— Sabia que a Belle vai ter uma apresentação de ballet hoje, papai? — Hum. – Sua filha estar falando sobre a menina de forma tão gentil, era novidade. — O pai dela tentou arrumar o cabelo dela, e ficou um desastre. – Thomas contou rindo. — Eu sei como é isso. – Murmurou, e Mia segurou uma risada. – Até eu aprender, foi um custo. Eu deixava os cabelos da Naty se embolarem todo. — Coitadinha. — Mas o papai aprendeu a fazer marias-chiquinhas. O pai e a rosada sorriram. — Eu gostava muito. — Sim, porque era a única coisa que o papai sabia fazer. — Muito engraçado. O menino começou a gargalhar ao sentir os dedos ágeis de seu pai em seu corpo. — Sabe quem eu vi hoje? – Fitou Mia. — Quem? — Amelia. As crianças fizeram uma careta. — Oh. Vocês se encontraram. — Por que não está surpresa? — Porque eu sabia. Ele ficou um pouco surpreso. — Se encontraram? Thomas interrompeu a resposta de Mia. — Por que estamos falando dessa cobra? — Querido, ela se arrependeu. As pesso
— Fiquei surpresa quando me ligou marcando esse encontro. Se pudesse ele estaria bem longe dali. O mais longe possível daquela pessoa que o fazia sentir todo tipo de coisa ruim, mas que tentava a todo custo não trazer aquelas coisas para dentro de si. Só o faria mal, afinal de contas. Infelizmente, teve de marcar aquele encontro. Era como havia sido: por seus filhos, fazia qualquer coisa. E aquela “coisa”, por mais difícil que fosse, era necessária. Era preciso estar diante dela, escutar tudo que ela tinha para dizer — ou vomitar —, ainda que soubesse como ela foi infeliz durante toda a gravidez dos gêmeos. Por mais que soubesse que ela nunca teve qualquer intenção de se casar com ele, por mais que ela estivesse de olho no status que teria se tivesse qualquer coisa com ele. Era isso com isso que ela se beneficiava ao estar casada com ele. Por ser mãe de um filho dele. — É necessário, afinal..., ainda estamos casados. — Por pouco tempo. Eu quero o divórcio tanto quanto... você tamb
Mia sentia um arrepio no corpo enquanto andava até o mercadinho ao lado da casa de Liam. Ela achou que precisava dar uma andadinha, mesmo que Liam tivesse dito que ela não devia andar sozinha por conta de Samuel. Sabia que ele estava certo, que deveria evitar isso, mas sem os gêmeos em casa começava a pensar besteira. E ela não queria isso, então decidiu que faria uma comidinha diferente, e para isso precisava ir ao mercado. Andava olhando por todo lado, e quando estava quase chegando, começou a sentir aquele arrepio horrível e aquela sensação de que estava sendo não só seguida, mas observada. Já havia sentido aquilo antes. Há um tempo atrás, quando ainda morava com o pai. Sempre achou que era sua madrasta querendo assustá-la e fazê-la deixar não só sua casa, mas seu pai. E ela conseguiu. Não por medo dela, mas ainda assim, havia sido a melhor coisa que fez, e agora achava isso mais que tudo por descobrir quem realmente era seu pai. Pegou as compras e atravessou a rua para poder seg
Uma coisa que Thomas conseguia era tirar coisas das pessoas sem que elas nem mesmo percebam. E quando escutou seu tio Noah falando com seu pai mais cedo naquele dia sobre um tal Samuel, imediatamente ficou curioso. Havia algo na voz de ambos que o fazia ficar muito curioso, e mais ainda quando eles disseram que ele queria o mal de Mia. Sabia que não conseguia fazer nenhum deles falar mais do que deveria, mas isso era diferente com seu padrinho. Mas infelizmente só o que conseguiu dele foi que o rapaz foi o noivo de sua babá preferida. O noivo que a abandonou, que fez tão mal a ela. Se lembrava muito bem do dia em que ela contou sobre o ex-noivo, se lembrava dos olhos dela e de como a voz dela estava. Havia tristeza, mas havia também outra coisa. Talvez raiva; ele não podia dizer com certeza, mas seu pai tinha raiva de Lillie então por que Mia não sentiria o mesmo pelo tal Samuel? Samuel Callahan. Buscar pelo rapaz na internet foi fácil. Ele era empresário. E também modelo. Era ruiv
— Você é que vai ficar maior, se não parar de comer. – Tomou o brigadeiro dela. — Papai, o Thomy me chamou de gorda. — Fofinha. Gorda é exagero. — Thomas. – O pai o repreendeu. — É só uma brincadeira. — Você gostaria que a brincadeira fosse com você? O menino cruzou os braços e fez um biquinho. — Querida, você está linda, não liga para essas coisas. — Eu só disse isso porque suas bochechas estão enormes. — Papai! – A menina reclamou e o pai rapidamente reagiu. — Thomas! — Querido, você só está piorando as coisas. – Mia diz com todo o carinho do mundo. – Naty, eu tenho certeza de que ele está brincando. Ele só quer implicar como sempre. — Desculpa, maninha, não quis dizer que está gorda. Eu só queria que você parasse de comer e deixasse o brigadeiro só pra mim. Mia segurou uma risada. — É de chocolate amargo, é mais gostoso. – Se explicou com um sorriso amarelo. — Não vou dar nenhum pouco pra você, por ter sido mal com sua irmãzinha. – Tomou a pequena panela dele e
Oliver jamais imaginou que chegaria na casa do Kavanagh e já levaria um sermão de mil horas e muito menos que sua melhor amiga — seu algodão doce — pegaria em suas orelhas. Ela estava revoltada. Indignada. E ao invés de sua garota fazer alguma coisa, ela não fez nada. Não, é mentira. Ela riu. Era inacreditável, mas aconteceu. Era por isso que Mia e Amelia se davam bem, elas tinham o mesmo jeitinho de resolver as coisas. E Luna, ao invés de ajudar — o que ele jamais esperou isso dela — botava mais fogo na lenha. Foi difícil explicar e mais ainda fazer ela compreender os motivos de não ter dito uma palavra sobre ele ser pai. E ela tia. Tia e madrinha. O sufoco passou quando ela foi chamada para ser madrinha. Os olhos dela brilharam, ela ficou muito feliz e ele se livrou de apanhar mais um pouco. Ufa! Passou vergonha, mas pelo menos podia respirar. Ele sabia que ela ficaria indignada, mas do jeito que ficou, ele não esperava. Até compreender que ela ficou sabendo pelo Kavanagh. O cham
— Então... – Mia começou após ficar sozinha com os gêmeos e Amelia. – Acho que vocês ainda não se cumprimentaram, certo? Thomy. Naty. Por que não começam? Um virou o rosto para um lado e o outro para o outro lado. — Eu sinto muito pelo que houve. – Amelia decidiu começar, chamando a atenção não só das crianças, mas de Mia também. – Eu não... fui uma boa pessoa. Eu tratei vocês mal, disse coisas horríveis, bati em um de vocês... – Fitou a moreninha. – Desculpe por isso, Natalie, eu realmente me arrependo. De verdade. Eu ainda tenho remorso disso. Eu me arrependi naquele mesmo dia. Eu me surpreendi comigo mesma quando eu bati em você, eu mesma não esperava isso de mim. Mas eu estava com raiva, com ciúmes e apavorada em perder o pai de vocês, e por isso acabei nem pedindo perdão. — Mia disse que é verdadeiro. — É sim, eu juro. – Se aproximou, e se aliviou quando a menina não se afastou, para então se abaixar diante dela. – Me perdoa pela bofetada. Natalie olhou para Mia e então se
Pegá-la de toalha depois do beijo que trocaram não havia sido algo que ele planejou. Jamais planejaria, principalmente quando tentava resistir a ela. Sim, estava sendo bem difícil. Não estava sabendo lidar com toda aquela mistura de sentimentos. Já fazia apenas uma semana e meia — mais especificamente dez dias — desde que a beijou — ou que eles trocaram um beijo, não importa como havia acontecido realmente — e ele não conseguia parar de pensar nele. Era como se estivesse revivendo aquele momento de novo e de novo toda noite. Despertava suado e excitado. Banho gelado nem sempre o ajudava, pois sua mente traíra não o deixava se esquecer do gosto dos lábios dela, ou de seu cheiro ou do calor que emanava dela, mesmo que estivessem com frio naquele dado momento. Seus olhos também não saíam de sua mente. Os esverdeados que pareciam duas pedras de esmeralda brilhavam naquela ocasião; pareciam cometas, assim como seu irmão vivia dizendo que acontecia quando ela olhava para ele. Mas era a prim