltava muito para que acontecesse. Kakashi havia conseguido aquela ordem de restrição, ainda que fosse até segunda ordem. E ele seria grato pela eternidade pelo que o homem estava fazendo. – O que você faz aqui? — Eu vim pessoalmente te entregar isso. Fitou o documento em suas mãos. — E o que exatamente é isso? — Os papéis de divórcio. Ele tentou pegar, mas ela o puxou de volta para si. — Há uma clausula aqui, muito importante. — E o que seria essa clausula? — Minha parte como sua esposa. Ele riu; não, praticamente gargalhou. — Como é? Você abandona o lar e acha que tem direito sobre alguma coisa? Seu marido é rico, e você quer mais? Não cansa de pensar s
— A gente só não quer que fique sozinho. Suspirou; era chantagem, e ainda assim, não sabia como dizer não. — Que nenhum dos dois fique sozinho. – Natalie completou. — E que se divirtam um pouquinho. — Vou cuidar bem deles. — Com cuidar, você diz entupir ambos de doce e coisas nada saudáveis? – Retrucou. — Ih! Só por um dia ou dois, que coisa mais chata, hein! O outro revirou os olhos. — Tudo bem. Mia se sentiu nervosa, mesmo que já tivesse aceitado aquele jantar. — Podem pegar suas coisas. As crianças sorriram e então correram em direção a sala. — Você está com um humor... — Meus filhos escondem coisas de mim e eu tenho que ficar feliz? Houve um momento de silêncio. — Bem..., se as crianças vão com você hoje, acho que deveria saber que Natalie pegou um resfriado. Ela está bem melhor, mas ainda espirra e tosse de vez enquando, então é melhor evitar que ela pegue sereno ou friagem. — Pode deixar, rosadinha. – Diz com um sorriso. – Vou cuidar bem da nossa garotinha.
A campainha tocou novamente e Mia se afastou para atender. Enquanto isso, continuou muito pensativo sobre o que estava acontecendo com ele. Era de enlouquecer qualquer um. Ele ainda tinha que lidar com o ser insuportável que havia chegado para transforma sua vida em um inferno, lidar com seus sentimentos odiosos por ela, e agora, com o beijo que havia trocado com a babá de seus filhos. Mais um motivo para deixá-lo pensativo sobre o que fazer. Seus filhos. Eles nunca o aceitaram com ninguém. Se confessasse seus sentimentos e aceitasse um relacionamento, iria acabar com aquele relacionamento lindo que eles tinham com Mia. E isso não seria justo. Em primeiro lugar, sempre os gêmeos. Esse era mais um motivo de mesmo aceitando os sentimentos por Mia — principalmente quando sabia que nada que fizesse isso iria mudar —, não poderia confessá-los, pelos bem dos gêmeos. Era difícil. Complicado. E ele não estava sabendo lidar. Por toda a sua vida, ele foi um moleque difícil; deixou seus pais d
Luna havia murmurado aquelas palavras. E como estava perto dela, acabou escutando. Claro que a achou louca. E a olhou com os olhos arregalados. Não acreditava que eram ciúmes. Acreditava apenas ser seu jeito difícil de sempre. O que era estranho, porque quando estavam apenas eles dois ou eles e os gêmeos, ele era tão diferente. Nunca havia pensado que todo aquele gênio dele quando a encontrava com Mattew, era por ciúmes. Na primeira vez, se constrangeu por conta da coincidência do encontro, e também por acharem que ele era seu namorado. Também havia o fato de que por algum motivo — que naquele momento ela não pensou no porquê — não queria que Liam pensasse que estava namorando. Ela não estava. E ele precisava saber disso. O porquê... Era por estar apaixonada. E só percebeu isso depois do beijo. Precisou de acontecer um beijo para ela perceber que tudo que estava sentindo, aquela estranheza toda, era por estar completamente apaixonada. Sempre havia sido lerda, mas teve de confessar,